Palacete Jardim
| IPA.00020049 |
Portugal, Castelo Branco, Covilhã, União das freguesias de Covilhã e Canhoso |
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Palacete romântico e Arte Nova, de planta em L invertido, formado pelo ligeiro ressalto de um pano na fachada principal, implantado a meia-encosta, com vista privilegiada sobre a Serra da Estrela e sobre o vale do Zêzere. Encontra-se revestido a elementos cerâmicos, rematado por friso cerâmico, interrompido na fachada lateral direita por uma empena truncada e na posterior por uma mansarda, ao nível do piso superior. As fachadas são marcadas por vãos de verga recta, com molduras de cantaria na zona superior, em arco abatido, dinamizando as mesmas, com vãos na forma de bíforas e tríforas, possuindo algumas sacadas com guardas em ferro forjado, formando elementos sinuosos e com painéis de azulejo ornados por figuras femininas e vegetação, de sabor Arte Nova. No lado esquerdo evolui a casa dos caseiros, separado por um logradouro, que cria um pequeno terraço lajeado, com acesso ao jardim, onde existiu um tanque circular e vários canteiros. Possui uma estrutura muito semelhante a outra obra do mesmo arquitecto, a Villa Hortênsia, em Leiria. Edifício bastante dinâmico pelos elementos distintos que apresenta, com a introdução de alpendres, decorados a azulejo com fundos de paisagem, sustentados por colunas de fuste liso e com capitéis de colchete, revelando um gosto pela folhagem e alguma influência neoromânica, também presentes na divisão dos lumes de uma "bow-window", com vista sobre o vale, encimada por uma sacada. Algumas janelas são sublinhadas por arcos ultrapassados e todas possuem fechos fingidos e remates e voluta ou em esfera, formando falsos pingentes. Possui aparelho rústico no embasamento, rasgado pelas janelas dos pisos inferiores, que se repete no muro que envolve parcialmente a propriedade, rasgado por vários portões metálicos, um deles flanqueado por pilares rematados por urnas, de influência neoclássica |
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Número IPA Antigo: PT020503070181 |
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Registo visualizado 797 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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Planta em L pouco desenvolvido, possuindo uma zona do antigo jardim junto às fachadas posterior e lateral direita, possuindo, no lado oposto um corpo separado, formando a casa dos caseiros, de planta poligonal irregular. A CASA possui cobertura homogénea em telhado de seis águas, marcado por duas chaminés nas fachadas laterais, altas e revestidas a tijolo cerâmico bege, com o remate em cantaria. Fachadas evoluindo em dois e quatro pisos, adaptando-se ao declive do terreno, revestidas a tijolo cerâmico bege, percorridas por embasamento em silharia rústica, encimado por friso de cantaria e rematadas em friso emoldurado a cantaria, revestido a tijolo cerâmico bege, pontuado por elementos relevados e por tijolos pintados de cinza, criando elementos geométricos, tendo nos ângulos, triglifos de cantaria, encimados por cornija e beirada simples. Fachada principal, virada a SO., forma dois panos, um deles reentrante, dando origem ao L, tendo, no do lado esquerdo o embasamento rasgado por respiradouros, protegidos por elementos metálicos, formando volutas, com fechos salientes, que sustentam o peitoril das janelas do piso térreo, ambas com panos de peito em ferro, formando corações, a do lado esquerdo rectilínea, mas envolvida por um arco ultrapassado, terminando, inferiormente, em volutas e com fecho saliente, dando origem a três painéis de azulejo policromo com motivos fitomórficos; a janela do lado direito é rectilínea, com moldura de cantaria formando arco abatido, com fecho saliente, terminando, na zona superior, em volutas, esferas e pingentes. No extremo direito, rasga-se o portal principal de verga recta e protegido por duas folhas de madeira almofadadas, com puxadores e postigos metálicos, rematando em friso, marcado por fecho saliente e duas mísulas que sustentam o remate em cornija e óculo circular, protegido por ferragem e moldura semelhante à da janela anterior. O segundo piso, dividido por friso de cantaria, possui duas janelas rectilíneas, a do lado esquerdo formando uma trífora com moldura superior em cantaria, terminando em esferas, com o vão central a abrir para pequena sacada com bacia de cantaria, assente em mísula, e guarda vazada em ferro forjado, formando uma moldura de elementos volutados; no lado direito, janela de peitoril com moldura na zona superior com fecho saliente e terminando em esferas, tendo, no ângulo, uma janela alpendrada, sustentada por coluna de fuste liso e capitel em colchete, formando dois arcos abatidos, envolvidos por moldura em arco ultrapassado, com painéis de azulejo policromos de elementos vegetalistas; para esta, abrem duas portas-janelas rectilíneas. Na face S., surge porta de verga recta ao nível do piso inferior. O pano recuado é marcado por um alpendre formando três arcos abatidos, sustentados por pilar e duas colunas semelhantes à da janela de ângulo anteriormente descrita, com cobertura a duas águas, revestidas a tijolo cerâmico verde; possui guardas plenas, encimadas por grades de ferro, formando elementos volutados e, para este espaço, revestido com dois painéis de azulejo policromo, representando paisagens e com tecto plano com moldura de estuque, abre porta-janela rectilínea, de verga recta. Neste pano, surge a inscrição "PALACETE JARDIM". Fachada lateral esquerda, virada a NO., abre para um pequeno logradouro pavimentado a lajeado de granito, onde surgem escadas de cantaria que ligam à zona inferior do jardim. É rasgada por vãos rectilíneos, com molduras de cantaria, formando arcos abatidos na zona superior, correspondentes a duas portas dispostas a cotas diferentes, duas janelas da cave, protegidas por grades em ferro, duas janelas de peitoril no piso intermédio e uma bífora no piso superior. Fachada lateral direita virada a SE., marcada, no lado direito, por um eixo de vãos, correspondentes a três janelas, as inferiores em arco abatido e a superior rectilínea, todas com molduras de cantaria na zona superior. O lado esquerdo é mais elaborado, possuindo um remate que extravasa o friso, formando uma empena truncada por fecho saliente e volutada inferiormente, onde se rasga óculo circular, com moldura crucífera. É rasgado, inferiormente, por três portas rectilíneas, surgindo, no piso intermédio, uma "bow-window" com três lumes protegidos por folhas de madeira e vidros simples, divididos por colunas grupadas, semelhantes às da fachada principal; possui guarda plena, revestida a azulejo com medalhões centrais, onde surgem faces feminina, envolvidos por folhagem. Sobre esta, evolui uma sacada, com guarda semelhante, encimada por acrotérios de cantaria e ferragem, formando entrelaçados, para onde abre trífora, com moldura comum, em arco abatido na zona superior e terminando em esferas. Fachada posterior de quatro pisos, aproveitando o desnível do terreno, o inferior com porta de verga recta, protegida por telheiro, e ladeada por janelas de peitoril rectilíneas, encimado por três janelas de peitoril, uma delas de menor dimensão, com molduras na zona superior, possuindo, no lado esquerdo, uma trífora rectilínea. O terceiro piso possui uma trífora simples, três janelas de sacada, com bacia de cantaria, guarda em ferro, com elementos sinuosos e para onde abrem portas-janelas, com molduras superiores salientes e em arco abatido; no extremo esquerdo, uma sacada de maiores dimensões, assente em três mísulas de cantaria, com guarda semelhante às anteriores, para onde abre trífora rectilínea, envolvida por arco ultrapassado, semelhante ao da fachada principal. O piso superior possui quatro janelas de peitoril com peito em cantaria e moldura superior do mesmo material, que centram uma trífora e ampla janela em arco de volta perfeita, com fecho saliente, sobre a qual se interrompe o friso do remate, dando origem a uma mansarda que repete o módulo inferior. Todos os vãos estão protegidos por estores. INTERIOR não observado *2, constando que o vestíbulo possui no tecto inscrição latina alusiva à construção. O perímetro da cada é envolvido por muro em silharia rústica, encimado por grades de ferro, interrompidas por pilares de cantaria, interrompendo-se na fachada principal, dando origem a dois portões metálicos e na fachada lateral direita, para o portão de acesso ao jardim, mais amplo, em metal e flanqueado por pilares rematados por urnas. No lado esquerdo, a CASA do caseiro, de um e dois pisos, adaptando-se ao desnível do terreno, rasgada por vãos rectilíneos, possuindo algumas janelas com caixilharias de guilhotina. Junto à fachada lateral direita, existem, no jardim, vestígios de um tanque e dos antigos canteiros, tudo envolvido por vegetação e onde se vislumbram árvores de pequeno porte. |
Acessos
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Rua Frei Heitor Pinto, n.º 2 a 4. WGS84 (graus decimais) lat.: 40.284081; long.: -7.504778 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 577/2022, DR, 2.ª série, n.º 130 de 07 julho 2022 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado numa zona de forte declive, abrindo, em gaveto, para uma larga via pública, que leva a um amplo largo que forma o Jardim Público (v. PT02050307), junto à Escola Primária da Covilhã (v. PT020503070180) e a uma pequena zona relvada, com arbustos, onde se integra o Monumento aos Mortos da Grande Guerra (v. PT02050307046). Separa-se da via pública por amplo passeio público, pavimentado a calçada de calcário. No lado oposto, situa-se Casa Dona Maria José Vaz de Macedo Alçada / Escola Profissional de Artes da Covilhã (v. PT020503070207) e fronteiro o Dispensário na Covilhã / Turismo da Serra da Estrela (v. Pt020503070182). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Ernst Korrodi (1915-1920). PINTOR: Eduardo Malta. |
Cronologia
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1915-1920 - construção do palácio para a família de José Maria Buhon, de origem belga e proprietário da Fábrica do Sineiro, da autoria de Ernst Korrodi, cunhado do proprietário *1; os azulejos e ladrilhos das fachadas, bem como os sanitários foram importados da Bélgica; séc. 20, meados - instalação no local do Tribunal do Trabalho; séc. 20, década de 90 - o edifício deixa de ser habitado, vivendo um caseiro num corpo anexo; 1996, 06 fevereiro - proposta de classificação apresentado pela Associação Cava Juliana; 09 fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação eplo vice-presidente do IPPAR; 2000, 18 fevereiro - proposta da Direção Regional de Coimbra para classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público; 2003, 03 maio - parecer favorável à classificação do edifício pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 23 maio - despacho de homologação do Ministro da Cultura; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o art. 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data; 2017, 24 maio - publicação do anúncio de abertura do procedimento de classificação do imóvel, em Anúncio n.º 75/2017, DR, 2.ª série, n.º 100/2017. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de granito; revestimento a tijolos cerâmicos; modinaturas, sacadas, mísulas, escadas, pavimento do logradouro, colunas, pilares, muro em cantaria de granito; portas, portadas de madeira; caixilharias de madeira e vidro simples; painéis de azulejo industrial; guardas, grades e portões em ferro; cobertura em telha. |
Bibliografia
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Covilhã percursos de uma história secular, Paços de Ferreira, Néstia Editores, 2003; OLIVEIRA, Maria Genoveva Moreira, "Ernst Korrodi, percursos de vida: a sua presença na cidade da Covilhã", in Monumentos, n.º 29, Lisboa, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, pp. 120-125. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA, DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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*1 - o irmão do proprietário Camille Bouhon casou com a irmã de Korrodi, Frieda. *2 - o proprietário não autorizou o acesso ao interior. |
Autor e Data
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Paula Figueiredo 2009 |
Actualização
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