Núcleo urbano da cidade de Leiria

IPA.00020765
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
 
Núcleo urbano sede distrital. Cidade situada em encosta e vale. Cidade medieval, estruturada nos séculos 13 e 14, tendo-se consolidado nos séculos 15 e 16. O centro histórico adquiriu os actuais limites apenas no final do século 19 e durante o século 20. À semelhança da maioria das cidades portuguesas, a função defensiva está na origem da cidade e o local de fixação escolhido está próximo de um curso fluvial. D. Afonso Henriques decidiu construir o Castelo de Leiria para marcar uma posição defensiva estratégica na época da reconquista. O núcleo fundacional da cidade, no qual se destacam o castelo e os paços real e episcopal, ocupa o topo do monte, o local mais alto das periferias. Num primeiro momento a sua implantação teve origem nas lógicas militares da época medieval, em que quanto mais difícil fosse o acesso, maior segurança defensiva se obtinha. Posteriormente, a localização da sede eclesiástica já radica noutros pressupostos, relacionados com o discurso do poder. As três forças da sociedade (militar, política e religiosa) estavam sedeadas no ponto mais alto da povoação, onde pudessem ser a todo o momento visíveis e, ao mesmo tempo, controlar os cidadãos. O destaque da parte alta e amuralhada em relação ao resto da cidade é potenciado por um perímetro de vegetação. Leiria ainda conserva grande parte do traçado urbano da época medieval. Toda a estrutura urbana que se inicia no castelo e desce em direcção ao rio, conserva uma morfologia típica das cidades medievais, na qual a rua Direita detém um papel estruturante, entroncando nela todos os outros arruamentos. A procura dos terrenos mais baixos deveu-se às novas funções da cidade em crescimento: agricultura e comércio. Os enfiamentos viários originários do período medievo são organizados em função do eixo matricial, sendo-lhe aproximadamente perpendiculares ou paralelos. Os espaços públicos fundamentais também estão intimamente relacionados com e regrados pela rua Direita, ficando o Terreiro numa das extremidades e o Largo da Sé na outra. A Praça de S. Martinho, de desenho renascentista adaptado, segue as direcções e os parâmetros dos 5 arruamentos que lhe ligam ao eixo primordial da cidade. O Rossio, anexo à Praça e a ela ligado originariamente por um arco, algo muito recorrente nas ruas do burgo, é um espaço amplo de transição para o rio. Os tipos arquitectónicos de referência são a casa urbana unifamiliar de 2 ou 3 pisos, com acesso não axial e 1 ou 2 janelas. A maior parte dos edifícios construídos nas franjas do conjunto medieval podem ser considerados discordantes com ele, sobretudo os que têm mais de 4 pisos. A cidade de Leiria é cabeça de Comarca (Costa, 1706). O Castelo de Leiria, no qual se destaca o bem desenhado e elegante Paço Real, domina todo o centro histórico da cidade. Este complexo construído funciona como um vigilante sempre presente e visível a partir de qualquer ponto em que o observador se encontre, sendo considerado um dos mais interessantes castelos de Portugal. Após a conquista de Lisboa e Santarém deixou de haver actividade militar frequente nas proximidades de Leiria. A origem defensiva da cidade deixou de fazer sentido, levando a povoação a procurar novas zonas de edificação, com melhores acessibilidades e terrenos menos íngremes. O clima de paz duradoura provocou um crescimento acelerado na época medieval e todo o traçado urbano dessa época ainda se pode encontrar quase intacto. A maioria das edificações correntes não possui um carácter excepcional, se analisadas isoladamente, mas sim enquanto células de um organismo morfologicamente coerente e respeitador de um traçado medieval herdado. No entanto, existem alguns edifícios que se destacam do meio urbano, para além dos alcandorados no monte fortificado. São alguns deles a Sé de Leiria, um verdadeiro monumento no final da Rua Direita, o Hospital da Misericórdia, no outro lado do rio, o Convento de Santo Estêvão, o Convento de Santana, o Hotel Lis e a Igreja do Espírito Santo. Em todas as épocas foram sendo construídos edifícios com interesse patrimonial, testemunhos de civilização com valores distintos.
Número IPA Antigo: PT021009120098
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Cidade  Vila medieval  Vila fortificada  Régia (D. Afonso Henriques)

Descrição

Conjunto definido por múltiplos traçados urbanos de origem diferenciada. O núcleo fundacional do conjunto corresponde ao Castelo e todo o complexo construído anexo, constituído pelo Paço Real, que lhe fica adossado, e pelas ruínas da Igreja de Santa Maria da Pena (primeira igreja a ser construída em Leiria). Este núcleo de forma poligonal está localizado no ponto mais alto do aglomerado urbano (113 metros de altitude) e encontra-se envolvido por duas linhas de muralhas, existindo, entre as do último reduto e as outras, o terreiro da Alcáçova. Situado a N. do castelo e livre de construções, o terreiro surge ajardinado e repleto de várias espécies vegetais. A segunda linha amuralhada delimita o espaço elíptico do cimo do monte, cujo maior eixo segue a direcção S./N. A urbe desenvolveu-se posteriormente para E., estruturada em função do Largo de S. Pedro, que apresenta uma forma irregular, aproximadamente trapezoidal, resultado dos espaços residuais do edificado aí construído. A sua extensão maior direcciona-se segundo o eixo N./S. e mede cerca de 72 metros e a menor é-lhe perpendicular, começando nos 20 metros e atingindo um máximo de 41 metros. Os alinhamentos dos vários quarteirões sofrem avanços e recuos, destacando-se o Paço Episcopal (v. IPA.00010995), saliente em relação à Capela de São Pedro, edifícios que rematam o largo pelo lado E. O Paço Episcopal, pela sua imponente massa edificada, domina claramente este terreiro, onde terão existido inicialmente os Paços do Concelho e o Paço Real. Também merece referência o portal de pedra da Capela de São Pedro, pela sua força e austeridade e pelo próprio material pétreo em que foi concebido, contrastante com a cal das paredes. Este espaço público localiza-se no coração da zona inicial de crescimento da cidade, toda ela envolvida por muralhas e barbacãs e protegida por torres, denunciando a função defensiva originária da povoação. O núcleo intramuros apresenta uma forma oval, alongada segundo o eixo maior de direcção O./E. e achatada segundo o eixo menor de direcção N./S. As portas da cerca localizam-se nas extremidades deste eixo, sendo a Porta do Sol a mais meridional e encimada pela Torre Sineira (v. IPA.00006887). A N. localiza-se a Porta dos Castelinhos, defendida por duas torres. A muralha e a abundante vegetação que a envolve amplificam o efeito de destaque do castelo e edifícios anexos (já descritos) em relação ao resto da cidade. O desenvolvimento urbano da vila medieval direccionou-se para Sul, junto ao monte vulcânico onde foi implantado o Castelo, fazendo-se a ocupação da encosta e das sucessivas plataformas entre a colina amuralhada e a margem esquerda do rio Lis. A exposição solar, aliada à circunstância da inclinação da encosta sul ser mais suave, terá sido um dos principais factores da preferência por essa zona de crescimento urbano em detrimento da encosta Norte, também ela mais fustigada pelos ventos dominantes. O traçado urbano desta área assemelha-se a uma disposição em leque ou em anfiteatro, funcionando a Rua Direita (actual Rua Barão de Viamonte) como o eixo fundamental de formação do tecido urbano. A Rua Direita é a espinha dorsal da estrutura viária, entroncando nela todas as outras ruas, e o eixo maior da elipse que era a vila medieval. Trata-se de um arruamento com uma largura que varia de quarteirão para quarteirão, sendo maior que 1,5 metros e menor que 6 metros, fazendo uma inflexão no cruzamento com a Rua Nova ou da Misericórdia (actual Rua Miguel Bombarda). A Rua Direita era o coração da vida urbana medieval, elemento vital da urbe. Até à época manuelina terá sido a zona pública mais concorrida, repleta de comércio, festas públicas e animação. Este eixo viário está orientado de NE. para SO. e liga dois espaços públicos estruturantes localizados nas suas extremidades: o Largo da Sé, localizado a NE., e o Terreiro (actual Largo Cândido dos Reis), situado a SO. Os quarteirões desta área têm formas planimétricas aproximadas de rectângulos irregulares e são densamente edificados, orientando o seu maior eixo segundo a direcção perpendicular à Rua Direita. Na época medieval o leito do rio Lis encontrava-se mais próximo da Rua Direita, tendo um troço paralelo a esta. O traçado urbano dos quarteirões localizados entre esta rua e a margem do rio foi estruturado segundo estes dois vectores fundamentais para a vida urbana daquela época, seguindo direcções paralelas e perpendiculares a eles. É neste espaço que o desenho dos quarteirões denota maior regularidade, sendo, de uma forma geral, muito dissemelhante. O tecido parcelar também não é constante, embora se verifique a predominância do lote quadrangular em relação ao lote estreito. As áreas mais baixas de expansão da urbe, próximas do rio Lis, indiciam o progressivo abandono do sítio original do Castelo. As igrejas localizadas extramuros funcionavam como pólos estruturantes da malha urbana. A Igreja de S. Martinho, localizada na Praça de S. Martinho (actual Praça Rodrigues Lobo), foi um desses pólos, tendo funcionado no seu adro uma feira anual desde o final do séc. 13. A actual configuração da Praça de S. Martinho resulta de um reordenamento feito no reinado de D. Manuel, tendo sido demolida a igreja com o mesmo nome e conferido ao espaço um desenho mais consentâneo com as necessidades da recente cidade, para além de se ter definido um alinhamento mais regular dos quarteirões. O espaço público urbano da época manuelina passou a ter melhores condições de habitabilidade e convivência, tendo-se realizado obras de beneficiação em vários locais. Após a elevação de Leiria a cidade, a Praça de S. Martinho passou a ser o seu centro cívico, social e comercial, sendo transferidos para lá o Pelourinho e os edifícios da Câmara e da Cadeia. Entretanto estes edifícios acabaram por voltar a ser transferidos para outros locais, mas ainda hoje a Praça de S. Martinho é considerada o coração da cidade, pela sua localização geográfica, acessibilidade e actividade. A Praça de S. Martinho tem uma configuração de um quadrilátero irregular, fruto de uma ampliação de uma velha praça medieval, em que os lados acabam por não ser exactamente perpendiculares entre si. Os lados maiores medem cerca de 56 metros e os menores aproximadamente 47 metros, orientando-se perpendicularmente e paralelamente à Rua Direita. Todo o lado SO. da Praça, entre a Rua do Comércio e a Rua da Graça, é rematado por edifícios com arcadas de pedra ao nível do piso térreo, funcionando aí uma série de esplanadas. Nas arcadas ainda subsiste uma coluna da desaparecida Igreja de S. Martinho. A importância desta praça pode ser atestada pelas onze ruas que lhe dão acesso. A cada um dos seus cantos aflui pelo menos uma rua. A ligação entre a Praça de S. Martinho e a Rua Direita é efectuada por 5 enfiamentos viários, cuja configuração perdura desde a época medieval e seguindo direcções perpendiculares a esta. São eles a já referida Rua da Misericórdia, na qual se destaca a Igreja da Misericórdia (v. IPA.00007215), e as Ruas do Godim (actual Gago Coutinho), do Pelourinho (actual Sacadura Cabral), da Enxovia (actual Rodrigues Cordeiro) e da Cadeia (actual Mestre de Aviz). Todas as outras ruas seguiam direcções aproximadamente paralelas às destas ruas ou então eram paralelas ao eixo principal da cidade, como é o caso das Ruas do Pão e da Água e de Cima (actualmente Rua D. Afonso Henriques) e do Arco da Misericórdia (actual Rua Ant. Albuquerque). O edificado presente na zona de herança medieval é essencialmente residencial, maioritariamente com 2, 3 e 4 pisos, surgindo como tipos de referência as casas urbanas unifamiliares e os prédios de rendimento. A utilização dominante é a residencial, existindo comércio no piso térreo e escritórios em alguns pisos superiores. Dentro das casas urbanas unifamiliares de 2 e 3 pisos verifica-se um número significativo de casos com acesso não axial com 1 ou 2 janelas. O Terreiro é o espaço público estruturante que surge no final da Rua Direita e que rematava a vila medieval a SO., tendo servido como local privilegiado para concentração de cabeças de gado e outras actividades relacionadas com a actividade rural. Fazia a ligação entre o mundo agrícola que rodeava o aglomerado e as zonas urbanas onde se praticava o comércio. O Terreiro é um espaço alongado com 150 metros de comprimento e que alarga na direcção da Rua Direita, começando com 2 metros de largura no contacto com o Caminho da Portela (actual Rua de Alcobaça) e terminando com 22 metros. Hoje é a zona de maior animação nocturna, porém, no final do século 18, era a parte nobre da cidade, onde se localizavam os solares e palacetes das famílias brasonadas e abastadas. Ainda hoje existem Solares com planta em L e capela particular anexa, localizada num dos extremos da fachada principal. A Casa da Família Charters, da família Alçada, o Solar dos Ataídes e a Casa Barão de Salgueiro são solares e palácios inseridos na malha urbana, que apenas se destacam do restante edificado pelo tratamento conferido ao nível dos elementos arquitectónicos e pela sua escala. No outro extremo da Rua Direita encontramos a Sé de Leiria e o seu Largo. A Sé dá a conhecer a sua fachada principal no término do principal eixo viário da época em que foi construída, com o objectivo de ser potenciado o seu carácter monumental. Foi construída numa plataforma que opera a transição entre a zona do Castelo e a parte baixa da cidade e tem na sua fronte um largo dividido em dois espaços distintos, através do desnivelamento do adro. Este espaço público estruturante tem uma forma rectangular, orientada com os lados maiores na perpendicular à Rua Direita, que medem 52 metros. A largura do rectângulo é 37 metros, sendo 20 metros até ao muro que limita o adro. Para S. e imediatamente próximo da Praça de S. Martinho fica o Rossio (actual Largo 5 de Outubro de 1910), que operava uma importante ligação da cidade com o rio Lis, principal força motriz das antigas instalações fabris aí sedeadas. O Rossio, actualmente com uma extensão maior em virtude do desvio do leito do rio, é um espaço público rectangular, sendo os seus lados maiores orientados segundo a direcção SO./NE. Confronta num destes lados com um troço da margem do rio e mede 180 metros, medindo o lado menor cerca de 115 metros. Grande parte da superfície do antigo Rossio está hoje ajardinada, funcionando, no seu interior, o posto de turismo e um estabelecimento de restauração. A Igreja de Santo Estêvão (v. PT021009120080) constitui outro elemento polarizador de crescimento da malha urbana durante e após o séc. 16. O edificado anexo ao convento apresenta um traçado urbano linear, seguindo a direcção das ruas e apresentando quarteirões alongados segundo estas, sem uma forma regular definida. Predominam nesta zona os edifícios destinados a habitação com dois pisos. A zona localizada a N. do Castelo tem uma morfologia urbana irregular, caracterizada por um traçado viário curvilíneo, procurando vencer as fortes inclinações do terreno da forma menos íngreme possível. O casario que lá se encontra é muito disperso. No início do séc. 20 os terrenos do Convento de Santana, localizados na parte S. do aglomerado, foram loteados e urbanizados, existindo uma série de ruas com um traçado claramente distinto das restantes do aglomerado (mais regularizado e de maiores dimensões). A Avenida dos Combatentes da Grande Guerra é o enfiamento mais rectilíneo de todo o conjunto, tendo um comprimento de 350 metros e uma largura constante de 10 metros, sendo intercalado pelo Largo de Santana, uma rotunda, e terminando noutra rotunda, junto ao rio, o Largo Alexandre Herculano. Na zona proliferam os edifícios de habitação e escritórios com mais de 4 pisos, para além dos centros comerciais, muitos dos quais totalmente discordantes em relação ao meio em que estão inseridos. Desse loteamento também nasceram as ruas Machado dos Santos e Doutor José Jardim, com um desenho curvilíneo, procurando vencer o desnível do terreno de forma aprazível. Nesta última rua existe uma predominância de lotes onde foram edificadas moradias, algumas com uma dimensão considerável. Junto ao rio, a Igreja do Espírito Santo funciona como elemento de referência, assim como se destaca, mais para E., o Chafariz Grande (v. IPA.00003266). Na outra margem, para E., o Hospital da Misericórdia domina um segmento de traçado urbano irregular com origem no século 18. Aqui predominam o lote estreito e o lote quadrado. Algumas ruas da cidade eram fechadas por meio de arcos, conforme a toponímia nos indica: ruas do Arco do Açougue, do Arco da Misericórdia e do Arco dos Cónegos. Nestas circunstâncias os edifícios privados sobrepõem-se ao espaço público canal. Com o passar do tempo a função defensiva originária da urbe foi perdendo significado (não existiam inimigos nas proximidades) e hoje o Castelo, no qual se destaca a muito elegante e bem desenhada colunata, encontra-se isolado do resto da cidade e envolvido por uma densa mancha arborizada. Pode-se afirmar que a cidade está dividida em dois momentos: a zona do castelo, envolvida pelas muralhas e rematada pelo Paço Episcopal e pela Torre Sineira, e a zona mais baixa, com maior actividade, melhores acessibilidades e cerzida ao resto da cidade contemporânea. O Paço Episcopal constitui um sólido edifício, com dimensões significativas, testemunho do poder, riqueza e influência da igreja nas épocas de seiscentos e setecentos. A localização do edifício num lugar alto, para onde todos os olhares convergiam, teve por base o objectivo de dominar a povoação. Por seu lado, a Torre Sineira está localizada num ponto estratégico de ligação entre a área do poder eclesiástico e a área ocupada pelos fiéis. A torre servia de meio de comunicação à distância entre as duas classes. A sua forma rectangular com traços de robustez e simplicidade transmite uma ideia de força, de afirmação da importância do senhor eclesiástico, característico do discurso do poder da época barroca.

Acessos

Rua Tenente Valadim, Avenida Heróis de Angola, Estrada da Marinha Grande, Avenida 25 de Abril

Protecção

Inclui Castelo de Leiria (v. IPA.00003312) / Sé de Leiria (v. IPA.00001804) / Mercado de Leiria (v. IPA.00004715) / Capela de São Pedro (v. IPA.00001775) / Colégio Correia Mateus (v. IPA.00005305) / Igreja da Misericórdia de Leiria (v. IPA.00007215)

Enquadramento

Urbano, situado em encosta e vale. A cidade de Leiria situa-se no centro de Portugal, nas imediações do litoral, implantada num terreno dominado por relevos pouco acentuados onde as pequenas elevações raramente excedem os 400 m de altitude. No entanto, as extensas planícies não são características deste local, denotando-se uma percentagem elevada de terrenos de forte inclinação. O território é cortado por várias linhas de água, destacando-se os rios Lis, estruturante da rede hidrográfica, e Lena, seu afluente. O rio Lis corre inicialmente apertado nos calcários jurássicos do maciço estremenho. A montante de Leiria o seu vale alarga progressivamente e torna-se muito aberto. Corre de SE. para NO. e parte do seu percurso sinuoso está localizado dentro da área urbana, distando, neste ponto, 128 km do mar. O Pinhal de Leiria, situado a N., faz parte da Mata Nacional do Urso e constitui uma das maiores manchas naturais da região centro do país. Inicialmente uma paisagem de carácter predominantemente rural, repleta de campos férteis para a agricultura, tem sofrido profundas alterações nos últimos tempos, passando a deter um maior peso industrial. A cidade de Leiria divide-se em duas partes morfologicamente distintas: a cidade de herança medieval e a zona nova com largas avenidas e edifícios construídos em altura, que envolve a antiga. O Estádio de Leiria, situado a NO. do Castelo e demasiadamente próximo deste, degrada o enquadramento paisagístico do núcleo fundacional da cidade. Os bairros modernos são caracterizados por alguma insensibilidade na sua relação com os antigos. Na proximidade imediata do Centro Histórico de Leiria destacam-se a Igreja e Convento de São Francisco (v. PT021009120008), situados a NE., o Antigo Liceu Rodrigues Lobo (v. PT021009120064), a Casa do Dr. João Carlos Verde de Oliveira (v. PT021009120065), a Residência do Dr. Oliveira Dias (v. PT021009120063), a Pensão de Tomar (v. PT021009120077) e o Moinho da Família Faria (v. PT021009120079), localizados a SE., o Convento da Portela (v. PT021009120143) a SO. e a Antiga Escola Industrial e Comercial de Leiria (v. PT021009120132) a O.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 14 / 15 / 16 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

séc. 4 a.C. - vestígios arqueológicos atestam ocupação humana na zona do castelo de Leiria. Existem referências à cidade romana de Collipo; séc. 12, segundo quartel - D. Afonso Henriques conquista o território de Leiria aos Mouros e funda o recinto muralhado e a primeira igreja intramuros na colina, antes uma "terra despovoada, erma e bravia" (Gomes, 1995); séc. 12, último quartel - construção da cerca da vila e da Capela de São Pedro no centro do burgo amuralhado; 1135 / 1140 - lutas pela posse do Castelo, com avanços e recuos sucessivos, tendo D. Afonso Henriques retomado finalmente a fortaleza e reedificado a povoação; 1142 - 1º Foral de Leiria atribuído por D. Afonso Henriques. Alguns autores defendem que este foral nunca existiu (Saraiva, 1929); 1144 - reconstrução do Castelo de Leiria; 1144 / 1147 - construção da Igreja de Santa Maria da Pena, 1ª igreja intramuros; 1195 - novo Foral de D. Sancho I, confirmado por D. Afonso II em 1217; séc. 13, início - o povoado liberta-se das muralhas castrenses e começa a estender-se em direcção ao rio, para Poente; 1211 - 1.ª referência à igreja de invocação de Santo Estêvão, situada no bairro com o mesmo nome, separado da vila medieval e embrião de outro importante aglomerado medieval (onde se localizava a mouraria); 1229 / 1234 - estabelecimento dos Franciscanos em Leiria para aí fundar o convento, no Rossio de S. André; séc. 13, 2ª metade - D. Afonso III e, mais tarde, D. Dinis ordenam a plantação do pinhal de Leiria, o primeiro exemplo de monocultura intensiva do pinheiro bravo, que servia os interesses marítimos e comerciais do reino, nomeadamente na construção naval; séc. 13, final - o Castelo de Leiria é decretado residência real durante o reinado de D. Dinis, tendo aí residido com a mulher D. Isabel, a Rainha Santa, por diversas vezes. O sítio original do Castelo começa a ser preterido em favor de áreas mais baixas, junto às igrejas, que funcionavam como pólos estruturantes da malha urbana. Uma das igrejas que apareceram no exterior das muralhas foi a Igreja de S. Martinho, localizada na actual Praça Rodrigues Lobo. Leiria cresce e desenvolve-se; 1254 - D. Afonso III reúne cortes em Leiria, atestando o crescimento da urbe e respectiva importância no contexto nacional; 1295 - D. Dinis decreta uma feira anual próxima do local da Igreja de S. Martinho com a duração de 15 dias. Nesta altura os campos férteis do Lis contribuíram para o rápido crescimento da população ligada à agricultura. D. Dinis transformou a região pantanosa de Leiria em campos de lavoura e organizou o espaço económico agrícola, conferindo um grande dinamismo económico e construtivo à povoação; séc. 14 - D. Afonso IV e D. Fernando mandam reparar as muralhas da vila; séc. 14, início - a parte baixa da urbe já tinha uma ocupação com maior densidade do que a área intra-muros; séc. 14, final - abandono progressivo da zona do Castelo, devendo existir menos de 30 fogos no interior da cerca (Margarido, 1988); 1325 - construção da torre de menagem do Castelo, por iniciativa de D. Dinis, segundo inscrição aí existente. Para alguns autores, os Paços e a 2ª igreja de Nossa Senhora da Pena terão sido construídos também por D. Dinis (Murphy, 1795; Saraiva, 1929; Sequeira, 1955; Gonçalves, 1951); segundo outros terá sido D. João I o responsável pela sua construção ("O Couseiro", 1868; Korrodi, 1898; Larcher, 1922); os paços de D. Dinis e da Rainha Santa ter-se-ão erguido junto à Igreja de São Pedro. (Cristino, 1986, Costa, 1985); 1372 - D. Fernando reuniu nesta vila as cortes; 1372/1379 - inundações, seca e crise de cereais provocam uma crise económica na região; 1384 - transferência do convento e igreja de São Francisco para o Rossio Velho, por D. João I, tentando fugir às constantes inundações do rio Lis, que também afectavam as restantes construções; 1411 - início do fabrico do papel, autorizado por carta régia de D. João I, sendo uma das primeiras localidades portuguesas a fazê-lo; 1475 - cheias do Lis provocam grandes estragos no convento de São Francisco; 1495 - início da construção do Convento de Sant'Ana; saía da tipografia judaica de Leiria o "Almanach Perpetum", a primeira obra científica impressa em Portugal; séc. 16 - construção do Palácio do Marquês de Vila Real, que fazia a ligação entre o Rossio e a Praça de S. Martinho (foi demolido no final do séc. 19); 1510 - Foral novo de D. Manuel I; 1520 - D. Manuel I ordena obras de beneficiação em cinco igrejas: N. S. da Pena, S. Pedro, S. Estêvão, S. Martinho e Espírito Santo; 1544 - construção da primitiva Igreja da Misericórdia, com hospital anexo, no local de uma antiga sinagoga, na zona da judiaria; 1545, 22 de Maio - constituição do Bispado de Leiria através de bula papal, sendo nomeado Frei Brás de Barros primeiro Bispo de Leiria; 1545, 13 de Junho - Leiria é elevada à categoria de cidade; 1546 - contrato entre a Câmara e o bispo Fr. Brás de Barros para a cedência da Igreja de S. Martinho. O seu assento e adro foram demolidos e surgiu a Praça de S. Martinho, actual Praça Rodrigues Lobo. Na Praça de S. Martinho já existia o Pelourinho e foram para lá deslocadas a Câmara e, posteriormente, a Cadeia Pública, passando a ser o centro cívico, comercial e social da cidade. A abertura da praça denota a necessidade por um espaço público urbano mais amplo e moderno; 1557 - construção do Convento de Santo Agostinho; 1559 - início da construção da Sé. A Catedral, cuja construção se impunha pelas exíguas dimensões de Nossa Senhora da Pena e de São Pedro, que sucessivamente serviram de sés, veio a ser construída numa plataforma que opera a transição entre a zona do Castelo e a parte baixa da cidade. A base sobre a qual assenta é um afloramento dolerítico e não de origem aluvionária, como sucede em toda a zona ribeirinha. Segundo alguns autores foi concluída em 1574 (Saraiva, 1929), mas outros são da opinião que apenas foi finalizada na segunda metade do séc. 17; 1640 - início da construção dos Paços episcopais durante o bispado de D. Diogo de Sousa, no lugar da primitiva Câmara de Leiria; 1650 / 1675 - construção do Seminário Diocesano e do Convento de Santo António dos Capuchos; séc. 18, início - obras de regularização do rio Lis levadas a cabo pela Casa do Infantado, com o objectivo de atenuar o efeito das cheias. O traçado do rio Lis foi alterado, tendo sido afastado cerca de 100 metros para sul e originado o aumento da área urbana para construção. A área do Rossio também se tornou mais ampla; séc. 18 - construção da Fonte das Três Bicas ou Chafariz Grande. Construção da Igreja do Espírito Santo no local de uma antiga ermida datada de 1385; 1755 - terramoto de Lisboa provoca estragos em Leiria, nomeadamente na Sé. A fachada foi posteriormente remodelada ao estilo "setecentista"; 1772 - construção da Torre Sineira pelo 19º bispo de Leiria, D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa, no local onde se construíra uma torre provisória, aproveitando um dos antigos baluartes da cerca da cidade; 1775 - construção da Fonte do Freire; 1789 - inauguração do cemitério nas traseiras da Sé; 1790 / 1815 - conclusão dos novos Paços Episcopais por D. Manuel de Aguiar; 1798 / 1802 - construção do Hospital da Misericórdia; séc. 19 - as invasões francesas quase destruíram por completo a cidade de Leiria, tendo sido danificados os arquivos da câmara, os paços episcopais, o Convento de Sant'Ana, o Convento de S. Estevão, a Sé e o Palácio Vasconcelos Hasse; séc. 19, final - desenvolvimento de Leiria sobretudo pela acção de Ernesto Korrodi, que se empenhou em valorizar a cidade; ao Convento de S. Francisco é acrescentado um piso e convertido numa fábrica de moagem; trabalhos de rectificação, pavimentação e regularização das vias já existentes, assim como de alinhamento de edifícios e remodelação das fachadas, tentando dotar a cidade de uma fisionomia com mais qualidade urbana; o Rossio ganha importância enquanto espaço social, comercial e militar; 1810 - as tropas invasoras francesas comandadas por Massena incendiaram a igreja de Santo Estêvão e os anexos. D. Manuel de Aguiar manda reconstruir a igreja e o edifício. Durante a terceira invasão francesa, as tropas comandadas pelo General Drouet voltaram a saquear e incendiar os Paços episcopais; 1825 - o Paço episcopal foi reconstruído; 1835 - Devido à insuficiência de espaço e estado de degradação do edifício onde funcionavam os Paços do Concelho, foi deliberada a construção de novas instalações para as reuniões da câmara; 1849 - início do encanamento do rio Lis em frente ao extinto Convento de S. Francisco, pois devido ao seu uso para escoamento de esgotos da cidade, tornava-se cada vez mais desagradável e perigoso para a população. Os trabalhos prolongam-se até ao final do séc. 19; 1871 - abandono do cemitério anexo à Sé, sendo aquela zona posteriormente urbanizada; 1877, 18 de Dezembro - a designação de Praça Rodrigues Lobo estava já implantada na toponímia leiriense assim se conservando, apesar das alterações toponímicas introduzidas ao longo dos anos; 1882 - extinção do Bispado; 1888 - demolição do Palácio do Marquês de Vila Real, sendo substituído por dois edifícios distintos; 1892 - foi construída a Avenida do Castelo, onde já existia um caminho público; séc. 20, início - ajardinamento do Rossio; 1902, 7 de Jan. - o presidente da câmara Revº Dr. João António Correia Mateus, delibera que a construção dos paços concelho se fizesse no sítio da Portela, em terreno da propriedade do General Luís António Benevides de Sousa; 1903-1926 - urbanização da cerca do extinto convento de Santa Ana, a qual foi dividida em lotes. Nascem duas ruas: Rua Machado dos Santos (antiga Estrada Real ou Estrada de Lisboa ao Porto) e Avenida José Jardim; 1910 - criação da Companhia Leiriense de Moagem no espaço do antigo convento de São Francisco, dando realce à crescente importância da indústria na cidade; 1911 - com a implantação da República, o Estado cede os Paços episcopais, a cerca e as casernas anexas à Câmara Municipal, para neles estabelecer o Grupo de Metralhadoras, o Regimento de Infantaria de reserva n.º 7 e o quartel da GNR; 1911, 12 de Janeiro - demolição do Arco da Memória de Alvorninha, do qual fazia parte a estátua de D. Afonso Henriques, tendo sido a estátua transferida para o claustro dos antigos Paços Episcopais, e mais tarde para o local actual, no sopé do Castelo de Leiria; 1915 - a Liga dos Amigos do Castelo inicia as obras de restauro, pagas pelos seus fundos e com o apoio financeiro do Estado, Ernesto Korrodi (Zurique, 1898), autor do projecto de restauro das ruínas do castelo, não é nomeado pela Direcção de Obras Públicas e Minas para dirigir o restauro, apesar do interesse da Liga dos Amigos do Castelo; 1920, década - construção do Banco Nacional Ultramarino; abertura das ruas da Beneficência e D. Afonso Henriques, a meia encosta entre a Rua Direita e o Castelo; 1921 - Korrodi é nomeado para a direcção das obras do Castelo, à frente de uma comissão sujeita à DGEMN; 1924 - início da obra do Mercado de Santana, antigo Mercado de Leiria, no seguimento de decisão camarária de construir um mercado fechado na zona do extinto Convento de Sant'Ana, monjas dominicanas; 1931 - inauguração do Mercado de Santana; 1933 - Korrodi abandona a chefia das obras do Castelo, que serão prosseguidas, no entanto, seguindo de perto o seu projecto de restauro; construção de passeios no Largo do Terreiro; 1939 - foram iniciados os trabalhos de abertura da Avenida 5 de Outubro; 1940 - a Capela de São Pedro reabre ao culto, depois de restaurada; 1950, década - abertura da Avenida Heróis de Angola, um dos eixos de maior importância actual (serve de entrada no centro histórico); 1958 - deliberada a construção de um novo edifício do Mercado de Santana, mais adequado às necessidades da moderna cidade de Leiria; 1970, década - grande crescimento populacional (quase duplicou) e consequente expansão da cidade, assim como, pressão construtiva sobre o centro histórico, surgindo diversos edifícios discordantes em termos volumétricos e de composição; 1985 - o edifício do antigo paço episcopal passou a assumir a função de Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública. Construção do edifício da Caixa Geral de Depósitos, no Largo 5 de Outubro; 1999 - contrato nº 1143/99, DR 124 de 28 Maio: contrato-programa entre o Ministério da Cultura e a Câmara Municipal de Leiria para a recuperação, remodelação e equipamento para actividades culturais do ex-Mercado de Santana; 2001, 22 março - declaração da área crítica de recuperação e reconversão urbanística (ACCRU) do centro histórico de Leiria, pelo Decreto n.º 15/2001, DR n.º 69, 1.ª série-B; 2012, 11 janeiro - reconversão da ACCRU do centro histórico da cidade de Leiria em ARU (Área de Reabilitação Urbana), pelo Aviso n.º 458/2011, DR n.º 8, 2.ª série; 2013, 28 janeiro - criação da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19.

Dados Técnicos

Estrutura em betão armado com paredes de alvenaria de tijolo, rebocadas com argamassa de cimento. Paredes e colunas de cantaria. Paredes em alvenaria de pedra e adobe, rebocadas com argamassa de cal e areia. As paredes internas são em tijolo e tabique. Pavimentos em madeira; estrutura dos pisos superiores e cobertura apoiada em vigamentos de madeira. Cobertura revestida com telha de canudo, marselha e lusa, rematada com beirado simples ou duplo. Guarnições dos vãos em cantaria. Janelas de guilhotina e de abrir. Pavimentos urbanos com calçada à portuguesa (calcário e granito) e revestimento betuminoso

Materiais

Pedra: calcário, granito, mármore. Terra. Cal e areia. Cerâmica: tijolo, telha de canudo, telha de aba e canudo e telha marselha. Metal: ferro forjado, ferro fundido, alumínio, zinco. Madeira: carvalho, pinho e faia

Bibliografia

COSTA, Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo III, p.92, Lisboa, 1706; MURPHY, James, Travels in Portugal in the years 1789 and 1790, Londres, 1795; O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria, Braga, 1868; KORRODI, Ernesto, Estudos de Reconstrução do Castelo de Leiria, Zurique, 1898; SARAIVA, José, Leiria, Porto, 1929; LARCHER, Tito de Sousa, "Pátria", in Diário de Lisboa, 1922; LARCHER, Jorge das Neves, Castelos de Portugal, Lisboa, 1933; ZÚQUETE, Afonso, Leiria, subsídios para a História da sua Diocese, Leiria, 1945; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, vol. II, Lisboa, 1946; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, Vol. V, Lisboa, 1955; RAMOS, Luciano Justo, Leiria (Estudo toponímico), Leiria, 1970; COSTA, Lucília Verdelho da, Ernesto Korrodi: 1889 - 1944 Arquitectura, Ensino e Restauro do Património, Tese de Mestrado, UNL, Lisboa 1985; CRISTINO, Luciano Coelho, "A Vila de Leiria em 1385", in Jornadas sobre Leiria Medieval, Leiria, 1986; MARGARIDO, Ana Paula, Leiria: história e morfologia urbana, Leiria, 1988; CARREIRA, Adélia Maria Caldas, Leiria, cidade episcopal, Tese de Mestrado, UNL, Lisboa, 1989; CABRAL, João, Anais do Município de Leiria, Leiria, 1993; GOMES, Saul António, Introdução à História do Castelo de Leiria, Leiria, 1995; http://www.rt-leiriafatima.pt/ 15 de Abril de 2004; http://www.regiaocentro.net/lugares/leiria/leiria.html 15 de Abril de 2004; http://www.cm-leiria.pt 20 de Abril de 2004; http://portal.rt-leiriafatima.pt 20 de Abril de 2004

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMLeiria; DGOTDU: Arquivo Histórico (Urbanização da Cidade de Leiria , Arq. José de Lima Franco, 1948; Urbanização da Cidade de Leiria - 1º Revisão, Arq. José de Lima Franco, 1957; Plano Director de Urbanização de Leiria - Estudos Preliminares, HP - Hidrotécnica Portuguesa, 1967; Plano Director da Cidade de Leiria e Região Envolvente, HP - Hidrotécnica Portuguesa, 1975); planta in MARQUES, A. H. de Oliveira, GONÇALVES, Iria, ANDRADE, Amélia Aguiar, Atlas das Cidades Medievais Portuguesas (Séculos XII-XV), Lisboa, Centros de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa, 1990, vol. I, p. 53

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMLeiria

Documentação Administrativa

CMLeiria; IHRU: DGEMN/DSARH (Planos de urbanização de Leiria, DSARH-005-4669/08, DSARH-005-0669/04); DGARQ/TT: Memórias paroquiais, vol. 20, nº 72, p. 541 a 552; Câmara Municipal de Leiria

Intervenção Realizada

Séc. 20 (início) - Obras de adaptação do Paço Episcopal aos novos usos, desde a ocupação do RAL 4;1915 - A Liga dos Amigos do Castelo dá início às obras de restauro, pagas pelos seus fundos e com o apoio financeiro do Estado; 1916 / 1921 - obras de conservação das ruínas do castelo e melhoramento do acesso, por parte da Liga; DGEMN: 1921 - uma derrocada apressa o início do restauro de determinados trechos do castelo, mantendo-se uma parte das suas ruínas; construção de um torreão, alteando a Torre de Menagem cerca de 2,5 m.; 1928 - início das obras de consolidação de longos trechos de muralha, de torres e da igreja de Nossa Senhora da Pena; 1933 / 1937 - obras de consolidação e reconstrução da Capela de São Pedro; 1936 - reparação da muralha a N. do castelo, que desabou; 1937 - reconstrução de muralha junto à Torre de Menagem; 1959 - obras de beneficiação nos Paços do Castelo; 1963 - arranjos nos merlões em toda a extensão da muralha; 1966 - projecto de calcetamento da rampa de acesso até ao castelo; 1968 - obras de restauro e conservação diversas no interior e exterior dos Paços do Castelo; 1969 - consolidação do claustro da Igreja de Nossa Senhora da Pena; 1974 - reconstrução da cobertura da torre sineira; 1977 - reconstrução de troço de muralha, a N. da Torre de Menagem; 1985/1987 - restauros nos Paços do Castelo; 1988 - reconstrução total da cobertura da Capela de São Pedro; 1990 - recuperação de parte da muralha que ruíu pela construção de aterro para assentar campo de jogos, deslocação do mesmo campo e desaterro de terras para cota igual à do restante adarve que circunda a muralha; reconstituição do muro em betão ciclópico, com a face externa em alvenaria de pedra; 1994 - reconstrução de troço de muralhas; 1994 / 1995 - obras gerais de conservação e restauro no interior da Sé de Leiria: coberturas, paredes, pavimento, caixilharias; 1997 - valorização e reparação da Torre de Menagem; reparação das coberturas da Capela de São Pedro;1984 - adaptação do antigo Paço Episcopal ao Comando da PSP de Leiria.CML: 1999/2004 - Remodelação do Mercado de Santana, com a criação de auditórios, galerias, parques de estacionamento, arranjo paisagístico da área envolvente e adaptação dos estabelecimentos comerciais existentes para instalação de lojas de artesanato e restauração

Observações

Autor e Data

Nuno Vale 2005

Actualização

 
 
 
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