Convento das Freiras Dominicanas / Igreja das Domínicas / Igreja de Nossa Senhora da Consolação

IPA.00001843
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova
 
Arquitectura religiosa, renascentista, maneirista. Convento dominicano feminino com igreja de planta centralizada, octogonal, ligada à figura do círculo e ideia renascentista de perfeição. Decoração do portal com arco de volta perfeita e medalhões com rostos masculinos. A planta centralizada octogonal e a harmonia do programa decorativo, pintura e azulejaria, aplicado ao contexto arquitectónico. Grade de ferro do púlpito de excelente qualidade. A nivél epigráfico destaque para a abreviatura extravagante, até à data não tem paralelo noutra região do país, da palavra "HERDEIROS" composta por um "R" e um "S", sobrescrito, ou não, usada num número considerável de inscrições, indiciando proveniência comum.Note-se que algumas inscrições da igreja de São Domingos (v. PT041207010003) usam também esta abreviatura. A decoração da inscrição nº 12 composta por um jarrão e dois dragões chineses é exemplar único no país e denota a influência de motivos ornamentais orientais; na inscrição nº 13 o artista inspirou-se nas laçarias de tipo "ferronerie", usadas em meados do século 16, para decorar a moldura.
Número IPA Antigo: PT041207020004
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de São Domingos - Dominicanas

Descrição

Planta composta por nave octogonal, capela-mor, capelas laterais e sacristia (antigo coro-baixo). Volumes articulados, com massas dispostas na vertical com cobertura diferenciada em domo coroado por zimbório na capela-mor e em telhado de uma água sobre os corpos das capelas. Fachada principal a SE. de dois panos divididos por cunhal de pedra rusticada, o pano da direita está parcialmente encoberto do lado esquerdo por corpo do coro, portal pétreo renascentista com arco de volta perfeita enquadrado por um pilastra de cada lado que suportam entablamento sobrepujado por medalhão circular com cruz da Ordem sustentado por volutas, nos cantos dois medalhões com bustos masculinos; por cima da porta abre-se janela com moldura pétrea e grade de ferro; remate com cornija e beirado do telhado; pano da esquerda com embasamento saliente, porta com moldura de granito sobre a qual se abre janela idêntica à do pano do lado. Fachada lateral direita a NO., com dois panos que se distinguem pela articulação de volumes, à direita pano com embasamento, cunhais de pedra rusticada e dois registos, ambos lisos, separados por cornija, sendo o registo superior mais recuado; remate com cornija e beiral de telhado; pano da direita com dois registos, no inferior podem ver-se três estruturas com função de contraforte, segue-se telhado de uma água e registo superior mais recuado e liso. Fachada lateral esquerda adossada a edifícios particulares. Fachada posterior com dois registos separados por telhado de uma água, o registo inferior é liso abrindo-se apenas um vão na ponta direita, o registo superior tem dois panos divididos por contraforte, ambos lisos, o da esquerda termina em empena, o da direita tem torre sineira do lado direito. Articulação exterior /interior desnivelada. INTERIOR: Espaço diferenciado. Nave de planta centralizada octogonal. Parede fundeira com porta de dois batentes ao centro, porta de acesso à sacristia do lado da Epístola e janela do coro-alto com grade de ferro e sanefa sobre a porta central. Parede da Epístola com porta para o exterior, sobrepujada por janela de iluminação; capela lateral com dois degraus de acesso e arco pétreo de volta perfeita que alberga retábulo de talha dourada dedicado a São Tomás de Aquino com planta reentrante, três nichos separados por colunas salomónicas que sustentam o entablamento de onde arranca a semi-esfera dividida em gomos que faz da cobertura da capela. Assente num pilar junto a um a das colunas do lado da Epístola existe púlpito com grade de ferro forjado com volutas e contorcidos. Parede do Evangelho arco abatido revestido de azulejos permite o acesso a capela lateral; capela lateral com dois degraus de acesso e arco pétreo de volta perfeita, com vestígios de tinta dourada, alberga retábulo de talha dourada com imagem da Virgem, tem planta reentrante e estrutura semelhante ao retábulo do lado da Epístola; cobertura com semi-esfera dourada. Arco triunfal pétreo de arco de volta perfeita assente sobre pilastras com vestígios de policromia. Capela-mor rectangular; parede da Epístola liso revestido com azulejos seiscentistas, azuis e amarelos com dois padrões conjugados; parede do Evangelho idêntico ao do lado contrário com imagem com tocha sobre peanha; local do retábulo-mor ocupado por panejamento adamascado com crucifixo assente sobre a mesa do altar; cobertura semi-esférica decorada a estuque com representações renascentistas de putti, aves e elementos arquitectónicos nos espaços definidos pelas divisões da abóbada, ao centro pedra de armas e duas cartelas, uma delas com data inscrita; pavimento de tijoleira, onde se inserem tampas de sepultura epigrafadas e armoriadas. Cobertura com cúpula aos gomos, com entrada central de luz zenital, sustentada por oito colunas e arquitrave de mármore; as colunas e a arquitrave apresentam pintura policroma com brutescos, fitas e grinaldas, representação do tema do Cordeiro Místico e inscrição pintada no friso interior; a cúpula é revestida com azulejos seiscentistas azuis e amarelos de tapete, neste revestimento se integra painel com emblema de São Domingos dentro de cartela, outro com inscrição azulejar. Capela lateral do lado do Evangelho com planta quadrada; parede da direita com porta para quintal; parede da esquerda com porta sobrepujada por tela representando dominicano; pano fronteiro, liso com tela representando Santa Catarina de Siena. Azulejo com padrão 4x4 - P432, encimado por um 6x6- P604, que surge na cúpula e abóbadas, com barra B15 e frisos de dente de serra F-13. Sacristia rectangular; parede da direita cega com arco abatido cego e lavatório; parede da esquerda com duas janelas; parede fundeiro com duas portas; cobertura abobadada e pavimento de tijoleira.

Acessos

Largo do Dr. Santa Clara (antigo Largo das Freiras); Largo Primeiro de Dezembro; Rua Tenente Passos e Sousa. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,881689; long.: -7,164104

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 (igreja)

Enquadramento

Urbano, intramuros, no limite exterior da segunda linha de muralhas, em pleno centro histórico, em largo com circulação automóvel, de pendente acentuada, parcialmente adossado ao casarios. Fachada principal aberta para a R. Tenente Passos e Sousa que corre em declive acentuado, paralela à fachada lateral da antiga Sé (v. PT041207030001) arrancando da Pr. da República; fachada lateral E. virada ao Pelourinho (v. PT041207020010); fachada lateral O. aberta para o Lg. 1º de Dezembro, afrontando a Escola Primária a O. e o Cine-teatro a SO. (PT041207030060). A SO., à esquerda da porta principal, adossa-se edifício de habitação, de dois pisos de características oitocentistas. Implanta-se a N. da antiga Sé (v. PT041207030001), nos arrabaldes da 1ª cerca defensiva, cuja envolvente é caracterizada por uma malha urbana característicamente medieval, no Séc. 12, com o crescimento da urbe, os limites desta 1ª cerca serão rápidamente transpostos, criando-se uma 2ª linha defensiva na qual se insere a igreja *1.

Descrição Complementar

INSCRIÇÔES: 1. Inscrição comemorativa de obra pintada na arquitrave. Dimensões: a altura em que se encontra a inscrição não permite efectuar medidas.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: ESTA OBRA DESTAS COLUNAS MANDOU FAZER A MADRE SOROR CATARINA DE SENA SENDO SACRISTÃ, ANO DE 1676. 2. Inscrição comemorativa de obra pintada sobre azulejo na cúpula central. Dimensões: a altura em que se encontra não permite efectuar medidas. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: ESTA OBRA SE FEZ DE AZULEJO NA ERA DE MIL SEISCENTOS E CINQUENTA E NOVE ANOS SENDO PRIORESA A MADRE SOROR LUÍSA BAPTISTA DESTE CONVENTO. 3. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Texto virado para o altar-mor. Mármore branco. A superfície epigráfica encontra-se a escamar e com veios a abrir. Sulcos preenchidos com argamassa de pedra, alguma já a cair. Dimensões: 174,5x82. Tipo de letra: capital quadrada. Nexos. Abreviatura da palavra "Herdeiros" peculiar por ser composta por dois "R" e um "S" sobrescrito. Leitura modernizada: SEPULTURA DE LOPO MARTINS SEGUNDO(?) CAVALEIRO FIDALGO DA CASA DEL REI NOSSO SENHOR E DE SUA MULHER CONSTANÇA FRA[..]A(?) E SEUS HERDEIROS. 4. INscrição funerária gravada num fragmento de uma tampa de sepultura inserida no pavimento. Restauro no flanco esquerdo. Dimensões: 29x35. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE MADALENA(MADANELA) LOPES. 5. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, colocada diagonalmente entre as colunas. Mármore cinzento. Dimensões: 137x51. Tipo de letra: capital quadrada. Nexos e inclusões. Abreviatura da palavra "Herdeiros" peculiar por ser composta por um "R" e um "S" sobrescrito. Leitura modernizada: SEPULTURA DE PEDRO DOMINGUES E DE SUA MULHER ISABEL VAZ E DE SEUS HERDEIROS. 6. Inscrição funerária gravada num fragmento de uma tampa de sepultura. Mármore cinzento. Vestígio de argamassa em alguns sulcos das letras. Muito erodida. Dimensões: 39x47. Tipo de letra: capital quadrada. Abreviatura da palavra "Herdeiros" peculiar por ser composta por um "R" e um "S" sobrescrito. Leitura modernizada: SEPULTURA DE FRANCISCO MENDES AIRES E DE SEUS HERDEIROS. 7. Inscrição funerária gravada num fragmento de uma tampa de sepultura. Flanco esquerdo com mossas. Mármore branco. Dimensões: 37x40,5. Tipo de letra: capital quadrada, com "O" oval. Abreviatura da palavra "Herdeiros" peculiar por ser composta por um "R" e um "S" sobrescrito. Leitura modernizada: SEPULTURA DE JOÃO NUNES E DE SUA MULHER CONSTANÇA FALCOA E HERDEIROS. 8a. Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura que foi posteriormente picada para ser reaproveitada. O texto erncontrava-se virado para o altar-mor. Do texto original resta a palavra "ANOS". Mossas no topo superior. Dimensões: totais: 217x115,5. Tipo de letra: capital quadrada. 8b. Inscrição comemorativa de instituição de capela gravada numa tampa de sepultura que possuia uma outra inscrição que foi picada. O segundo texto foi gravado no sentido oposto ao primeiro que se encontrava virado para o altar-mor. Mármore. Dimensões: totais: 217x 115,5; campo epigráfico: 71. Tipo de letra: capital quadrada, "N" gravado ao contrário". Atrapalhação a gravar o "N" inicial, pois o sulco feito primeiramente na pedra previa que o primeiro traço da letra fosse mais longo; formas ortograficas arcaicas como "QE" por "QUE", "PIORESA" por "PRIORESA", e erros como "ADMINISTADORAS". Inclusões. Leitura modernizada: NESTA IGREJA SE CANTA CADA DIA A CAPELA QUE INSTITUIU O PADRE ESTÊVÃO DOMINGUES PERNICA EM A PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DE ELVAS DE QUE SÃO ADMINISTRADORAS A PRIORESA E MAIS RELIGIOSAS DESTE MOSTEIRO POR SUPLIMENTO(=SUPLICA) DE SUA SANTIDADE E PROVISÃO DEL REI. 9. Inscrição funerária gravada num fragmento de uma tampa de sepultura. Muito erodida. Mármore. Dimensões: 42,5x58,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE MARIA DIAS E DE SEUS HERDEIROS. 10. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura num campo epigráfico rebaixado e emoldurado. Sulcos pouco profundos e com argamassa branca em algumas letras. Mármore branco. Dimensões: 192x82,5; moldura: 5/6,5. Tipo de letra: capital quadrada irregular, com letras muito apertadas quase actuárias. Nexos. Leitura modernizada: SEPULTURA DE MANUEL MEXIA E DE SUA IRMÃ BEATRIS MEXIA E DE SEUS HERDEIROS SRI(sic). 11. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Sulcos das letras preenchidos com betume cinzento escuro. Mármore. Dimensões: 194x94,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE ANA DE CASTRO(CRASTO).12. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura num campo epigráfico em ressalto, enquadrada por moldura de lajes de mármore negro-azulado, sobre um jarrão oriental florido ladeado por dois dragões chineses esculpidos. Na laje superior que compõe a moldura uma abertura para acesso ao carneiro. Superfície epigráfica a lascar. Mármore. Dimensões: totais: 229,5x115/113; moldura: 18; campo epigráfico: 56,5x74,5/75; jarra: 50,5x28,5; dragões: 33,5x21,2 (esq.) 33,7x19,9 (dir).Tipo de letra: capital entre quadrada e actuária. Utilização da abreviatura "Mor" para a palavra "MULHER"; e do nexo "DE" sempre que grava um "D". Leitura modernizada: SEPULTURA DE ANTÓNIO DE OLIVEIRA DE ABREU E DE SUA MULHER MARIA DA ENCARNAÇÃO E DESCENDENTES. 13. Inscrição de posse e funerária gravada numa tampa de sepultura de mármore branco e armoriada, num campo epigráfico rebaixado, enquadrado por moldura decorada com laçarias do tipo "ferronerie" com remate central florido (datada de cerca de 1540). Uma moldura dupla de mármore cinzento envolve a tampa. O topo inferior da moldura está fracturado. Flanqueada à esquerda por laje com argola de ferro para aceder ao carneiro. Sulcos das letras pouco profundos, palavras que foram apenas grafitadas mas não abertas pelo escopro, palavras que foram propositadamente picadas ficando a palavra rebaixada indicam ordinatio dificiente e dificultam a leitura do texto. Dimensões: totais: 289,3x171,5; moldura cinzenta: 29; tampa de sepultura: 230,5x112; moldura: 3; brasão: 68x53. Tipo de letra: capital quadrada. Nexos, inclusões e monogramas. Leitura modernizada e reconstituída: ESTA CAPELA E SEPULTURA É DE ANTÓNIO DA SILVA DE MENESES O QUAL POR SUA GRANDE VALENTIA E CAVALARIA [[..]] [[..]] AINDA [...] AOS REIS DE PORTUGAL QELELAS(?) AR OS RUMOS DA CIDADE DE LINIAO(?) CO[...] MANDOU FAZER SUA MULHER DONA BRANCA DE MENESES PRIMEIRA DOS FUNDADORES DESTA CASA. 14. Inscrição de posse de capela e jazigo gravada num silhar, que imita pequena urna, colocado à esquerda sobre degrau de acesso à capela-mor. Mármore. Vestígio de tinta preta nos sulcos de algumnas letras. Dimensões: 86,5x27x115,5. Tipo de letra: capital quadrada. Nexos e inclusões. Leitura modernizada: CAPELA E JAZIGO PERPÉTUO DE DOM FERNANDO DA SILVA PADROEIRO DESTA CASA E DESCENDENTES. 15. Inscrição de posse gravada num silhar, que imita pequeno ossário, colocado à direita sobre o degrau de acesso à capela-mor. Mármore. Dimensões:86,5x30,5x14,5. Tipo de letra: capital quadrada, com "N" gravado ao contrário. Nexos. Leitura modernizada: DOS FUNDADORES DELA E DE DONA BREATRIS(BRITES) DE MENESES SUA MULHER E SEUS HERDEIROS E DESCENDENTES.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ordem Terceira de São Domingos

Época Construção

Séc. 12 (conjectural) / 16 / 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Diogo Torralva (atr., 1543).

Cronologia

Séc. 12 - data provável de construção no local e uma primitiva ermida, de fundação Templária, dedicada a Santa Maria Madalena; 1528 - fundação do Convento das Dominicanas por iniciativa das irmãs Maria do Rosário e Madalena da Cruz, com autorização de D. João III confirmada pelo núncio papal, D. Martinho de Portugal; a construção teria lugar em terrenos pertencentes ao Padre Pêro Esteves, então para o efeito doados; 1540 - demolição da Ermida da Madalena, para construção do convento dominicano sobre a mesma; 1543 - início da construção da igreja conventual, conforme projecto atribuível a Diogo Torralva; 1552 - data inscrita na cartela do lado direito da cúpula da capela-mor; 1557 - conclusão do templo (KEIL, 1943); 1599 - o Bispo D. António de Noronha adquire um terreno de propriedade do Convento para mandar aí construir a capela-mor da Sé; Séc. 17 - feitura do miradouro do Mosteiro a expensas do Cabido da Sé de Elvas; 1659 - revestimento azulejar da capela, segundo cronograma, mandado executar pela prioresa Luísa Baptista; 1659 - 1676 - reforma estética com colocação de altares de talha dourada e revestimento azulejar; 1676 - pintura das colunas segundo inscrição na arquitrave das mesmas; 1862, 18 Fevereiro - D. Ana Inácia de Jesus Gusmão, com 80 anos, era a última irmã do Convento, não o podendo administrar sozinha, pelo que é dado o parecer que deveria ser suprimido e dar-se uma pensão à monja; 21 Março - ordem régia para que a freira recolhesse ao Convento que desejasse ou em casa particular, dando-se-lhe uma pensão de 20$000 mensais; 31 Maio - todos os bens passaram para a Fazenda Nacional; 28 Outubro - nomeação de um empregado para tomar conta do Convento - António Miguel Ribeiro de Carvalho; 15 Dezembro - entrega do templo à Paróquia de Santa Maria de Alcáçova; 1863, 06 Janeiro - inventário dos bens do edifício *2; 1888 - demolições no convento, tendo sido removidos azulejos de ponta de diamante; também saíram azulejos de xadrez simples, para o Museu; séc. 20 - no lugar do convento, foi construído o cine-teatro e a Escola Primária da Alcáçova; 1928, 03 fevereiro - novo decreto a classificar a igreja como Monumento Nacional, Decreto n.º 14 985, DG, 1.ª série, n.º 28; 1934 - 1938 - obras de restauro pela DGEMN, desaparecendo a grade do coro-baixo.

Dados Técnicos

Estrutura mista.

Materiais

Alvenaria rebocada; mármore nos emolduramentos das portas e janelas; cobertura de telha; mármore nas colunas e arquitrave; azulejos de fabrico tradicional nas paredes; madeira nos retábulos; estuque na cobertura da capela-mor; tijoleira no pavimento.

Bibliografia

CABEÇAS, Mário Henriques - Obras e remodelações na Sé Catedral de Elvas de 1599 a 1638. ARTIS. Lisboa: Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2004, n.º 3, pp. 239-266; CARVALHO, Ana Patrícia - A Igreja de Nossa Senhora da Consolação. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Setembro 2008, n.º 28, pp. 114-119; COSTA, Américo - Elvas in Diccionário Corográfico de Portugal Continental e Insular. Porto: 1947; DENTINHO, Maria do Céu Ponce - Elvas: monografia. Elvas: 1989; DIONÍSIO, Sant'Anna - Guia de Portugal. Estremadura, Alentejo e Algarve. Coimbra: 1988, vol. II; KEIL, Luís - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre. Lisboa: 1943, vol. I; LEAL, Augusto Soares d´Azevedo Barbosa de Pinho - Elvas. Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: 1874; MECO, José - O Colégio jesuíta em Santiago, em Elvas. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Setembro 2008, n.º 28, pp. 128-137; RODRIGUES, Jorge, PEREIRA, Mário - Elvas. Lisboa: 1996; VALLA, Margarida - A praça-forte de Elvas: a cidade e o território. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Dezembro 2008, n.º 28, pp. 34-43.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

AHME: Convento das Dominicas de Elvas (Inventário dos bens do Convento, Ms 933, Documentos avulsos, Ms V/272)

Intervenção Realizada

DGEMN: 1934 - 1935 - conserto e reparação geral dos telhados, conserto, reparação e caiação das paredes exteriores e interiores da sacristia, coro e escadas, novo tosco da banqueta do altar-mor, levantar e afixar de novo a talha que se encontra deslocada, colocar tábuas do soalho, novos caixilhos no lanternim, três estrados dos altares; 1938 - reconstrução do telhado, pavimento de madeira e tijolo, assentamento de azulejos, limpeza de cantarias, rebocos e pinturas; 1962 - levantamento da cobertura, impermeabilização da cúpula, novos telhados; 1969 - reparação das coberturas, calafetamento das janelas do zimbório, levantamento e assentamento dos azulejos, restauro dos altares de talha, reconstrução dos pavimentos; 1979 - obras de conservação: reparação do telhado do corpo da igreja, demolição e execução de novos telhados dos anexos e sacristia com lintéis de betão, reconstrução dos rebocos da sineira; 1980 - demolição do tabique junto da escada e construção de parede de tijolo, demolição da escada de madeira e construção de uma em betão armado, demolição do telhado da sineira e execução de lage de pré esforçado, execução de pavimentos de tijoleira para substituição dos existentes, caiação das paredes interiores, exteriores, tectos e abóbadas, pintura de portas e grades; 1983 - reparação da cúpula, reparação da instalação eléctrica, reparação da escada da sacristia e caiações; 1985 - reparação dos caixilhos do lanternim, execução de cimalha da alvenaria nas janelas do lanternim, caiação da cúpula do lanternim; 1991 - 1992 - reparação da cobertura.

Observações

*1 - a implantação primitiva no limite exterior da 1ª cerca defensiva e não intramuros obedece à regra dominicana segundo a qual os conventos da Ordem se deveriam fixar por regra no limite das grandes urbes. *2 - neste são referidas as seguintes alfaias: uma custódia de prata dourada que pezou 16 marcos e 4 onças, um cálix de prata dourado que pesou com a patena 3 marcos e 2 oitavas, um cálice não dourado, um resplendor com 150 gramas, um frasco para os Santos Óleos com 69 gramas; sete setas de prata de São Sebastião; um diadema de prata do Senhor dos Passos, uma coroa de prata de Nossa Senhora da Conceição, 4 lâmpadas de metal amarelo, 3 da igreja e uma do coro-alto, 1 turíbulo e naveta de metal, 44 castiçais de estanho, 6 grandes dourados da igreja, 32 da sacristia e do coro de baixo e 6 do coro de cima, 2 lâmpadas de vidro dos 2 coros, 1 órgão pequeno na Igreja, 1 pequeno cravo com o respectivo banco, 1 púlpito móvel e uma escada pequena para as lâmpadas, 3 escabelos e 5 tamboretes, 2 armários portáteis, 2 caixões pequenos na sacristia, 1 esquife, 3 estantes de coro, 4 cruzes dos altares e sacristia, uma cruz processional, 1 candeeiro de trevas, 1 espelho; são referidas, ainda, as imagens de Nossa Senhora da Consolação, Nossa Senhora da Conceição, São Domingos, São Tomás de Aquino, São Jacinto, São Vicente Ferrer, São João Baptista, São João Evangelista, São Marcos, São Bernardo, Santa Marta, São Francisco de Paula, Santo Amar, Calvário com Senhora da Soledade e São João Evangelista, Crucifixo grande, Senhor atado à coluna, 2 Crucifixos grandes, Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora dos Remédios, Santa Ana, Santa Bárbara, São Joaquim, São José, São Rafael, São Pedro de Alcântara, São Francisco, São Benedito, Senhor dos Passos, Senhor Morto, São Sebastião, São Jacinto, bem como 37 quadros de várias dimensões.

Autor e Data

Helena Mantas e Marta Gama 2001 / Filipa Avellar 2007 / Rosário Gordalina 2008

Actualização

 
 
 
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