Convento de São Domingos de Guimarães / Igreja Paroquial de São Paio / Museu Martins Sarmento

IPA.00001896
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião
 
Arquitectura religiosa, gótica, barroca, rococó e neoclássica. Igreja conventual gótica, de cruz latina e 3 naves de 4 tramos, com cabeceira tripla. Claustro quadrangular de 2 pisos, com arcarias largas assentes sobre pares de colunas num esquema vulgar entre fins do séc. 14 e inícios do 15 e que também se vê no convento de Leiria, Santo Tirso e outros. Portal de remodelação barroca. Sofreu grandes remodelações nos séc. 18 e 19. Rosácea do séc. 19. O retábulo-mor é de influência neoclássica. O órgão, rocaille, é obra de um entalhador vimaranense. O cadeiral setecentista é de transição do rocaille para o neoclássico. Arquitectura gótica mendicante com reminiscências românicas e remodelações barrocas e neoclássicas.
Número IPA Antigo: PT010308600008
 
Registo visualizado 2140 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Domingos - Dominicanos

Descrição

Planta composta por igreja, em cruz latina, de 3 naves e 4 tramos, cruzeiro sensivelmente saliente, cabeceira de 3 capelas, sacristia rectangular, torre e claustro quadrangulares. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 1 e 2 águas. Igreja com fachada principal orientada a O., escalonada em 3 panos, mostrando divisão espacial interior, reforçada por contrafortes; pano central terminado em empena, rasgado por portal, entre pilastras decoradas, 2 delas com imagens de S. Francisco e S. Domingos em nichos, e encimado por frontão recortado, cartelas, meninos e fogaréus, e rosácea com intradorso decorado. Alçados laterais com cornija sobre modilhões. Interior com naves separadas por arcos apontados, sobre colunas adossadas a pilares, e clerestório na central; pavimento de lajes e tectos de madeira. Absidíolos com retábulos de talha e tecto em abóbada de nervuras. Capela-mor profunda, com cadeiral de dupla fila na primeira metade, tendo espaldar alto decorado com laçarias e flores e órgão de tubos sobre atlantes sobreposto no lado do Evangelho; na parede testeira, retábulo de talha com trono central. A Sacristia, antiga capela de Stª Maria Madalena, possui arcazes, retábulo de mármore com pedra de armas e volutas superiores e tecto em abóbada de serviço sobre ampla cornija. Claustro com 2 alas de 2 pisos e outras 2 só com arcaria do 1º, desenvolvendo-se à volta jardim. É de tipo contínuo, tendo no 1º arcarias largas, de arco apontado, sobre pares de colunas, de capitéis esculpidos, assentes num muro, e no 2º piso janelas separadas por pilaretes, sendo as dos cantos e as 2 centrais encimadas por lintel decorado por arco trilobado; a separação dos 2 pisos faz-se por cornija coberta de telha. Na quadra, organiza-se jardim de buxos com cruzeiro central.

Acessos

São Paio, Rua D. João I; Rua Paio Galvão; Largo do Toural

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 (claustro) / IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 42 255, DG, 1.ª série, n.º 105 de 08 maio 1959 (igreja) / ZEP / Zona "non aedificandi", DG n.º 195 de 22 agosto 1960 *1 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101)

Enquadramento

Urbano, adossado ao Museu da Sociedade Martins Sarmento (v. PT010308600130), situando-se em frente a Capela e as dependências da Venerável Ordem Terceira de São Domingos (v. PT010308600057). A igreja é antecedida por adro gradeado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial / Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 14 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Alexandre Pinto de Queirós ( ensamblador ); Organeiros: Francisco António Solha e Teodósio Hemberg.

Cronologia

1270 - Fundação do convento pelos frades dominicanos concorrendo para a conclusão da obra o arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente e D. Maria de Berredo, mulher de Rui Vaz Pereira; séc. 13 - aquando das lutas entre D. Dinis e D. Afonso, foi destruído; c. 1375 - reconstrução; séc. 15 - avanço decisivo das obras; 1732, 30 Setembro - contrato de execução do órgão com Teodósio Hemberg, por 384$000 réis; 1737, 11 de Setembro - ajuste com o ensamblador Alexandre Pinto de Queirós, morador na freguesia de Santo Estêvão de Penso, para a feitura do pavimento e forro do claustro por 250$000 réis; 1758 - execução de um novo órgão por Francisco António Solha; 1770 - D. Rodrigo de Sousa Alcoforado fez a porta principal; 1774 - Ampliação da capela-mor; 1839 - Instalação do Regimento de Infantaria 18; 1851 - D. Maria II cedeu a Igreja à Ordem Terceira de S. Domingos; 1870 - O convento foi concedido à Câmara Municipal; 1885 - Fundação do Museu Martins Sarmento, que se instalou no claustro; 1879 - Reabertura da igreja ao culto; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes em cantaria de granito; cobertura de telha assente em estrutura de madeira; pavimento em lajeado de granito; caixilharias em madeira.

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1º Vol., Lisboa, 1963; GIL, Júlio, CABRITA, Augusto, As Mais Belas Igrejas de Portugal, Lisboa, 1985; DIAS, Pedro, A Arquitectura do cilo batalhino in História da Arte em Portugal, vol. 4, Lisboa, 1986, p. 64 - 109; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. I e II, Braga, 1990; OLIVEIRA, António José de; OLIVEIRA, Lígia Márcia Cardoso Correia de Sousa, Artistas Bracarenses que trabalharam em Guimarães e seu termo no século XVIII, in Míniam n.º 5, III série, Braga, 1997, pp. 159-198; Guimarães - Plásticos cobrem santos da chuva, Jornal de Notícias, p. 35, 12 Fevereiro 2003; Guimarães - Telhado da Igreja de S. Domingos mete água - Santos protegidos, O Comércio de Guimarães, p. 11, 19 Fevereiro 2003; FORTE, Joaquim, Guimarães - Igreja de São Domingos com obras previstas para 2007, in Jornal de Notícias, 24 Dezembro 2006, p. 28.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSARH

Intervenção Realizada

DGEMN: 1930 - Reparação de rebocos e soalho; 1937 - transferência de vários retábulos para o Convento de Nossa Senhora da Conceição (v. PT010303070188), em Braga, e para a Igreja de Moreira de Cónegos (v. PT010308310106), em Guimarães; 1942 - reconstrução da empena da fachada; 1950 - consolidação de alicerces, construção da cobertura; 1954 - reconstrução do pavimento, restauro de frestas e vitrais; 1956 - obras de restauro no claustro; 1957 - substituição cantaria deteriorada; substituição de madeiramentos em mau estado; reconstrução dos rebocos exteriores; 1958 - restauro do altar-mor e fachada do órgão; 1959 - prosseguimento das obras de restauro; 1963 - reparação dos telhados; 1962 - conclusão da obra, pelos Serviços de Conservação; 1964 - revisão dos telhados; 1976 - reparação de telhados; 1978 - trabalhos de conservação; 1979 / 1982 - reparação de coberturas e caleiras.

Observações

*1 - Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional o claustro da Igreja de São Domingos, enquanto que a própria igreja só o viria a ser, mas como Imóvel de Interesse Público, em 1959, pelo Decreto nº 42 255. *2 - O cadeiral oculta um arcossólio gótico com túmulo da fundadora da capela, D. Branca de Vilhena, filha do conde de Seia e alcaide-mor de Sintra. O arcossólio, de arco quebrado, tem a parede testeira forrada a azulejos hispano-mouriscos e o intradorso pintado com motivos vegetalistas. A arca tumular tem na tampa inscrição entre dois brasões. Segundo Pedro Dias, a cabeceira encontra-se totalmente modificada. *3 - Embora no início o museu tivesse albergado unicamente um primeiro núcleo de objectos recolhidos nas escavações da citânea de Briteiros, as espécies foram aumentando com o decorrer dos anos, sendo actualmente constituído por secções de escultura antiga e epigrafia latina, industrias pré e proto-históricas, numismática, esfragística e medalhística, etnografia e arte contemporânea.

Autor e Data

Isabel Sereno e João Santos 1994 / Paula Noé 1997

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login