Celeiro Comum de Serpa / Banco Rural de Serpa / Restaurante Alentejano

IPA.00016833
Portugal, Beja, Serpa, União das freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria)
 
Arquitectura assistencial, popular, vernácula. Celeiro comum onde é patente toda a contenção formal da arquitectura popular do Alentejo, com paredes totalmente despojadas, caiadas e animada apenas pelas molduras coloridas dos vãos, socos e cornijas.
Número IPA Antigo: PT040213050055
 
Registo visualizado 182 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Armazenamento e logística  Celeiro  Celeiro comunitário  

Descrição

Planta trapezoidal, simples, irregular. Massa simples com cobertura homogénea em telhado de quatro águas. Fachada principal virada a S. de um só pano rebocado e caiado a branco, com soco de argamassa caiado a cinzento e remate superior em cornija caiada a cinzento e beirado; ao nível térreo rasga-se uma porta encimada por um óculo quadrilobado, engradado, seguida por três arcos ogivais, envidraçados, com caixilharias de ferro, abrindo-se no central uma porta; ao nível do primeiro andar rasgam-se quatro janelas de verga recta, com molduras de argamassa caiadas a cinzento, encimadas por cornijas caiadas a cinzento; acima do beirado eleva-se no canto esquerdo um campanário em espadana, assente em soco de argamassa, rasgado por olhal em arco de volta perfeita com moldura de argamassa caiada a cinzento, assente em impostas de argamassa caiadas a cinzento, que se prolongam contornando todo o campanário; remate superior em entablamento encimado por frontão contracurvado rematado por semiesfera. Fachada E. com um só pano rebocado e caiado, assente em soco de argamassa caiado a cinzento, rematado superiormente por cornija caiada a cinzento e beirado, rasgado ao nível térreo por uma porta encimada por janela engradada e outra porta com moldura de argamassa caiada a cinzento, precedida por degrau; ao nível do primeiro andar rasga-se uma janela engradada com moldura de argamassa, caiada a cinzento, encimada por cornija caiada a cinzento, e uma janela; interrompendo a cornija e o beirado, eleva-se sobre a janela emoldurada, um campanário em espadana com olhal em arco de volta perfeita assente em impostas e remate superior em empena coberta por tijoleiras; à esquerda eleva-se uma chaminé. INTERIOR: dividido em dois pisos, acedendo-se ao R/C pela porta integrada no arco ogival central; a porta da esquerda conduz a um átrio do qual partem escadas de três lanços, em " U ", assentes em arcos abatidos apoiados em colunas de granito, que conduzem ao primeiro andar; aqui o átrio dá acesso às instalações sanitárias e à sala de refeições, coberta por abobada de arestas, dividida em três tramos por arcos diafragma assentes em pilastras; ao longo de todas as paredes desenvolve-se um lambril de madeira; na parede S. abre-se uma janela em cada tramo e na parede N. a porta de um armário no primeiro tramo e um passa pratos e uma porta no segundo tramo, que conduz à cozinha.

Acessos

Praça da República

Protecção

Incluído na Zona Especial de Protecção do Núcleo intramuros de Serpa (v. PT040213050023)

Enquadramento

Urbano, com construções adossadas a O. e a N., formando o gaveto de um quarteirão, com a fachada principal abrindo sobre a praça central da vila, em cujo topo se localizam os Paços do Concelho.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Armazenamento e logística: celeiro

Utilização Actual

Comercial: estabelecimento de restauração

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1690, 27 Maio - alvará que institui o Celeiro Comum de Serpa, que se regerá por regimento idêntico ao do Celeiro Comum da Cidade de Elvas; 1693 - data do "Livro da Criaçam", tendo-se perdido toda a documentação até meados do séc. 18; Séc. 17, finais - provável data de construção do celeiro; 1840, 7 Março - decreto que aprova os estatutos do Banco Rural de Serpa, destinado a fomentar a agricultura no concelho; os fundos do Celeiro Comum são convertidos em acções do Banco tornando-se automaticamente a Câmara Municipal no seu maior accionista, ainda que não pudesse ter qualquer ingerência na sua direcção; séc. 20, inícios - extinção do Banco após uma existência atribulada em alguns períodos.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal rebocadas e caiadas, telhado em telha de canudo, caixilharias de ferro e madeira, portas de madeira, sinos de bronze

Bibliografia

AFFREIXO, José Maria da Graça, Memoria Historico-Economica do Concelho de Serpa, Coimbra, 1884; BARATA, Filipe Themudo, Negócios e crédito: complexiadde e flexibiliadde das práticas creditícias (século XV), Análise Social, Vol.XXI (136-137), 1996, pp. 694-695; SOARES, Rodrigo de Moraes, Celeiros comuns, Boletim do Ministério das Obras Públicas Comércio e Indústria, Lisboa, 1855, 1º semestre (não consultado).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Municipal de Serpa: Livro da Criaçam, 1693; Celeiro Comum - Registo de leis 1705-1794, Acórdãos 1785-1839, Entradas e saídas de trigo 1693-1842, Contas dos devedores 1755-1779, Receita e despesa 1784-1839, Arrematações de trigo 1790-1841, Autos cíveis executivos 1776-1797; Banco Rural - Actas da direcção 1839-1906, Actas da assembleia geral 1839-1896, Registo da correspondência expedida 1854-1857, Correspondência recebida 1854-1857, Registo de acções 1842-1899, Borradores 1863-1911, Contas correntes 1840-1906,Termos de depósitos 1844-1866, Relações de letras 1871-1907, Balanços anuais 1891-1908.

Intervenção Realizada

Observações

Embora tivesse uma direcção própria, o Celeiro Comum era uma instituição municipal.

Autor e Data

Ricardo Pereira 2001

Actualização

 
 
 
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