Igreja Paroquial de Olhão / Igreja de Nossa Senhora do Rosário / Capela de Nossa Senhora da Soledade / Igreja Pequena

IPA.00017030
Portugal, Faro, Olhão, Olhão
 
Arquitectura religiosa barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal de nave única, coberta por abóbada assente em cornija, dividida em 3 tramos por arcos torais e iluminada por janelão na parede de topo e por janelas nas ilhargas; capela-mor quadrangular coberta por cúpula oitavada. Antiga Igreja paroquial de Olhão, de construção relativamente modesta mas integrando elementos de alguma riqueza artística regional, como a cúpula sobre a capela-mor ou o programa retabular barroco no qual participou o mais prestigiado entalhador algarvio de então, Manuel Francisco Xavier. Faz parte do principal conjunto edificado de Olhão, composto por esta capela, o edifício do Compromisso Marítimo (v. PT0508210030024) e a Igreja Matriz (v. PT0508210030027).
Número IPA Antigo: PT050810030028
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave, capela-mor e sacristia. Volumes articulados dispostos verticalemente, com cobertura em telhado de duas águas sobre a nave, uma água sobre a sacristia e cúpula sobre a capela-mor. Fachada principal organizada em um orpo único de três registos, delimitado por cunhais policromados que terminam em pináculos ao nível do terceiro registo e embasamento sugerido a pequena altura; primeiro registo: portal principal de arco recto, com dupla moldura em cantaria e fecho marcado, sobrepujado por um friso de decoração vegetalista que faz a ligação com o registo superior; segundo registo: janelão rectangular dispostos verticalmente no eixo do portal principal, com moldura em cantaria que arranca do friso vegetalista do registo inferior, sobrepujado por uma cornija triangular irregular que forma um frontão em cujo tímpano se inscreveu uma estrela; separação para com o terceiro registo faz-se através de uma cornija complexa que suporta o beiral, bastante desenvolvida, e na qual se apoia o terceiro registo, este integralmente composto pela terminação da fachada, em empena triangular irregular, em cujo tímpano se decorou uma sugestão de balaustrada e um brasão com uma cruz, encimado por decoração irregular de volutas suportando o remate em cruz. Fachada lateral O. compõe-se de dois corpos: corpo S., correspondente à nave, é uma massa uniforme de registo único, com um janelão de arco de volta perfeita e feição de quarto de círculo que ilumina o interior, terminando a fachada em empena recta com beiral sem apoio de cornija; corpo N. corresponde à capela-mor e encontra-se retraído em relação ao prolongamento natural da fachada, tendo como únicos elementos definidores um janelão rectangular disposto verticalmente que filtra luz para o interior da capela-mor e uma porta de arco recto. Fachada lateral E. parcialmente adossada, segue a mesma organização da fachada oposta; Cúpula sobre a capela-mor define exteriormentente um quarto de círculo, com diãmetro marcado por uma cadeia, terminando num pináculo bojudo de desenho complexo. INTERIOR: Espaços diferenciados em nave e capela-mor e sacristia, com iluminação lateral dos janelões das fachadas laterais, vertical através da cúpula da capela-mor e longitudinal através do janelão da fachada principal. Nave: espaço rectangular com coro-alto à entrada, suportado por uma estrutura de arco abatido, e quatro retábulos laterais, dois de cada lado, intercalados por púlpitos com acesso a partir de pequenas portas de arco recto e caixas decoraadas geometricamente; retábulos: apresentam uma estrutura tripartida semelhante entre si (composta por banco, corpo e ático), variando as invocações; todos estes retábulos apresentam molduras em talha que ultrapassam o âmbito restrito do arco de volta perfeita, terminando em empenas agulares irregulares e encimados por uma cruz, à excepção do retábulo a SE., o mais contido decorativamente e que termina em empena recta com pináculos nos extremos; a toda o redor da nave e da capela-mor existe um revestimento azulejar a meia altura, definindo figuraçõs geométricas; cobertura em três tramos delimitados por um arco toral, sendo os dois tramos extremos cobertos por abóbada de berço e o intermédio por abóbada de lunetas. Arco triunfal bastante amplo e assente em fortes pilastras decoradas; capela-mor em plano mais elevado que a nave (com acesso por um degrau) e retábulo-mor mais complexo que os laterais, composto por sotobanco, banco, corpo e ático, de três eixos verticais, acompanhando o ático a estrutura circular que prepara o lançamento da cúpula, esta assente sobre trompas de ângulo e em forma de meia laranja oitavada com uma decoração floral radial ao centro. Sacristia a E. da capela-mor, espaço quadrangular parcamente iluminado e com tecto recto de madeira sem decoração, dando acesso ao pequeno quintal da Capela no extremo SE. do espaço urbano onde o imóvel se insere.

Acessos

Praça da Restauração; Rua Capitão João Carlos Mendonça; Rua da Soledade; Travessa do Compromisso (entrada lateral SE.)

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria, n.º 740-EI/2012, DR, 2.ª série, n.º 252, de 31 dezembro 2012

Enquadramento

Urbano, planície, adossado. Capela implantada no limite N. da primitiva povoação de Olhão, tendo a fachada principal virada a S., para o centro da povoação, e não para O.. Fachada lateral O. abre para um pequeno largo. Fachada lateral E. parcialmente adossada a um muro que define um quintal da Capela e à sacristia. Fachada posterior a N. adossada ao edifício do Compromisso Marítimo de Olhão (v. PT050810030024), desenvolvendo-se para NE. a Praça da Restauração, onde se situa o Pelourinho e a Igreja Matriz (v. PT050810030027).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Algarve)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: Manuel Francisco Xavier

Cronologia

Séc. 17, primeira metade - construção da primitiva Capela de Nossa Senhora do Rosário; 1695 - Criação da freguesia de Olhão, passando a Capela de Nossa Senhora do Rosário a paroquial; 1715 - Passagem à condição de Capela, com a abertura ao culto da Igreja Matriz de Olhão; 1734 - Notícia de que uma parede está muito arruinada; 1755 - Referência a danos causados pelo Terramoto nas igrejas de Olhão; 1779, 18 de Maio - Contrato para a execução da talha da Capela de Nossa Senhora da Conceição entre o Compromisso Marítimo e o entalhador farense Manuel Francisco Xavier; 1906 - Possuia cinco altares: altar-mor; Senhor dos Passos; Santa Clara; Santa Luzia e São Sebastião; 1998, c. de - Proposta de vários cidadãos para a classificação do Núcleo Histórico de Olhão; 1998, 4 dezembro - Proposta do IPPAR/DRFaro para abertura de processos de classificação de vários imóveis em Olhão; 1998, 17 dezembro - Despacho de concordância, determinando a autonomização das propostas de classificação em processos individuais; 1999, 4 maio - Proposta de abertura do processo de classificação pelo IPPAR/DRFaro; 1999, 13 maio - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 2003, 07 maio - Parecer relativo à classificação pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2003, 23 maio - Despacho de Homologação de classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público, pelo Ministro da Cultura.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria caiada, telha, vidro, madeira, talha policromada

Bibliografia

OLIVEIRA, Francisco Xavier d'Ataíde, Monografia do concelho de Olhão da Restauração, Porto, Typograpgia Universal, 1906, reed. Faro, Algarve em Foco, 1989, (3ª ed. 1999); NOBRE, Antero, Cronologia geral da História de Olhão da Restauração, separata de A Voz de Olhão, Olhão, 1986; MASCARENHAS, J. Fernandes, Acerca da antiguidade das freguesias de Quelfes e Pechão e da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Olhão e sua primitiva confraria (subsídios), separata de A Voz de Olhão, Olhão, 1987; LAMEIRA, Francisco, Edifício do Compromisso Marítimo, Olhão, Câmara Municipal de Olhão, 2001.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1855 - Referência a uma campanha de obras não discriminada.

Observações

Autor e Data

Paulo Fernandes 2001

Actualização

 
 
 
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