Celeiro Comum em Borba / Celeiro da Cultura
| IPA.00017546 |
Portugal, Évora, Borba, Borba (Matriz) |
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Arquitectura agrícola, barroca. Antigo celeiro de planta longitudinal de três naves cuja função obrigava a que o piso térreo não tivesse qualquer tipo de abertura para o exterior, para impedir a infestação de ratos, sendo o acesso feito pelo piso superior; em Borba, existe um outro celeiro, o da Igreja de São Bartolomeu (v. IPA.00017520) que também não possuía qualquer abertura no piso térreo. Raro exemplo da arquitectura civil do Séc. 18, integrado em programa setecentista de urbanização do leito do ribeiro do Assiqueiro, onde se incluíam além do Celeiro Comum, o actual Centro Cultural, o imóvel que foi demolido no actual Largo da Liberdade e o imóvel na esquina entre a Rua Fernão Penteado e a Praça da República. |
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Número IPA Antigo: PT040703010021 |
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Registo visualizado 189 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Armazenamento e logística Celeiro Celeiro comunitário
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Descrição
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Planta longitudinal, massa simples com cobertura homogénea em telhado de duas águas. Fachada principal a S. de dois registos ladeados por pilastras em massa pintada de azul com remate triangular, e base da mesma cor; porta de verga recta com moldura em alvenaria pintada a branco, com chapas de mármore a cutelo na face exterior; portada em madeira ripada com três asas; lateralmente, em cada um dos lados, duas janelas pequenas quadradas de verga recta e moldura em alvenaria pintada de branco; o vão encontra-se fechado por grades de ferro e por janelas de caixilhos em madeira e vidros brancos; do lado direito da porta, lápide em mármore com a inscrição "Celeiro da Cultura"; no registo superior três janelas de verga recta com molduras de mármore, caixilhos de madeira pintada de branco. O alçado O. *1 de dois registos com base pintada a azul; no inferior duas janelas pequenas quadradas iguais às do piso inferior do alçado S.; ao centro escada assente num arco de volta perfeita de acesso ao piso superior; neste porta de verga recta com moldura de argamassa pintada de branco; lateralmente três janelas idênticas às do segundo piso do alçado S., uma do lado direito e duas do lado esquerdo, com dois mastros de bandeiras; remate em empena acima do beirado saliente *2. Alçado N. truncado havendo vestígios do edifício se prolongar muito mais do que actualmente; apresenta três registos: no inferior três arcos que correspondem às abóbadas do interior e que foram tapadas a tijolo, deixando nos dois arcos laterais duas janelas pequenas que foram também, tapadas a tijolo; lateralmente, para E. está demarcado mais um arco cego que deverá corresponder a um antigo alpendre, donde arranca para N. a ruína da parede que prolongava o edifício; o segundo registo mantém marcado o beirado de um telhado de duas águas do corpo demolido e três janelas pequenas iguais às do piso térreo dos alçados S. e O.. Adossada ao alçado E. uma casa de piso térreo, deixando ver no piso superior a parede do imóvel composta por uma parede com a demarcação do vão da escada que fazia o único acesso entre o piso superior e o inferior. INTERIOR: no piso térreo três naves divididas por arcos abatidos, com abóbadas de arestas; pavimento revestido a oleado cinzento. Paredes em alvenaria caiada com duas faixas de madeira a 1,20m e 1,60m; entre o pavimento e a cota da rua há um desnível sendo o acesso feito rampa que sobe para a rua; do lado esquerdo porta de verga recta que acede, do lado direito, a uma escada para o piso superior, em frente para instalações sanitárias e, à esquerda, a uma sala de arrumos. Piso superior divido ao meio com corredor comum que do lado esquerdo da acesso a divisão com tecto em madeira com tijoleiras artesanais e chão em sobrado de madeira. |
Acessos
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Rua Fernão Penteado, nº 14 |
Protecção
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Incluído na Zona de Protecção do Castelo de Borba (v. IPA.00004776) e da Igreja e Hospital da Misericórdia de Borba (v. IPA.00017519)
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Enquadramento
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Urbano, planície, flanqueado, na nona antiga da vila, no antigo Assiqueiro, arruamento que surgiu do aterramento de um ribeiro para onde eram despejados os esgotos da vila, tendo sido transformado numa rua no séc. 18. A S. o Castelo de Borba (v. IPA.00004776); a E. um imóvel de finais do Séc. 18 que marca a esquina entre a Rua Fernão Penteado e a Praça da República, de dois pisos, com as molduras dos vãos dos pisos superiores em mármore à semelhança das dos Paços do Concelho (IPA.00017532); a O. o Centro Cultural de Borba, edifício de porte nobre no enfiamento da Praça medieval, com os vãos do segundo piso guarnecidos de molduras de mármore como as dos Paços do Concelho. Entre este edifício e o Celeiro Comum, abre-se um espaço público, o actual Largo da Liberdade, que foi conseguido pela demolição nos anos 90 de um imóvel nobre destruído por um incêndio; este largo faz o acesso ao Bairro da Cerca que se desenvolve a N. do Celeiro Comum. Adossado ao alçado N., em fase de construção, o novo edifício dos Notários. Perto corre muro antigo da cerca da propriedade do imóvel que fica na esquina entre a Rua Fernão Penteado e a Praça da República. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Armazenamento e logística: celeiro |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: edifício multiusos / Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa / Residencial: casa |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Séc. 18 - construção do celeiro englobado no projecto de urbanização da R. Fernão Penteado; 1952 - Na parte demolida e no piso superior estava instalado o Corpo de Bombeiros; o piso térreo estava arrendado à Federação Nacional de Produtores de Trigo que tornou independente a sua parcela ao abrir uma porta para a R. Fernão Penteado; 2000 - A Câmara Municipal transforma o piso inferior numa sala polivalente de fruição cultural; 2009, 24 de março - Pedido de parecer da CM de Borba sobre a eventual classificação como IIM; 2009, 23 de abril - Proposta de encerramento do processo de classificação pela DRCAlentejo, por não ter valor nacional; 2009, 8 de maio - Despacho de encerramento do processo de classificação do Diretor do IGESPAR. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria composta de pedra mármore, areia e cal, madeiras, vidros, ferros, oleados, telhas de canudo, tijolo industrial |
Bibliografia
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BARATA, Filipe Themudo, Negócios e crédito: complexiadde e flexibiliadde das práticas creditícias (século XV), Análise Social, Vol.XXI (136-137), 1996, pp. 694-695; BORBA, Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de, Plano de Pormenor de Salvaguarda da Zona Antiga de Borba, texto policopiado Vol. 1, tomo 1, Borba, 2002; BORBA, Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de; Borba, interpretações do centro histórico, Lisboa, 2003, no prelo; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Vol. 9, Lisboa, 1978; SOARES, Rodrigo de Moraes, Celeiros comuns, Boletim do Ministério das Obras Públicas Comércio e Indústria, Lisboa, 1855, 1º semestre (não consultado). |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN / DSID; Arquivo da Câmara Municipal de Borba: Processo de Obras n.º 73/52 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID; Arquivo da Câmara Municipal de Borba |
Documentação Administrativa
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Arquivo da Câmara Municipal de Borba: Processo de Obras n.º 73/52 |
Intervenção Realizada
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Federação Nacional dos Produtores de Trigo: 1952 - abertura da porta para a R. Fernão Penteado; Câmara Municipal de Borba: 2000 - obras de transformação em sala polivalente (pinturas interiores, iluminação, pavimentos e instalações sanitárias). |
Observações
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*1 - este alçado era primitivamente o alçado principal; *2 -este beirado é falso podendo denunciar a anterior solução de um telhado a quatro águas; *3 - projecto em estudo pela Câmara Municipal. |
Autor e Data
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João Simões e Patrícia Monteiro 2003 |
Actualização
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