Forte de Nossa Senhora da Guia da Baleeira

IPA.00017048
Portugal, Faro, Vila do Bispo, Sagres
 
Forte maneirista de planta triangular, com capela própria e dois torreões defensivos, em adiantado estado de ruína. Planta pouco usual e justificável pelas condições específicas do terreno: um torreão erguia-se sobre a baía, para E., o outro defendia o portal principal e abrangia em linha de vista todo o promontório até á Fortaleza de Sagres. Uma das 4 fortalezas sobreviventes, a par do Forte de Almádena (v. PT050815020006), da Fortaleza de Sagres (v. PT050815040001) e do Forte de Burgau (v. PT050815020007), das numerosas fortificações e atalaias que já povoaram a linha de costa que actualmente faz parte do concelho de Vila do Bispo.
Número IPA Antigo: PT050815040019
 
Registo visualizado 497 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Planta longitudinal irregular, definindo um triângulo. Volumes articulados dispostos horizontalmente sem qualquer cobertura exterior, dada a amplitude da ruína do imóvel. Fachada principal virada a S. compõe-se de três corpos a um só registo: corpo central ocupado pelo portal principal, de arco de volta perfeita, construído com aduelas de grossa cantaria, ligeiramente recuado em relação aos restantes corpos; corpo lateral E. estende-se desde o portal principal até à falésia, e compõe-se pelo que resta do alçado, de secção bastante robusta, hoje reduzido a um pequeno muro conservado pouco acima do nível das fundações; corpo lateral O. muito saliente para S. e para O. do prolongamento natural das fachadas principal e lateral O. que delimitavam o forte, corresponde a um dos torreões, de secção quadrangular e grande amplitude; conservam-se os muros delimitadores, a pouco menos de 1m de altura. Fachada lateral O. compõe-se de dois corpos; corpo principal, mais largo, estende-se desde o torreão SO. até ao limite N. da falésia e conserva as fundações da caixa murária a uma altura não superior a 50cm.. Fachada NE. destruída. INTERIOR: espaços diferenciados em diversas dependências e espaços descobertos. Impossibilidade em determinar a organização interna do forte e respectiva articulação entre os corpos. Átrio principal de feição rectangular entre o portal principal e o topo NE. do torreão anexo; para E. e para N. conservam-se vestígios de estruturas, todas elas de planta rectangular, pela disposição dos muros que se conservam, todos eles ao nível das fundações; amplo espaço sem estruturas para NE. do portal principal, que confrontaria com a capela, localizada a N. e com o segundo torreão, precisamente a NE., de que restam ainda vestígios numa pequena área, ligeiramente mais elevada, imediatamente sobre a falésia. Aparelho: Torreão SO. caracteriza-se por um tipo de aparelho não-isódomo, com largas pedras deficientemente aparelhadas, ligadas entre si por numerosos cotovelos e pedra miúda argamassada nas partes em falta; restante construção, cuja análise só é visível nos pequenos muros que se conservam, revela um aparelho plenamente isódomo, com largas fiadas de pedra aparelhada dispostas horizontalmente, e com o recurso esporádico a cotovelos.

Acessos

Ponta da Atalaia, Sagres, caminho de terra batida desde o centro de Sagres

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, promontório, isolado. Forte implantado a SE. da vila de Sagres, num local isolado da arriba entre a Ponta da Baleeira e a Ponta da Atalaia. Prosição privilegiada e dominante sobre o Porto da Baleeira e as Praias da Baleeira e do Martinhal, disfrutnao de óptima visibilidade para E.. Fachada principal ( a única que mantém um arco de acesso ao interior ) virada a S.. Fachada lateral O. abre para o promontório de acesso, no outro extremo, à Pousada de Sagres (v. PT050815040020). Fachada lateral NE. destruída pela derrocada da arriba. Amplo espaço em redor para S. e para O., sem edifícios nas imediações.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1568 - 1573 - construção da fortaleza; 1573, 21 de Janeiro - visita de D. Sebastião à fortaleza; Séc. 17 - Desenho da fortaleza por Francis Drake *1 e ataque pirata; 1644 - Depois de obras de restauro, a fortaleza encontrava-se artilhada; 1666 - conquistada pela armada espanhola, dispondo de apenas 3 peças de artilharia para se defender; 1755 - Praticamente destruída pelo terramoto; 1765 - Embora arruinada, ainda possuía peças de artilharia; 1831 - possuía guarnição; 1894 - aluguer da propriedade, em hasta pública, por João Maria da Cruz, residente em Lagos; 1940 - passagem para a tutela do Ministério das Finanças; 2010, 30 dezembro - o procedimento de classificação mantém-se ativo, pela prorrogação por Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252; 2011, 05 dezembro - procedimento prorrogado até dezembro de 2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232; 2012, 28 dezembro - procedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria

Bibliografia

CALLIXTO, Carlos Pereira, "As fortificações marítimas dependentes da Praça de Sagres, Forte de Nossa Senhora da Guia da Baleeira", Revista de Marinha, ano 50, nº 752; MARTINS, José António de Jesus, A freguesia da vila de Sagres. Estudo histórico monográfico, Sagres, Junta de Freguesia de Sagres, 2000.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Nada a assinalar

Observações

*1 - Através do desenho que Francis Drake fez da fortaleza, é possível verificar que a planta era triangular e que no topo NO. se implantava uma capela; todo esse topo N. como o pano que se situava a E. e que confinava com a falésia já não existem, arrastados pela derrocada da arriba onde o imóvel se implanta.

Autor e Data

Paulo Fernandes 2001

Actualização

 
 
 
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