Ermida de São Brás
| IPA.00017019 |
Portugal, Setúbal, Santiago do Cacém, União das freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra |
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Arquitectura religiosa, popular, vernácula, quinhentista. Ermida periurbana que segue uma tipologia muito frequente da época de quinhentos, onde a capela-mor é coberta por cúpula e o portal de cantaria apresenta os característicos chanfres, revelando no jogo de volumes claramente diferenciados, de austeros panos de parede caiados, as constantes da arquitectura popular de feição regional. Ermida que marca a cristianização de um local tradicionalmente dedicado ao culto, situada a poucos metros dos antigos templos do forum romano da cidade de Miróbriga. |
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Número IPA Antigo: PT041509060010 |
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Registo visualizado 317 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal escalonada, orientada, irregular, composta por parede N. do nártex, nave e capela-mor mais estreita a que se adossa à direita a sacristia e no ângulo SO. a casa do ermitão. Volumes articulados com cobertura diferenciada em telhado de duas águas para a nave, de uma água para a sacristia e casa do ermitão, domo na capela-mor. Fachada principal de um só pano rematado em empena e rasgado por portal de verga recta com moldura de cantaria chanfrada; à esquerda adossa-se uma parede de alvenaria perpendicularmente ao pano da fachada e à direita o volume destacado da casa do ermitão com soco pintado a amarelo e remate em beirado, com contraforte no ângulo SO. e duas janelas com molduras pintadas a amarelo. Alçado N. com o pano de parede do nártex arruinado, rasgado por arco de volta perfeita, nave de pano cego rematado por beirado e capela-mor, ligeiramente recuada, de pano cego, rematado por beirado e domo coroado por pinha de argamassa assente em plinto. Alçado E. de pano único, cego, com sacristia rematada em meia empena e capela-mor rematada por beirado acima do qual se eleva o domo. Alçado S. com o volume destacado da casa do ermitão, cego, com soco pintado e remate em meia empena, no seu alçado virado a E. rasgam-se duas portas com molduras pintadas entre as quis se destaca um poial; volume da nave com três panos definidos por contrafortes e rematados por beirado, rasgando-se no segundo pano uma porta; volume destacado da sacristia cego e rematado por beirado, tendo num plano recuado o domo da capela mor assente em beirado e coroado por pinha de argamassa assente em plinto; no alçado O. da sacristia abre-se uma porta. INTERIOR: nave com cobertura de madeira em três planos, de estrutura aparente; à direita de quem entra destaca-se pia se água benta de cantaria de formato semi-esférico; na parede do lado da Epístola abre-se uma porta lateral; arco triunfal de volta perfeita, com moldura de argamassa de chave saliente, assente em pilastras e degrau; capela mor coberta por cúpula assente em trompas triangulares, caiada a óxido de ferro, na parede fundeira, caiada a óxido de ferro, rasga-se nicho em arco de volta perfeita enquadrado por retábulo de estuques relevados, composto pela moldura do arco, de chave saliente e assente em pilastras, encimada por medalhão circular, emoldurado e preenchido por florão, a composição é rematada lateralmente por pilastras em que assenta cornija decorada com óvulos, os espaços em reserva são preenchidos por composição em baixo relevo de enrolamentos de folhas de acanto, à direita destaca-se uma mísula, na parede do lado da Epístola abre-se a porta de acesso à sacristia, tendo à esquerda um poial. |
Acessos
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Cumeadas, área do Castelo Velho, dentro do perímetro vedado da estação arqueológica de Miróbriga. |
Protecção
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Incluído na Zona de Protecção da Estação Arqueológica de Miróbriga (v. PT041509060005) |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado sobre um pequeno outeiro, junto da entrada da estação arqueológica de Miróbriga, enquadrada por ciprestes e oliveiras, dominando a paisagem envolvente, com amplas vistas abertas sobre a planície interior. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: ermida |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: centro interpretativo |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Séc. 16 - construção; 1593 - André de Resende refere na sua obra " As Antiguidades da Lusitânea ", que "Existe ali um templo dedicado a São Brás e sobre o altar encontra-se uma mesa de pedra com esta inscrição, que quer dizer: "Gaio Cocílico Fusco, seu pai, por disposição testamentária, Cocilícia Pastos ..."; séc. 19, finais - retábulo de estuque. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista ( capela-mor ), paredes autoportantes ( nave ). |
Materiais
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Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, domo de tijolo rebocado e caiado, telhados de telha de canudo com estruturas de madeira, pavimentos de tijoleira artesanal, retábulo de estuque, pia de água benta e portal de cantaria, caixilharias e portas de madeira. |
Bibliografia
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CORREIA, Susana, Roteiros da Arqueologia Portuguesa 3 Miróbriga, Setúbal, 1990; RESENDE, André de, tradução de Fernandes, R. M. Rosado, As Antiguidades da Lusitânia, Lisboa, 1996. |
Documentação Gráfica
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DGEMN: DSID; IPPAR: DRE |
Documentação Fotográfica
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DGEMN: DSID; IPPAR: DRE |
Documentação Administrativa
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IPPAR: DRE |
Intervenção Realizada
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1980, década de - recuperação geral, reconstrução das coberturas; IPPAR: 1996- 1997 - obras de conservação e restauro. |
Observações
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A imagem gótica do orago, em pedra, à qual falta a cabeça, encontra-se no Museu Municipal de Santiago do Cacém. |
Autor e Data
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Ricardo Pereira 2000 |
Actualização
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