Igreja Paroquial de Linhares / Igreja de São Miguel

IPA.00002122
Portugal, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Linhares
 
Arquitectura religiosa, barroca e rococó. Igreja paroquial de planta longitudinal simples, composta por nave com coro-alto, capela-mor e torre sineira adossada ao lado esquerdo. Fachada principal em empena de lanços com os vãos rasgados em eixo, composto por portal em arco abatido e por óculo quadrilobado. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, firmados por fogaréus, remates em friso e cornija. As laterais são rasgadas por janelas em arco abatido e a direita por porta travessa. O volume da capela-mor é dividido em panos, cada um rasgado pro janelas com farta decoração rococó. Interior com coro-alto, coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira, púlpito no lado do Evangelho e seis estruturas de talha dourada. Igreja de construção barroca, mas com ampliação visível na forma como a capela-mor e a nave se encontram, com marcação de uma empena bastante alta, quase da altura da fachada principal, e com tratamento distinto das pilastras e pináculos nos dois volumes. Também a torre sineira se enquadra de forma deficiente na fachada, encontrando-se embebida nesta e formando uma assimetria no que concerne aos frisos, às pilastras e cornija. Fachada principal com decoração veemente, no portal com decoração em friso, dupla cornija e forntão interrompido, bem como o óculo, envolto por concheados. A capela-mor tem a as faces divididas em panos, onde se rasgam janelas com avental e remate em cornijas borromínicas, e, na posterior, óculos em forma de concha, numa solução bracarense do trabalho das fachadas. Em termos de planta, este volume difere entre exterior, de ângulos arredondados, e interior, onde, partindo da capela-mor, mais estreita e baixa, saem duas portas que comunicam com dois corredores laterais que ligam à sacristia na fachada posterior. No interior, surgem três retábulos laterais.
Número IPA Antigo: PT010403080009
 
Registo visualizado 1063 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal simples e regular, composta por dois corpos rectangulares justapostos, correspondentes à nave e à capela-mor, surgindo, ainda, a torre sineira, quadrada, no lado esquerdo, possuindo volumes diferenciados, numa disposição horiozntalista das massas. Coberturas diferenciadas, com telhados de duas águas em telha de aba e canudo e coruchéu piramidal na sineira. Fachadas parcialmente sem reboco (encontra-se em processo de remoção), excepto na capela-mor, completamente rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantariana nave, circusncritas por cunhais apilastrados firmados por pináculos e fogaréus e remates em friso e cornija. A fachada principal, virada a O., ostenta portl em arco abatido com moldura recortada em cantaria lavrada com volutas nas extremidades inferiores das jambas e remate com ornamento relevado de acantos na chave, friso liso que acompanha o perfil do arco e frontão interrompido com pequeno espaldar encimado por cornija. Sobre o portal, óculo quadrilobado com moldura de granito ornamentada por enrolamentos, concheados e acantos. Por cima, possui um relógio, sobre o qual se vê cartela com data insculpida, em caracteres romanos "MDCCLXXIII". A fachada remata em empena de lanços contornada por friso de cantaria e cornija, tendo no eixo uma cruz latina em granito, sobre peanha, com as extremidades das hastes trilobadas. No lado esquerdo, torre sineira, embebida no pano da fachada e demarcada por cunhais, com três registos divididos por friso e cornija, os dois primeiros cegos, e, no registo superior, quatro sineiras de volta perfeita em cada uma das quatro faces. O conjunto remata em balaustrada de granito com pequenos pináculos nos ângulos. As fachadas laterais são idênticas, rasgadas no corpo da nave, por vãos em arco abatido moldurados, corespondentes a uma porta e janelas gradeadas. O desnível do terreno obriga à existência de um degrau sobre pequeno estrado de pedra na porta da fachada N., onde também se observam os vestígios de um arco de volta perfeita, entretanto entaipado com um tipo de aparelho distinto. A nave encosta-se a pilastras de granito lisas com capitéis compósitos, formando a divisória da capela-mor, que ultrapassa consideravelmente a altura do actual corpo da igreja, que remata em empena e com cruz latina em granito no vértice. A coroar cada uma das pilastras, sobre a estreita arquitrave lisa que assenta no ábaco do capitel, vestígios de uma cornija dupla em ressalto, coberta por telha e, por cima, plinto com fogaréu similar aos da fachada principal. Parcialmente cortadas por essas pilastras, outras duas de material e composições similares, mas de inferior altura, marcam o volume da cabeceira, divididas em três panos, por pilastras lisas com capitéis coríntios, os dois primeiros preenchidos por janelas em arco abatido molduradas com um óculo oval no avental, com ornato vegetalista e borla pendente do eixo, e remate em cornija borromínica alteada. No terceiro, rasgam-se dois vãos justapostos, ambos moldurados, tendo o inferior uma porta em arco abatido e o superior uma janela semelhante às anteriores. Possue, nas extremidades, cunhais curvos apilastrados, que provocam um estreitamento da largura do espaço interno da cabeceira, cuja fachada posterior se apresenta dividida em dois panos, mas a pilastra que marca a divisão termina a cerca de dois terços da altura do pano murário, abrindo-se sobre ela uma janela rectilínea moldurada. Em cada pano, janela semalhante às laterais e, sobre estas, rasgam-se outras janelas molduradas, em forma de vieira. Sobre os cunhais, fogaréus distintos dos anteriores. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em taburnos de madeira com guias de cantaria e cobertura em falsas abóbadas de berço pintadas. Coro-alto de madeira, sob o qual surge o baptistério, na base da torre; púlpito do lado do Evangelho. Retábulos laterais e colaterais em talha dourada. Na capela-mor, o retábulo-mor surge sobre supedâneo com acesso por escadas centrais.

Acessos

Pela EN 633, 10 Km. depois de Carrazeda de Ansiães entra-se na povoação, descendo-se até à Ribeira de Linhares, atravessando-se a ponte; na margem S., andam-se alguns metros até uma praça, subindo-se para a direita, no sentido S., onde se vê o imóvel no lado esquerdo

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41 191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957

Enquadramento

Peri-urbano, em encosta de colina, isolado do aglomerado, quase no extremo da zona antiga da povoação. Tem pequeno adro em volta, estreitado a E. e S. devido à topografia do terreno e definido a O. e N. por muro em aparelho ciclópico, interrompido por escadaria flanqueada por dois plintos de cantaria e ladeado, a N., pelo cemitério da povoação.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é cabeça da Comenda de São Miguel da Ordem de Cristo, sendo comendador D. Francisco Manuel; é uma reitoria do padroado real, mas o reitor é apresentado pelo Bispo de Braga; a comenda rende 260$000 e a reitoria 70$000; séc. 18, meados - início da construção, substituindo outra mais antiga, localizada no sopé do monte, próximo do castelo; 1773 - presumível construção ou conclusão da nave, de acordo com data na fachada principal; séc. 20, início - aplicação de relógio na fachada principal; 1955, 23 Novembro - menciona-se a existência de uma sacristia de estrutura e decoração semelhante à da cabeceira; verifica-se a necessidade de arranjar e isolar a empena sobre o arco triunfal, consolidação da cobertura da nave, limpeza, caiação e reparação de estuques, colocação de vidros partidos, beneficiação do coro-alto e torre. detectam-se infiltrações junto ao arco triunfal e ao coro; 1956, 15 Fevereiro - proposta da DGEMN para classificação; 1999 - as fachadas encontravam-se todas rebocadas, excepto nos cunhais e nos frisos graníticos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito na estrutura parcialmente rebocada, nas molduras, cunhais, pináculos, cruzes; xisto argamassado com barro e madeira; madeira nas coberturas internas, coro-alto, púlpito, retábulos e imaginária; telha de aba e canudo; vidro simples nas janelas.

Bibliografia

AGUILAR, José, Carrazeda de Ansiães e seu termo. Esboço e subsídios para uma monografia, Carrazeda de Ansiães, 1980; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; MOREIRA, Maria da Conceição, Linhares - Aspectos Históricos, Lisboa, 1980; MORAIS, João Pinto de e MAGALHÃES, António de Sousa Pinto, Memórias de Ansiães, Carrazeda de Ansiães, 1985; SOUSA, Fernando e PEREIRA, Gaspar Martins, Alto Douro. Introdução - Douro Superior, Lisboa, 1988; LOPES, Flávio [coord.], Património arquitectónico e arqueológico classificado. Distrito de Bragança, Lisboa, 1993; TAVARES, Virgílio, Conheça a nossa terra. Carrazeda de Ansiães, s.l., 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Séc. 20, 2.ª metade - demolição da sacristia primitiva; 2001 / 2002 - intervenção no imóvel, ao nível das fachadas e da cobertura, com colocação de novo telhado.

Observações

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001

Actualização

 
 
 
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