Palácio dos Falcões / Governo Civil de Braga

IPA.00016916
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Braga (Maximinos, Sé e Cividade)
 
Palacete de planta em U, de três pisos, com braços pouco salientes, voltados à fachada posterior. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, marcadas por embasamento, cunhais, friso e cornija de remate, em granito. Fachada principal marcada por três panos definidos por par de pilastras toscanas, rasgado no primeiro registo por portas e janelas de peitoril, com avental, e no segundo, por janelas de sacada. Fachada posterior marcada no centro por varanda de ferro, fechada, oitocentista, desenvolvida em dois pisos, marcada por arcos quebrados. Interior com vestíbulo central, portas confrontantes de comunicação com os corpos laterais e arcaria nobre de acesso à escadaria. Compartimentação organizada a partir de corredor de distribuição com ligação às várias dependências. Salão nobre e gabinete do Governador no terceiro piso, inter-comunicantes, com tectos em forma de masseira de madeira com caixotões e apontamentos de talha dourada.
Número IPA Antigo: PT010303070190
 
Registo visualizado 903 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta em U, com braços pouco salientes, voltados para a fachada posterior. Volumetria de sentido horizontal, com três pisos, e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, no corpo central e três, nos laterais. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento, friso a separar os registos, cunhais apilastrados e remates em cornija com argolas de ferro, sob beiral. Fachada principal voltada a N., de dois registos, com três panos definidos por par de pilastras toscanas. Registo inferior com três portas de verga recta, no pano central e porta semelhante ladeada por duas janelas de avental rectangular, nos laterais. Registo superior rasgado por três janelas de sacada, sobrepujadas por cornija recta, em cada pano. Todos os vãos possuem três aduelas em pedra fendida no lintel, descansando, nos do primeiro registo, dois modilhões que sustentam as varandas do registo superior. Fachada E. com três registos, sendo os últimos separados por friso. Rasgam-na, no primeiro registo, três portas de verga recta e seis janelas, rectangulares, no segundo, cinco janelas de sacada, com bandeira e gradeamento de ferro forjado e no terceiro cinco janelas de sacada semelhantes às da fachada principal. Fachada O. possuindo no primeiro piso, duas portas de verga recta e cinco janelas, rectangulares, no segundo, sete janelas de sacada com grade de ferro forjado e no último sete janelas rectangulares. Fachada posterior possuindo no pano central, mais recuado, quatro arcos plenos em cantaria, no piso térreo e varanda envidraçada, com estrutura em ferro forjado, pintado de verde, nos pisos superiores. Corpos laterais rasgados por duas janelas rectangulares, em cada piso, com excepção do primeiro da esquerda, que é cego. Lateralmente surge escada helicoidal, em ferro forjado, de acesso ao telhado. INTERIOR com vestíbulo central com paredes revestidas a mármore, policromado, com pavimento em lajes de granito e tecto em caixotões de castanho. É rasgado por duas portas, em arco pleno, confrontantes, estabelecendo comunicação com os corpos laterais e um imponente vão, rectangular, com três aduelas em pedra fendida no lintel, ladeado por dois arcos plenos, dando acesso à escadaria nobre, de lanço recto, até ao primeiro patamar desdobrando-se, a partir daqui, em dois lanços curvos, divergentes, com guarda em balaústres de castanho. Tecto do vão de escadas em forma de masseira, em castanho com apontamentos de talha dourada. Compartimentação do piso superior organizada a partir de corredor de distribuição com ligação às várias dependências. No primeiro piso e no corpo lateral esquerdo, do segundo piso, situam-se as dependências da PSP, com entradas independentes. No corpo lateral direito, do segundo piso e no terceiro piso funcionam os serviços do Governo Civil. No segundo piso, gabinetes, secretaria, arquivo e casas de banho, e no terceiro, salão nobre, gabinete do Governador, gabinetes de adjuntos e secretárias, bar e casas de banho. O salão nobre e o gabinete do Governador, inter-comunicantes, têm as paredes forradas com papel de parede, com desenho vegetalista, os pavimentos em castanho e os tectos em masseira, de castanho, com caixotões, com apontamentos de talha dourada.

Acessos

Largo de Santiago; Rua dos Falcões

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, integrado na malha urbana, fronteiro ao Seminário de Santiago (v. PT010303070056) e à Torre de Santiago (v. PT010303070060). Junto à fachada posterior desenvolve-se um terreiro, com anexos que servem de garagem às viaturas da PSP e um chafariz com tanque quadrilobolado. Para E. existem pequenos espaços ajardinados e junto à entrada um posto de controle da PSP. Lateralmente o espaço é fechado por muros com gradeamento e portões enquadrados por colunas de pedra fendida.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: palacete

Utilização Actual

Política e administrativa: governo civil

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: Mestre Manuel Fernandes da Silva (1703, 23 Julho).

Cronologia

1703, 23 Julho - Contrato celebrado entre Francisco de Meira Carrilho, cónego da Sé de Braga e seu irmão o reverendo doutor Afonso de Meira Carrilho, Abade de Fonte Boa, do termo de Barcelos, com Manuel Fernandes da Silva, mestre de pedraria morador na Rua de São Marcos, em Braga, para este lhe fazer "umas casas no Campo de São Tiago", no sítio e campo que aí tinham, denominado Pombal, junto da cangosta para o Hospital de São Marcos *1; 1755 - num mapa da cidade de Braga, atribuído a André Soares o edifício é representado com uma vista das traseiras, mostrando uma sucessão de arcos e uma escada sobre o jardim; 1758 - o vigário Custodio Correia Gomes, pároco da Cividade, refere-se ao edifício como "umas casas notáveis na grandeza e arquitectura que são as melhores da cidade, das quais é senhor Estevão Falcão Cotta fidalgo da casa de Sua Magestade e tenente da infantaria de um dos regimentos na província do Minho"; 1797 - a renovação do prazo chamado do lugar do Pombal feito a Manuel Falcão Cotta de Meneses, fidalgo de Sua Magestade, descreve com minúcia o Palácio dos Falcões.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura, cunhais, molduras dos vãos, cornijas, elementos decorativos, e pavimento dos vestíbulos, em granito; vestíbulo principal com revestimento em mármore; portas, janelas, pavimentos, escadas e tectos em madeira; varanda da fachada posterior, escada helicoidal e guardas das varandas, em ferro; cobertura em telha cerâmica de aba e canudo.

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1º Vol., Lisboa, 1963; ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da, Manuel Fernandes da Silva, mestre e arquitecto de Braga, 1693-1751, vol 1, Braga, 1995, pp. 196 - 198; PEREIRA, Ana Maria Magalhães de Sousa, Da Casa Grande da rua dos Pelames à casa Nova da rua de Dom Gualdim. Braga, séculos XVII-XVIII, Braga, 2000, pp. 122 - 125, 240 - 241; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, Percursos e Memórias de Granito e Ouro, Porto, 1999, pp. 155 - 158; CAPELA, José Viriato, As Freguesias do distrito de Braga nas Memórias Paroquiais de 1758. A construção do imaginário minhoto setecentista, Braga, 2003, p. 261.

Documentação Gráfica

DGEMN: DSID; DREMN

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID; DREMN

Documentação Administrativa

DGEMN: DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1962: Obras pelos Serviços de Conservação; 2003 - obras de conservação nos espaços interiores, 1ª fase.

Observações

*1 - Segundo o contrato, as casas a concluir no termo de dois anos seriam "de boa pedraria na forma da planta que se fez para a dita obra que consta de quatro papeis e dos apontamentos", recebendo o mestre de pedraria "cinco mil cruzados e cento e cinquenta mil reis em dinheiro" correndo o transporte da pedra por conta dos encomendantes, assim como seriam estes a fornecer a cal e o saibro necessários.

Autor e Data

António Dinis 2005

Actualização

 
 
 
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