Igreja Paroquial de Vilar de Ferreiros / Igreja de São Pedro

IPA.00021285
Portugal, Vila Real, Mondim de Basto, Vilar de Ferreiros
 
Arquitectura religiosa, maneirista e revivalista. Igreja de planta longitudinal composta de uma nave e capela-mor, mais baixa e estreita, com sacristia adossada, interiormente iluminada pelas janelas e com tectos em falsa abóbada de berço, de estuque, na nave e tecto de madeira de perfil curvo na capela-mor. Fachada principal terminada em empena, de cornija, rasgada por portal de verga recta encimado por janela rectangular, de capialço, flanqueada por campanário de duas sineiras terminadas em cornija. Fachadas laterais com pilastras nos cunhais coroados por pináculos piramidais e esfera, terminadas em cornija, com porta travessa de verga recta e janelas de capialço, na nave, e janelas semelhantes na capela-mor. No interior, coro-alto de madeira, baptistério do lado do Evangelho, púlpito de pedra, retábulos colaterais revivalistas e retábulo-mor maneirista de talha dourada e policroma, os primeiros de planta recta e um eixo e o mor de três eixos.
Número IPA Antigo: PT011705080070
 
Registo visualizado 91 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única, capela-mor e sacristia, rectangulares, em eixo, com campanário, também rectangular, adossado a E.. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, na igreja, e três, na sacristia. Fachadas em cantaria de granito, de aparelho em fiadas irregulares com juntas tomadas de cimento, percorridas por embasamento avançado e terminadas em cornija sobrepujada por beiral, com pilastras nos cunhais coroados por pináculos piramidais e esfera, e com cruz latina sobre acrotério nas empenas. Fachada principal voltada a N., terminada em empena de cornija, rasgada por portal de verga recta inscrita, encimado por janelão de capialço, rectangular. Sensivelmente recuado, dispõe-se o campanário, inferiormente vazado por arco de volta perfeita, moldurado, com duas ventanas em arco rematado por cornija recta sobrepujada por cruz sobre acrotério enquadrada por pináculos piramidais com esfera. Fachadas laterais rasgadas na nave por porta travessa, de verga recta, e duas janelas, rectangulares, de capialço, tendo na lateral E. escada adossada, com guarda de pedra e arranque decorado com motivos incisos, de acesso à sineira e ao coro-alto, com portas de verga recta e balcão assente em cachorros de pedra; a capela-mor é rasgada de cala lado por duas janelas, de capialço, confrontantes, possuindo a E. porta de verga recta. Sacristia rasgada por porta de verga recta, na lateral O., e três janelas rectangulares, jacentes, a S. e uma a E.. INTERIOR com nave rebocada e pintada de branco com silhar de azulejos de estampilha azul, amarela e branca, de padrão com atributos eucarísticos, sobre rodapé de granito, iluminada pelas janelas confrontantes, e com as portas laterais ladeadas por pia de água benta semicircular. Coro-alto sobre trave de madeira sustentada por três mísulas de pedra, com balaustrada de madeira; no sub-coro, pavimentado com lajes de granito, tem no lado do Evangelho pia baptismal monolítica, de taça semiesférica sobre pé de secção circular, e vão rectangular, moldurado, para guardar alfaias; no lado da Epístola surge pia de água benta. Lateralmente, surge no lado da Epístola, púlpito, de base circular sobre coluna de pedra, com guarda plena em pedra e escada de pedra, adossada, com corrimão de madeira; no topo da nave, dispõem-se confrontantes dois retábulos, de planta recta e um eixo em talha policroma a azul, beije e dourado. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas. Pavimento em taburnos de madeira e tecto em falsa abóbada de berço, sobre cornija de pedra, estucado e pintado de branco, com a imagem do padroeiro ao centro. Capela-mor rebocada e pintada de branco com silhar de azulejos idênticos aos da nave, abrindo-se no Evangelho porta para o exterior. Sobre supedâneo de granito, com dois degraus ao centro, retábulo-mor de talha policroma a azul, beije, castanho e dourado, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas compósitas, com o terço inferior marcado e ornado com elementos fitomórficos e querubim, sobre plintos paralelepipédicos decorados com motivos fitomórficos; ao centro, abre-se tribuna de perfil curvo e chave relevada, interiormente pintado e albergando trono expositivo de cinco degraus facetados; nos eixos laterais surgem mísulas sustentando imaginária, enquadrada por moldura com remate de acantos; sobre o entablamento, com friso de acantos e querubins, desenvolve-se o ático em espaldar contracurvadao, terminado em cornija e decorado no tímpano por elementos fitomórficos enrolados e a teara e chaves alusivas ao orago; banco em apainelados ornados de elementos fitomórficos e querubins integrando ao centro sacrário, com custódia e Agnus Dei na porta. Altar paralelepipédico com frontal em talha dourada, de acantos enrolados enquadrando três painéis pintados com motivos alusivos à Eucaristia. Enquadra o retábulo dois painéis, pintados na mesma cor, e terminado em pequena cornija de acantos, sobreposto por mísula com imaginária encimado por elementos fitomórfico. Pavimento em lajes de granito e tecto em falsa abóbada de berço, de madeira, assente em cornija de pedra. A sacristia rebocada e pintada de branco, com pavimento em lajes de granito, possui lavabo de pedra com espaldar rectangular vertical, terminado em arco de volta perfeita com uma bica inserida num florão, encimado por reservatório em abóbada concheada, e de onde jorra a água para uma pia, sub-circular, com base gomeada.

Acessos

Lugar da Igreja

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, no limite da povoação, isolada, rodeada de casas e quintais. Envolve a igreja adro, empedrado a cubo granítico, cerrado por muro de pedra, com portão de ferro do lado E. e acesso frontal por escadaria de pedra, enquadrada por pilares de granito sobrepujados por pináculos piramidais. Nas traseiras do adro, junto da Residência Paroquial, ergue-se o Cruzeiro de Vilar de Ferreiros (v. PT011705080017). A pouca distância, para SE., fica a Capela de São Sebastião (v. PT011705080016), interessante exemplar alpendrado, seiscentista.

Descrição Complementar

O lintel do portal principal tem a inscrição ANNO 1689; junto da ombreira direita, do mesmo portal, está inscrita a data de 1799; na verga da porta para o coro-alto está inscrito ANO 1700. Retábulos laterais semelhantes de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas, decoradas com pâmpanos e fénices, sobre plintos paralelepipédicos decorados com motivos fitomórficos, e de capitéis coríntios, sustentando entablamento, com friso de acantos e querubim, e espaldar contracurvado, terminado em cornija sobreposta ao centro por acanto relevado, e tendo no tímpano elemento alusivo à invocação do retábulo; ao centro possui painel pintado, o da Epístola com os três pastorinhos, sobreposto por mísula de acantos suportando imaginária; banco com painel decorado de acantos. Altares paralelepipédicos, com frontal decorado de acantos relevados e anjos emoldurando três painéis, de fundo azul, com motivos alusivos a Nossa Senhora e à Eucaristia.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1220 - Nas Inquirições de D. Afonso II, a paróquia era referenciada como São Pedro das Ferrarias e tinha por abade João Eanes que testemunhara que a igreja era do padroado real; 1258 - nas Inquirições de D. Afonso III existe referência à "ecclesia sancti Petri de villar de ferreyros", aparecendo a testemunhar o pároco, Rodrigo Martins, que dizia que o rei era padroeiro da igreja e toda a vila sua foreira; séc. 13, meados - referência à posse de bens nas "Ferrarias" por parte de D. Pedro Afonso, 3º Conde de Barcelos, dados como penhor ao arcebispo de Braga por dinheiros que este havia emprestado; 1350 - por testamento o conde ordena que os seus bens de Mondim e das "Ferrarias" ficassem para a sua "hospeda", D. Teresa Anes "de Toledo" que com ele vivia nos paços de Lalim; 1507, 28 Junho - documento de emprazamento de um casal em Vilarinho, pertencente à igreja, mandado fazer pelo abade Álvaro de Medeiros a favor de Álvaro da Costa; 1514 - D. Manuel I concedeu foral novo a São Cristóvão de Mondim, contemplando terras de Vilar de Ferreiros; 1546, 30 Junho - feitura do tombo e inventário de todos os bens da igreja, sendo seu pároco o Pe. Fernão de Magalhães; 1547 - data do primeiro registo de óbito documentado; 1553 - data do primeiro registo de casamento documentado; 1557 - data do primeiro registo de baptismos documentado; 1565, 11 Janeiro - confirmação da igreja ao Pe. Fernão de Magalhães; 1566 - feitura de um novo tombo da igreja; 1580, 5 Novembro - por renúncia do Ldo. Fernão Galindes Mogolhão, foi feito o registo do título desta igreja a favor de Miguel de Sequeiros; 1592, 17 Junho - traslado do tombo de 1566; 1689 - edificação da actual igreja paroquial; séc. 17 - a freguesia aparece no padroado dos marqueses de Marialva; 1770 - data inscrita no portal de acesso ao coro-alto; 1718, 4 Abril - para satisfazer a Pastoral do Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles, foi feito um novo tombo da igreja; 1758 - o abade de Vilar de Ferreiros, Pe. Manuel Paulo da Silva Pereira e Queirós, refere que a sua igreja, cujo orago era São Pedro, tinha "hua nave com tres altares, o mayor em que está o Tabernáculo do Sacramento, da parte da Epístola, tem a Imagem do Senhor dos Passos e do lado do Evangelho a de S. Pedro. Nos altares collatrais, o da parte da Epístola dedicado ao Nome de Deus e nele está a sua Imagem e Santa Bárbara, no altar da parte do Evangelho dedicado a N. Sra do Rosário está a sua Imagem e a de Santa Ana"; 1779, 2 Julho - sentença apostólica a favor do Reverendo José Pereira da Mota Pimentel; 1799 - data da lápide junto ao portal axial, assinalando uma provável remodelação da igreja; 1810 - data do primeiro registo de testamentos documentado; 1825 - visita pastoral realizada pelo Pe. José António de Madureira, tendo sido culpadas de devassa 6 pessoas; 1830, 14 Novembro - inicio de nova devassa, sendo abade de Vilar de Ferreiros o Dr. José da Cunha e Silva; 1895, 26 Setembro - a freguesia foi unida ao concelho de Celorico de Basto; 1898, 13 Janeiro - a freguesia voltou à jurisdição de Mondim de Basto; séc. 20 - alteamento das empenas; substituição dos retábulos.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura, rodapé da nave e capela-mor, pia baptismal, pias de água benta, lavabo da sacristia, púlpito, pavimento do sub-coro, capela-mor e sacristia e escada para o coro-alto de granito; silhar de azulejos na nave e capela-mor; portas, balaustrada do coro-alto, corrimão das escadas do púlpito e tecto da capela-mor de madeira; retábulos de talha policroma; pavimento da nave em taburnos de madeira cobertura exterior de telha; grades das janelas de ferro.

Bibliografia

LOPES, Eduardo Teixeira, Mondim de Basto Memórias Históricas, Mondim de Basto, 2000, pp. 431 - 475; MARIZ, José (Coordenação), Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais, vol. 2 - Norte, s.l., 1994; PEREIRA, A Região de Basto e as Ferrarias entre Tâmega e Douro, in Tellus, nº 8, Vila Real, 1983, pp. 30 - 31.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Arquivo Distrital de Vila Real: Arquivo Paroquial (datas extremas: 1533 - 1876)

Intervenção Realizada

F.I.P.: 2004 - substituição do telhado, arranjo dos pavimentos e tectos, recuperação dos retábulos e pintura.

Observações

Autor e Data

António Dinis 2004

Actualização

 
 
 
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