Elevador da Boca do Vento

IPA.00020536
Portugal, Setúbal, Almada, União das freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas
 
Arquitectura civil de equipamento, do final do século 20. O elevador apresenta-se como peça de arquitectura autónoma que resulta da pesquisa de espaços e vivências urbano-arquitectónicas; é a tradução de uma dimensão destacada de planeamento urbano, insere-se num programa alargado que demonstra preocupações de arte, de paisagem urbana e de ambiente; nesta construção é manifesto o sentido plástico de que ressalta a atenção prestada ao desenho de pormenor, o acabamento cuidado das formas, a sensibilidade ao valor plástico do espaço e a textura dos materiais (betão e aço) com adopção de uma linguagem despojada.
Número IPA Antigo: PT031503010044
 
Registo visualizado 434 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Elevador    

Descrição

O elevador é composto por um corpo inferior, por fuste, corpo superior, um passadiço, um pavilhão, escadas de salvação e três patins. O corpo inferior de planta semicircular é composto pelo edifício de recepção, sanitários e salas diversas, com cobertura em terraço / miradouro cujo acesso é feito por duas escadarias simétricas semicirculares que se erguem lateralmente; a partir deste patamar em nível superior, nasce a escada de emergência, de caracol, integradas numa armadura em aço que se elevam até ao patim superior. A mole que serve de base ao percurso ascendente / descendente, de cerca de 50 metros de percurso - que leva a percorrer cerca de um minuto - é um pilar em U, no meio do qual passa o elevador e em cujos lados assentam os apoios, a cablagem e os contrapesos; este pilar que corresponde à coluna de subida / descida da cabina é constituído por um único bloco em betão liso, rematado por corpo saliente para passagem do elevador. A ponte de ligação ao miradouro e conducente a uma série de serviços, assenta em asna metálica e tem guardas em perfis tubulares de desenho curvilíneo e pavimento de madeira. O passadiço, destacando-se da arriba e acompanhando as suas linhas de curvas de nível, comportando guardas que seguem o seu perfil, faz a ligação a um pavilhão com pé direito alto, onde estão instaladas as bilheteiras e salas de restauração. Estas salas estão protegidas por dois extensos gradeamentos que fecham as entradas de alto a baixo. A cabina (com lugar para 16 pessoas) é panorâmica, compõe-se por um cilindro de aço inox, com o interior em alumínio termolacado e portas em aço inoxidável, apresentando um painel de envidraçado laminado que proporciona uma visão de 180 graus (abarca do Bugio a Vila Franca de Xira). Fronteiro a este pavilhão fica um terraço equipado com cadeiras em material sintético, com pavimento em betonilha. A base do elevador insere-se numa área de jardim onde se destacam duas grandes rochas que permanecem como decoração a lembrar os desmoronamentos havidos antes.

Acessos

Olho do Boi, Cais do Ginjal, Largo da Boca do Vento, Rua Latino Coelho

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio da Cerca (v. IPA.00002135)

Enquadramento

Urbano, ribeirinho, ergue-se junto à margem S. do rio Tejo, fronteiro à falésia, no sopé da arriba, virado a N., defrontando a cidade de Lisboa; articula a zona ribeirinha com a parte antiga da cidade inter-relacionando-se com o cais e o rio; na base espraia-se um jardim que faz a ligação com pontos singulares locais, como a Fonte da Pipa (v. PT031503010021), Museu Náutico e Arqueológico, Cais da Câmara (para utilização dos taxis do rio) e antigas fábricas e armazéns do cais do carvão.

Descrição Complementar

A cabina do elevador é de tracção eléctrica com motor regulado VVVF, está suportada por robusta armação metálica, cabos de suspensão, comporta um sistema de intercomunicação com as bilheteiras e casa de máquinas. Esta está sobre a caixa vertical em betão armado, é semiaberta com quatro acessos de emergência além dos acessos principais, tem cobertura em chapa de cobre sobre esteira em painel "sandwich" de polimetano chapeado e lacado, comporta emtradas de luz através de chapas de policarbonato translúcido, com favos. A escada de emergência é constituída por uma estrutura com guardas e corrimão em tubo de aço carbono, patins de gradil, esteira de degraus em chapa de aço e uma porta de segurança inferior em tubo de aço idêntico à estrutura da escada. O passadiço tem guardas de tubo metálico, estrados em madeira e as esteiras em tubo de aço de secção quadrada, sendo o preenchimento da quadrícula com gradil estreito, e a estrutura da asna é em tubo de aço. O terraço de chegada da escada de emergência tem pavimento e degraus em lajedo de vidraço. Na base, o edifício de chegada é constituído externamente por caixilharia em aço, sendo o interior pavimentado em lajedo de vidraço; as instalações sanitárias têm portas em aço e as paredes e o pavimento revestidos a lajedo de vidraço e coberturas de tectos falsos.

Utilização Inicial

Transportes: elevador

Utilização Actual

Transportes: elevador

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Escultor José Aurélio (liderança na modelação plástica da proposta de construção); Arquitectos: Fidalgo Mineiro (projecto de execução, desenvolvimento e adaptação da proposta), Helena Moreira e Anabela Felício (edifício do elevador).

Cronologia

1999 / 2000 - construção do elevador; 2000 - inauguração do elevador.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Alvenaria: pedra e cal; betão; betonilhas; vidro; metal; produtos sintéticos; gesso cartonado; cartão prensado; madeira de kâmbala.

Bibliografia

Estudo Prévio - Memória Descritiva e Justificativa, pasta 1, Empreitada de Concepção / Execução do Elevador da Boca do Vento, 28/97, 0803.03.0104, DOMH - D. O., Câmara Municipal de Almada; CAMACHO, João, Almada Velha muda de figurino, in, Arquitectura e Vida, Lisboa, Abril, 2001;

Documentação Gráfica

DGEMN: DSID; CMA: Arquivo da DOMH - pasta 1, Empreitada de Concepção / Execução do Elevador da Boca do Vento, 28/97, 0803.03.0104

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID; CMA: Arquivo da DOMH - pasta 1, Empreitada de Concepção / Execução do Elevador da Boca do Vento, 28/97, 0803.03.0104

Documentação Administrativa

CMA: Arquivo da DOMH - pasta 1, Empreitada de Concepção / Execução do Elevador da Boca do Vento, 28/97, 0803.03.0104

Intervenção Realizada

CMA: 2000 - consolidação da escarpa da arriba por ancoragem, pregagem e projecção de betão corado, projectado com a cor natural da falésia, o ocre.

Observações

*1: Jardim do Rio de autoria das arquitectas Helena Moreira e Anabela Felício, marcado por um eixo principal que parte da Fonte da Pipa e estabelece a ligação e integra o elevador; nele destaca-se a peça arquitectónica isolada de um mirante de cariz estético que assenta sobre uma plataforma de pavimento em mosaico hidráulico, com composição em xadrez azul e branco; alguns blocos que cairam da arriba integram o conjunto, assentes e envolvidos por ondas de calçada que formam as caldeiras onde se encontram plantadas árvores exóticas.

Autor e Data

Albertina Belo 2001

Actualização

 
 
 
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