Convento da Madre de Deus / Igreja do Convento das Capuchinhas / Centro Juvenil de São José

IPA.00001924
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião
 
Arquitectura religiosa, seiscentista e setecentista. Antigo convento feminino da Ordem de São Francisco composto por igreja e dependências conventuais organizadas à volta do claustro, que evolui em dois e três pisos. Igreja de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor. Interior com retábulos, púlpito, e cobertura em caixotões, de madeira pintados. A estrutura geral do edifício encontra-se bem preservada, apesar das obras de adaptação ao Centro Juvenil São José; sendo de destacar o interior da igreja com o tecto em caixotões de madeira, pintados, e os paineis de azulejos da capela-mor.
Número IPA Antigo: PT010308630043
 
Registo visualizado 842 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de Santa Clara - Clarissas (Província de Portugal)

Descrição

Antigo núcleo conventual, muito transformado por adaptações a outras funções, com planta rectangular composta por igreja e dependências conventuais desenvolvidas a SO:, e claustro colocado em eixo relativamente à igreja. Volumes escalonados de dominante horizotal, coberturas em telhados de duas águas na nave e capela-mor e de três e quatro nas dependências conventuais. Fachada virada a NE., rebocada e pintada de branco, de dois panos delimitados por pilastra, o do lado esquerdo corresponde à fachada da igreja e o do lado direito pertencendo actualmente a espaço ocupado pelos serviços administrativos do Centro Juvenil de São José, cujo pano de dois registos, é rasgado por porta de verga recta com moldura granítica encimada por cornija e duas janelas, rectilíneas com bandeira, superiormente abrem-se duas frestas, em capialço, dispostas na horizontal, que corresponde ao salão nobre da instituição. IGREJA com fachada, rasgada por portal de verga recta enquadrado por pilastras, encimado por cornija e espaldar de cantaria, sobreposto por nicho, em arco de volta perfeita, com abóbada concheada, albergando pequena imagem, ladeado por pilastras com esfera e encimado por cornija com cruz latina ladeado por pináculos com esfera, ladeado por duas janelas, gradeadas, de verga recta, em capialço. INTERIOR da igreja com paramentos rebocados e pintados de branco. Nave, do lado do Evangelho, dispõe-se retábulo, de talha dourada, dedicado a Nossa Senhora e do lado da Epístola, púlpito assente em mísula de cantaria com guarda plena de madeira e um retábulo de talha dourada, dedicado a São José. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas. Pavimento da nave em granito e madeira e cobertura em caixotões de madeira pintado. A capela-mor, sobrelevada por degraus em cantaria; possui as paredes revestidas a azulejos. Lateralmente, abrem-se duas janelas confrontantes. Sobre supedâneo de granito, acedido por três degraus centrais, surge o retábulo-mor em talha policroma a branco, cinzento e dourado, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas, de fuste liso, com o terço inferior marcado, e de capitéis coríntios; ao centro, abre-se tribuna de arco contracurvado, de moldura fitomórfica, e albergando trono expositivo de três degraus decorados com festões e motivos vegetalistas dourados; nos eixos laterais surgem apainelados decorados com laçarias; ático terminado em espaldar e frontão curvo, decorado com motivos fitomórficos; banco ornado com painéis decorados por motivos fitomórficos e laçarias, integrando sacrário em forma de templete; altar em forma de urna. Cobertura em abóbada de berço decorada por caixotões de madeira pintados. Na parede fundeira da nave, surge ao centro o túmulo do Bispo da Guarda e no alinhamento deste, rasga-se vão rectilíneo de gelosia. DEPENDÊNCIAS CONVENTUAIS com volumes escalonados, evoluindo em dois e três registos, em torno de um claustro central, com fachadas em granito aparente. Rasgados por vãos de verga recta com moldura de granito, simples; e remates em cornija e beirada simples. O piso térreo do claustro é marcado por arcadas rectilíneas, e superiormente janelas de varandim com guardas em ferro fundido, na ala SE, o terceiro piso possui janelas de varandim intercaladas com janelas de guilhotina. Pavimento lajeado de granito e cobertura das alas interiores em madeira. Nos ângulos do piso térreo, portas de verga recta, acedem a várias dependências. Pátio pavimentado a lajes de granito, constituido por canteiros ajardinados com buxo e plantas herbáceas, tudo disposto em torno de um chafariz central de tanque circular, de duas taças decorada com carrancas e remate em pinha.

Acessos

Rua de D. Domingos da Silva Gonçalves.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 8/83, DR, I Série, 19 de 24 janeiro 1983 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101)

Enquadramento

Urbano, implantado em zona em declive, com integração harmónica, o espaço junto à igreja abre-se para uma plataforma, a que se tem acesso por uma larga escadaria, onde se ergue um cruzeiro, sobre plataforma de planta quadrangular, constituída por três degraus, com plinto galbado, tendo uma das faces a data de 1775 epigrafada e remate em friso e cornija; a partir da qual se ergue a coluna, de fuste liso e capitel quadrangular, composto por molduras horizontais, encimado por acrotério com cruz latina. Nas imediações, implanta-se o Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria (PT010308630188)

Descrição Complementar

AZULEJOS: paredes interiores da capela-mor integralmente revestidas a azulejos figurativos, monocromos a azul, composto por seis painéis, do séc. 18, representando a Sagrada Família: o Sonho de S. José, a Anunciação da Virgem, a Apresentação no Templo, a Fuga para o Egipto, a Adoração dos Pastores, o Casamento da Virgem e a Adoração dos Reis. INSCRIÇÃO nO túmulo existente numa das alas do convento: AQUI FAZ SOROR LUISA MARIA DA CONCEIÇÃO ABADESSA FUNDADORA DESTE CONVENTO QUE VEIO DO DA MADRE DE DEUS DE LISBOA FILHA DA CASA DE VALE DE REIS. FALECEO NO 1º DE ABRIL 1739.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Assistencial: centro de juventude

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1681 - Fundação do Convento da Madre de Deus; 1683, 4 Abril - entrada solene das religiosas, acompanhadas pelo cabido da real Colegiada e pelo clero; 1690 - a religiosa, Catarina das Chagas, parte para Roma para obter uma sanção pontifícia ou uma regra para o convento; 1693 - Catarina das Chagas consegue do pontífice Inocêncio XII a aprovação para o Instituto e Regra primeira de Santa Clara; 1694, 13 Maio - falecimento de Catarina das Chagas em Espanha, ficando sem execução este Breve; 1716, 8 Janeiro - o arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles, obtém um novo Breve de Clemente XI, que o mandou logo executar e fazer cumprir; o arcebispo de Braga nomeia para sua primeira abadessa a sua irmã, soror Luísa Maria da Conceição, religiosa do mosteiro da Senhora da Madre de Deus em Lisboa; 17 Abril - o arcebispo de Braga benzeu o cemitério interior do convento; 18 Abril - lançou o hábito a vinte senhoras, que ali se achavam recolhidas; 20 Abril - pôs a clausura a esta comunidade, dando-lhe com este último favor o brasão de filhas da Madre de Deus; séc. 18 - pavimentação em lajeado do claustro e divisão em sepulturas; obras de construção do novo dormitório, dotando-o com uma sala de labor, várias celas, casas do noviciado e livraria; construção de uma enfermaria, com cozinha, refeitório e capelas; construção de uma cozinha com quatro torneiras de água, e várias casas térreas e celeiros; ampliação e decoração do coro; 1720, 5 Agosto - o número de recolhidas passa a vinte e três; 1734 - licença para terem o Sacramento; 1733 - a câmara cede às freiras uma coluna da antiga alfândega; 1737, 17 Agosto - o número de recolhidas passa a trinta e três; 1739, 1 Abril - falecimento da abadessa Luísa Maria da Conceição; revestimento das paredes da capela-mor com azulejos figurativos; 1775 - erecção de um cruzeiro, aproveitando a coluna oferica pela câmara para o fuste; 1888, 16 Abril - falecimento da última religiosa; 1918 - instalação do Centro Juvenil de São José no Convento, com orientação e colaboração de D. Domingos da Silva Gonçalves, bispo da Guarda; 1951 - inicio da 2ª fase de obra, pela Direcção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura de alvenaria de granito com paramentos rebocados e pintados; molduras de vãos, embasamentos, frisos e cornijas, pavimentos e outros elementos em cantaria de granito; portas, caixilharias, tectos em madeira; guardas em ferro fundido; painéis de azulejo na capela-mor; retábulos de talha dourada; cobertura em telha.

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951, Lisboa, 1952; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988; ABREU, Araújo, FONSECA, Álvaro, História breve das oficinas de S. José de Guimarães, S.A., Barcelos, 1989; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado De Portugal, Minho, Lisboa, 1991; FONTE, Barroso da, Guimarães - Roteiro Turístico, Guimarães, 1991; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. 1, Lisboa, 1993; CALDAS, António José Ferreira, Guimarães: apontamentos para a sua história, 1996; http://digitarq.dgarq.gov.pt.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DREMN; SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN; DGARQ/TT: Arquivo do Ministério das Finanças (convento da Madre de Deus de Sá, Guimarães), caixa 1879

Intervenção Realizada

DGEMN: 1943 - obras de restauro da igreja; 1986/1987 - limpeza das paredes e arranjo do tecto; 1987 - restauro dos painéis de azulejo.

Observações

O Centro Juvenil de São José é uma instituição privada de solidariedade social, com capacidade para acolher cerca de 50 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos.

Autor e Data

Isabel Sereno 1994 / Sónia Basto 2010

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login