Casa na Rua Acácio Paiva, n.º 5 / Casa dos Pintores

IPA.00017385
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
 
Casa corrente de três pisos. A fachada principal, muito estreita, aberta no 1º e 2º pisos por porta e janela, respectivamente, colocadas a eixo e no 3º piso, é rasgada por uma porta colocada à esquerda, que abre para varanda de sacada, assente sobre mísulas, com guarda em balaustrada, sendo todos os elementos em madeira. No âmbito da intervenção o interior do edifício foi reestruturado, com ligação dos três pisos por uma escada central, de modo a tirar o máximo partido das suas dimensões, ocupando o rés-do-chão a recepção, laboratório, instalação sanitária e arrumos, o primeiro piso duas salas de trabalho e o segundo de uma sala de trabalho, outra de reuniões e ligação com a varanda. Edifício de estética rectilínea, de grande verticalidade. A implantação das fachadas laterais é irregular, apresentando uma linha côncava na fachada direita e convexa na esquerda. No interior o tecto apresenta-se como um barco invertido de vigamento e asnas à vista.
Número IPA Antigo: PT021009120099
 
Registo visualizado 284 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Planta longitudinal de acentuada verticalidade, de 3 pisos, formando gaveto; cobertura em telhados de 3 águas com remates em beiral saliente, elevando-se no topo direito uma chaminé de forma prismática de grelhagem com aberturas rectas em duas das faces. Fachadas rebocadas e pintadas de branco. Fachada principal voltada a E., apresentando 2 frades nos cunhais; 1º piso rasgado por uma porta de moldura rectangular com recorte no lintel; 2º piso com friso separador em cantaria, é aberto por uma janela rectangular de 2 folhas, colocada a eixo da porta principal; 3º piso com varanda corrida em toda a extensão da fachada, com balaustrada em madeira, assente em quatro mísulas, também de madeira, e aberta por pequena porta colocada à esquerda da fachada. Fachadas laterais sem elementos divisores dos pisos, somente demarcados no primeiro por portas de moldura recta e nos pisos restantes por pequenas fenestrações que se abrem de forma irregular. INTERIOR: paredes rebocadas e pintadas de branco com estrutura interna sustentada com vigamento em ferro; os pisos apresentam espaços amplos, ligados entre si através de escadaria central de lanços rectos em madeira com guarda em metal. O piso térreo tem a zona de laboratório, recepção, instalações sanitárias e arrumos, e ainda uma pequena zona utilizada para exposições temporárias; o 2º piso tem instalada a área administrativa dividida em duas salas e o 3º piso apresenta igualmente duas salas onde funcionam o núcleo documental. Os pavimentos são em madeira e a estrutura do tecto é composta por vigamento de asnas à vista.

Acessos

Rua Acácio Paiva, n.º 5 (antiga Travessa da Esperança); Rua Manuel António Rodrigues (antiga Rua da Esperança) *1; Largo de Paio Guterres (antigo Largo dos Banhos). WGS84 (graus decimais) lat.: 39.745409; long.: -8.807431

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Leiria (v. PT021009120002) / Capela de São Pedro (v. PT021009120001)

Enquadramento

Urbano, adossado na fachada posterior. Encontra-se em pleno Centro Histório (v. PT021009120098), na antiga judiaria, no encontro de eixos tão importantes como a Rua Direita ou Rua Barão de Viamonte, o Largo da Sé, o Largo Paio Guterres, a Rua da Misericórdia, onde se encontra a Igreja (v. PT021009120044) e o edifício do que foi o hospital, construídos sobre a antiga Sinagoga. No largo Paio Guterres existe uma casa cuja fachada lateral voltada à rua Acácio Paiva, tem no embasamento uma inscrição em letra capital quadrada do séc. 17 *2.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: departamento municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 17 / 18 (conjectural) / 21

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1142 - primeiro foral de Leiria; 1195 - novo foral confirmado por D. Afonso II em 1217; 1510 - foral novo; na cartografia medieval da cidade de Leiria (séc. 15) já aparece a representação da casa, que Afonso ZÚQUETE refere como já existente; séc. 17 / 18 - provável construção do atual edifício; séc. 19 - adquirido pela família Duarte; séc. 20, inícios - o primeiro piso teve diversas ocupações, nomeadamente uma barbearia, uma taberna e uma mercearia; 1931, 5 junho - José Luís Duarte vende a sua parte da casa a sua irmã Celeste Rodrigues Duarte; 1979 - com a morte de Celeste Duarte a casa passa para o seu sobrinho; 2003 - os proprietários vendem o edifício, pelo valor de 50 mil euros, à Câmara Municipal de Leiria que pretende aí instalar o Gabinete de Arqueologia de Leiria; dezembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2006 - o IPPAR aprova o projeto de requalificação do imóvel; 2008 - conclusão das obras de recuperação do espaço *3; 2016, 12 agosto - abertura de concurso de adjudicação da Conceção do projeto museológico e museográfico da Igreja da Misericórdia e Casa dos Pintores.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Adobe, madeira, cantaria, telha, vidro; ferro.

Bibliografia

CABRAL, João, Anais do Município de Leiria, vol. III, 2ª ed., Leiria, 1993; ZÚQUETE, Afonso, Monografia de Leiria : a Cidade e o Concelho - 1950, Leiria, 2003; http://www.cm-leiria.pt (27 de Março de 2009).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CMLeiria

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CMLeiria

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CMLeiria

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - abertura de vãos interiores, substituição de pavimento; DGEMN: 2003 - levantamento e elaboração da Carta de Risco do imóvel; CML: 2005 / 2008 - obras gerais de reabilitação e recuperação; adaptação a novo uso - Centro de Arqueologia.

Observações

*1 - passou a ser chamada de travessa da Esperança em 18.12.1887, sendo antes conhecida por travessa do Forno; em 1921, 29.12 chama-se travessa dos Banhos e em 1963 até à actualidade é designada por rua Acácio Paiva; a Rua Manuel António Rodrigues passou a ter esta designação em 29.12.1921, tendo sido também conhecida por rua da Esperança e travessa da Clemência. *2 - trata-se da inscrição indicativa da altura das águas da cheia de 21 de Dezembro, dia de São Tomé, de 1600, cuja leitura reconstituída e modernizada é a seguinte: [2]1 DEZEMBRO DE 1600 DEU POR AQUI A ESPANTOSA CH[EIA]. Do espólio das intervenções arqueológicas efectuadas durante a reconstrução do edifício foram encontradas uma lápide funerária contemporânea da construção da casa, algumas moedas e outros artefactos de menor importância datáveis do séc. 20. *3 - a designação Casa dos Pintores tem a ver com a frequência que este edifício é procurado e retratado por artistas, tanto locais como visitantes; algumas representações desta casa foram feitas por Raúl Lino.

Autor e Data

Cecília Matias e Nuno Vale 2003 / Cecília Matias 2009

Actualização

 
 
 
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