Igreja Paroquial de São Bartolomeu de Borba / Igreja de São Bartolomeu

IPA.00017520
Portugal, Évora, Borba, Borba (São Bartolomeu)
 
Arquitectura religiosa, barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal, nave única com 3 abóbadas de cruzaria de ogivas sustentadas por contrafortes entretanto embebidos nos anexos que ao longo dos séculos foram nascendo acoplados às paredes. Igreja típica do epimaneirismo alentejano, com utilização de soluções estruturais ultrapassadas, inspirado na Igreja do Convento das Chagas de Vila Viçosa (v. PT040714030004), tendo recebido várias valorizações artísticas ao longo dos séculos: azulejos de padrão de maçaroca iguais aos utilizados na Igreja Matriz (v. IPA.00025136), na Igreja da Santa Casa da Misericórdia (v. IPA.00017519), na Igreja de Santo António(v. IPA.00017524) e na Igreja do Convento das Servas (v. IPA.00003932), típicos do século 17; esculturas de mármore efectuadas por mestres locais possuindo uma linguagem estética italianizante, que o seu autor, José Francisco de Abreu aprendeu no Convento de Mafra (v. PT031109090057) e que utilizou em diversos monumentos da região; Órgão da autoria do melhor mestre organeiro activo na época e muito semelhante aos órgãos da Igreja Matriz (v. IPA.00025136) e da Igreja de Santo António (v. IPA.00017524). Pintura murais nascidas da ideologia emergente da Contra-Reforma onde o culto dos santos, da Virgem e da Igreja foram reforçados, mantendo contudo elementos estéticos típicos do maneirismo, como as "ferroneries" e as mulheres aladas inspiradas na arte indiana; existem na região vários exemplares que terão sido efectuados pelos mesmos autores ou pelo menos na mesma época seguindo o mesmo formulário estético e ideológico: em Fronteira os tectos da Igreja de Nossa Senhora da Vila Velha de Fronteira (v. PT04208020005) e, em Vila Viçosa, os tectos da Igreja do Convento das Chagas (v. PT040714030004) e da Igreja do Convento da Esperança (v. PT040714030006). Retábulos de talha do barroco joanino, com glórias de anjos no arco do altar, anjos atlantes, colunas torsas e muitos outros elementos típicos desta linguagem estética que o seu autor, Manuel Nunes da Silva, introduziu no Alentejo, tanto no caso da Igreja de São Bartolomeu, como na capela da Ordem Terceira da Igreja do Convento de São Francisco em Évora (v. PT04705210017) como nos altares colaterais da Igreja do Convento da Cartuxa (v. PT040705210020) entre outros. Monumento importantíssimo para o estudo da história económica e social de Borba e do Alentejo em geral. Destacam-se a pintura decorativa dos tectos, os revestimentos em mármores da região, o retábulo de um dos maiores entalhadores da época, a capela do Santíssimo Sacramento e o órgão.
Número IPA Antigo: PT040703040015
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave, capela-mor, 4 sacristias, torre sineira, 2 corredores, 3 capelas salientes, 2 salas de arrumos, e antigo celeiro. Cobertura diferenciada em telhados de 3 e 4 águas. Fachada principal a O. de um registo e pano único delimitado por 2 contrafortes oblíquos, dispostos em 4 registos separados entre si por frisos de mármore: a base e plinto de alvenaria pintada a cinzento, terceiro registo, correndo à altura da igreja, de alvenaria caiada de branco e quarto registo em mármore maciço, acompanhando a cornija da igreja; rematam em pináculos salientes em mármore branco compostos por cubo, pirâmide e esfera. Pórtico de mármore, de verga recta, sobreposta de friso com acantos enrolados, assente em 2 colunas jónicas, munidas de plintos quadrangulares decorados com cartelas e volutas esculpidas ostentando a faca, símbolo do martírio do orago; sobre cada coluna pequeno pináculo embebido na parede composto por cubo, pirâmide com base bojuda e esfera; a ladear as colunas pilastras toscanas; soleira decorada com peças triangulares em mármore branco e negro num jogo de xadrez; portadas de madeira, compostas por bandeira e 2 asas decoradas com almofadas com os contornos escavados e vários apliques em bronze dourado; remata o pórtico falso frontão triangular truncado; janelão axial, rectangular, com grade de ferro forjado, verga de volta perfeita com friso tripartido, contracurvado e moldura lisa em mármore decorada por fita contracurvada; caixilharias reticuladas à imagem da grade; superiormente nicho de mármore, de volta perfeita contornada por friso decorado de losângulos, com a imagem de vulto do orago em mármore; remate em empena com vértice coroado por cruz latina de mármore. Adossada à direita torre sineira, com embasamento de lajes de pedra mármore, corpo cego definido por cunhal rematado por gola e arestas em mármore; campanário de arestas chanfradas revestidas a mármore, rasgado por 4 sineiras de volta perfeita munidas de seus sinos em bronze; coruchéu rematado nos ângulos por fogaréus de mármore e no vértice por bola de mármore e cruz de ferro; relógio de ponteiros em bronze com mostrador circular em mármore. Do lado esquerdo, corpo de 2 registos com embasamento em massa pintada de cinzento; inferiormente, pequeno vão gradeado, quadrado, com molduras em mármore; superiormente, janela com verga abatida, moldura de mármore liso. Fachada lateral N. de 3 corpos, correspondentes à sacristia da Irmandade do Santíssimo Sacramento, ao corredor de acesso e ao Consistório, à Capela Baptismal e antecoro. Fachada lateral S. de 4 corpos correspondentes à torre sineira, à capela do Senhor dos Passos, à Capela do Santísssimo Sacramento e às sacristias da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo e de São Pedro. Alçado E. de 3 corpos delimitados por cunhais em mármore simples, com bases em massa pintada de cinzento; corpo esquerdo correspondente à sacristia da Irmandade de São Pedro com remate em beirado saliente; corpo central mais elevado, correspondente à capela-mor; possui porta de verga recta e moldura de mármore e 2 janelas axiais, gradeadas, de moldura em mármore; superiormente, alinhada com estas, janela gradeada, de maiores dimensões, de verga recta e moldura em mármore lisa; 3º corpo correspondente à sacristia da Irmandade do Santíssimo Sacramento, com 2 óculos quadrilobados e grades em ferro. INTERIOR: Guarda-vento em madeira pintada de castanho com 4 portas e janelas em vidro com caixilhos brancos, tendo na parte superior voltada para a nave a data 1882 pintada num óculo em vidro. Coro-alto assente em arco abatido de mármore branco sobre pilares adossados do mesmo material com molduras gravadas; juntas em mármore negro com motivo triangular tendo ao centro o símbolo do martírio do orago; balaustrada dividida em 4 corpos com balaústres quadrangulares de mármore branco alternados por 4 plintos lisos em mármore negro e corrimão do mesmo material. Sub-coro com abóbada de aresta; alçado principal revestido por azulejos do tipo tapete, com padrão vegetalista de cor azul, amarelo e branco; ao centro rasga-se janelão de verga em arco de volta perfeita; do lado do Evangelho órgão positivo de madeira de planta rectangular de armário. Nave única com cobertura de abóbada polinervada, disposta em 3 tramos, à mesma altura; alçados revestidos a azulejos policromos, azuis, brancos e amarelos de tipo tapete com padrão de maçaroca (P-700 de Santos Simões), preenchendo os primeiros 2 terços dos alçados e um último, junto à cobertura representando motivos vegetalistas, emoldurado por friso contendo "ferroneries" estilizadas nos mesmos tons azul, branco e amarelo. Pavimento em sobrado de madeira na nave e em mármore branco apenas junto ao coro-baixo (entrada), às capelas laterais e na capela-mor; separação entre os 2 pavimentos junto às capelas laterais e capela-mor através de 2 balaustradas em mármore branco e negro com balaústres de mármore branco de secção quadrangular e corrimão negro. Nave do lado do Evangelho: marcação de antiga porta, que abria para o Consistório da Irmandade do Santíssimo Sacramento, fechada e tapada por azulejos de padrão vegetalista, colocados aleatoriamente; junto ao guarda-vento, a Capela Baptismal de São João Baptista, com entrada em arco de volta perfeita, de planta quadrangular, com abóbada de aresta e pavimento em soalho de madeira; ao centro, pia baptismal composta por pé bojudo e bacia em mármore branco coberta por uma tampa em madeira trabalhada; altar de talha dourada e pintada de branco inscrito em arco de volta perfeita em mármore branco com molduras gravadas e sotobanco em mármore; segue-se porta de acesso ao antigo Consistório da Irmandade de Nossa Senhora do Monte da Virgem, utilizado como sala de arrumos, de verga recta com molduras em mármore liso tendo no lintel esculpida pequena imagem de Nossa Senhora, pavimento em tijoleira e abóbada de canhão em alvenaria caiada de branco; seguem o púlpito e 3 capelas laterais; o púlpito em mármore branco, de planta circular, possui balaústres quadrangulares e bacia decorada com gomos e uma pinha no centro; guarda-voz em talha polícroma e dourada de secção quadrangular, com sanefas e borlas, fogaréus nos vértices, plinto na parte superior encimado por cruz em talha dourada e no interior a pomba do Espírito Santo rodeada por raios dourados; vão de acesso de verga recta com molduras em mármore branco e porta de madeira com almofadas; as capelas laterais inscrevem-se em arcos de mármore branco de volta perfeita com ábaco demarcado: Capela de São Pedro com altar em mármore branco e negro de planta lisa, eixo único, nicho de volta perfeita, Capela de Nossa Senhora da Conceição com altar de talha dourada, também de eixo único e Capela de Santa Teresinha ligeiramente diferente das anteriores, maior e com os ábacos e a pedra de fecho em mármore negro. Do lado da Epístola, por baixo do coro-alto, a Capela do Senhor Jesus dos Passos, de planta quadrangular, com cobertura em abóbada de berço; segue-se porta de verga abatida com moldura em mármore branco decorada com frontão canopial, tendo no intradorso elemento quadrangular saliente com uma bola, que dá acesso ao coro-alto; à esquerda outra porta que faz a passagem para o lado S. da igreja; no eixo desta porta, no segundo tramo, janelão de verga trilobada; à esquerda, pia de água benta em mármore, de secção redonda decorada com gomos esculpidos; seguem-se 3 capelas laterais: Capela de Nossa Senhora de Fátima com arco idêntico ao da Capela de São Pedro e retábulo de talha dourada; Capela do Santíssimo Sacramento, com arco de volta perfeita em mármore branco, de planta rectangular, com abóbada de aresta pintada com medalhões representando as Virtudes Cardeais e ao centro o cordeiro místico; tem paredes em alvenaria caiada, a do lado direito com janela de verga abatida e do lado esquerdo com porta de madeira e com uma janela idêntica; retábulo de talha dourada e pintada; e a Capela de Nossa Senhora do Carmo com arco semelhante ao da Capela de Santa Teresinha, retábulo em talha dourada com anjinhos em madeira pintada. Arco triunfal de volta perfeita em mármore branco, com ábacos e pedra de fecho em mármore negro, com pomba do Espírito Santo em mármore branco no remate; a ladear o arco decoração com quadrados de mármore branco com pontas de diamante de mármore negro no centro em relevo. Capela-mor de planta quadrada com abóbada de arestas pintada com medalhões cristológicos; pavimento em mármore branco e negro em 2 níveis unidos entre si por escadaria ladeada por pódium decorado com cartelas em mármore rosa com almofadas em mármore negro; paredes revestidas na metade superior com pinturas a óleo sobre tela, com molduras de talha dourada, e a mármore branco e negro na metade inferior; 2 portas de cada lado sobrepostas cada por friso em mármore branco, muito trabalhado com flores e enrolamentos vegetalistas, e por janela de verga recta com sanefa em talha dourada e pintada com franjas e enrolamentos, ladeadas ambas por fundos de mármore negro dos quais sobressaem elementos decorativos em mármore branco; junto à parede fundeira, de cada lado, nicho de arco de volta perfeita em mármore branco, com bancada em mármore preto com pé em forma de balaústre trabalhado; o fundo de cada nicho tem painel de xadrez de mármore de 2 cores alternadas; altar-mor com acesso por 3 degraus, ladeados por 2 painéis decorativos compostos por pequenas almofadas em mármore negro inseridas em molduras quadrangulares em meio relevo de mármore branco; entre uma e outra figuram facas também em relevo em mármore branco, compondo decoração alternada; retábulo mor de talha dourada, de planta recta e eixo único com frontal de altar destacado dividido em 3 partes com almofadas de mármore negro com pontas de diamante branco; no altar 2 lanços de escadas fronteiros descem para porta de verga recta que abre para sala de planta quadrada com abóbada abatida, paredes em alvenaria caiada de branco e pavimento em tijoleira; ao fundo outra porta de verga recta com molduras em mármore tendo na ombreira do lado direito um gavião dourado; em frente janela de verga recta com grade de ferro; daqui sobe-se por 2 lanços de escada fronteiros para o camarim do retábulo, de planta quadrada e abóbada de canhão decorada com caixotões pintados a branco e vermelho. A porta do lado esquerdo da capela-mor abre para corredor, que vai embocar na porta lateral do lado N.,com cobertura em abóbada de canhão, paredes em alvenaria caiadas de branco revestidas com soco de azulejos azul e branco, de feição industrial com 1m de altura, e por friso em mármore negro e branco; de cada lado porta de verga recta e moldura em mármore profusamente decorada com aletas e florões no lintel; a da direita abre para a Sacristia da Irmandade do Santíssimo Sacramento e a da esquerda para o Consistório da mesma Irmandade; ao fundo do corredor porta para o exterior, de verga recta, moldura de mármore, decorada com uma bandeira em mármore branco com espelho em mármore branco e negro malhado, rodeado por moldura de mármore branco decorada com volutas, motivos vegetalistas e palmas. Sacristia da Irmandade do Santíssimo Sacramento de planta longitudinal, abóbada de aresta, pavimento em mármore branco e negro num jogo de xadrez; paredes com soco de azulejos de padrão azuis e brancos; ao centro mesa de sacristia com pé de balaústre em mármore branco e tabuleiro em mármore negro malhado de contorno oitavado; no alçado fundeiro altar com acesso por 2 degraus em mármore branco de desenho polilobado; é em arco de volta perfeita, de mármore branco com semicírculos dourados e pedra de fecho em mármore negro com volutas salientes; assenta em pilastras em mármore branco com bases e capitéis em mármore negro com policromia dourada; dentro do arco, ligeiramente recuado, retábulo, totalmente em mármore negro e branco; ladeando o altar, de cada lado, 2 janelas de verga polilobada e moldura em mármore; na parede direita esquerda lavabo em mármore com espaldar decorado por 2 delfins entrelaçados, torneiras de latão na boca, ladeando um querubim envoltos em raios de luz, com decoração de flores e frutos, e remate em querubim; ladeando o lavabo 2 janelas de verga abatida e moldura em mármore. Consistório da Irmandade do Santíssimo Sacramento de planta longitudinal com abóbada de aresta, pavimento em mármore e peredes em alvenaria caiada de branco; na parede fundeira, ao centro, pequeno nicho em alvenaria caiada de branco com verga de volta perfeita decorado com volutas e motivos vegetalistas; ladeando o nicho uma porta de cada lado; a da esquerda dá acesso ao púlpito da igreja e a do lado esquerdo leva ao novo Consistório da Irmandade do Santíssimo Sacramento, por onde se acede por escada apertada onde se encontram as instalações sanitárias. Novo Consistório com paredes de alvenaria caiada de branco e pavimento em tijoleira artesanal; tem acesso por enorme porta de verga de volta perfeita, ladeada por 2 portas mais pequenas com verga recta e moldura em alvenaria caiada; a do lado esquerdo abre para pequena sala quadrada totalmente revestida com pinturas murais, com prateleiras onde se guardava o Arquivo da Irmandade do Santíssimo Sacramento; a do lado direito é falsa em trompe l'oeil; na parede direita 2 janelas e na parede fundeira porta que acede ao antecoro; este possui abóbada de arestas, paramentos em alvenaria caiada e pavimento em tijoleira artesanal; na parede fundeira janela e à esquerda porta que abre para o Coro. A porta do lado esquerdo da Capela-mor acede a corredor com abóbada de canhão, paredes em alvenaria caiada de branco e chão em tijoleira; ao fundo lavabo em mármore branco, com espaldar decorado de mármore negro retratando 2 delfins envoltos em folhagens e palmas; superiormente janela de verga polilobada; de cada lado portal de verga abatida com moldura em mármore decorada com o emblema de uma irmandade; a porta do lado direito, tendo no frontão o emblema do orago, abre para o antigo Consistório da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo: apresenta planta longitudinal, com abóbada de aresta e pavimento em tijoleira artesanal; ma parede fundeira porta abre para a Capela do Santíssimo Sacramento; do lado esquerdo, pequena janela de verga recta e armário incrustado na parede. Fronteira a esta sala, o antigo Consistório da Irmandade de São Pedro, com acesso por porta semelhante, tendo no frontão a coroa de São Pedro; possui planta longitudinal, abóbada de aresta e pavimento de tijoleira; do lado direito, 2 janelas e do esquerdo 2 armários incrustados.

Acessos

Largo Beato Mártir Domingos Fernandes

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 107/2014, DR, 2.ª série, n.º 30 de 12 fevereiro 2014

Enquadramento

Urbano, planície, isolado, sendo parte integrante do conjunto urbano da zona antiga da vila, na confluência de três ruas medievais a E.: a R. 13 de Janeiro, a Rua Dr. Ramos de Abreu e a Rua António Joaquim da Guerra (antigas Rua da Aramanha, Rua de Estremoz e Rua da Fontinha); entre estas duas últimas ruas fica o Colégio de Nossa Senhora da Soledade (v. IPA.00017527). A S. desenvolve-se o Largo Beato Mártir Domingos Fernandes conseguido pela demolição de alguns imóveis em tempo antigo; a NO., criada após a construção da igreja, a Rua de São Bartolomeu, ladeada por palacetes, destacando-se o Palácio Alvarez (v. IPA.00025337), o Palácio Bustorff Silva (v. IPA.00001033) e o Palácio Duarte Silva (v. IPA.00025336). A SE. desenvolvem-se mais três ruas: a Rua dos Terreiros, a Rua do Ó e a Rua de Trás. A Rua de São Bartolomeu com o enfiamento para a igreja constitui ainda hoje a entrada da vila de quem vem de Estremoz, pelo que foi o local escolhido nos sécs. 18 e 19 para a construção de imóveis notáveis com perfil apalaçado que enriquecem o centro histórico da vila. Fachada principal antecedida por adro com soco composto por lajes de mármore rectangulares.

Descrição Complementar

EXTERIOR: Fachada lateral N.: corpo da sacristia definido por cunhal em mármore, rasgado por 4 vãos, gradeados, em verga abatida, molduras em mármore com brincos e friso também abatido; porta que conduz ao corredor axial, de verga recta, com molduras de mármore e bandeira alteada com remates revirados, frisos e óculo trilobado gradeado, portadas de madeira almofadadas; acesso por escada de 2 lanços opostos, ladeada por balcão em mármore com corrimão arredondado com volutas nas pontas; frente à porta uma base quadrada em mármore serve de podium; superiormente, alinhadas com a porta, 2 goteiras em mármore em forma de bica; ao longo deste corpo 6 cruzes processionais em mármore embutidas a meia distância entre cada um dos vãos; cruz que mediava entre a primeira e segunda janela do lado esquerdo da porta desapareceu, conservando-se, um leão em mármore igual àqueles que iremos encontrar no interior da igreja. À esquerda o corpo do corredor, mais elevado, de 2 registos, com remate em beirado saliente, delimitado do lado esquerdo por cunhal de mármore; inferiormente, correspondendo ao antigo celeiro, porta de verga recta, moldura em mármore a cutelo; superiormente, correspondendo ao antigo Consistório da Irmandade do Santíssimo Sacramento, frecha axial de verga recta e molduras de alumínio, 2 janelas de verga abatida, com molduras em mármore decoradas com friso triangular e decorações no seu interior; portadas de madeira, almofadadas, de cor vermelha com volutas; inferiormente, alinhada com a janela do lado esquerdo, pequena fresta de respiração de verga recta e molduras de mármore; alinhada com a janela do lado direito uma das 6 cruzes processionais subsistentes; 3º corpo, recuado e mais baixo que os anteriores, correspondente à capela Baptismal, no piso térreo e ao antecoro no piso superior; embasamento em massa pintada de cinzento e remate em beirado saliente. Fachada lateral S.: corpo da torre sineira, rasgado por 2 frechas de iluminação da escada interior alinhadas entre si com verga recta e moldura em mármore; o segundo, delimitado pela torre sineira e por pilastra, correspondente à capela do Senhor dos Passos, com embasamento pintado a cinzento e remate em meia empena; é rasgado por fresta de verga recta e moldura de mármore tapada por cruzeta em ferro; terceiro corpo delimitado por 2 contrafortes, rasgado pela Porta do Sol com adro em calçada portuguesa irregular que desenha estrela com um triângulo ao centro e outros motivos triangulares brancos e negros; porta de verga recta e molduras em mármore, 2 colunas jónicas, assentes sobre plintos quadrangulares decorados com flores circulares abertas e almofadas triangulares aos cantos; é sobreposto por frontão triangular, decorado com motivos triangulares, recuado e cortado a meio pela inclusão de nicho de volta perfeita, de moldura em mármore decorada com losângulos e triângulos, com a imagem de terracota de Nossa Senhora da Assunção coroada por 2 anjos e remate octogonal; dos lados, no remate das colunas, pináculos, embebidos na parede, compostos por cubo, triângulo com base bojuda e esfera; de cada lado do portal cruz processional de mármore; superiormente janelão axial, gradeado, de verga trilobada, moldura em mármore, frontão triangular e pedra de fecho com esfera embebida; quarto corpo correspondente à capela do Santíssimo Sacramento, delimitado por contraforte e cunhal de mármore; é rasgado por janela gradeada, de verga abatida, moldura em mármore com friso abatido, em tudo semelhante às guarnições do alçado N.; o restante alçado S. compreende a parede fundeira da capela do Santíssimo Sacramento, a Sacristia da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, o corredor de acesso às sacristias das irmandades e a Sacristia da Irmandade de São Pedro; correspondendo à parede fundeira da capela do Santíssimo Sacramento, pano murário de alvenaria caiada de maior altura que o restante alçado; à direita janela quadrada pequena, de verga recta e moldura em mármore que ilumina a Sacristia da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo; inferiormente, no seu eixo, cruz processional em mármore; à direita, a um nível ligeiramente inferior, janela oval com moldura em mármore que ilumina o corredor de acesso às 2 sacristias; à direita, em baixo, calvário composto por 3 cruzes em mármore, a central maior; à direita, janela de verga abatida, gradeada, com moldura em mármore decorada por friso triangular com motivo vegetalista ao centro. INTERIOR: retábulo-mor com sotobanco composto por base quadrangular em mármore branco com almofadas rectangulares de mármore negro que ladeia outro frontal de altar interior liso de mármore branco com sacrário de mármore; banco composto por 4 querubins em madeira pintada e concheados esculpidos na talha; corpo de 4 colunas pseudosalomónicas com capitéis compósitos, com o primeiro terço estriado e o resto do fuste torso, pontuado com grinaldas com flores; entre a primeira e segunda coluna, o altar é contracurvado albergando imagem protegida por baldaquino e assente em mísula composta por querubim de madeira pintada emoldurado por elementos vegetalistas de talha dourada; arco da tribuna de volta perfeita com intradorso decorado por enrolamentos de talha dourada; ao centro trono com 6 degraus ladeado por 2 esculturas de vulto representando anjos em madeira pintada; camarim decorado com motivos vegetalistas pintados na madeira e dourados; ático composto por friso discreto de carácter arquitectónico e o frontão; as arquivoltas concêntricas, presentes em outros altares da nave, são aqui substituídas por arco exterior de cujo arranque se destaca pequeno anjo de madeira polícroma, seguido por ramagens enroladas que se prolongam até à sanefa central; ladeando a boca do altar, 2 anjos maiores, vestidos, de madeira pintada, segurando palmas, em pose de grande movimento em direcção ao alto; protegido por sanefa de talha dourada, o conjunto escultórico da Santíssima Trindade em relevo, de madeira policroma: do lado esquerdo Cristo assente em nuvens com a mão esquerda pousada sobre o globo terrestre e a direita segurando uma cruz; Deus Pai à direita abençoando o observador; pomba do Espírito Santo ao centro com resplendor de raios de luz; em baixo, entre as nuvens, querubins sustentam o conjunto. Capela do Senhor Jesus dos Passos: arco de verga de volta perfeita em mármore assente em pilastras do mesmo material com ábacos facetados, uns mais ressaltados que outros; a base das pilastras apresenta lambril de azulejos do tipo maçaroca; o pavimento tem lajes de mármore quadrangulares branco e negro fazendo xadrez; 2 nichos ladeando a imagem do orago que está num andor sobre uma banqueta de tijolo com 3 cravos esculpidos; do lado esquerdo, embutida na parede, uma pia de água benta em mármore branco com secção trilobada. Capela de Nossa Senhora de Fátima: retábulo de eixo único e planta recta, sotobanco em massa branca em urna sobre fundo azul; banco em talha dourada decorado com acantos enrolados; corpo em vão de volta perfeita enquadrado por colunas pseudosalomónicas de capitéis coríntios e fustes decorados por pâmpanos; cada coluna está assente num plinto com folhagens diferentes; entre as colunas e o ático, friso decorado com pequenas flores ao centro; ático composto pelo prolongamento das colunas em arquivoltas de volta perfeita, fechadas ao centro por medalhão. Capela do Santíssimo Sacramento: arco composto por pilastras decoradas com pequenos apontamentos dourados, assentes em plintos quadrangulares de mármore negro; capitéis dourados com motivos vegetalistas; vão com grades de ferro forjado douradas, com flecha muito maior do que as das restantes capelas; retábulo com acesso por 2 degraus de mármore, de planta recta, eixo único de talha dourada e polícroma, sotobanco de madeira polícroma a imitar mármore, banco composto por vários espelhos em madeira pintada de vermelho emoldurada com friso dourado sobre fundo branco; corpo composto por uma moldura com verga polilobada que envolve a tela central; ladeando a moldura 2 pilastras com o fuste em madeira pintada de vermelho e branco com 2 querubins dourados; ático com sol radioso envolto em motivos florais dourados e suplantado por pálio saliente que emerge da estrutura do altar. Capela de Nossa Senhora do Carmo de eixo único e planta recta, sotobanco em urna de massa branca decorada com estrela de 8 pontas douradas sobre fundo em massa negra; banco em talha dourada com espelhos decorados com acantos enrolados e, de cada lado, 2 modilhões vegetalistas onde assentam as colunas pseudosalomónicas com capitéis coríntios; ao centro nicho pintado de azul com nuvens donde saem raios de sol; ladeando as colunas, pilastra decorada com acantos enrolados com meninos; ático composto pelo prolongamento das colunas e das pilastras em arquivoltas de volta perfeita com os mesmos motivos decorativos. Capela Baptismal: arco de entrada composto por blocos de mármore branco com as juntas mais recuadas feitas a mármore negro e ábacos pronunciados em mármore branco; pedra de fecho mais estreita, com motivo floral esculpido, tendo ao centro a letra H com uma cruz procedente da sigla IHS; sobre a pedra de fecho pequeno apontamento escultórico, em mármore branco com enrolamentos vegetalistas ladeando uma concha e sobrepojados por uma cruz; grade em ferro forjado pintada de cor cinza decorada com elementos vegetalistas e cruz vazada ao centro; à entrada, do lado esquerdo, a data 1864 pintada num motivo floral quadrilobado em mármore branco; retábulo em talha dourada e pintada, de planta recta e um só eixo vertical; banco estreito, composto por espelhos decorados com motivos vegetalistas; corpo composto por 2 colunas pseudosalomónicas decoradas com parras e acantos; ao centro grandes almofadas de talha dourada com decoração vegetalista, e 2 anjos atlantes que outrora suportaram as colunas; ático em frontão interrompido, decorado com concheados e por friso de verga recta com querubim ao centro; unindo o friso ao frontão diversos elementos vegetalistas enrolados. Capela de São Pedro: pavimento em losângulos de mármore branco e negro; retábulo com sotobanco em massa branca com forma de urna; banco em friso de mármore negro; o corpo em mármore branco e negro com nicho com verga de volta perfeita, moldura em mármore branco decorada com volutas e concheados e assente sobre base de mármore negro lisa; ladeando o nicho 2 pilastras salientes compostas por remates de querubins com flores que sustentam com as cabeças 2 ábacos donde arranca friso em mármore branco em volta perfeita; lateralmente 2 florões de mármore branco, assentes em espelhos de mármore negro; por baixo do nicho, medalhão envolto em enrolamentos vegetalistas emoldurando os atributos de São Pedro; ático de volta perfeita interrompido, em mármore branco sobre fundo negro. Capela de Nossa Senhora da Conceição: retábulo de eixo único e planta recta, sotobanco em urna de mármore branco, banco é estreito em talha dourada decorado com acantos enrolados, corpo composto por nicho de volta perfeita com a imagem do orago, envolvido por uma moldura em talha dourada com motivos vegetalistas; o fundo do nicho está pintado de azul com 2 palmas cruzadas; ladeando a imagem, 2 pares de colunas pseudosalomónicas decoradas com parras e acantos, estando as interiores sustentadas por anjos atlantes e as exteriores por modilhões decorados por acantos enrolados e anjos; as colunas projectam-se para o ático sob forma de portal de volta perfeita. Capela de Santa Teresinha de eixo único e planta recta, sotobanco em urna saliente de mármore branco assente sobre fundo liso de mármore negro; banco com motivo decorativo em talha dourada com acantos enrolados sobre fundo azul no qual estão de cada lado 2 modilhões onde assentam as colunas; ático em arquivoltas de volta perfeita, presas por 4 ganchos decorados com motivos vegetalistas e ao centro um medalhão. Altar da sacristia de eixo único, planta recta, todo em mármore, sotobanco recto decorado com espelhos, imitando frontal de altar, tudo em mármore negro; corpo em moldura polilobada em mármore negro onde encerra a tela central dedicada a São Bento. PINTURA MURAL: as nervuras da abóbada da nave assentam em mísulas em forma de cartela de massa pintada de branco com os bordos dourados e uma palma dourada ao centro; contornando o arranque das nervuras, coroas douradas de latão; em cada arranque de nervuras, 2 figuras femininas aladas, de inspiração indiana, provável evocação das "ghinas", pintadas a dourado e tendo sobre as suas cabeças cestas com cachos de uvas e pássaros, símbolos da Eucaristia; as nervuras de secção quadrangular, estão decoradas por dois tipos de desenho imitando ferroneries que se altarnam de face para face: na face exterior desenho pintado a dourado, mais estilizado e nas interiores motivos florais e ferroneries douradas entrelaçadas em ramagens simples em azul. A restante decoração pictórica divide-se em 3 conjuntos consoante o seu preenchimento pelos diversos panos de abóbada entre as nervuras, estando cada composição emoldurada por barra com motivos fitomórficos: sobre cada tramo decoração de ferroneries douradas nas quais figuras aladas se entrelaçam com motivos vegetalistas e figuras fantásticas sobre fundo azul; ao centro, num medalhão quadrilobado, apontamento paisagístico; em cada abóbada quatro panos idênticos, variando apenas a composição paisagística em cada medalhão; o 2º tipo de composição repete-se oito vezes por abóbada e rodeiam as 4 composições centrais: sobre fundo vermelho, em primeiro plano, putti rodeado por flores e ferroneries; com uma mão segura ao mesmo tempo um caule de flor e uma serpente confrontada por um pássaro; em baixo uma faca alusiva ao martírio de São Bartolomeu. No centro de cada uma das 3 abóbadas da nave medalhões circulares rodeadas por ferroneries; destacando-se de um fundo azul, cada um apresenta um episódio da vida e morte de São Bartolomeu, a partir do arco triunfal: São Bartolomeu a curar a filha do rei da Índia; São Bartolomeu chamado perante o rei e ladeado por 2 anjos; São Bartolomeu a converter o rei da Índia e São Bartolomeu vencendo os ídolos; pedra de fecho com o monograma de Maria pintado a dourado sobre fundo branco. Na abóbada central 4 medalhões dedicados ao martírio do santo: São Bartolomeu rezando, Martírio de São Bartololmeu na coluna, São Bartolomeu esfolado vivo e Degolação de São Bartolomeu; pedra de fecho com monograma de Cristo, nos mesmos tons da precedente. Na última abóbada figuram episódios relativos às relíquias do santo: salvamento das relíquias por 2 anjos, Relíquias encontradas no mar por 2 pescadores sicilianos, Relíquias levadas em procissão e enterro de São Bartolomeu; a pedra de fecho tem pintada a palavra IOSEPH. As restantes pedras de fecho das abóbadas representam um cacho de uvas dourado. Abóbada da capela-mor de arestas decorada por pinturas murais mais recentes; cada pano da abóbada apresenta fundo de azul forte sobre o qual se vê moldura triangular de fundo vermelho envolvida por barra branca terminando com motivos vegetalistas em cada ângulo; inscritos em cada moldura vermelha, 4 óculos com diversas cenas de temática cristológica, acompanhados por símbolos eucarísticos como as espigas de trigo e cachos de uvas; junto aos alçados do arco triunfal e fundeiro, os elementos do tetramorfo respectivamente a águia e o boi e o leão e o anjo; nos outros dois panos da abóbada querubins soprando nuvens que os rodeiam; óculos emoldurados por barra decorada com pequenos círculos e sobrepostos por pequena urna pintada a vermelho: no óculo junto ao arco triunfal repesenta-se uma figura a matar um leão após ter já derrotado um urso, com a legenda "Leonem et Ursum Interfeci Ego Servus Tuum"; à esquerda, uma cena com 3 leões que fogem de uma pequena cruz donde irrompem raios de luz e a legenda "Tanquam Leones Ignem Spirantes Ab Illa Menssa Recedamus"; junto ao altar-mor, um pelicano alimentando os seus filhos com o seu sangue e a legenda "Filios Suo Pascit Cevore"; no pano da abóbada da direita um ídolo caído do pedestal e ao lado a arca da aliança e a legenda "Invenerunt Dagon Jacentem Super Faciem Suam Interra Coram Arca Domini".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial / Comercial: loja

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Évora)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Douradores: Manuel Pereira Gavião; Bento Charrua, séc. 18. Entalhadores: Manuel Nunes da Silva; Manuel de Mures, séc. 18; João Rodrigues Nunes, séc. 18; Manuel Rodrigues Mixote, séc. 18, Joaquim José, séc. 18; Clemente da Mota, séc. 18. Escultores: João Rodrigues Texugo, séc 17; José Francisco de Abreu (atr.); Bernardo de Sousa, séc. 18; Joaquim Martins Fontes, séc. 18; António Franco Paínho, séc. 18. Fundidor: António José Rolim, séc. 18. Mestres de obras: Francisco Miguel Cordeiro, séc. 18; Francisco Velez, séc. 18, José Gomes Cordeiro, séc.18; Caetano José da Silveira, séc. 18. Mestres pedreiros: João Silvério, séc. 17; André Cordeiro, séc. 17; António Lopes, séc. 17; João Fernandes, séc.17; Manuel Silvério, séc.17; Vicente Lopes, séc. 18; João Lopes Leitão, séc. 18; Bernardo António Carrão, séc. 18; Francisco José Ribeiro, séc. 18; João Rodrigues da Ponte, séc. 18; António Ferreira o Saloio, séc. 18; José Mansos, séc. 18; Manuel Lourenço, séc. 18; Joaquim José Babão, séc. 19. Pintores: Manuel da Silva (atr.), séc. 17; Domingos Gonçalves, séc. 18; João Bernardo, séc. 18; Bento Cordeiro, séc. 18; Cristóvão dos Santos, séc. 18; Inácio António Canhão, séc.18; José de Sousa de Carvalho, séc. 18; José Cardoso, séc. 18; Manuel Carvalho, séc. 18. Organeiro: António Xavier Machado Cerveira; Ourives: Álvaro Machado, séc. 17; Manuel Gonçalves de Oliveira, séc. 18.

Cronologia

1560 - Primeira referência conhecida para a Igreja de São Bartolomeu, ainda como capela sujeita à Matriz (v. PT040703010023); 1572 - A capela-mor é cedida a Brites Silveira e a seus herdeiros para aí terem sepultura; 1573 - É concedido o mesmo direito a Fernando Lourenço e herdeiros; 1597 - Os vereadores da Câmara Municipal de Borba solicitam ao Rei a criação da Freguesia de São Bartolomeu; 1609, 6 de Março - Elevação da Igreja de São Bartolomeu a sede de freguesia; 1610 - Construção do actual templo; 1611 - Fundação da Irmandade de São Jacinto composta pelos moços solteiros de Borba que possuíam capela própria na igreja; 1620 - Fundação da capela de Nossa Senhora da Conceição por disposição testamentária de Bárbara de França; 1620 - Primeira informação para a capela de Santo Amaro; 1633 - O borbense Bento Fernandes morre martirizado no Japão, sendo beatificado; execução da pintura da abóbada da igreja com evocações a este facto; 1644 - Construção da capela de Nossa Senhora da Conceição; 1669 - Início da campanha de revestimento azulejar; 1673 - Fim da campanha de revestimento azulejar; 1683 - Assinatura do contrato notarial para a execução dos portais em mármore; 1684 - Encomenda dos leões de mármore que sustêm os quadros da igreja; 1689 - Fundação da Irmandade de Nossa Senhora do Monte Virgem que possuía capela própria; 1693 - Limpeza dos quadros; 1694 - Início da remodelação arquitectónica e decorativa da cabeceira da igreja; 1713 - Pintura do tecto da capela-mor; 1729 - Início da obra para a colocação do retábulo em talha dourada da capela-mor; 1731 - Assinatura do contrato notarial entre a Irmandade do Santíssimo Sacramento e o entalhador Manuel Nunes da Silva para execução do retábulo da capela-mor; 1732 - Revestimento das paredes da capela-mor com 4 telas; 1732 - Assentamento do retábulo de Manuel Nunes da Silva; 1733 - Encomenda da imagem de Nossa Senhora do Carmo; 1735 - Remodelação da capela de Nossa Senhora da Conceição; 1736 - Reparação dos quadros da nave; 1737 - Decisão da Mesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento em mandar dourar o retábulo da capela-mor; 1738 - Desfalque de 400.000 réis na Irmandade do Santíssimo; é nomeada nova mesa; 1740 - Construção no lado N. da igreja de uma nova sacristia, consistório e celeiro; 1743 - Nova destituição da Mesa que não realizava eleições desde a sua nomeação, sendo composta uma nova mesa; 1744 - Douramento do retábulo da capela-mor; 1751 - Douramento do retábulo da capela de Nossa Senhora da Conceição com aquisição de nova imagem; 1753 - Construção dos consistórios das irmandades de São Pedro e de Nossa Senhora do Carmo; 1767 - Limpeza dos 6 quadros da nave; 1768 - Elaboração de projecto para construir 2 torres na fachada da igreja; 1770 - Construção da balaustrada de mármore na nave; 1772 - início da construção da torre sineira; 1774 - pintura das sanefas de madeira da capela-mor; 1775 - encomenda de um sanefão para se colocar sobre o altar-mor; 1776 - construção do coro e abertura do janelão para a sua iluminação; 1778 - encomenda de uma grande lâmpada de prata; 1782 - encomenda do arcaz da sacristia; 1784 - pintura e douramento do espaldar do arcaz da sacristia; 1785 - elaboração do projecto da capela do Santíssimo Sacramento; 1788 - construção de novo consistório sobre o celeiro; 1788 - pintura da tela central da capela do Santíssimo Sacramento; 1789 - encomenda das grades da capela do Santíssimo Sacramento; 1804 - encomenda do órgão; 1808 - entrega do órgão; 1811 - aquisição de uma lâmpada de prata; 1817 - execução dos trabalhos de estuque da torre sineira; 1820 - quebra nas receitas da Irmandade do Santíssimo Sacramento; 1911- arrolamento da Igreja de São Bartolomeu que passou para a posse do Estado; 1928 - entrega da igreja em uso e administração à Fábrica Paroquial da Igreja de São Bartolomeu; 1940 - entrega total da propriedade à Fábrica Paroquial; 2001, 3 de dezembro - Proposta de classificação pela CM de Borba; 2002, 14 de fevereiro - Informação favorável à proposta de classificação e proposta de ZEP pelo IPPAR/DRÉvora; 2002, 18 de fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 2002, 19 de setembro - Proposta do IPPAR/DRÉvora para a classificação como IIP; 2003, 23 de janeiro - Parecer favorável à proposta de ZEP pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2003, 10 março - o IPPAR/DRÉvora solicita elementos à CM de Borba relativos ao processo de ZEP; 7 maio - Parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR à classificação como IIP; 29 maio - despacho de homologação do edifício como Imóvel de Interesse Público pelo Ministro da Cultura; 2009, 10 dezembro - Proposta da DRCAlentejo para a ZEP dos imóveis classificados e em vias de classificação da Vila de Borba; 2010, 11 fevereiro - devolvida a proposta para a ZEP à DRCAlentejo com despacho do Director do IGESPAR para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23-10-2009;2010, 12 novembro - nova proposta de ZEP pela DRCAlentejo; 2011, 23 fevereiro - Parecer favorável à ZEP pela SPAA do Conselho Nacional de Cultura.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria de pedra mármore, cal e areia nos contrafortes; mármore de Borba e Vila Viçosa, tijolo, azulejo, ferro forjado, alvenaria mista, madeira, talha dourada, cimento, tijoleira.

Bibliografia

SANTA MARIA, Agostinho de, Santuário Mariano, t. 4, Lisboa, 1718; CARDOSO, Luís, Dicionário Geográfico, tomo 2, Lisboa, 1751; ANSELMO, António, O Concelho de Borba, Elvas, 1907; GUERREIRO, J. Alcântara, Galeria dos Prelados de Évora, Évora, 1971; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Vol. 9, Lisboa, 1978; VALLECILLO TEODORO, Miguel Angel, Retablística Alto Alentejana (Elvas, Villaviciosa y Olivenza) en los siglos XVII y XVIII, Mérida, 1996; VORAGINES, Santiago, La Leyenda Dorada, Madrid, 1997; BORBA, Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de, O Vinho e o Património, reflexos de uma cultura secular, Borba, 2001; GOMES, Paulo Varela, Arquitectura Religião e Política em Portugal no século XVII: a Planta Centralizada, Porto, 2001; SERRÃO, Vítor, "O Santo Cristo do Outeiro (1698-1739) e a Arquitectura de "Retorno a 1500" no tempo de D. João V" in A Cripto-história de Arte, análise de obras de arte inexistentes, Lisboa, 2001, pp. 193 a 199; BORBA, Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de, Plano de Pormenor de Salvaguarda da Zona Antiga de Borba, texto policopiado, Vol. 1, tomo 1, Borba, 2002; LAMEIRA, Francisco, "Os retábulos da capela da Ordem Terceira" in Monumentos, n.º 17, 2002, pp. 65 a 69; BORBA, Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de; Borba, interpretações do centro histórico, Lisboa, 2003, no prelo.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Câmara Municipal de Borba

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Câmara Municipal de Borba

Documentação Administrativa

IAN/TT, Chancelaria da Ordem de Avis, Livro 3, fl. 21 a 21v; Livro 4, fl 108 e 138v; Livro 10, fls. 231 a 231v; 293 a 293v, 305v e 330v; Livro 11, fl. 251; Livro 14, fl. 176v; BNL, Cod. 10845; Biblioteca Pública de Évora, cod. CIX/2-8, docs. 6 e 115; cod. CIX/2-9; cod. CXI/1-4; cod CXIII/1-1, fl. 105; Arquivo Distrital de Évora: Cartórios Notariais de Borba, Livro 23, fl. 70; Livro 31, I Parte, fls. 101v a 103v, 113 a 114; Livro 32, I Parte, fls. 7v a 9; Livro 105, fls. 98 a 98v; Livro 117, fls 38v a 40; Livro 144, fls. 65 a 69v; Livro 155, fls 126 a 130; Livro 156, fl 10v a 13v; Livro 156, fls 18v a 21; Livro 161, fls 13v a 15v; Livro 162, fl 100v; Livro 162, fls 97 a 100v; 164, II Parte, fl 29; Livro 171, fls.157v a 161v; Arquivo Histórico das Paróquias de Borba: Testamento de Bárbara de França, 7 de Outubro de 1620; Livro de Receita e Despesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja de São Bartolomeu, anos de 1669, 1671, 1673, 1693 a 1696, 1713 a 1721, 1730 a 1749, 1749 a 1768, 1770 a 1787, 1788 a 1798 e 1802 a 1817; Livro de Actas da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja de São Bartolomeu dos anos de 1725 a 1762 e 1762 a 1824; Livro das Eleições da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja de São Bartolomeu; Recibos vários passados à Irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja de São Bartolomeu no ano de 1804; Arquivo da Direcção Geral do Património: Concelho de Borba, Freguesia de São Bartolomeu, Arrolamento de 6 de Agosto de 1911 e Auto de posse de 31 de Outubro de 1928.

Intervenção Realizada

Paróquias de Borba / Cevalor - centro de estudos e valorização das rochas ornamentais, 2001 - restauro e limpeza do altar em mármore de São Pedro e do balcão e escadaria de acesso no alçado N. Paróquias de Borba / Pe Carlos Melo / Manuel Rato, Juiz da Irmandade do Senhor Jesus dos Aflitos, 2002 - pintura de exteriores.

Observações

Autor e Data

João Simões e Patrícia Monteiro 2003

Actualização

 
 
 
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