Castro de São Lourenço

IPA.00001939
Portugal, Braga, Esposende, Vila Chã
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Época do Ferro com anterior ocupação do Bronze Final e posterior ocupação romana e medieval. Povoado fortificado / castro com três linhas de muralhas e várias fases de construção, tendo a mais importante as casas organizadas em núcleos familiares individualizados definidos por muros. Era o povoado que, conjuntamente com o vizinho Castelo de Neiva, dominava o panorâma socio-político, repartindo entre si áreas de inflência e territórios que controlavam.
Número IPA Antigo: PT010306150005
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado proto-histórico  Povoado fortificado   

Descrição

Povoado fortificado com um sistema defensivo composto por três linhas de muralhas. Do lado N. e na base exterior da terceira muralha existia um largo fosso, hoje transformado em caminho. As casas de habitação são circulares, distribuindo-se no interior da área urbana, sem critérios definidos (até ao séc. 1 a.c.) ou organizam-se em núcleos familiares individualizados, compostos por três ou mais estruturas cobertas, e definidos por muros de separação, sendo o ponto central de cada núcleo o espaço lajeado para o qual se abriam as portas das construções. As edificações de cada unidade familiar possuia normalmente planta circular, com ou sem átrio ou vestíbulo, sendo os celeiros de planta alongada e maior. Existem também construções subcirculares e rectangulares, sendo estas últimas de influência romana.

Acessos

EM que liga Esposende a Vila Chã, caminho à esquerda em terra batida que conduz à capela de S. Lourenço no topo da elevação

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 1, DR, 1.ª Série, n.º 2, de 3 Janeiro 1986

Enquadramento

Rural, isolado, situado num dos vários cabeços que compõe a arriba fóssil. Logo que a estrada asfaltada que liga Esposende a Vila Chã atinge o alto da serra, há um desvio à esquerda, em terra batida, que após cortar duas linhas de muralha, já muito desvanecidas, conduz a um vasto terreiro onde foi edificado um coreto bem como outras pequenas construções relacionadas com a romaria. O caminho em terra batida leva mesmo ao castelo rochoso onde foi erguida uma pequena capela em veneração a São Lourenço.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Proto-história

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Bronze final / 1º milénio a.c. - início da ocupação; séc. 7 / 6 a.c., entre - nascimento da aldeia castreja; séc. 5 / 4 a.c., entre - data das primeiras casas redondas, construídas em pedra, e do sistema defensivo; séc. 2 a.c. - construção de uma série de casa redondas, cobertas de palha e outros elementos vegetais; c. séc. 1 acC. - destruição das casas por um grande incêndio, conduzindo a uma grande remodelação de toda a aldeia, com construção de novas casas, dispostas em patamares sustentados por muros de suporte; introdução de vestíbulos nas casas e alguns empedrados; distribuição das casas por núcleos familiares organizados ao redor de um pequeno espaço lajeado e contornado por muros; séc. 1 a.c., depois - consolidação do sistema defensivo; séc. 1 - remodelação de muitas casas, que foram argamassadas, rebocadas e caiadas; séc. 1 d.c. - adaptação a "vicus", ou seja, estrutura de carácter urbano com funções de mercado e pequena administração; séc. 5 - abandono total e efectivo do castro; c. séc. 10 - aquando da reconquista, as populações refugiaram-se entre os escombros da povoação, dotando-a de certas defesas militares: desbastaram a penedia, dificultando o acesso ao cimo, e construiram uma muralha, com 3 m. de largura a O.; 1549 - primeira referência a uma capela no local; séc. 20, c. anos 50 - demolição da antiga capela e construção da actual; anos 80 - o proprietário de uma pedreira existente na parte mais baixa do monte destroi algumas estruturas ao abrir um caminho.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Granito

Bibliografia

SARMENTO, M., Dispersos, Coimbra, 1933, p. 159; FONSECA, Teotónio da, Espozende e o seu Concelho, Esposende, 1936, p. 143; ARAUJO, I., Castros, outeiros e crastos na paisagem de Entre-Douro-e-Minho, Minia, 2ª Série, 3(4), 1980, p. 103; ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de NEIVA, M. A. P., O Castro de S. Lourenço, Vila Chã - Esposende, Boletim Cultural de Esposende, 2, 1982, p. 5 - 17; ALMEIDA, C. A. B., Carta Arqueológica do concelho de Esposende, Boletim Cultural de Esposende, 9 - 10, 1986, p. 41 - 43, nº 20; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa 1993, vol. 2, Distrito de Braga, p. 39; ALMEIDA, Carlos A. Brochado, CUNHA, Rui M. Cavalheiro da, O Castro de S. Lourenço. Vila-Chã - Esposende, Esposende, 1997; AZEVEDO, Sampaio, Esposende - Arqueólogos continuam no Castro de São Lourenço, in Correio do Minho, 23 Agosto 2004, p. 9; CARVALHO, Elisabete, Castro de São Lourenço à espera de centro interpretativo, in Diário do Minho, 16 Agosto 2006, p. 8.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGEMN, DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Universidade do Porto: 1985 - escavações arqueológicas da responsabilidade de Carlos Alberto Brochado de Almeida; musealização com conservação de estruturas habitacionais; 1987 - escavações arqueológicas da responsabilidade de Carlos Alberto Brochado de Almeida; CME: 1991 - arranjo urbanístico do monte: empedramento do caminho; construção de uma escadaria na área do adro da capela; 1995 / 1996 - valorização, musealização, restauro, sinalização e divulgação do Castro, insidindo os trabalhos especialmente num conjunto habitacional do sector CV.

Observações

Na área de influência do Castro de São Lourenço estavam os pequenos povoados de Nossa Senhora da Paz, em Rio de Moinhos, o de Cova da Bouça (Mar / Belinho) e o do Senhor dos Desaparecidos. O espólio da 1ª fase de ocupação (Bronze final) é escasso e incapaz de definir a dimensão da aldeia de então, a articulação das habitações, materiais utilizados, etc. Em 1954 apareceu nas imediações da 1ª muralha uma ara que durante muito tempo foi atribuída a DAFA ou DAFAE, mas recentemente teve uma nova leitura em que em que teria sido dedicada por ANICIUS a DEA SANCTA; *1 - começou na acrópole sobre a qual foi construída a capela de São Lourenço, que já existia no séc. 16, continuaram com a abertura do caminho de acesso à capela, por volta de 1954, que destruiu uma série de casas situadas entre a 2ª muralha e a penedia envolvente da acrópole, e a edificação de um coreto, no enfiamento da 2ª muralha da qual um troço foi então demolido. Em 1982, um empreiteiro de estradas abriu caminho monte acima até à base da 3ª muralha no flanco NO. com máquinas de terraplanagem, tendo destruído um lanço de muralha que ligava a mais exterior ao pequeno cabeço situado 50 m mais a N. onde teria existido um torreão defensivo.

Autor e Data

Isabel Sereno / Paulo Dordio 1994

Actualização

Paula Noé 1998
 
 
 
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