Capela da Senhora da Hera / Capela da Senhora da Hedra / Capela da Senhora da Edra / Capela da Senhora da Idera

IPA.00000192
Portugal, Bragança, Bragança, Espinhosela
 
Capela medieval, de planta retangular, de nave única e presbitério, com estrutura anexa adossada do lado da Epístola e frontaria marcada por portal axial, tendo porta travessa na fachada sul. Ruína de capela medieval, mas relacionada com cultos ancestrais, cujos vestígios permaneceram no local, em inscrições votivas.
Número IPA Antigo: PT010402130020
 
Registo visualizado 443 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Ruína de um templo de planta retangular, de nave única e presbitério, com estrutura complementar anexa rectangular, a N.. Fachadas em alvenaria de xisto ligada por argila ou por argamassa de areia e cal, conservando-se vestígios de reboco na fachada principal, que se encontra voltada a O., sem qualquer ornamentação e apresentando-se rasgada por vão correspondente ao portal axial; indícios do uso de cantaria de granito na guarnição de cunhais e jambas do portal. Esta tem aproximadamente 6 m. de altura, em contraste com as ruínas das restantes, que raramente ultrapassam os 50 cm. de altura. Na fachada S., vê-se o vão correspondente à porta travessa, com soleira de cantaria de granito.

Acessos

Cova de Lua, com acesso pela EN 308-3 a 19 Km. de Bragança, sendo necessário seguir por caminho rural que entronca com esta estrada junto ao parque de merendas da Senhora da Hera. VWGS84 (graus decimais): lat.: 41,890063; long.: -6,818742 (à freguesia)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986

Enquadramento

Rural, isolado, a meia-encosta, implantado na vertente setentrional do planalto de Espinhosela, voltada ao vale da ribeira das Covas, e internado em mancha de carvalhal e espesso matagal. Em espaço adjacente, no lado oposto do caminho que conduz às ruínas, localiza-se o sítio arqueológico dos Casarelhos com ocupação da época romana.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Época medieval

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Época medieval - construção do imóvel; séc. 18, 1.ª metade - referência à existência de epígrafes romanas *2 encastradas nas paredes da capela e ao derrube de uma parede (BORGES 1721-1724, fl. 71); 1758, 12 Abril - referência à ermida de Nossa senhora da Hera ou das Portas Abertas pelo cura António Rodrigues nas Memórias Paroquiais da freguesia, como ficando fora do lugar, distante a terça parte de uma milha portuguesa; a ela acudiam em romaria muitas pessoas na terceira oitava da Páscoa da Ressurreição, por ter no interior uma irmandade da mesma Senhora, muito numerosa e se fazer no dia do orago festa solene; 1905 - a Capela da Senhora da Idera constituía um monte de ruína,s onde se achou uma lápide dedicada à deusa Bandue, o que indica um culto à Lua; 1928 - redescoberta, numa cozinha de Cova de Lua, de uma das epígrafes romanas referenciadas no início do séc. 18 (ALVES 1934, p. 50-52) *3; 1984, Janeiro - despacho do Ministro da Cultura classificando o imóvel como de Interesse Público; 1986, 03 janeiro - decreto classifica o imóvel como Capela da Senhora da Idera (ruínas); 1993, 30 novembro - decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280, altera a designação para Ruínas da Capela da Senhora da Hera; 1998 - trabalhos de escavação arqueológica sob a direcção de Armando Redentor revelaram que o horizonte mais antigo de ocupação do espaço em que se implanta o templo é da Época Romana; 1993, 30 novembro - decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280, altera a designação para Ruínas da Capela da Senhora da Hera.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes em alvenaria de xisto e, pontualmente, granito, com barro ou com argamassa de areia e cal e com vestígios de reboco, soleiras e pavimento do presbitério de granito.

Bibliografia

ALVES, Francisco Manuel, Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, Porto, 1934; BORGES, Joseph Cardoso, Descripção topographica da Cidade de Bragança (manuscrito), 1721-1724; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758; ENCARNAÇÃO, José d', Divindades indígenas sob o domínio romano em Portugal, Lisboa, 1975; GARCIA, José Manuel, Religiões antigas de Portugal. Aditamentos e observações às "Religiões da Lusitânia" de J. Leite de Vasconcelos, Lisboa, 1991; LEMOS, Francisco Sande, O povoamento romano de Trás-os-Montes Oriental [tese de doutoramento apresentada à Universidade do Minho], Braga, 1993; LOPO, Albino Pereira, Apontamentos arqueológicos, Braga, 1987; REDENTOR, Armando, Epigrafia romana da região de Bragança [tese de mestrado apresentada à Universidade de Coimbra], Coimbra, 2000; REDENTOR, Armando, Proto história e romanização a norte da Serra da Nogueira (Parque Natural de Montesinho). Relatório de progresso: ano 1998 (relatório policopiado), Bragança, 1999; SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, vol. 5, Lisboa, 1716; VASCONCELOS, José Leite de, As religiões da Lusitânia, vol. 2, Lisboa, 1905.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Parque Natural de Montesinho: 2000 - consolidação estrutural e valorização do espaço envolvente.

Observações

*1 - Trata-se de um conjunto de quatro inscrições, duas funerárias e duas votivas, sendo destas uma dedicada a Bandua e outra a divindade desconhecida (eventualmente também à anterior) dado que o teónimo se encontra omisso (REDENTOR 2000, p. 72-73, 77-78, 115, 136-137). *3 - trata-se da epígrafe com teónimo omisso.

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001

Actualização

 
 
 
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