Chafariz da Boa-Hora
| IPA.00016788 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Ajuda |
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Arquitectura infraestrutural, revivalista neobarroca. Chafariz de espaldar simples, rectilíneo, com remate em cornija, curva na zona central para receber as armas municipais, ostentando, ao centro, almofadas, flanqueadas por bicas boleadas, que vertem para tanque rectangular. |
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Número IPA Antigo: PT031106010843 |
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Registo visualizado 213 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Chafariz em cantaria de calcário lioz, de planta rectangular simples, composto por espaldar simples, rectilíneo, mais largo na base e encurvando sensivelmente no terço inferior, rematado por cornija, alteada e curva na zona central, para dar lugar às armas municipais. O espaldar possui dupla almofada central, a de menores dimensões com a base e o topo curvos, a primeira assente em duas mísulas, que flanqueiam um elemento decorativo em forma de botão. Nesta almofada, surge a inscrição incisa: "A RAINHA D. MARIA II DOOU O UZO DESTAS AGUAS AOS HABITANTES DA FREGUEZIA DA AJUDA PELO REQUERIMENTO QUE A RESPECTIVA JUNTA DE PAROCHIA FEZ E A CAMARA MUNICIPAL CONSTRUIO ESTA FONTE NO ANNO DE 1838". A ladear as almofadas, duas bicas circulares, a da direita já bastante deteriorada, que vertem para tanque rectangular, bastante alto, com bordo simples, protegido por chapa de ferro, surgindo duas réguas do mesmo material para apoio do vasilhame. |
Acessos
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Rua Nova do Calhariz |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio Nacional de Belém (v. IPA.00006547) |
Enquadramento
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Urbano, adossado a muro divisor de propriedade, ocupando parte de uma passeio público, pavimentado a calçada, que confina directamente com a via pública, pavimentada a alcatrão. Em frente, surgem vários edifícios residenciais plurifamiliares. Nas imediações, situa-se o Convento e Igreja de Nossa Senhora da Boa-Hora (PT031106010301). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Possidónio da Silva (1850) |
Cronologia
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1834, 28 Maio - com a extinção das Ordens Religiosas, a água utilizada pelos frades do Convento da Boa-Hora, proveniente das minas da Sacota e da Torre do Relógio, ambas em terreno das Quintas Reais, deixou de ter utilizador; nesse sentido, a Junta da Paróquia da Ajuda pediu a doação da água para a construção de um chafariz público; 1837, 22 Agosto - petição da Junta da Paróquia à rainha D. Maria II, pedindo a cedência da água; contudo, o edifício tinha sido cedido, em parte, ao Regimento de Infantaria n.º 17, o qual alugara a água a um particular, que a arrendava às lavadeiras locais; 1838, 22 Agosto - a Junta da Paróquia volta a solicitar à rainha a doação da água do Convento dos frades extintos; 30 Agosto - Câmara de Lisboa faz uma súplica semelhante; 31 Agosto - o almoxarife das Reais Quintas informava a rainha que as duas penas de água requeridas haviam sido alugadas a António Mota pela Repartição das Obras Militares; 1 Setembro - a rainha despacha favoravelmente e a Junta da Paróquia solicita à Câmara a construção do chafariz; 19 Outubro - a Câmara achava um impedimento relativamente à cedência da água, porque parte dela era necessária para o batalhão de Infantaria 17, o qual permanecia aquartelado no extinto convento; 1838, final - início da obra do chafariz, retirando-se da Mina da Sacota uma parte da água necessária ao fornecimento do quartel; 1839, 4 Abril - a água começa a correr no chafariz 1850 - a população queixa-se que fica sem água pelo excesso de consumo dos militares; o problema foi analisado por Possidónio da Silva, propondo-se ao comandante do regimento que abrisse a bica do Convento ao público em anos de maior escassez; o Quartel e o Hospital Militar também se queixam da falta de água; 1851 - os sobejos do chafariz foram dados pela Junta da Paróquia a Manuel António Pastor, mas como eram poucos, este cedeu-os a Jacinto Dias Damásio, que ainda não os encanara nesta data; 1904 - a água variava de duas a quatro pena e corria numa só bica. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de calcário lioz; bicas com elementos de bronze; réguas e revestimento do bordo do tanque em ferro. |
Bibliografia
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A Fonte da Boa-Hora, I série, n.º 20, Lisboa, Ministério das Obras Públicas, 1942, pp. 39-45; ANDRADE, José Sérgio Velloso d', Memoria sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços Públicos de Lisboa, Belém, e muitos logares do termo, Lisboa, Imprensa Silviana, 1851; CAETANO, Joaquim de Oliveira, SILVA, Jorge Cruz, Chafarizes de Lisboa, Sacavém, Distri-Editora, 1991; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - limpeza das cantarias e colocação de chapa de ferro no bordo do tanque para o reforçar. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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