Casa do Poço dos Banhos / Casa do Touril
| IPA.00016978 |
| Portugal, Beja, Beja, União das freguesias de Beja (Salvador e Santa Maria da Feira) |
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| Arquitectura infraestrutural, manuelina, maneirista, ecléctica. Antiga Casa do Poço dos Banhos com espaços cobertos por abóbadas de cruzaria de ogivas, com nervuras chanfradas e mísulas de cantaria lavrada decoradas com torçais e elementos vegetalistas documentando o gosto exuberante da arquitectura manuelina, cujo eclectismo mistura igualmente elementos já de linguagem clássica, como o são as colunas toscanas de proporções atarracadas, que documentam já a progressiva implantação da arquitectura maneirista. A renovação que o edifício sofreu no séc. 19 é caracterizada pelo gosto ecléctico da época, onde se cruzam elementos de linguagens diversas, desde o classicismo da balaustrada, o neobarroco das pinturas murais que imitam estuques relevados com enrolamentos folhas de acanto, palmetas e plumas, lambrequins e borlas, ou simulando entrelaçados que lembram estuques árabes, e paisagens pintadas representando vistas de países exóticos, tempestades e cenas populares de gosto romântico mas de feitura e colorido algo ingénuos. | |
| Número IPA Antigo: PT040205110084 |
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| Registo visualizado 169 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Saúde Termas
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Descrição
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| Planta em L, irregular. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal com cobertura diferenciada em telhados de duas águas no corpo principal e de uma só água no braço secundário. Fachada principal a SO. de dois registos separados por bacia de varanda de alvenaria caiada a amarelo; o registo inferior apresenta um pano rebocado e caiado a amarelo, com juntas abertas simulando silharia; é rasgado por arcada de cinco arcos abatidos e um de volta perfeita, com molduras reentrantes caiadas a branco, assentes em colunas de cantaria toscanas, excepto a que apoia os dois últimos arcos da direita que é oitavada e apresenta capitel de secção idêntica; o registo superior apresenta um pano revestido a azulejos de padrão polícromo, definido por pilastras de argamassa caiadas a amarelo e rematado superiormente por balaustrada de faiança onde se integram quatro plintos de alvenaria encimados por pinhas de faiança quebradas, assente em entablamento com friso azulejar de grinaldas pintadas a azul e branco; é rasgado por sete janelas de sacada, de verga recta com molduras de faiança e caixilharias de madeira com bandeira de vidros coloridos, compondo duas flores, formadas cada uma por quatro pétalas verdes e quatro vermelhas, alternadas; varanda de ferro fundido assente em mísula de alvenaria caiada a amarelo. INTERIOR: arcada dividida em cinco tramos por arcos torais chanfrados assente de um lado nas coluna e do outro em mísulas de cantaria que se destacam da parede; no primeiro tramo rasga-se uma janela engradada com moldura de cantaria, no terceiro tramo abre-se a porta de acesso ao R/C, de verga curva, com moldura de cantaria chanfrada; no quinto tramo a porta de acesso às escadas que conduzem ao primeiro andar em arco de volta perfeita com moldura de cantaria assente em pilastras; no R/C o átrio é coberto por abóbada de cruzaria de ogivas, com nervuras, chanfradas que arrancam de mísulas de cantaria decoradas com torçais e motivos vegetalistas. Pela porta envidraçada que encerra o último arco, acede-se a uma passagem com uma porta ao fundo, que conduz às antigas dependências e cavalariças cobertas por abóbadas de berço divididas em duas naves por arcos de volta perfeita assentes em pilastras; na mesma passagem, uma porta à esquerda conduz ao átrio das escadas, com diversas portas em arco de volta perfeita com molduras escaioladas assentes em pilastras; bandeiras de ferro forjado e portas de madeira de duas folhas, uma a SO. ligando à rua, uma a NO., outra a SE. e uma a NE. tendo à direita uma arco com moldura idêntica; este abre para escada de um só lanço com degraus de cantaria e rodapé de azulejos marmoreados a rosa rematado por barra de gregas, azul e branca; ao nível do primeiro andar as escadas terminam num patamar iluminado por uma clarabóia, com uma porta ao fundo que liga a um corredor de planta em L e outra porta à esquerda seguida por uma janela, que conduz a um compartimento interior de passagem; este tem tecto de madeira do tipo de saia e camisa, e paredes brancas decoradas com barra superior em pintura mural, simulado um lambrequim de fundo castanho, bordado com motivos vegetalista estilizados, a azul e contornado por franja amarela, com borlas suspensas, verdes e encarnadas; uma porta na parede SO. abre para uma ampla sala, com duas janelas de sacada sobre a praça, uma porta na parede SE. e outra na parede NE. ambas com bandeira fixas, envidraçadas, incluindo vidros coloridos verdes, vermelhos e amarelos; tecto com forro de madeira pintado formado um losango central enquadrado por quatro triângulos, e paredes pintadas a branco com pinturas murais em rodapé e sanca; acima do rodapé de madeira pintada desenvolve-se uma composição simulando estuques relevados, pintados a creme com apontamentos a amarelo sobre fundo azul, num entrelaçado de volutas, estrelas e folhagens estilizadas; junto do tecto uma composição semelhante mas mais desenvolvida integra medalhões com bustos polícromos e grinaldas de flores; a SE. situa-se uma sala mais pequena, com uma janela sobre a praça e sem elementos decorativos, com uma porta que comunica com o corredor; este por sua vez liga para duas salas situadas nas traseiras, uma a antiga sala de jantar, com duas janelas de sacada sobre o quintal e uma porta a SE. de ligação à sala contígua; tecto de madeira do tipo de saia e camisa pintado a branco e paredes decoradas integralmente com pinturas murais simulando um lambril de estuques relevados, dividido em painéis com molduras de ângulos arredondados rematados por motivos vegetalistas e medalhão central muito desenvolvido, com larga composição simétrica de enrolamentos vegetalistas e palmetas; acima do lambril desenvolvem-se painéis, respeitando a mesma divisão, com moldura semelhante, em baixo, mas rematada superiormente por ampla composição de enrolamentos de folhas de acanto, palmetas e plumas, enquadrando paisagens polícromas, com margens de rios e marinhas, povoadas por figuras populares, sob céus azuis povoados por nuvens; a sala contígua conduz a diversos compartimento com portas para uma galeria envidraçada que abre para o quintal. |
Acessos
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| Praça da República 11 - 12 |
Protecção
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| Incluído na Zona Especial de Protecção da Igreja da Misericórdia (v. PT040205130006) |
Enquadramento
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| Urbano, flanqueado por edifícios de dois e três pisos, que definem o lado NE. da principal praça da cidade, de planta rectangular, calcetada e arborizada, ao centro da qual se eleva o Pelourinho (v. PT040205130007) e no topo NO. a Igreja da Misericórdia (v. PT040205130006). Nas traseiras situa-se um quintal murado, com uma passagem calcetada e uma área mais elevada, rodeada por alegretes e bancos de alvenaria, rebocados e decorados com molduras e volutas de argamassa, tendo ao centro vários canteiros circulares, definidos por tijoleiras, onde estão plantadas algumas árvores e plantas diversas. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Saúde: termas |
Utilização Actual
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| Residencial: casa / Política e administrativa: delegação regional / Comunicações: edifício de produção e emissão de jornais |
Propriedade
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| Privada: pessoa singular (metade esquerda da casa) / Pública: associação de municípios (metade direita) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 16 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Desconhecido |
Cronologia
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| Séc. 16 - construção dos balneários, de que subsistem a arcada e parte do R/C que conserva abóbadas de cruzaria de ogivas, com mísulas e chaves de cantaria lavrada; 1621 - reparação das portas da casa, efectuada pela Câmara; 1639 - o imóvel encontra-se muito arruinado; 1869 - encerramento das arcadas com autorização municipal e alteração do primeiro andar; 1982 - recuperação, incluindo a reabertura das arcadas. |
Dados Técnicos
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| Estrutura mista |
Materiais
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| Paredes de alvenaria de pedra e cal, e tijolo maciço, rebocadas e caiadas; azulejos de padrão polícromo; molduras, balaústres e urnas de faiança; telhados em telha de canudo e de aba e canudo de fabrico industrial; pavimentos em lajes de cantaria, calçada, tijoleira, soalho e mosaico hidráulico; colunas, molduras de portas, degraus, mísulas de abóbadas e elementos secundários de cantaria; caixilharias em madeira, com vidros coloridos e alumínio; portas de madeira e ferro envidraçado; gradeamentos de ferro fundido; tectos em abóbadas de tijolo rebocadas e caiadas, madeira pintada; pinturas murais |
Bibliografia
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| ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, XII, Lisboa, 1992; FERREIRA, Raul Hestnes, recuperação de uma arcada na Praça da República em Beja in Diálogos de Edificação, 1998. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID; CMB |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID; CMB |
Documentação Administrativa
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| IHRU: DGEMN/DSID; CMB; Associação de Municípios do Distrito de Beja |
Intervenção Realizada
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| CMB: 1982 - 1983 - obras de recuperação. |
Observações
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Autor e Data
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| Ricardo Pereira 2002 |
Actualização
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