Edifício na Rua das Flores, n.º 69 / Casa da Companhia / Fundação da Juventude

IPA.00020032
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Casa unifamiliar quinhentista de planta composta, irregular, de 2 pisos delimitados por friso de granito, com capela adossada e dois pátios, um interior e outro exterior voltado para a Rua do Ferraz. Fachada enquadrada por cunhais apilastrados, rasgada por janelas quadrangulares sobrepujadas por pequenas janelas engradadas, em forma de óculo ao nível do primeiro piso e por janelas de sacada protegidas por varandas de ferro ao nível do andar nobre, remate em cornija saliente a envolver a construção.
Número IPA Antigo: PT011312150278
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Casa abastada  

Descrição

Acessos

Vitória, Rua das Flores, n.º 69. WGS84: lat. 41º08'38.66"N, long. 8º36'49.57"O.

Protecção

Incluído no Centro Histórico da Cidade do Porto (v. PT011312140163) e na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086)

Enquadramento

Urbano, adossado a O., em pleno Centro Histórico do Porto, no gaveto das Rua das Flores, que dá acesso ao alçado principal, com a rua do Ferraz, por onde se acede à capela, ao pátio externo e alçado N. Nas proximidades encontra-se a Igreja da Misericórdia do Porto (v. PT011312150045), a Casa dos Ferrazes Bravos / Casa dos Maias (v. PT011312150071), o Hospital de D. Lopo (v. PT011312150124), o Edifício na R. das Flores, nº 83, 87/ Prédio na R. das Flores, nº 83, 87 (v. PT011312150218) e a Casa dos Constantinos (v. PT011312150279).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Assistencial: associação de beneficência

Propriedade

Privada: Fundação

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE DE OBRAS: António Silva Peneda (séc. 20)

Cronologia

1521 - Abertura da Rua de Santa Catarina das Flores, a primeira rua verdadeiramente planeada na cidade do Porto; 1523, 16 de Fevereiro - uma parte da área que compõe a Casa da Companhia foi emprazada através de escritura a Brás Brandão; 1533, 26 de Fevereiro - a outra parte foi emprazada a Isabel Luís, Viúva de Álvaro Rodrigues, mercador da cidade*1; 1542 - nesta data ainda eram proprietários dos terrenos o dito Brás Brandão e Catarina Luís, provavelmente filha de Isabel Luís; 1576, 14 de Novembro - Fernão Brandão e sua mulher Faustina de Almeida, filho e nora de Brás Brandão, vendem pelo preço de cento e quarenta reis dois chãos ao fidalgo Francisco Neto de Figueiroa*2; 1579, 7 de Novembro - o mesmo fidalgo comprou outro chão e prazo, já com casa, a Froyollas de Saa e mulher Margarida Ferreira, que os herdou da sua primeira mulher, Maria Ribeira, a quem foram doados por Catarina Luís; 1604 - morre Francisco Neto de Figueiroa, passando a casa para o seu filho mais velho, João de Figueiroa Pinto*3, Contador da fazenda do Porto; 1721 - nasceu, na Casa, Manoel de Figueiroa Pinto, fidalgo da Casa Real, Alcaide-Mor de Portel, Senhor de Portocarreiro e Comendador de Santa Maria Madalena de Vilas Boas, da Ordem de Cristo, o último que pagou foro pela casa; séc. 18 (meados) - João de Figueiroa Pinto adquiriu o prazo da Quinta da Boa Vista, mais tarde designada de Santo Ovídio, que passa a ser a residência oficial da família Figueiroa; 1756 - foi instituída por alvará régio a Companhia de Agricultura das Vinhas do Douro; 1761 - Manoel de Figueiroa Pinto arrendou o seu edifício na rua das Flores à Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, conhecida por Companhia Velha; 1805 - a Companhia comprou a casa e todas as suas dependências, lojas, capela, casa forte e quintal, e no mesmo ano comprou mais quatro pequenas casas contíguas; 1961 - a Companhia abandonou definitivamente as instalações da sua sede, na rua das Flores, transferindo-se para Vila Nova de Gaia, Rua da Carvalhosa (instalações pertencentes à firma Miguel de Sousa Guedes & Irmão, Ldª); 1972 - muda-se para a Rua de Azevedo de Magalhães, para as instalações da Real Companhia Vinícola, onde ainda hoje se mantém; 1993 - nesta data o edifício estava ocupado pela Associação Nacional dos Jovens Empresários, até à data de construção da sua própria sede, na zona da Foz do Douro; 1995 - O edifício é adquirido pela Fundação da Juventude.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocado pelo exterior e / ou em cantaria de granito aparente; cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; pavimentos em soalho e / ou em mosaico; tectos em estuque; caixilharias em madeira; portão, grades e guardas das varandas em ferro.

Bibliografia

LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 7, Lisboa, 1877; Câmara Municipal do Porto, Porto a Património Mundial, Processo de Candidatura da Cidade do Porto à classificação pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade - 1993; MACHADO, Afonso, A Associação Nacional dos Jovens Empresários: Um Novo Ocupante da Casa da Companhia, In O Tripeiro, Porto, Série Nova, ano 8, nº 8 (1989), p. 251-252; SOUSA, Francisco de Almeida e, Casas Senhoriais do Porto - A Casa da Companhia, in Tripeiro, Série 7, ano 10, nº 4 (1991), p. 111-115, Porto; http://cepese.up.pt/pdf/patrimonio.pdf, 12 de Maio 2009

Documentação Gráfica

CMP-AH: cota, D-CMP/9 (163), f. 304-307

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

CMP-AH: cota, D-CMP/9 (163), f. 304-307

Intervenção Realizada

1805 - Obras de beneficiação e restauro; 1911, 9 de Junho - reparação de escadas; 1913, 29 de Setembro - construção de portal e arcos interiores, rebaixamento de um portal, construção de outro e uma janela; 1926 - obras de reparação do telhado e caiação; 1995 - obras de conservação e restauro.

Observações

EM ESTUDO. *1 - Ambas as escrituras foram outorgadas por Ruy de Couros, escudeiro, tabelião e escrivão do Senhor Bispo, e tudo com o condicionamento de que não poderiam os compradores "dividir, escambar, vender, trocar, nem alhear estes chãos e emprazamentos, nem parte deles, sem primeiro o fazerem saber ao dito Senhor Bispo e seus sucessores...". *2 - Francisco Neto de Figueiroa pertencia a uma antiga família galega com raízes nas primitivas lutas dos Godos nas Astúrias, e com alguma ligação aos Duques de Cantábria, que mais tarde se tornou a família do paço galego. Um dos descendentes deixou a Galiza e veio estabelecer-se em Portugal. Foi esta família que construiu a casa e a ocupou durante dois séculos. *3 - João Figueiroa Pinto, Doutor de Leis pela Universidade de Coimbra, teve seis filhos, um dos quais Dr. Francisco Carneiro de Figueiroa, licenciado em Direito Civil, em 1722 foi nomeado Reitor da Universidade de Coimbra e foi autor do livro "Memória das Universidade de Coimbra".

Autor e Data

Ana Filipe 2009

Actualização

 
 
 
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