Igreja Paroquial de Corroios / Igreja de Nossa Senhora da Graça

IPA.00016755
Portugal, Setúbal, Seixal, Corroios
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Igreja paroquial de planta longitudinal de nave única com adossamento do lado direito de torre sineira quadrada e do lado esquerdo de anexos (sacristia, salas mortuárias, cartório, sala da catequese e sala de reuniões).
Número IPA Antigo: PT031510050021
 
Registo visualizado 188 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal irregular, composta por nave e capela-mor mais estreita e baixa, com cobertura diferenciada em telhados de duas águas, a que se adossam, no lado esquerdo adossam-se os corpos da sacristia, do cartório, do salões e das salas mortuárias com coberturas em telhados de um água, e a torre sineira com cobertura piramidal no lado direito. Fachada principal virada a S. constituída por 3 corpos: o central, correspondendo à nave, é marcado por pilastras em pedra de dois registos separados por friso em pedra, primeiro registo rasgado por portal com verga em arco deprimido, pilastras encimadas por pináculos e remate em frontão interrompido encimado por cruz apontada, segundo registo aberto por janelão rectangular gradeado encimado por óculo, igualmente gradeado, remate em empena com beiral encimada por cruz latina em alumínio; o corpo lateral esquerdo corresponde à torre sineira marcada por pilastras de pedra pintadas com pequena abertura quadrangular ao nível do primeiro registo, o segundo é aberto por ventanas, em arco de volta perfeita, com sinos e coruchéu piramidal forrado a azulejo de cor azul e branca representando cruz latina em cada um dos quatro lados, no topo cruz latina de metal; o corpo lateral direito correspondendo à sala de reunião é constituído por um só pano rasgado por 4 janelas rectangulares terminadas em arco de volta perfeita com gradeamento, divididas pelo primeiro e segundo piso. Fachada lateral a O. demonstrando a divisão entre a nave e a capela-mor com recuo da última estrutura; aberta por duas janelas na nave e uma na capela-mor, todas rectangulares, gradeadas, de verga recta em cantaria localizadas ao nível do segundo registo. Fachada lateral a E. composta por quatro panos divididos por pilastras, o primeiro pano apresenta-se recuado em ângulo com porta encimada por telheiro; o segundo pano é rasgado por 3 janelas no primeiro piso e 4 no segundo, todas rectangulares terminadas em arco de volta perfeita com gradeamento; o terceiro pano tem um pequeno recuo em relação ao último sendo rasgado por portão quadrangular no primeiro piso e encimado por janela semelhante às do pano anterior, o quarto e último pano é cego. Fachada posterior de três panos correspondentes à capela-mor, à sala da catequese e â casa mortuária, todos com faixa pintada imitando embasamento e, à excepção do primeiro pano, todos apresentam remate recto; o primeiro pano é limitado por cunhais em pedra com beiral, rasgado por óculo circular decorado com grilanda insculpida e rematado por empena; o segundo pano apresenta-se ligeiramente recuado é rasgado por três janelas rectangulares terminadas em arco de volta perfeita com gradeamento encimadas por outras três janelas com as mesmas características, entre este e o terceiro pano, beneficiando do recuo do último pano que forma um ângulo, existe um pequeno corpo quandrangular adossado mais baixo que o restante edifício com cobertura de duas águas, com porta virada para E.; o terceiro corpo é rasgado por duas janelas rectangulares no primeiro piso e por janelas rectangulares com remate em arco de volta perfeita no segundo piso, todas gradeadas. INTERIOR: nave única com coro-alto em madeira sobre mísulas e pilares com parapeito simples de balaustrada de madeira, com acesso em escada de caracol no lado da Epístola, também em madeira; no lado do Evangelho púlpito com balcão redondo em mármore e parapeito simples de balaustrada em madeira; arco triunfal com pilastras toscanas com imposta e pedra de fecho com mísulas; altar-mor com acesso por três degraus; retábulo-mor com crucifixo emoldurado por janelão cego com verga em arco pleno em mármore ladeado por duas imagens sobre suporte, a nave e capela-mor apresentam pavimentos e lambril em azulejo industrial. A capela-mor é aberta do lado da Epístola para salão quadrangular. A nave e capela-mor têm cobertura interna em madeira de secção poligonal e os restantes anexos cobertura em alvenaria rebocada e pintada de secção plana.

Acessos

Rua da Igreja; Rua Nossa Senhora da Graça

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no limite E. do núcleo urbano antigo de Corroios marcando o início da zona agrícola. Envolvida por um largo a S., pela rua da Igreja a O. e N. e a rua N.ª Sr.ª da Graça a E.. Localizada numa zona plana, antigamente invadida pelas águas do Tejo durante a maré-cheia. A E. encontramos o Moinho-de-maré de Corroios (v. PT031510010003) e o sitio arqueológico da Olaria romana da Quinta do Rouxinol (v. PT031510050004), testemunhos do aproveitamento das característica naturais desta zona do estuário do Tejo em épocas distintas e a S. o edifício da Quinta do Castelo (v. PT031510050018).

Descrição Complementar

INSCRIÇÃO: lápide tumular situada no interior das instalações anexas com a seguinte inscrição: "S.ª DE JOAM GLZ E SVA MOLHER E DE TODOS SEVs ERDRsO ANO DE 1567"

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Setúbal)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Empresa A. Silva e Silva (séc. 20)

Cronologia

1369 - documentos com referências à existência de uma paróquia em Corroios (ANTT, Dicionário Geográfico de Portugal, vol 11, pg.2613; séc. 14/15 - construção da igreja primitiva de uma nave e com três altares, um altar-mor e dois colaterais: um de Nossa Senhora do Bom-Despacho e um de Nossa Senhora das Angústias; 1570 - aprovação da paróquia de Corroios por D. Miguel de Castro, Arcebispo de Lisboa; 1 de Novembro; 1755 - o Grande Terramoto provoca a destruição da antiga igreja passando a ser utilizada para o culto a Ermida de Santo António da Olaia na Quinta do Rouxinol; 1758 - construção da capela-mor; 1760 - fim da recuperação do edifício; 1834, 25 de Maio - decreto de extinção das ordens religiosas deixando a igreja de receber o importante rendimento em juros do Convento de S. Domingos de Lisboa; 1853 - um inventário desta igreja referia a existência de: "7 casulas e dalmáticas, 10 manípulos, 5 estolas e 33 capas de Asperges, uma imagem de Nossa Senhora com 15 mantos, 14 vestidos, 6 saias, 1 roupinha, 2 peitilhos e 2 anágoas para além de uma imagem de S. Sebastião, um S. António, um Menino Jesus, mais duas Nossas Senhoras e outra imagem de Santo. A padroeira ainda possuía 1 alfinete de peito com pedras, um par de brincos, duas estrelas, uma flor, uma guarnição de rede de ouro para o vestido e um colar de contas de vidro amarelo"; 1854 - devido ao seu estado de ruína o Cardeal - Patriarca de Lisboa, D. Guilherme Henrique de Carvalho extingue a Paróquia de Corroios secularizando-a e entregando todos os seus bens à Paróquia de Nossa Senhora do Monte Sião da Amora; 1856, 27 de Junho - por Carta Régia a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia de Amora foi autorizada a vender o edifício da igreja; 1907, 30 de Dezembro - edifício adquirido em hasta pública por 50.100 réis no ministério da Fazenda, por Manuel Francisco Júnior; 1924 - devido ao seu completo estado de ruína o seu proprietário requereu à Câmara licença para colocar madeiramento e telhado em parte do edifício para o transformar em casa de habitação e arrecadação de objectos de lavoura, adaptação contudo não executada, e que levou este espaço a ser utilizado, até aos anos 50, para as mais variadas funções; 1946, 9 de Dezembro - presença diante da igreja da imagem de Nossa Senhora de Fátima; séc. 20, década de 40 - Patriarcado de Lisboa volta a adquirir o edifício; 1947 - já existiam projectos para a reconstrução da igreja nas repartições públicas; 1950, Maio - deslocação da imagem de Nossa Senhora da Graça da Paróquia da Amora para a realização de uma missa e procissão em frente ás ruínas da igreja de Corroios tendo em vista a sua reconstrução; Séc. 20, meados - formação da Comissão Pró-Restauro da Igreja de Corroios; 1952, Março - a Comissão dirige-se ao Patriarcado de Lisboa para solicitar a autorização para a cobertura das paredes e algum arranjo mais urgente da igreja para que ali se pudesse celebrar o culto; Séc.20, 2ª metade - reconstrução da paróquia conduzida pela empresa A. Silva e Silva, do Seixal; 1957, Verão - já se celebrava a Missa apesar das obras ainda decorrerem; 1971 - Padre António Bennett (missionário de S. Carlos) ocupa-se da Igreja de Corroios; 1974, 13 de Outubro - reactivação da Paróquia pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro tendo sido nomeado pároco o Padre António Bennett; 1975, 16 de Julho - criação da Diocese de Setúbal, pela Bula Studentes Nos do Papa Paulo VI, para onde se transfere a Paróquia de Corroios; 1978 - a Câmara Municipal do Seixal e a Junta de Freguesia de Corroios levam a cabo a construção de duas salas mortuárias, sacristia e cartório *1; 1982 - escavações arqueológicas efectuadas pelo Centro de Arqueologia de Almada e o Ecomuseu Municipal do Seixal, na área exterior anexa ao templo, encontrando-se fundações e muros da construção primitiva, cemitério e algum espólio, hoje no Ecomuseu do Seixal, trabalhos realizados para se proceder à ampliação da igreja com novos espaços para encontros, reuniões e catequese.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e pintada, cantaria, ferro fundido, castanho, mármore, azulejo, aço inoxidável, vidro, telha cerâmica.

Bibliografia

LIMA, Manuel A. S., Corroios, minha terra co(m a)rroios, Plátano Editora, Março 2001; Paróquia de Corroios, http://our.homewithgod.com/igcor/hispacor.html, 26 de Maio 2003.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Comissão Pró-Restauro da Igreja de Corroios: séc.20, 2ª metade - reconstrução do edifício conduzida pela empresa A. Silva e Silva; C.M.S.e J.F.C.: 1978 - construção de duas salas mortuárias, sacristia e cartório; C.A.A. e E.M.S: 1982 - escavações arqueológicas; Paróquia: 1982 - ampliação da igreja com novas salas para encontros, reuniões e catequese.

Observações

*1 - É possível ver a igreja apenas com o seu corpo principal, anteriormente à construção destes anexos numa fotografia de 1960 inserida no site www.geocities.com/CapitoHill/Senate/9472/historial_da_vila.htm.

Autor e Data

Cecília Matias e Pedro Tavares 2003

Actualização

 
 
 
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