Real Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos / Igreja e Colégio dos Órfãos / Seminário Episcopal do Porto

IPA.00021371
Portugal, Porto, Porto, Bonfim
 
Arquitectura religiosa educativa.
Número IPA Antigo: PT011312020315
 
Registo visualizado 1264 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Colégio religioso  Seminário  

Descrição

Acessos

Largo Padre Baltazar Guedes. WGS84: Lat. 41º08'28.45"N., Long. 8º35'40.81"O.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, delimitado a N. pelo Cemitério do Prado do Repouso, a E e S. pelo Monte do Seminário que desce até à Marginal do Douro e a O. pelas Fontainhas. Implanta-se no topo da escarpa, junto da Ponte ferroviária de D. Maria Pia (v. PT011312020052) actualmente desactivada, mas cujo percurso de acesso ainda persiste na paisagem através das linhas, e túnel existente sob os muros e pátios do colégio. Sob as suas fundações, o edifício do colégio acolhe ainda a ligação ferroviária subterrânea, entre Campanhã e São Bento.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Educativa: seminário

Utilização Actual

Educativa: seminário / Religiosa: igreja

Propriedade

Publica: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE OBRAS: José Joaquim Mendes (1912)

Cronologia

1620 - Nascimento do portuense Baltazar Guedes; 1644 - Baltazar Guedes é ordenado sacerdote; manifestação das primeiras intenções em criar uma instituição que acolhesse, sustentasse e educasse a infância desvalida da cidade do Porto; 1649 - surge o primeiro edifício, cujo risco é do próprio Baltazar Guedes, para albergar meninos órfãos (primeira Roda dos Expostos) *1; por falta de verbas a construção do edifício foi interrompida*2; 1651, 30 de Janeiro - é autorizado por Alvará Régio de El-Rei D. João IV, a fundação do Colégio dos Órfãos na cidade do Porto, sob a invocação de Nossa Senhora da Graça, cuja capela se encontrava mesmo ao lado do colégio, no campo do Olival (hoje designado Campo dos Mártires da Pátria); 25 de Março - foi o colégio solenemente inaugurado ficando no seu comando, como reitor, o Padre Baltasar Guedes, que se propunha recolher e educar através de uma sólida formação moral e religiosa*3, meninos órfãos ou abandonados pelos pais, da cidade e diocese do Porto; 1652, Junho - elaboração dos primeiros estatutos; 1653, 20 de Agosto - os estatutos foram aprovados pela Câmara Municipal do Porto; 1653, 11 de Outubro - aprovação dos estatutos pela Corte; 1693, 6 de Setembro - morre o Padre Baltazar Guedes deixando em testamento o colégio e a sua administração ao senado da cidade; 1712 - os estatutos são confirmados por bula papal de Clemente XI; 1762 - instalou-se no colégio a Aula de Náutica; 1779 - instalou-se também a aula de Desenho e Debuxo, ambas precursoras da Academia Real de marinha e comércio, fundada por D. Maria I; 1803 - era reitor do colégio o Padre Bernardo Joaquim Gomes de Pinho que entendeu ceder*4 espaços do colégio para a construção de um grande edifício para a Academia Real da Marinha e Comércio da Cidade do Porto (o actual edifício da Reitoria da Universidade do Porto); 1804 - foi fundada por D. António de S. José e Castro na Quinta do Prado do Bispo ou Quinta da Mitra, o Seminário Diocesano do Porto, edifício onde se encontra actualmente o Colégio dos Órfãos; 1809 - nesta data o colégio passava por grandes dificuldades financeiras, em parte motivadas pelas invasões franceses, tendo os meninos que pedir esmola pela rua para o seu sustento; 1832 / 1834 - durante a Guerra Civil entre Liberais e Miguelistas, por iniciativa do então Bispo do Porto, D. João de Magalhães e Avelar, o edifício foi abandonado, tendo ardido completamente durante o Cerco do Porto; 1876 - Pinho Leal descreve o primeiro edifício ocupado pelo Colégio, dizendo que no seu interior ainda existe, sem ar e sem luz, o antigo colégio de Nossa Senhora da Graça, em estado de ruína; século 19 (finais) - o Colégio muda-se para a Rua dos Mártires da Liberdade, nº 237, recebendo em troca trinta contos de reis; 1899 - surge a ideia, pela Câmara Municipal do Porto, de aproveitar o edifício do antigo seminário diocesano do Porto, que à época se encontrava em ruínas, para aí instalar o Colégio dos Órfãos; 1900, 13 de Setembro - foi aprovado o projecto de restauro e adaptação do edifício; 1903, 17 de Setembro - o Colégio muda-se para o actual edifício sendo reitor o Padre Ascenso de Magalhães Fonseca; 1906, 31 de Agosto - foi benzida a igreja; 28 de Outubro - inauguração; 1912, 3 de Novembro - pedido de licença para construção dos muros da Quinta do Prado; 1951, 30 de Setembro - através de escritura celebrada entre a Câmara Municipal do Porto, e a Província Portuguesa da Sociedade Salesiana, os Padres Salesianos assumem a Direcção Pedagógica e a Administração do Colégio.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Bibliografia

LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Dicionário, Lisboa, 1876, vol. 7, p.302-303; http://www.cop.pt/cop/pdf/historial/edificios_colegiais.pdf., 5 de Março de 2009

Documentação Gráfica

CMP: Divisão de Obras

Documentação Fotográfica

IHRU:SIPA

Documentação Administrativa

CMP: AH

Intervenção Realizada

1900 - Obras de reconstrução, restauro e adaptação do edifício.

Observações

EM ESTUDO.*1 - Foi na cidade do Porto que existiu a primeira Roda dos Expostos. *2 - O edifício foi construído com o dinheiro que o Padre Baltazar Guedes conseguiu nas missas, com os lucros que obteve com a impressão de alguns livros espirituais, com as franjas, vestimentas eclesiásticas e frontões de altar que fazia, e com as esmolas que pediu pelo reino, juntamente com dois órfãos. *3 - As disciplinas ministradas eram o latim, música, náutica, desenho e outras artes. *4 - Esta cedência, considerada inicialmente favorável para os órfãos, tendo em conta as receitas que advinham do aluguer dos espaços, revelou-se extremamente negativa, ao ponto de estes se verem circunscritos a espaços cada vez mais reduzidos à medida que o edifício da Academia ia crescendo. Relatórios sucessivos apresentados à câmara, vão dando conta da degradação das condições de vida dos órfãos.

Autor e Data

Ana Filipe 2009

Actualização

 
 
 
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