Convento de Balsamão / Santuário de Nossa Senhora de Balsamão

IPA.00020091
Portugal, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Chacim
 
Arquitetura religiosa, setecentista e oitocentista. Santuário setecentista formado por recolhimento disposto no cimo do monte e por oito capelas com Passos da Paixão de Cristo, construídas espaçadamente ao longo da encosta, formando um Monte Santo. Recolhimento Barbadinho composto por igreja e zona regral adossada à esquerda, desenvolvida em torno de um claustro. Igreja de planta retangular, composta por nave e capela-mor, interiormente com coberturas em falsas abóbadas de berço, de madeira, pintadas, e iluminação axial e unilateral. A fachada principal termina em empena, rasgada por portal de verga reta e janela de capialço e a lateral direita, contrafortada, termina em cornija e tem janelas de capialço. No interior, possui coro-alto de madeira, púlpito no lado do Evangelho, arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas e capela-mor revestida a apainelados pintados oitocentistas e com retábulo-mor em barroco nacional, de talha pintada e dourada e de planta reta e três eixos. Zona regral desenvolvida à volta de claustro de um piso, com alas abertas alpendradas, assentes em colunas toscanas, tendo no centro da quadra poço facetado. As capelas dos Passos apresentam planta quadrangular e cobertura em corochéu piramidal, com fachada principal rasgada por porta de verga reta e as laterais por frestas, albergando no interior retábulos oitocentistas. A exceção vai para a Capela do Divino Senhor da Costa ou Capela dos Cajados, com planta retangular de topo facetado, de maiores dimensões, fachada em empena recortada e interior com cobertura de apainelados e retábulo rococó, de planta reta e três eixos.
Número IPA Antigo: PT010405090142
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Recolhimento masculino  

Descrição

Santuário composto por antigo convento, ampliado, e oito capelas com passos da Paixão, dispostas ao longo da encosta, interligadas por escadório e caminho. CONVENTO de planta poligonal irregular composta por igreja e zona regral adossada à fachada lateral direita e posterior. IGREJA de planta retangular composta por nave e capela-mor, exteriormente indiferenciadas e com coberturas homogéneas em telhados de duas águas, rematadas em beirada simples, tendo adossado à fachada lateral esquerda torre sineira quadrangular, coberta por coruchéu piramidal, truncado, coroado por cata-vento em ferro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em cornija. Fachada principal, virada a SO., rematada em empena, coroada por cruz latina, de braços quadrados almofadados, e terminados em botão, sobre plinto paralelepipédico, também almofadado; é rasgada por portal de verga reta, com moldura encimada por elemento de cantaria recortada, e janela de capialço. No alinhamento da fachada, dispõe-se a torre sineira, de dois registos separados e terminados por cornija, abrindo-se, no primeiro, fresta longilínea moldurada e, no segundo, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita, albergando sino. Fachada lateral esquerda reforçada por três contrafortes, em esbarro, rasgado por janelas de capialço, uma na nave e duas na capela-mor. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento em soalho flutuante e coxia e presbitério em cantaria. Coro-alto de madeira, assente em quatro mísulas de cantaria, com guarda em balaústres torneados, e acedido de ambos os lados por portas de verga reta. Portal com guarda-vento de vidro, ladeado, no lado da Epístola, por pia de água benta hemisférica, exteriormente gomeada. No lado do Evangelho dispõe-se púlpito, em talha pintada de branco e dourado, de bacia retangular sobre mísula escalonada invertida ornada de acantos, e com guarda em falsos balaústres planos, sobrepostos e interligados por laçarias e acantos dourados; é acedido por porta de verga reta, com moldura recortada, lateralmente com concheados e dois anjos de vulto segurando palmas, e encimado por sanefa com lambrequim. Junto ao púlpito surge lápide sepulcral alusiva a Frei Casimiro de São José. Arco triunfal de volta perfeita, almofadado e com fecho relevado, sobre pilastras. A cobertura da nave é em falsa abobada de berço abatido, pintada com cenas da vida da Virgem e os Evangelistas, assente em friso e cornija, pintada a marmoreados fingidos; sobre o coro-alto, a cobertura, com o mesmo perfil, surge rebocada e pintada de branco. Capela-mor com as paredes revestidas a lambril de madeira, almofadado, encimado por apainelados pintados, que se prolongam para a cobertura, separada por cornija pintada. As paredes são seccionadas por quatro pilastras, pintadas a marmoreados fingidos, as que ladeiam a parede testeira quase totalmente ocultas pelo retábulo-mor, e as duas centrais, sobrepostas por motivos vegetalistas, com capitéis coríntios, sustentando cornija reta, flanqueando falso nicho perspetivado; este é formado por arco de volutas, marcando fecho, ladeado por festões de flores, sobre pilastras almofadadas com motivos fitomórficos; o nicho do lado do Evangelho possui frontalmente imagem de roca de Nossa Senhora de Balsamão, sobre mísula galbada, ornada de acantos e querubim, e o do lado da Epístola, tem duas mísulas desnudas. Ladeando os nichos surgem apainelados pintados com motivos vegetalistas, abrindo-se no lado do Evangelho, porta de ligação à sacristia, com moldura pintada, lateralmente almofadada e formando pingentes e a verga com motivo fitomórfico e terminada em cornija. A cobertura é em falsa abóbada de berço abatido, de lunetas, sendo as do Evangelho fingidas, com capialços ornados com motivos vegetalistas, mas todas envolvidas por elementos volutados em grisalle e encimadas por falsas empenas integrando concheados; a cobertura é decorada com quadraturas, albarradas, festões, cartelas com símbolos Marianos, florões inseridos em encanastrados ou rosetões e, ao centro, ampla cartela polilobada com representação de Assunção da Virgem. Sobre supedâneo de três degraus, dispõe-se o retábulo-mor em talha pintada a branco e dourado, de planta reta e três eixos, definidos por seis pilastras e quatro colunas torsas, ornadas de acantos e anjos, assentes em plintos paralelepipédicos ou duas ordens de mísulas, também com acantos e anjos, e as colunas de capitéis coríntios; no eixo central abre-se tribuna, em arco de volta perfeita, interiormente com o fundo pintado de azul, delimitado por friso de flores, lateralmente com apainelados de acantos e albergando imagem sobre peanha galbada, decorada com acantos e anjos; nos eixos laterais surgem apainelados em arco de volta perfeita, pintados de azul e com moldura vegetalista, possuindo frontalmente imaginária sobre mísulas; sobre o entablamento, desenvolve-se o remate adaptado ao perfil da cobertura, com apainelados contendo motivos vegetalistas e anjos de vulto, que centram as três arquivoltas da tribuna, unidas por aduelas salientes e ornadas por anjos e querubins. Sotobanco e banco com apainelados de acantos, este integrando sacrário tipo templete, terminado em domo gomeado, com lambrequim e panejamentos a abrir em boca de cena, e porta com Cordeiro Místico, envolvida por anjos de vulto. Altar paralelepipédico, com frontal almofadado, possuindo ao centro motivos florais pintados. ZONA REGRAL desenvolvida em torno de um claustro quadrangular e amplo pátio posterior retangular, este com os topos posteriores avançados, existindo ainda a SO. e SE. corpos retangulares avançados, um relativamente à fachada da igreja e adossado à antiga portaria e o outro sensivelmente a meio da fachada S.. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de uma ou duas águas. Fachadas de dois ou três pisos, terminadas em cornija de betão, envernizada, e rasgadas por vãos retilíneos. No alinhamento da fachada da igreja, dispõe-se, à esquerda, corpo da antiga portaria, terminado em cornija reta e rasgado por arco de volta perfeita, com chave saliente inscrita com monograma "M", criando nártex, que acede ao claustro, e janela retangular. Perpendicularmente, avança corpo da atual portaria, de dois e três pisos; a sua fachada a SE. tem no piso inferior os vãos encimadas por bandeiras revestidas a placas cerâmicas e envolvidos por molduras de cantaria e, no superior, vãos num ritmo mais espaçado, com bandeiras individualizadas, e molduras muito finas. A SO., o corpo termina em empena recortada, tendo ao centro monograma de Frei Camimiro de São José estilizado; é rasgado por três eixos de vãos, os dos dois pisos inferiores enquadrados por moldura de betão e revestimento a placas cerâmicas, abrindo-se, no térreo, porta entre largos vãos; a N. este corpo apresenta as janelas dos pisos inferiores e falsas bandeiras, revestidos a telhas de aba e canudo, envolvidas por moldura de betão, e as do terceiro piso com bandeira individualizada e finas molduras. Neste lado segue-se pano recuado, correspondente ao claustro, com eixo central definido por molduras verticais de betão, enquadrando janela termal e janela de varandim, rematado por elementos curvos estilizados que se elevam sobre a cobertura, e, à esquerda, um eixo formado por porta e janela de peitoril, interligados por faixa revestida a telha de aba e canudo, coroado por cornija curva que se eleva sobre a cobertura com bola. A fachada NO. do claustro possui dois pisos, rasgados por quatro eixos de vãos, definidos por falsas pilastras de betão, formando falsas mísulas sustentando a cornija do remate, enquadrando janelas de peitoril com espaço intermédia revestido a telha de aba e canudo. Segue-se a fachada NO. do pátio moderno, mais avançada e de três pisos, o superior recuado e revestido a alvenaria de xisto, e o inferior percorrido por placas de cantaria; a fachada é seccionada em quatro panos por duplos pilares de betão envernizado, com formas recortadas superiormente, e é rasgado por vãos de diferentes tamanhos, moldurados e num jogo rítmico. No piso térreo rasga-se portal em arco apontado, de três arquivoltas biseladas, a interior de cantaria e as exteriores de betão, ladeado por janelas, molduradas a cantaria e inseridas, duas a duas, em moldura biselada de betão. Na fachada virada a SE. o corpo da capela da comunidade surge avançado, terminado em empena, sobrelevada e sobreposta ao centro por cruz, e lateralmente sublinhada por frisos oblíquos de betão; é rasgada por três eixos de vãos recuados, o central definido por pilares de betão, formado por portal, em frente do qual os pilares são sobrepostos por elementos geométricos dispostos obliquamente, janela de sacada, de perfil curvo, com guarda plena rebocada, pintada e capeada a placas cerâmicas, encimada por bandeira revestida a telha de aba e canudo, frontalmente sobreposta por triângulo, e um outro vão longilíneo; lateralmente os vãos, a toda a altura da fachada, são fechados por tijolo de vidro, possuindo no terço inferior elemento de betão avançado e de perfil curvo e no terço superior três palas curvas sobrepostas. A fachada do pátio grande virada a SE. possui três pisos, o superior recuado e revestido a alvenaria de xisto, e os inferiores rebocados e pintados, com embasamento em placas de cantaria e o segundo piso terminado em cornija decorada inferiormente, a ritmo regular, por elementos curvos e falsas consolas estilizadas; é rasgada por vãos retilíneos, moldurados a cantaria, os dos pisos inferiores seccionados em bandeira. A fachada posterior, virada a SE possui os dois pisos inferiores em alvenaria de xisto aparente e o terceiro, recuado, revestido a cantaria e, superiormente a telha de aba e canudo, possuindo no remate do segundo piso e prolongando-se para o último, falsas consolas estilizadas e recortadas, em betão. Lateralmente avançam corpos torreados, rebocados e pintados, com topos facetados, com faixas verticais revestidas a telha de aba e canudo e definidas por falsos contrafortes dispostos de ângulo; lateralmente são rasgados por eixo de vãos e possui frisos verticais de betão. INTERIOR: pelo falso nártex da antiga portaria ou pela sacristia acede-se ao claustro, de um piso, com alas abertas alpendradas, assentes em colunas toscanas, e fachadas das alas com embasamento de cantaria, rasgadas por vãos retilíneos ou abatidos, moldurados; possui pavimento em lajes de cantaria, a da quadra rebaixada e tendo ao centro poço hexagonal, sobre soco do mesmo formato, tendo lateralmente duas pias, uma quadrangular sobre pé facetado e uma cilíndrica. Deste acede-se ao pátio posterior, de três pisos, os dois inferiores formando arcadas facetadas assentes em falsas estípetes de betão e com guarda em ferro, e o superior recuado, ornado por frisos de betão que contornam óculos circulares e os vãos, retilíneos, por vezes, com nembos e friso superior revestido a telha de aba e canudo. Num dos ângulos possui escada de ligação à quadra com laranjeiras. Apresenta pavimento cerâmico, e no ângulo E., do segundo piso, altar marcado por elementos cerâmicos e betão, com a imagem de Cristo na cruz. Entre o claustro e o pátio posterior existe uma sala que funciona como museu. CAPELAS DOS PASSOS DA PAIXÃO DE CRISTO: A S. do convento e numa plataforma inferior ao mesmo, inicia-se escadório e depois o caminho, ao longo da encosta, que estabelece a ligação entre as oito capelas dos Passos, tipologicamente semelhantes, à exceção da Capela dos Cajados. Sete capelas têm planta quadrangular, de massa simples e cobertura homogénea, em corochéu piramidal, assente em beirada simples, exceto a sétima capela que termina em cornija e tem cobertura em domo, revestido a telha, coroado por cruz latina sobre acrotério. A capela dos Cajados tem planta retangular e é de maior dimensão. Possuem fachadas rebocadas e pintadas de branco e faixa bege ou cinzenta, com a fachada principal rasgada por porta de verga reta moldurada, e lateralmente por frestas. Interiormente têm as paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento cerâmico e coberturas em betão, albergando retábulos em talha policroma com painéis pintados e imagens alusivos ao orago. A partir do primeiro patamar do escadório e com leitura descendente da encosta, dispõe-se as capelas de Nossa Senhora da Piedade ou Jesus nos braços da Mãe (8), Jesus Crucificado e Almas do Purgarório (7) e Jesus despojado das vestes (6), as três no mesmo patamar, Capela de Jesus Caído (5), Capela do Divino Senhor da Costa ou Capela dos Cajados (4), Capela do Ecce Homo erradamente denominada de Coroação de Espinhos (3), Capela da Flagelação de Jesus (2) e Capela da Agonia de Jesus (1).

Acessos

Estrada municipal Chacim-Morais ou Estrada "João Paulo II"

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado, a 4 km da sede de freguesia. O convento implanta-se no cimo do monte de Balsamão, denominado antigamente de Monte Carrascal, com 522 m de altitude, numa plataforma artificial, delimitada por muros e pavimentada a paralelos, formando parque de estacionamento; o imóvel adapta-se ao declive do terreno e a igreja possui acesso por larga escada frontal. À fachada lateral direita da igreja adossa-se estrutura com um vão em arco de volta perfeita e outro retilíneo, atravessando a estrada, e junto ao qual se dispõe, à direita, estátua de Frei Casimiro, em mármore. As capelas dos Passos dispõem-se ao longo da encosta, adaptadas ao declive do terreno, devidamente assinaladas, existindo junto à Capela dos Cajados, restos do Castelo de Balsamão (v. IPA.00020090), o cemitério recentemente construído e, numa plataforma constituindo miradouro sobre a paisagem, uma estátua do Beato Estanislau Papczynski, em bronze. Quer o convento, quer o escadório são bordejados por espaços ajardinados e recantos propícios à meditação. O monte é banhado a S. pelo rio Azibo, afluente do Sabor, atravessado pela Ponte de Paradinha (v. IPA.00000456), e a N. pela Ribeira de Veiga.

Descrição Complementar

No sub-coro, do lado da Epístola, existe lápide, de granito, com a seguinte inscrição, em sete regras e com as letras avivadas a preto: "Obras de restauro: / de Abril de 2008 a Julho de 2010 / Inauguração da Igreja restaurada: / 8 de Agosto de 2010, por sua Ex.cia Rev.ma / D. António Montes Moreira . OFM, / Bispo de Bragança-Miranda". No lado do Evangelho dispõe-se grande painel pintado com representação da "Apresentação da Virgem no Templo", oferecida por um amigo dos Marianos, e um outro com o Frei Casimiro de São José, possuindo inferiormente lápide de cantaria com a seguinte inscrição, em quatro regras e de letras avivadas a dourado: "Venerável Servo de Deus, / PADRE FREI CASIMIRO DE S. JOSÉ WYSZYNSKY / Nasceu a 19-08-1700, na Polónia / Faleceu a 21-10-1775, em Balsamão, Portugal". Na parede do laldo da Epístola, existe painel moderno com representação de Cristo Salvador, com a inscrição "JESUS, EU CONFIO EM VÓS!". A cobertura da nave é pintada com cartelas recortadas com cenas da vida da Virgem: "Santa Ana, Virgem com o Menino e São João Baptista menino", com a inscrição " ACCE AGNUS", "Virgem com o Menino" e "Coroação da Virgem pela Santíssima Trindade" (Evangelho); "Esponsais da Virgem", "Virgem e Santo da Ordem" e Nossa Senhora da Conceição (centro); "Nascimento da Virgem", "Apresentação da Virgem no Templo" e "Santa Ana ensinando a Virgem a ler" (Epístola); entre as cartelas surgem representados os quatro Evangelistas. Sobre as cornijas dos falsos nichos das paredes da capela-mor, surgem inscrições pintadas; a do lado do Evangelho tem "TORA PVLCHRA EST MARIA" e na da Epístola "A MACVLA NONEST INTE". Numa cartela recortada da cobertura da capela-mor, junto ao arco triunfal, existe a inscrição "DAMI HI / VIRTVTEM / CONTRA HOSESTVOS". A meio da capela-mor existe mesa de altar, em talha pintada a branco e dourada, sobre quatro colunas ornadas com pâmpanos e anjos. Perto do arco triunfal existe ambão em talha pintada a branco e dourada, decorada com acantos e tendo frontalmente frisos de acantos com anjos músicos ladeando duplas mísulas. Sensivelmente a O., numa plataforma artificial sobre construção, que aproveita o desnível do terreno, ergue-se o OBELISCO DE NOSSA SENHORA DE BALSAMÃO, constituído por pilar quadrangular, de três registos, marcados por cornija, sendo o superior menor e revestido por embrechados, com elementos cerâmicos e de vidro, rematando em telha, disposta em quatro águas. Junto à fachada posterior, existe o RECANTO DA IMACULADA CONCEIÇÃO, ajardinado, composto por estrutura tipo gruta, coberto por vegetação, apresentando sobre plataforma retangular, frontalmente revestida a alvenaria de pedra, a imagem da Imaculada Conceição, em mármore, ladeada por lápide com a inscrição: ""EU SOU A IMACULADA / CONCEIÇÃO" / DISSE NOSSA SENHORA DE LOURDES / NO DIA 25 DE MARÇO DE 1858". CAPELAS DOS PASSOS DA PAIXÃO: a capela de Nossa Senhora da Piedade ou Jesus nos braços da Mãe (8) alberga retábulo em talha pintada a marmoreados fingidos, azul, verde e rosa, de planta reta e um eixo, definido por duas pilastras, sustentando o remate facetado com elementos volutados; ao centro abre-se nicho facetado, com painel no fundo pintado por cruz com sudário, ladeado por dois anjos segurando instrumentos da Paixão, albergando peanha facetada com imagem do orago, tendo frontalmente a inscrição "VIDETE SI EST / DOLOR SICUT DO / LOR MEUS. / Sebastian Joseph ... / Anno ... 1857". Possui altar paralelepipédico, pintado com motivos florais e marcando sanefa e sebastos. A capela de Jesus Crucificado e Almas do Purgarório (7) tem o portal encimado por painel de azulejos com Alminhas, figurando Cristo na cruz e anjos resgatando almas. No interior possui antigo retábulo reaproveitado, em talha pintada a marmoreados fingidos, a rosa e azul, de planta reta e um eixo, definido por quatro pilastras, duas dispostas em ângulo, ornadas por concheados e e assentes em plintos com cartela contendo elementos vegetalistas, e duas colunas interiores, de fuste liso, assente em mísulas com concheados e de capitéis coríntios, prolongando-se pelo remate em arco, ornado de concheados; ao centro possui nicho contendo imagem do orago. Altar paralelepipédico com frontal pintado com Almas, flanqueado por plintos dispostos de ângulo, com concheados frontais e almofadados laterais. A capela de Jesus despojado das vestes (6) possui retábulo de talha pintada a marmoreados fingidos, bege, azul e rosa, definido por friso fitomórfico e remate facetado, encimado por pequeno espaldar recortado, com cartela central inscrita por "A. D. / 1859"; interiormente tem cobertura facetada, formada por apainelados pintados com instrumentos da Paixão (martelo, cravos e torques) inseridos em cartelas. A parede testeira tem pintura mural representando Cristo sendo despojado das suas vestes por dois homens, assistidos por uma mulher, ajoelhada com cesto de roupas, vendo-se ao longe a cidade de Jerusalém; nas paredes laterais tem pintado outros instrumentos da Paixão: a coluna (Evangelho) e a escada e vara com hissopo (Epístola). A capela de Jesus Caído (5) possui na parede testeira retábulo, em talha pintada a marmoreados fingidos, a azul e vermelho, definido por duas pilastras e remate facetado, interiormente pintado com elementos fitomórficos; no fundo tem painel de madeira pintado com dois guardas romanos e uma outra figura; frontalmente dispõe-se a imagem de Cristo caído. Altar paralelepipédico com frontal pintado com elementos geométricos e vegetalistas. A Capela do Divino Senhor da Costa ou Capela dos Cajados (4), possui planta retangular simples, de topo facetado, tendo adossado de ambos os lados pequenos corpos retangulares, interiormente curvos. Volumes escalonados, com cobertura em telhado de várias águas na nave e de uma nos corpos adossados, rematados em beirada simples. Fachada principal terminada em empena recortada, coroada por cruz latina de cantaria, de braços biselados, e com pináculos tipo pera sobre acrotérios nos cunhais; é rasgada por porta de verga reta, inscrita com a data "1777", e por óculo oval, moldurado. As fachadas laterais são rasgadas nos topos por fresta sem moldura e a posterior é cega. No interior, tem pavimento em lajes de xisto irregulares e cobertura de apainelados, pintados com elementos alusivos à Paixão de Cristo e vegetalistas, sobre trompas de ângulo, igualmente com motivos vegetalistas. À parede testeira encosta-se retábulo, de talha pintada a marmoreados fingidos, de planta reta e três eixos, definidos por duas colunas exteriores, com o terço inferior marcado por motivos vegetalistas, e capitéis coríntios, e duas pilastras interiores, com elementos vegetalistas e sobre mísulas, assentes em altos plintos paralelepipédicos, também com elementos vegetalistas; em cada eixo, abre-se nicho facetado, o central com painel do fundo pintado com dois soldados romanos enquadrando a imagem de Cristo com a cruz às costas, e os laterais com paisagem; remate formado por entablamento com friso vegetalista, sobreposto ao centro por concheado. Sob os eixos laterais possui vãos de acesso à zona posterior do retábulo, protegidos por cortinas. A Capela do Ecce Homo, erradamente denominada da Coroação de Espinhos (3), possui retábulo, em talha pintada a marmoreados fingidos, a azul e rosa, definido por duas pilastras e de remate recortado, interiormente pintado, tendo na cobertura e lateralmente apainelados com flores; no fundo tem painel de madeira pintado com a varanda de Pilatos surgindo frontalmente a imagem de vulto de Cristo sentado, coroado e de mãos atadas; na pintura do fundo surge, à esquerda soldado segurando Barrabás, encimado pela inscrição "DIMITTE BARÁ- / BAM." e, à direita, a figura de Pilatos, apontando para Cristo, encimado pela inscrição "DIXIT PILATUS, / DIMITTAM VO- / BIS JESUS.". Altar paralelepipédico com frontal pintado com motivos vegetalistas e cartela central contendo a inscrição "EXIVI / T / PILATUS / FÓRAS / ET DICTT / ECCE HOM- / O. Joan 19. 45". A capela da Flagelação de Jesus (2) apresenta retábulo semelhante ao anterior, em talha pintada a marmoreados fingidos, a azul e rosa, definido por duas pilastras e remate recortado, interiormente pintado, tendo na cobertura e lateralmente apainelados com flores; no fundo tem painel de madeira pintado com estrutura arquitetónica e três homens segurando chicotes para flagelar o Cristo, que surge em figura de vulto, amarrado; no painel surge ainda, à esquerda e num plano inferior, uma outra figura. Altar paralelepipédico com frontal igual ao da capela anterior, tendo inscrito na cartela "APPEHENINT PILATUS / JESUM ET FLGELAVIT. / Joan 19.1". A capela da Agonia de Jesus (1) tem na verga do portal a inscrição "VIGILATE & ORATEVT NON / INTRETIS. IN TENTAHON". O interior despojado, já sem a estrutura retabular, possui apenas altar paralelepipédico de alvenaria de pedra, revestido a cimento, com imaginária. O plinto da estátua de Frei Casimiro tem a inscrição "FREI CASIMIRO / (1700 - 1755) / 1 de Maio de 2004" e a do Beato Estanislau Papczynski a inscrição em placa de bronze: "BEATO / ESTANISLAU PAPCZYNSKI, / Fundador dos Marianos / (1631-1701) / 20 Setembro 2008". A CASA DE RETIRO E REPOUSO DE BALSAMÃO, com aquecimento central, tem 37 quartos com casa de banho privativa, sala de convívio com televisão por satélite, sala de conferências, reuniões ou seminários, restaurante, bar e salão de festas para casamentos, batizados ou outras confraternizações.

Utilização Inicial

Religiosa: recolhimento masculino

Utilização Actual

Religiosa: santuário *1 / Religiosa: recolhimento espiritual / Comercial: espaço de eventos

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 (conjectural) / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Vítor Forte (1986-1994). PINTORES: Cónego Figueiredo; Damião Rodrigues Bustamante (1763).

Cronologia

1212 - primeira notícia histórica ao local como Monte Carrascal, durante o reinado de D. Afonso II, ali existindo um castelo; Idade Média - provável construção de uma ermida, atribuída à Ordem de Malta, sobre as ruínas de uma mesquita ou primitiva capelinha *2; 1605, 30 junho - concessão de indulgências à Confraria de Santa Maria de Balsamão, com 100 irmãos eclesiásticos, pelo papa Paulo V; 1720, 7 dezembro / 1725, 18 janeiro - bispo D. João de Sousa Carvalho escreve aos papas Clemente XI e Bento XIII, respetivamente, a diz haver "nesta diocese, uma imagem de Nossa Senhora, sob a invocação de Balsemão, que a fé dos católicos aclama, em alta voz, numa capela de magnífica arquitectura, recentemente reparada desde as ruínas ao vértice da mesma capela" (CASTRO, p. 257); 1731 - António Pires Corcas, natural do Outeiro, ex-estudante em Coimbra, apresenta-se na vila de Chacim, hospeda-se em casa do mestre de campo e manifesta às autoridades o desejo de ser eremita; é aconselhado a retirar-se para o ermo de Balsamão e constituir uma comunidade para assistir os numerosos peregrinos que afluíam à antiga ermida de Nossa Senhora de Balsamão; António Corcas toma o nome de António de São José; 18 julho - escritura de venda de "hum pedaso de cham com hua figueira dentro sito na quinta das Olgas do termo desta dita villa que esta dentro de huma cortinha de Placido Rodrigues do lugar de Olmos", entre António de São José, ermitão barbadinho, "prezidente e asistente na capella de nossa Senhora de Balsamão", e Pedro de Mesquita e sua mulher Maria, por 14$400, dando os congregados para o imposto de sisa mais $740; 1732, 2 março - doação do Monte do Caramouro pela Câmara aos congregados dos Barbadinhos *3; até esta data, a imagem de grande veneração estava entregue a um eremitão, casado, "que nem assestia com, o culto devido a mesma Senhora nem com zello coidado nesesario"; por isso a Câmara acorda que, para conservação da igreja e aumento do culto e veneração da imagem, era preciso que ali assistisse e se conservasse uma congregação de seis eremitas com um capelão para comodamente assistir, arrecadar as esmolas, reparar e aumentar o templo da milagrosa Senhora, receber o grande número de romeiros, bem como assistir, na ocasião da novena do milagroso Santo Cristo de Chacim ou São Cristóvão que, "nos tempos de Exterelidade", vai em procissão até à dita capela; na doação refere-se ainda que, a Congregação podia fazer as obras que lhe parecessem necessárias "para mais honra e gloria de Deos"; instalam-se no monte o Irmão de São José mais cinco irmãos leigos e um sacerdote, todos professos da Ordem Terceira de São Francisco, sujeitos à obediência do Pe. Comissário do Convento de Bragança; 1733, 14 fevereiro - D. João V autoriza petição da Câmara de Chacim para nomear os congregados de Nossa Senhora de Balsamão, devendo os suplicantes demarcar no sítio o lugar para casas e horta em que vivam os eremitas e que, faltando algum, eles mesmos nomeiem outro de justificada vida e, lhe faltando todos, a Câmara como administradora, os nomeará e tomará conta das esmolas que se gastem no asseio, limpeza e aumento da capela; pouco depois inicia-se os trabalhos de construção de um hospício no monte Caramouro, junto à ermida; 1746, 12 abril - depois da compra de terras vizinhas e da conclusão das obras, sobretudo graças à liderança do fundador Frei António de São José, e ao dinheiro que seu pai, o capitão-mor da vila de Vitória do Estado do Espírito Santo, no Brasil, lhe enviara, procede-se à bênção do recolhimento pelo abade de Vinhas, Pe. Roque de Sousa Pimentel; a festa é patrocinada pelo Marquês de Távora e prega o Pe. Prefeito da Companhia de Jesus de Bragança; inscrevem-se na congregação cerca de 100 irmãos, a qual se inicia com 5 sacerdotes e 12 leigos; como o Irmão António de São José era leigo, escolhem-se dois superiores, um para o espiritual e outro para o temporal; posteriormente, a congregação mostra desejo de ser incorporada numa ordem religiosa de votos solenes, passando o eremitério a ser disputado por diversas Ordens, entre as quais os Trinitários e os Agonisantes de São Camilo; 1753, 10 outubro - chega da Polónia Frei Casimiro de S. José Wyszynski e Frei Benão Bujalski, pertencentes à Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição, convidados pelo Reverendo António Salazar, natural de Torre de Moncorvo que, juntamente com João de Deus da Conceição, tinha tentado fundar um instituto masculino em honra da Senhora da Conceição; falhando a tentativa, o reverendo Salazar recorre à Marquesa de Cascais para interceder junto do embaixador de Espanha, o Duque de Sottomayor, a fim de que este pedisse ao Ministro Geral dos Franciscanos o envio de dois padres deste instituto, com o pretexto de que era o Rei de Portugal a convidá-los para lhes oferecer uma fundação no reino; descoberta a armadilha, Frei Benão regressa à Polónia; Frei Casimiro é ajudado pelos amigos e benfeitores, especialmente pelo adversário de Salazar, João de Deus da Conceição; 1754, 25 março - João de Deus da Conceição recebe o hábito mariano em Lisboa e recomenda a Frei Casimiro escrever ao bispo de Miranda e aos eremitas de Balsamão a pedir a sua incorporação na Ordem Mariana; 13 abril - Frei Casimiro admite ao noviciado vários freires, alguns dos quais já eram eremitas por vários anos; 1 julho - bispo consulta os eremitas e escreve a Frei Casimiro informando que, após averiguações, "não deixarei de concorrer com o que puder para que tenham effeito a sua partenção", podendo recolher-se na "Caza de Balsamão, onde aqueles irmãos os tratarão com muita Caridade, e como estão desejosos de se unir a alguma Religião professa, cujo Instituto seja útil a edificação, e reforma dos costumes, poderão achar em Vossas Paternidades o que desejam" (MORAIS, pp. 243-244); 23 julho - o presidente dos eremitas, Padre Jerónimo de Trindade, convida Frei Casimiro a apresentar-se em Balsamão para saber da regra e estatutos da ordem, dizendo estar "com coração e braços abertos para os aceitar" (MORAIS, p. 244); 6 setembro - chegada de Frei Casimiro e Frei João de Deus da Conceição a Balsamão, sendo bem recebidos pelo povo de Chacim e congregados; petição dos congregados ao bispo de Miranda, Frei João da Cruz, para autorizar a sua incorporação na religião da Conceição e para ter no sacrário da igreja o Santíssimo Sacramento; 10 setembro - bispo recebe em Bragança o Padre Jerónimo da Trindade, Frei Casimiro e Frei João de Deus da Conceição e promete ajudá-los em tudo o que fosse preciso; pouco depois os três adoecem; 26 setembro - morte do padre Jerónimo da Trindade; bispo nomeia Frei Casimiro Presidente dos eremitas de Balsamão, reservando para si o domínio espiritual e deixando para os eremitas o domínio temporal; 1 outubro - alvará de incorporação dos Congregados de Balsamão na Ordem e Religião da Imaculada Conceição da Beatíssima Sempre Virgem Maria, ficando o hospício para sempre sujeito à jurisdição ordinária do bispado e concedendo licença para terem sacrário com o Santíssimo na igreja, que seria colocado no "altar maior ou em outro se o houver mais decente e acomodado", devendo ter em frente continuamente, de dia e de noite, uma lâmpada acesa; 1755, 13 junho - frei Casimiro escreve ao Proposto Geral dos Marianos, na Polónia, dizendo-se satisfeito mas, porque já estava com idade avançada, manifesta o desejo da vinda de alguns mais jovens, para se conservar a união da Congregação; 25 outubro - data da morte de Frei Casimiro *4, comunicada por carta ao bispo de Miranda e pedindo autorização para escrever ao Proposto Geral dos Marianos a suplicar-lhe o envio de Prelados e Mestres; 27 outubro - bispo responde positivamente ao pedido; 16 novembro - bispo nomeia Presidente do convento o Padre João do Rosário Dias; 1756, 4 agosto - bispo D. Frei João da Cruz ordena a formação de processo informativo sobre as virtudes e milagres de Frei Casimiro; 1757, 17 julho - carta ao Proposto Geral pedindo o envio, com urgência, de dois padres que "sejam superiores e Mestres" e que trouxessem da Polónia a vida do fundador da Ordem, algum livro que tratasse da Ordem na Polónia, todas as notícias referentes a Frei Casimiro, um retrato seu e tudo o que dissesse respeito à Ordem Mariana, exceto a regra, os Estatutos e o Cerimonial, que já se estavam impressos em português; 9 a 11 setembro - capítulo geral dos Marianos decide enviar para Portugal Frei Aleixo Fischer, da Boémia, e Frei Rafael de Buffa, da Itália; 1758, 28 fevereiro - segundo Gaspar da Rocha Ferreira nas Memórias Paroquiais da freguesia, a ermida e santuário de Nossa Senhora de Balsamão, milagrosa, dista da vila meia légua, para Nascente, e ali se acham uns Congregados sacerdotes e leigos, com o hábito de Imaculada Conceição; o santuário, lindamente asseado, muito frequentado por devotos de ambos os sexos, tem os Sete Passos, com imagens de vulto, em capelinhas distintas ou exíguas bem ornadas; ali acodem procissões, principalmente na segunda-feira depois das oitavas da Páscoa de Flores, dia em que celebra o Mistério de Nossa Senhora dos Prazeres, e, ao longo do ano, frequentes romarias; no santuário oferecem também os moradores da vila, desde tempo antiquíssimo, na segunda-feira depois da Páscoa do Espírito Santo, uma vaca ou boi, aos pobres que se elegem em câmara, e os casados de novo, em ação de graças à Senhora, por os livrar do tributo das donzelas; os Congregados estão sujeitos ao abade da vila e ao bispo de Miranda e, na sua falta, ao Cabido; 8 março - chegada dos freires a Balsamão; 18 maio - pede-se ao rei a aprovação do instituto; 1763 - pintura da capela-mor por Damião Rodrigues Bustamante; 1777 - data inscrita na verga do portal da Capela dos Cajados, assinalando a sua construção; 1778, 29 abril - aprovação do convento de Balsamão pela rainha D. Maria I, autorizando a ali viverem 20 religiosos e podendo os Marianos expandir-se por Portugal; 1782, 29 outubro - bispo de Miranda faz convocar o capítulo dos Marianos em Balsamão para eleger o Proposto Geral tornando o instituto independente do da Polónia, aproveitando a ausência do Comissário Geral, Frei Aleixo, em Lisboa, resultando em posteriores divergências entre este e o bispo; 1783 - data da morte de Frei Aleixo; 1787 - papa Pio V torna os Marianos autónomos da Ordem dos Franciscanos Observantes; comunidade escreve à Santa Sé alegando que o estilo da autonomia, em relação ao Proposto Geral da Polónia e ao uso do hábito, um pouco diferente do usado pelos Marianos polacos, correspondia melhor à situação e regime das Ordens em Portugal; 1796 - vivem em Balsamão 14 religiosos, 6 leigos, 2 donatos e 3 criados e tem de renda certa 100$000 e incerta 60$000; 1820 - Santa Sé pronuncia-se a favor da autonomia de Balsamão, de modo que o Superior do convento passa a apelidar-se também de Proposto Geral dos Marianos em Portugal; 1834, 30 maio - extinção das Ordens Religiosas, tendo então o convento um Propósito Geral, seis presbíteros, um sub-diácono, um minorista, um irmão leigo e um cozinheiro; o Pe. José da Cruz, o último Proposto, consegue negociar com as autoridades civis o aluguer das instalações do convento para uma escola de Humanidades com o Irmão António de São Luís, vindo do convento de Algoz; 29 junho - a Prefeitura de Trás-os-Montes oficia ao Juiz de Fora e Órfãos as Portarias expedidas pelo Tesouro Público para a elaboração do Inventário nos conventos, nomeadamente no da Conceição de Balsamão; 19 a 31 julho - Inventário dos bens do convento *5, sendo a cerca de cima avaliada em 2:800$000, a de baixo em 400$000, os dois olivais em 340$00, a igreja e sacristia em 200$000 e as moradas em 600$000; 1841 - Fazenda Nacional põe o convento em arrematação, mas apenas se aliena uma pequena parte da cerca e o olival grande do lado de fora; 6 outubro - requerimento dos deputados pelo distrito de Bragança à Câmara de Deputados, recomendando ao Governo que, com a maior urgência, mande proceder às necessárias indagações para se conhecer a conveniência ou inconveniência de se estabelecer uma Escola Prática de Agricultura na cerca, e pedindo a suspensão da arrematação daquele prédio; aprovação do requerimento, suspendendo-se a arrematação; o convento entra em ruína, embora a igreja e as capelas dos Passos tenham sido conservadas pela paróquia de Chacim e continuado a ser visitados por romeiros; 1851 - após a morte do Irmão António de São Luís, o Padre José da Cruz transfere-se para Chacim, de onde conduzia os peregrinos até Balsamão; 1857 (?) - data inscrita no retábulo da capela de Jesus nos braços da Mãe; 1859 - data no retábulo da capela de Jesus despojado das vestes; 1870 - Frei Casimiro de São José é declarado Venerável Servo de Deus; 1954 - Marianos voltam a tomar conta da administração do santuário de Balsamão, por concessão dos então proprietários, o Dr. António Meneses Cordeiro e sua filha, Maria Leopoldina, e marido, Dr. Acácio Vítor Ferreira; abertura de Casa do Noviciado dos Marianos; a igreja ainda se encontra em bom estado, por ser cuidada pelo povo de Chacim; da zona regral, apenas os edifícios ligados à igreja (alpendre e claustro antigo, quarto do Frei Casimiro, e parte que lhe dá acesso e constitui a ala E.) e o edifício de apoio ao santuário, em frente da igreja, estão em bom estado; todo o resto do convento está em ruínas, embora com algumas paredes em relativo bom estado: a ala N. do claustro antigo está completamente em ruínas, do segundo claustro ou pátio, que já existe, a ala N. e a ala E. têm as paredes ainda em relativo bom estado, mas o telhado muito degradado, chovendo no interior por todo o lado; 1955 - transladação dos restos mortais de Frei Casimiro para a nave (Evangelho) e colocação de lápide, dizendo-se que os sinos da igreja, sem ninguém lhes tocar, deram sinal; 1969 - 1973, entre - construção do claustro novo: construção da ala N. e da E., bem como do alpendre de todo o claustro, já existindo as alas O. e a S., sendo as obras dirigidas pelo Pe. João Szurek; 1990, década - inauguração do Seminário das Missões e de uma casa de repouso, sobretudo para veraneantes; 2004, 1 maio - colocação da estátua de Frei Casimiro, em mármore, a S. da igreja; 2005, 24 outubro - inauguração do Museu numa sala entre o claustro antigo e o novo, pelo Superior da Congregação dos Marianos, Pe. João Rokosz, aquando da celebração dos 250 anos da morte do Frei Casimiro; 2008, 20 setembro - colocação da estátua do Beato Estanislau Papczynski junto à Capela dos Cajados; 2010, 8 agosto - inauguração da igreja pelo bispo de Bragança, após a conclusão das obras.

Dados Técnicos

Sistema estrutura de paredes portantes e sistema estrutural misto.

Materiais

Estrutura de alvenaria de pedra rebocada e caiada ou aparente e em betão; embasamento, frisos, cornijas, molduras dos vãos em cantaria de granito ou em betão, por vezes pintado ou envernizado; portas e caixilharia de madeira ou em alumínio; vidros simples ou martelados; grades e guardas em ferro; pavimentos cerâmicos, em solhalho de madeira ou lajes de cantaria de granito ou xisto; coro-alto em madeira envernizada; púlpito e retábulo em talha pintada e dourada; painéis e coberturas interiores da igreja em madeira pintada; pinturas murais; apainelados em placas ceâmicas; revestimentos e coberturas em telha de aba e canudo.

Bibliografia

Balsamão. (Portugal). Santuário de Maria (Defensora do Povo Cristão). S.l.: Comunidade Mariana de Balsamão, s.d.; BARARDO, Maria do Rosário - Santuários de Portugal. Caminhos de Fé. Lisboa: Paulinas Editora, 2015; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique - As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património. Braga: José Viriato Capela, Rogério Borralheiro, Universidade do Minho, 2007; CASTRO, P. José de - Bragança e Miranda (Bispado). Porto: Tipografia Porto M´dico, Porto, vol. 2; GIL, Júlio, CALVET, Nuno - Nª Senhora de Portugal. Santuários Marianos. Lisboa: Intermezzo, 2003; MORAIS, Padre José Manuel, LEMOS, Fernando Andrade e - "O Convento de Balsamão em 1834". In Páginas da História da Diocese de Bragança-Miranda. Congresso Histórico 450 Anos da Fundação. Bragança: Comissão Executiva das Comemorações, 1997, pp. 237-282; REIS, Vítor Manuel Guerra dos - O Rapto do Observador: invenção, representação e percepção do espaço celestial na pintura de tectos em Portugal no século XVIII. Lisboa: s.n., 2006. Texto policopiado. Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2 vols.; VARGAS, António Júlio de Sá - Memória acerca de Balsamão. Bragança: 1859; VASCONCELOS, João - Romarias. Um Inventário dos Santuários de Portugal. Lisboa: OLHAPIM, Edições, 1996, vol. 1; Lendas - Senhora de Balsamão (http://www.folclore-online.com/lendas/tmontes/balsam1.html), [consultado em 22-04-2013]; MIC - Marianos da Imaculada Conceição (http://www.marianos.pt/onde-estamos/convento-de-balsamao), [consultado em 22-04-2013]; Santuário de Nossa Senhora de Balsammão (http://www.santuariosdeportugal.pt/index.php?option=com_content&view=category&id=138&Itemid=504&sant=1), [consultado em 22-04-2013].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA; Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas

Documentação Administrativa

DGLAB/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, n.º 95, Caixa 2206, Capilha 1

Intervenção Realizada

Proprietário: 1954 - obras de conservação do edifico após o regresso dos sacerdotes polacos da Ordem Mariana; pintura das fachadas exteriores e paredes interiores da igreja; remoção do teto do coro, com pinturas do cónego Figueiredo, por estar degradado, 1986 / 1987 /1988 / 1989 / 1990 / 1991 / 1992 / 1993 / 1994 - obras em todo o edifício do convento e do claustro novo para adaptação a Seminário e a Casa de Retiro e Repouso, com projeto do arquiteto Vítor Forte, tendo-se aumentado o piso das águas furtadas; 2008 / 2009 / 2010 - obras de restauro da igreja.

Observações

*1 - Horário do culto e celebrações: de segunda-feira a sábado: 7 horas - Laudes, na capela da Comunidade; 8 horas - Eucaristia, na capela da Comunidade; 19 horas - Vésperas, na capela da comunidade; 21 horas - Oração do Rosário, nos meses de maio e de outubro; Adoração do Santíssimo, no mês de junho e todas as quintas-feiras do ano. Domingo: 8: 30 horas - Eucaristia, na capela da Comunidade; 12 horas - Eucaristia, na Igreja do Santuário; 19 horas - Vésperas, na capela da Comunidade; 21 horas - Adoração do Santíssimo Outras celebrações ou festas anuais que se realizam no Santuário são: Domingo de Ramos - Celebração da Jornada Mundial da Juventude, a nível diocesano, organizada pelos Jovens MIC, com Bênção e Procissão dos Ramos, dramatizando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montado num jumento, a partir do sopé do monte até à Igreja do Santuário. Tríduo Pascal - Quinta-Feira Santa, a Ceia do Senhor, às 18 horas; Sexta-Feira Santa, celebração da Paixão e Morte do Senhor, às 15 horas; Sábado Santo, a Vigília Pascal, às 23 horas; Domingo da Ressurreição do Senhor, Missa às 9 e às 12 horas. 2º Domingo de Páscoa ou Domingo da Misericórdia - Festa da Misericórdia de Deus, com o Sacramento da Reconciliação, durante a manhã, e a Eucaristia, às 12 horas; às 16 horas, Adoração e Bênção do Santíssimo e envio (a festa é precedida pela Semana de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus). 14 de setembro - Festa da Exaltação da Santa Cruz, na Capela do Senhor dos Cajados, com o Sacramento da Reconciliação, durante a manhã, e a Eucaristia, às 12 horas. 4º Domingo de outubro - dia Mundial das Missões e Dia do Frei Casimiro, com Sacramento da Reconciliação, pela manhã; Eucaristia pela beatificação do Servo de Deus Frei Casimiro, pelos Cooperadores Marianos e pelas Missões, às 12 horas; Encontro Anual da Associação dos Cooperadores Marianos da Imaculada Conceição, pelas 15 horas. 8 de dezembro - Solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal e da Congregação dos Marianos. *2 - Segundo a lenda, existia no monte um castelo ocupado por mouros que oprimiam os cristãos com pesados impostos, entre os quais o denominado "Tributo das donzelas", que consistia na obrigação de todas as noivas dos seus domínios passarem a noite de núpcias no castelo, com o emir. Um dia, realizou-se na vila de Castro, a cerca de 15 km de Balsamão, um casamento e a noiva, após a cerimónia, foi raptada e levada para o castelo. O noivo, filho do chefe dos Cavaleiros das Esporas Douradas da vila de Alfândega, e os habitantes de Castro e das redondezas, ocorreram ao sopé do monte a desafiar os sarracenos para o combate, de modo a libertar a noiva. Não estando habituados a lutar, os cristãos foram caindo mortos e feridos, enquanto as esposas e crianças rezavam em casa, apelando a Nossa Senhora. Surge então no campo de batalha uma Senhora vestida de branco, a curar os cristãos, trazendo nas mãos um raminho de flores e um vaso de bálsamo. Os cristãos recuperam e voltaram à batalha. Ao declinar da tarde, ouviu-se do cimo do monte um grito de vitória; tratava-se dos cavaleiros das Esporas Douradas de Alfândega que tinham ocorrido pela outra encosta ao monte e, entrando no castelo, decapitaram o rei mouro e libertam a noiva. Os soldados mouros vencidos dispersaram e os cristãos purificaram a mesquita e transformaram-na em capela, dedicada a Nossa Senhora com invocação de Nossa Senhora de Bálsamo na Mão, que viria a evoluir para Senhora de Balsamão. Ao lugar onde os mouros sofreram a chacina deram o nome de Chacim, a vila de Castro, pela vitória alcançada passou a chamar-se de Castro Vicente e a de Alfândega, pelo testemunho da Fé, de Alfândega da Fé. Uma outra versão da lenda refere que, na véspera do casamento, o jovem jurou à noiva que não a deixaria passar por aquela desonra. A noiva, receosa da vingança do tirano, implorou fervorosamente a proteção de Nossa Senhora de quem era muito devota e prometeu levantar-lhe uma capela se ela lhe valesse naquela aflição. No dia do casamento, depois da boda, o jovem recém-casado, disfarçado com o vestido da esposa, e acompanhado dos amigos com quem tinha combinado a revolta, apresentou-se no castelo, pedindo licença para, todos juntos, oferecerem presentes e prestarem vassalagem ao senhor. Aceite o pedido, a comitiva entrou na sala do castelo com as facas de matar porcos, dissimuladas nos açafates, ao jeito de presentes. Quando o rei mouro apareceu, para receber os presentes e levar a noiva, o jovem puxou do punhal e cravou-o no coração do tirano, ao mesmo tempo que os companheiros matavam os guardas. Inicia-se assim uma luta terrível e desigual, que culmina com a intervenção da Senhora com um vaso de bálsamo na mão, que ungiu e sarou as feridas dos cristãos, permitindo a sua vitória. A partir de então, as romarias ao santuário nunca mais terminaram. *3 - Na doação do Monte do Caramouro pela Câmara de Chacim aos congregados dos Barbadinhos refere-se que "a Igreja de Balsamão no termo desta villa hé huma das antequissimas deste Reyno, e a Imagem da Senhora pordegiosamente milagroza a cujas merces, e prodigios concorrem destas comarquas da Torre, e Miranda, ...com suas procicoeins tanto em os dias das Ladainhas de Mayo com em outros tempos do Anno expecialmente em o dia de Nossa Senhora dos Prazeres em memoria e devidos agradecimentos ao benefício que os fieis christãos receberão na Expulsão dos Mouros que naquelle Cabeso e Monte viviam acastellados em hua Expugnavel fortaleza de que ainda se conservão parte dos seus Muros, e parecendo em o mesmo sítio em a ocazião de Batalha a Imagem de Nossa Senhora com huma redoma de cellestial Balsamo do qual corrompendo-se o bocabullo tomou o monte por nome o cabeço de caramouro e a Senhora da Virgem de Balsamão deduzido e derivado da mesma Senhora, ... curando os feridos com aquelle divino Balsamo, pelejarão tão valorosamente que não somente os Expulsarão da dita fortaleza, mas tão de outras partas de toda a comarca...". Na doação refere-se ainda que, atendendo à pobreza da terra e aspereza do sítio, não se permitia mais de seis congregados e estabelece-se a condição de, extinguindo-se, o monte, igreja e suas obras, ficavam sob a jurisdição e domínio da Câmara como sempre esteve. *4 - Frei Casimiro foi sepultado na capela-mor, no lado da Epístola, junto ao altar de São José e com a inscrição: "P. F. CASIMIRUS WYSZYNSKI / EX-PROEPOSITUS GENERALIS IMMACULATAE CONCEPTIONIS B. M. V, / INREGNO POLONIAE / ET PRAESIDENS IN BALSEMÃO 1755. N. II". Desde logo Frei Casimiro alcança fama de santidade, constando que o seu cadáver permanecera flexível, ganhando o epíteto de Santo Polaco. Fizeram-se três processos sobre as virtudes e milagres de Frei Casimiro: um na diocese de Miranda, a 22 de outubro 1763, no qual depuseram 85 testemunhas; outro em Lisboa, em 1768, depondo 8 testemunhas; e outro na Polónia, em 1775, depondo 9 testemunhas. *5- O inventário iniciou-se pela igreja, enxoval da Senhora, sacristia, capelas dos Passos, livraria, refeitório, cozinha, dispensa, adega, lagar da cera, forno de cozer pão, casa do despejo, para armazenar os produtos do campo, trastes da lavoura, "semoventes" e frutos. Pelo inventário sabe-se que na capela-mor existiam cinco altares: o da Padroeira, Nossa Senhora de Balsamão, com as imagens de Nossa Senhora do Bom Despacho, Nossa Senhora da Conceição Velha, São Domingos, São Francisco, Santo António, São Tomás de Aquino, São Vicente Ferrer, São Gonçalo de Amarante e São João Nepomuceno, avaliadas em 79$180; o altar de Nossa Senhora da Conceição, com imagens avaliadas em 20$200; o altar de São José com imagens avaliadas em 8$640; o altar de Nossa Senhora das Dores com imagens avaliadas em 5$640; e o altar de Nossa Senhora da Conceição Pequena, com as imagens de um Menino Jesus envidraçado, um Menino Jesus no Presépio e a árvore Genealógica da Virgem, nascendo de uma açucena que brota da união de Santa Ana com São Joaquim, avaliadas em 36$000; nos espaços vazios da capela-mor existiam ainda os quadros do Ecce Homo, São Pedro, Sagrada Família e Arcanjo São Gabriel, avaliadas em 10$000. O corpo da igreja tinha duas imagens de Cristo, e os quadros representando Santa Joana Valésia, a Congregação Mariana, Nossa Senhora junto à Cruz, a Senhora da Divina Providência, São Miguel Arcanjo, as Almas do Purgatório, a Senhora da Conceição e Santa Joana. No âmbito da igreja, o Inventário refere ainda o Senhor Crucificado, O Senhor da Coluna, Santa Joana Valésia, Santo Aleixo, São Manuel, Arcanjo São Rafael, Santo Onofre, a Virgem Maria, a Virgem com o Menino, O Venerável Estanislau, duas imagens de Santo António, Estampas e os Pertences do Venerável Casimiro. No total, as imagens, quadros, relíquias, mobiliário e chapas da igreja foram avaliadas em 211$760. A sacristia era pobre e tinha apenas um crucifixo, uma cómoda e cinco pares de galhetas, avaliadas em 3$000. As oito Capelas dos Passos, ao longo da encosta, tiveram a seguinte avaliação: a capela do Senhor do Horto 12$000; a capela do Senhor da Coluna 9$600, a capela do Senhor Ecce Homo 9$600, a capela do Senhor da Costa 28$800, a capela do Senhor Caído em Terra 7$000, a capela do Senhor do Calvário 19$200, a capela do Senhor da Amargura 6$000 e a capela do Senhor Descido da Cruz 15$800. A livraria constava de 1064 volumes de Teologia, Paranética, Mística, História, Literatura, Linguística e outros. O Inventário refere ainda um órgão hoje inexistente, com tubos de estanho (150 arráteis).

Autor e Data

Paula Noé 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja)

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