Igreja de Santa Maria de Alcáçova

IPA.00001879
Portugal, Santarém, Santarém, União de Freguesias da cidade de Santarém
 
Arquitectura religiosa, maneirista, neoclássica. Igreja cujas diversas reconstruções sofridas particularmente a quinhentista, mas sobretudo a de 1724, obliteraram totalmente a primitiva feição gótica da qual restam vestigios apenas nas lápides e nalguns túmulos. Os retábulos laterais de cunho maneirista são os elementos arquitectónicos mais antigos; tudo o resto insere-se já dentro da reforma setecentista realizada dentro do espírito neoclássico.
Número IPA Antigo: PT031416120035
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta longitudinal, composta pelo corpo de 3 naves, transepto, capela-mor rectangular ladeada de absidíolos, torre sineira quadrangular, claustro e outras dependências conventuais; volumes articulados; cobertura diferenciada em telhado de 2 águas na nave central e de uma água nas colaterais. Fachada de 3 panos sendo o central avançado de 3 registos, tendo no inferior alpendre em arco de asa de cesto, no médio grande janelão de verga recta encimando uma lápide alusiva à fundação do templo, e remate em empena triangular curvada de cruz; nos panos laterais, em empena, pequena janela rectangular de grade. INTERIOR: arcos de volta perfeita sob colunas toscanas dividindo os 4 tramos; nos absidíolos e nos últimos tramos das colaterais retábulos esculpidos em pedra de colunas jónicas sobre altas bases rectangulares molduradas; nos muros das colaterais diversas e díspares portas e janelas; arco triunfal de volta perfeita.

Acessos

Largo de Santa Maria de Alcaçova

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/84, DR, 1.ª série, n.º 145 de 25 junho 1984 *1

Enquadramento

Urbano. Fronteiro ao Jardim do Largo das Portas do Sol.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Santarém)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 11 / 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1154 - provável fundação da igreja por D. Hugo Martins, mestre dos templários e comendador de Santarém, tendo sido seu construtor Frei Pedro Arnaldo; a crer na inscrição sob a porta principal. certos autores (SILVA, 1817) consideram que o templo se teria erguido no local de um primitivo templo romano, conjectura esta baseada em algumas pedras romanas gravadas encontradas no adro; 1157 - Celestino III expede uma bula, reconhecendo a Colegiada de Santa Maria de Álcáçova, com 20 cónegos; 1160, 14 Abril - Celestino III aprova os estatutos da Colegiada; 1211 - Celestino ÎII concede aos cónegos a isenção relativa ao poder dos bispos de Lisboa, ficando drectamente dependentes da Santa Sé; 1274, 24 Janeiro - D. Afonso III obriga os lavradores das terras da Colegiada a pagarem jurada; após os templários foi entregue aos cónegos regrantes de Santo Agostinho; 1280, 09 Março - a colegiada é elevada a Paroquial, pelo bispo D. Mateus, a qual chegou a ter a posse das Igrejas paroquias de Santa Cruz, Santa Iria e São João do Alfange; o templo serviu de capela ao Paço-Real com o qual tinha comunicação; o Cabido toma posse de terras em Valada e Alvísquer doadas por D. Rodrigo Afonso, prior da igreja e filho natural de D. Afonso III; 1290 - sagração da igreja; 1302, 10 Setembro - falecimento de D. Rodrigo Afonso, prior da igreja, sepultado na capela-mor; 1427 - Martinho V confirma os privilégios da Colegiada; 1429 - os carreteiros da Colegiada são isentos de outros serviços por D. João I; 1467, 04 Dezembro - D. Afonso V confirma o pagamento dos dízimos à Colegiada; séc. 16 - reconstrução do templo; 1516, 28 Novembro - Breve de Leão X, determinando a côngrua do prior; 1543, 19 Agosto - o bispo de Lisboa, D. Fernando, concede novos estatutos à Colegiada; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese de Lisboa; 1611, 03 Setembro - D. Miguel de Castro, arcebispo de Lisboa, nega a reforma dos Estatutos da Colegiada; 1633, 22 Setembro - falecimento de Diogo Rebelo Berberia, vigário de Santa Iria e Capelão Real, sepultado na Igreja; 1643, 05 Agosto - D. João IV confirma que o Cabido mantivesse em sua posse os dízimos 1682, 21 Novembro - falecimento do vigário de Santa Cruz e Capelão Real, Lourenço Nogueira, sepultado na Igreja; 1706, 15 Abril - D. Pedro II confirma a mercê concedida por D. Afonso V, dos Cónegos terem honras e privilégios semelhantes aos Capelães da Casa Real; 1715 - 1724 - reconstrução devida a D. Rodrigo Teles de Menezes, Conde de Unhão; 1724, 15 Outubro - falecimento do Cónego João Montez, sepultado na sacristia; 1745 - reconstrução do templo; 1800, 09 Dezembro - o príncipe regente, D. João, confirma as doações e privilégios concedidos pelos seus antecessores; 1833 - a Colegiada perde o seu prestígio; 1854, 28 Setembro - o Patriarca D. Guilherme resolve manter a Colegiada, reduzindo o número de benefícios a 9; 1869, 01 Dezembro - extinção da Colegiada; 1875, 13 Abril - feitura do remate e cata-vento na Igreja; 1878 - demolição do adro; 1983 - restauro da igreja, com fundos reunidos pelo Correio do Ribatejo; 1987 - restauro da igreja; 1988 - durante as obras, são encontradas três esculturas, duas em calcário e uma de barro; 1993 - primeira e única reunião da Comissão Técnica e Científica para a reconstrução da Igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Cantaria, alvenaria, azulejo, estuque.

Bibliografia

BARATA, José, Santarém nas Memórias Paroquiais de 1758, Santa Maria de Alcáçova in Vida Ribatejana, 1948; BARBOSA, Inácio de Vilhena, As Cidades e as Vilas da Monarquia Portuguesa que tem brasão d'armas, vol. 3, Lisboa, 1860; BRAZ, José Campos, Santarém raízes e memórias - páginas da minha agenda, Santarém, Santa Casa da Misericórdia de Santarém, 2000; FEIO, A. Areosa, Santarém, 1929; SARMENTO, Zepherino, Santarém, Porto, 1931; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, vol. III, Lisboa, 1949; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971; SILVA, Luis Duarte Vilela da, Memórias Históricas da Insigne e Real Collegiada de Sta. Maria da Alcáçova da Villa de Santarém, Lisboa, 1817.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

1947 - obras de conservação: pinturas de portas e guarda-ventos; 1984 - obras de conservação e consolidação da galilé; 1987 - 1988 - beneficiação de coberturas; 1989 - obras de conservação e restauro.

Observações

*1 - DOF: Igreja de Santa Maria de Alcáçova, e construção conventual anexa.

Autor e Data

Rosário Gordalina 1991

Actualização

 
 
 
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