Capela de São José

IPA.00002009
Portugal, Santarém, Golegã, Azinhaga
 
Capela seiscentista, de nave única, coro alto e capela-mor. Arquitectura e decoração seiscentista com laivos popularizantes nas pinturas do tecto. No interior o acesso ao púlpito e coro alto faz-se através de escadaria de tiro, em cantaria, muito estreita, localizada entre paredes. Desconhece-se a data da sua fundação. É a capela privativa do solar dos Serrões Faria que lhe fica diante. De destacar as pinturas do tecto da nave, dado o seu valor iconográfico, principalmente na representação das personagens sagradas vestidas à moda do séc. 17, e o frontispício da própria capela; realça-se, igualmente, a decoração das paredes totalmente revestidas a azulejos tipo "padrão" e "joalharia" e de Toledo na capela-mor.
Número IPA Antigo: PT031412010004
 
Registo visualizado 306 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal de nave única e capela-mor mais baixa e estreita, massas dispostas na vertical; coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas em alvenaria rebocadas e pintadas, flanqueadas por cunhais apilastrados sobrepujados por pináculos, rematadas em friso, cornija e beirada simples. Fachada principal de 2 registos sendo o inferior rasgado por portal de pilastras e arquitrave coroada de frontão triangular interrompido dando espaço ao janelão que se sobrepõe ao pórtico, de verga arquitravada; 2º registo, definido por moldura saliente, em empena curva tendo ao centro um nicho concheado e encimado de verga arquitravada assente em pilastras, com a estátua em pedra do orago. Cunhais de cantaria rematados por pináculos piramidais coroados de bolas; remate em cruz latina, simples assente em plinto galbado. Fachadas laterais rematadas por cornija moldurada na continuação da moldura divisória dos dois registos da fachada principal; fachada lateral esquerda aberta por janelão de moldura rectangular, em cantaria, com capialço; corpo da capela-mor cego. Fachada lateral direita cega, apresenta junto do cunhal uma pequena sineira. INTERIOR: de paredes totalmente revestidas a azulejos azuis e amarelos de tipo joalharia ao nível do rodapé e de padrão até a sanca com bordaduras, com cobertura em abóbada de canhão pintada, pavimentos em lajes de cantaria. Coro alto de madeira assente em 2 colunas, com guarda em gradaria; tecto do sub-coro forrado por dez caixotões, pintados e dourados com ornatos estilo renascença. Na parede do lado da Epístola encontra-se o púlpito de base de pedra circular e guarda em balaustrada de pau-santo com aplicações de metal; o acesso é feito através de porta rectangular na sacristia que liga a escadaria estreita entre as paredes. Do lado do Evangelho abre-se porta de moldura rectangular com acesso ao coro alto. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilares com capitéis tudo pintado de branco e dourado e tendo na chave o brasão dos Serrões de Faria, dá acesso à capela-mor a um nível ligeiramente superior ao da nave, rectangular com escadaria de 3 degraus para acesso ao altar, e retábulo-mor de talha dourada com um baixo-relevo policromo figurando o casamento de São José; paredes revestidas de azulejos azuis de Toledo que revestem também o silhar da sacristia que comunica com a capela-mor através de porta rectangular no muro direito desta. Cobertura em abóbada de canhão pintada.

Acessos

EN. 315, R. de São José.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974

Enquadramento

Urbano, isolado, destacado. Tem fronteiro o solar da família Serrão de Faria (v.PT031412010020) ao qual servia de capela. Ergue-se num adro elevado rodeado por muro em alvenaria nas fachadas laterais e posterior e por gradeamento em ferro simples na fachada principal, com acesso através de escadaria de 4 degraus. Do lado direito ergue-se uma casa de 2 pisos, tendo a nível do 2º piso um registo azulejar com representação de um calvário e a data de 1634. Um gradeamento em ferro colocado entre o muro do adro e as fachadas laterais veda o acesso ao público além da fachada principal.

Descrição Complementar

As pinturas do tecto da capela-mor dividem-se em 20 caixotões figurando cenas da Sagrada família; as da nave, enquadradas por, frutos e cartouches com legendas, dividem-se em 9 paineis com cenas da vida de São José, sendo as indumentárias das figuras do séc. 17 tecto do sub-coro de 10 caixotões pintados e dourados de ornatos. Púlpito com base de pedra e balaústres de pau santo com aplicações de metal. Frontal do altar-mor pintado a imitar tapeçaria seiscentista.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

séc. 17 (1ª metade) - Construção da capela; conserva ainda a sua feição primitiva quer exterior quer interiormente. No sino encontra-se gravada a seguinte inscrição: "A mim me mandou fazer Gaspar Serrão - 1634". Todo o recheio é da mesma época.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Estruturas: de alvenaria , cantaria aparelhada nos cunhais, cornijas, molduras embasamentos; cantaria de pedra branda nas vergas e ombreiras. Coberturas: abóbada e telha no exterior. revestimentos: reboco caiado no exterior, azulejos no interior. Pavimentos: lajedo de cantaria.

Bibliografia

SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, vol. III, Lisboa, 1949; ALMEIDA, António José Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; BARREIROS, Augusto do Souto, Azinhaga: Livro de Horas, Chamusca, 1995.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Rosário Gordalina 1991 / Cecília Matias 2008

Actualização

 
 
 
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