Igreja Paroquial de Arrentela / Igreja de Nossa Senhora da Consolação

IPA.00002145
Portugal, Setúbal, Seixal, União das freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires
 
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca. Igreja de nave única e capela-mor rectangulares, fachada em empena aguda, ladeada por torres (embora só uma tenha sido concluída). Portal lateral maneirista; cúpula, moldura do óculo, frontões da fachada seguindo a linguagem barroca. À relativa sobriedade das fachadas exteriores contrapõe-se o espaço interior animado pelos azulejos de remate recortado, pela talha dos altares e pela riqueza policromática dos estuques do tecto.
Número IPA Antigo: PT031510030002
 
Registo visualizado 702 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, composta pelos rectângulos justapostos da nave e da capela-mor, esta de menores dimensões, a que se adossam sacristias, salas de arrumos e 2 torres. Volumes escalonados com cobertura diferenciada em telhados de 2 águas e em cúpula bolbosa sobre uma das torres. Fachada principal virada a S. rematada por frontão triangular e marcada por cunhais em cantaria, ladeada por 2 torres sineiras, a do lado nascente sem a parte terminal; um portal e 2 janelões de vão rectangular encimados por frontões contracurvados rasgam a fachada, um óculo polilobado a empena; fachada lateral O. rasgada por vãos rectangulares, com ornatos em estuque amarelo em lugar de frontões. No INTERIOR a nave única, com 4 altares laterais com retábulos em talha, é coberta por falsa abóbada de madeira com decoração de estuques polícromos, envolvida por cimalha; paredes revestidas, na parte inferior, por painéis de azulejos azuis e brancos, com cenas da vida da Virgem; arco triunfal em arco rebaixado sobre pilastras, encimado por nicho, ladeado por 2 altares com retábulo em talha, coro-alto, onde se encontra o órgão, em madeira recortado com balaustrada assente sobre estípides apoiadas em pias de água benta em cantaria, guarda-vento em madeira sob o coro, púlpitos em madeira sobre base em cantaria nos alçados laterais; capela baptismal sob a torre sineira, onde se encontra o painel azulejar com o "Baptismo de Cristo"; capela-mor com abóbada de berço rebaixado, decorada com estuques polícromos, com altar-mor ostentando um retábulo de talha dourada com colunas salomónicas. Fenestração: 4 janelas nos alçados laterais da nave, 2 no coro-alto e 1 óculo, 2 na capela-mor.

Acessos

EN 378 que liga a Torre da Marinha ao Seixal, a partir da Avenida 6 de Novembro de 1836 e Avenida da República; Calçada da Boa Hora

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977

Enquadramento

Urbano. Destacado, em posição altimétrica superior em relação à via pública, rodeado por adro e muro do cemitério do lado E..

Descrição Complementar

RECHEIO - 2 altares laterais em cada um dos alçados, 2 altares colaterais, em talha dourada e pintada (Evangelho: Nossa Senhora da Consolação, Santo António, Nossa Senhora da Soledade; Epístola: Coração de Jesus, Nossa Senhora de Fátima, São Sebastião); retábulo de talha dourada (estilo nacional) no altar-mor; silhar de azulejos setecentistas, em azul e branco, de remate recortado, figurando cenas da vida da Virgem; na capela baptismal um painel representando o Baptismo de Cristo; o tecto da nave é revestido integralmente a estuque decorativo relevado e polícromo, com 3 reservas com figurações: a central Nossa Senhora da Consolação, padroeira da igreja, rodeada de anjos e tendo aos seus pés uma muleta (embarcação antiga típica desta zona) e 2 doadores; estuques decorativos: junto ao arco triunfal a barca com fiéis simbolizando a Igreja, sobre o coro-alto a representação do louvor divino; na parte central, perto da cimalha, a representação dos 4 evangelistas, nos cantos 4 doutores da igreja (Santo. Agostinho, São Jerónimo, São Basílio e Santo Atanázio, estes 2 quase totalmente destruídos); ladeando os bustos dos evangelistas alegorias várias (castidade, prudência, justiça, concórdia, etc.); no tecto da capela-mor a representação de uma píxide cercada por nuvens e anjos; dentro de 2 medalhões, por cima das janelas os símbolos eucarísticos: o cordeiro pascal e a fénix rasgando o peito para alimentar os filhos. No coro-alto um órgão de tubos, construído em 1794 e atribuído a Joaquim Xavier Machado e Cerveira, meio irmão de Machado de Castro (Pinho, 1986, p. 32)

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Setúbal)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ORGANEIRO: António Xavier Machado e Cerveira (atr., 1794); Pedro Guimarães (2004).

Cronologia

1757 - reconstrução da igreja, segundo inscrição no tímpano do portal (da primitiva construção são provavelmente as janelas e o portal de frontão rectilíneo saliente da fachada lateral); 1792 - construção do coro-alto (segundo inscrição no mesmo); 1794 - construção do órgão de tubos, atribuído a António Xavier Machado e Cerveira, meio irmão de Machado de Castro (Pinho, 1986, p. 32)

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e pintada a branco, cantaria em cunhais, molduras de vãos, torre sineira, telha cerâmica, tijoleira, madeira, azulejo, vidro.

Bibliografia

NABAIS, António, História do concelho do Seixal, Câmara Municipal do Seixal, 2ª ed., 1982; PINHO, David, Igreja de Arrentela, notável repositório de arte, in Movimento Cultural, 3, Dez. 1986.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; AN/TT: Livro das Condenações da Igreja de Nossa Senhora da Consolação, 1673/1777, maço 3, nº 1, Livro das Visitas Pastorais da igreja de Nossa Senhora da Consolação, 1740/1798, 1760/1830, maço 3, nº 2.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1975 - consolidação dos tectos da nave e capela-mor, rebocos, pavimento em tijoleira, reconstrução da sanca de madeira fasquiada, rebocada e estucada; 1980 - restauro do órgão (1ª fase); 2000 - recuperação das coberturas da capela-mor e restauro do respectivo tecto; DGEMN / CMS: 2001 - recuperação da cobertura da capela-mor, limpeza e consolidação da abóbada; reparação dos estuques do tecto; DGEMN / CMS: 2003 - recuperação e impermeabilização da cobertura da nave; relatório / diagnóstico de conservação do tecto da nave; 2004 - restauro do órgão por Pedro Guimarães (Opus n.º 46).

Observações

Inscrição no tímpano do portal: Em o primeiro de Novembro de 1755 cahio esta igreja de hum teremoto e se levantou no anno de 1757

Autor e Data

Isabel Mendonça 1992

Actualização

Ângelo Silveira 2003
 
 
 
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