Anta 1 da Torre das Arcas

IPA.00002063
Portugal, Portalegre, Elvas, São Brás e São Lourenço
 
Anta. Preserva o chapéu embora esteja parcialmente descaído e sustentado por um bloco pétreo aí colocado em época recente. Conserva uma grande mamoa com três anéis de contenção, é possível que o corredor esteja preservado sob a mamoa.
Número IPA Antigo: PT041207070035
 
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Registo

 
Sítio          

Descrição

Anta com câmara de planta trapezoidal, que preserva 7 esteios e a laje de cobertura (chapéu) tombada no seu interior; não é visível o corredor, a mamoa tem três anéis de contenção;Esta anta foi escavada por Émille Cartaillac e Possidónio da Silva. José Leite de Vasconcelos visitou uma das antas da Torre das Arcas em 1916, presumivelmente esta tendo em conta a sua localização e monumentalidade, foi ainda visitada por Abel Viana e Vera Leisner. O topónimo da herdade "Torre das Arcas" é uma memórias que reflete os testemunhos arqueológicos aí existentes; cinco "arcas" espaços fechados, com tampa, onde se guarda alguma coisa preciosa, neste caso cinco antas ou monumentos funerários coletivos, onde se "guardavam" os corpos dos membros de uma comunidade; o topónimo "torre" surge em sítios com vestígios arqueológicos romanos, nomeadamente as villae , cuja residência do proprietário tinha frequentemente uma torre, exemplos significativos são as ruínas de Torre de Palma (Monforte), ou a Torre de Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo); na envolvente da anta1 da Torre das Arcas são visíveis vestígios de cerâmica de construção e de cerâmica comum romana.

Acessos

A6 / IP7 (Elvas - Lisboa), ao Km 179 virar à esquerda junto ao Varchotel onde deve tomar o caminho térreo que lhe passa pelas traseiras, seguir em direção à Quinta da Torre das Arcas. Após 100m de caminho, a anta situa-se do lado direito, a 130m da fonte que se situa do lado esquerdo do mesmo caminho. CMP, Gauss: M-79.40, P- 11.10 M-279438, P - 211093 WGS84 (graus decimais) lat.: 38,861169; long.: -7,220462

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1:º série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997

Enquadramento

: Rural, fazia parte de uma necrópole megalítica constituída por cinco antas, das quais sobreviveram duas, num campo de cultivo de sequeiro, aberto e enquadrado por montado de azinheiras e sobreiros, destacando-se na paisagem a uma cota de 361m.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Funerária: anta

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Neolítico-calcolítico - cultura megalítica

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Período cronológico - 5º a 3º milénio; 1999 - 2005, este monumento integrou o circuito de Barbacena, no âmbito dos circuitos arqueológicos Antas de Elvas, implementados pelo IPPAR. 1990, 13 janeiro - relocalizado por Miguel Lago da Silva, estando então a sua mamoa a ser integralmente lavrada; a câmara estava então entulhada por pedras que iam sendo retiradas dos campos, o que punha em causa a estabilidade e a visibilidade do monumento; 1996, 07 outubro - Despacho de classificação; 1997 - A Sociedade Agrícola Sonagri e o Conde Giuseppe Arturo Nigra vendem a parcela de terreno onde se encontra a anta ao actual proprietário.

Dados Técnicos

Materiais

Xisto

Bibliografia

Albergaria, João, Lago, Miguel - “Cromeleque do Torrão (Elvas): Identificação”, Vipasca, 4, Aljustrel, 1995,pp.53-60; Cartaillac, Émile, Les Ages Préhistoriques de L'Espagne et du Portugal, Paris,1886; Roteiros de Arqueologia Portuguesa, Dias, Ana Carvalho, coord., Antas de Elvas, textos: Albergaria, João, Dias, Ana Carvalho, s.l: IPPAR, Setembro 2000, pp 14-15; Lago, Miguel, Albergaria, João, - “Cabeço do Torrão (Elvas): Contextos Megalíticos”, Actas do 2º Simpósio Transformação e Mudança: Tempo, Construção do Espaço e Paisagem, Cascais,1996; LEISNER, G. e V. - Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel, Der Suden, Berlim: Walther de Gruyter, 1943; LEISNER, G. e V., Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel, Der Western (1) Berlim: Walther de Gruyter, 1956; LEISNER, G. e V., Die Megalithgraber der Iberischen Halbinsel, Der Western (2) Berlim: Walther de Gruyter, 1959; LEISNER, G. e V. - Antas do Concelho de Reguengos de Monsaraz: Materiais para o Estudo da Cultura Megalítica em Portugal, Lisboa,1951: Instituto para a Alta Cultura [reprint: Uniarch, Estudos e Memórias 1, 1985, com uma apresentação de V.S. Gonçalves]; Vasconcelos, J. Leite de - O Archeólogo Português, XXI, 1916, p.362; Paço, A. Ferreira, O. Veiga, Viana, A. -“Antiguidades de Fontalva. Neo-Eneolítico e época romana”, Zephirus, vol. VII, 1957; Silva, J. Possidónio - “Dólmens recentemente descobertos em Portugal”, Boletim de Architectura e de Archeologia da Real Associação dos Architectos e Archeólogos Portugueses, t.3,2ª série, Lisboa; Viana, Abel - Contribuição para a arqueologia dos Arredores de Elvas, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. XII, Porto,1950; VIANA, Abel e DEUS, António Dias de -Exploración de algunos dólmens de la region de Elvas, Crónica del 2º Congresso Arqueológico Nacional, Madrid, 1951; VIANA, Abel e DEUS, António Dias de,- Mais três dólmens da região de Elvas (Portugal), Zephirus, vol. IV, Salamanca,1953; VIANA, Abel e DEUS, António Dias de, -, Notas para o Estudo dos Dólmens da Região de Elvas, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. XV, Porto,1955; VIANA, Abel e DEUS, António Dias de, - Mais Alguns Dólmens da Região de Elvas (Portugal), Paço Ducal de Vila Viçosa, 1957.

Documentação Gráfica

DGPC/IPPAR: coleção de desenhos SIPA DOC.00206498

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN/DSID-001/012-1803/23; IPPAR: DREProcº 4.07.092

Intervenção Realizada

IPPC/SRAZS/CME: 1989, relocalizado por Miguel Lago da Silva; IPPAR/DRE: 1990, o interior foi coberto por uma camada de saibro.IPPAR/DRE: 1991 - limpeza do monumento e demarcação da Zona de Proteção através de 4 marcos brancos enterrados no terreno, IPPAR/DRE: entre 1997 e 2005, foi assegurada a limpeza anual da vegetação; Projetos de Valorização: IPPC/SRAZS: Projeto de Salvaguarda e Valorização das Antas de Elvas (1989-1993) co-financiado pelo Programa OID/NA); IPPAR/DRE: Projeto de Recuperação e Valorização das Antas de Elvas (1997-1999), co-financiado pelo Programa AVNA; IPPAR/DRE: Implementação dos Circuitos Arqueológicos das Antas de Elvas que funcionaram a partir do castelo de Elvas entre 1999 e 2005. Projeto de Investigação de Miguel Lago e João Albergaria - O Megalitismo da Região de Elvas, entre o caia e o Guadiana (1994) reformulado com o título Monumentalização e domesticação da paisagem na região de Elvas entre o 5º milénio e o 3º milénio a.C.: entre o Caia e o Guadiana, exemplos e particularismos na Herdade do Torrão (1998).

Observações

1996, 09 Outubro - Despacho de classificação; 2002, 19 de Fevereiro - por Dec. nº 5/2002, DR 42, corrige-se a designação da freguesia de "Ajuda, São Salvador e Santo Ildefonso" para "Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso".

Autor e Data

Ana Carvalho Dias, 2019

Actualização

 
 
 
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