Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão / Tribunal de Comarca de Vila Nova de Famalicão

IPA.00016390
Portugal, Braga, Vila Nova de Famalicão, União das freguesias de Vila Nova de Famalicão e Calendário
 
Arquitectura judicial, do século 20. Tribunal.
Número IPA Antigo: PT010312480035
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara e tribunal  

Descrição

Planta irregular composta por três corpos, dos quais o central e o lateral esquerdo se destinam aos diferentes serviços camarários e secção de finanças; e o lateral direito aos serviços do tribunal judicial, conservatórias do registo civil e predial e notário.

Acessos

Vila Nova de Famalicão, Praça Álvaro Marques

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, em posição destacada, com amplo jardim fronteiro, onde se ergue o busto de Camilo Castelo Branco e o de Álvaro Folhadela Marques.

Descrição Complementar

FRESCO: fresco na sala de audiências simbolizando o Crime e Regeneração, na parte esquerda, representa-se o homem condenado e na parte direita a sua regeneração e reintegração na sociedade. TAPEÇARIA: tapeçaria de lã sobre algodão, exposta no salão nobre. VITRAIS: três vitrais policromados, no vestíbulo, que simbolizam a Justiça Divina, o Decálogo e a Justiça Terrena.

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal / estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTURA: Januário Godinho de Almeida; CONSTRUÇÃO: Joaquim de Sousa; TAPEÇARIA: Guilherme Camarinha.

Cronologia

1827 - os Paços do Concelho ficam instalados numa casa na Rua Direita; 1881 - construção de um edifício de raiz para instalação dos Paços do Concelho, durante a presidência do Barão de Trovisqueira; 1927, 22 Junho - publicação do primeiro Estatuto Judiciário, consagrado pelo Decreto nº 13.809; para além da remodelação dos mecanismos processuais e da orgânica interna do sistema judicial, desenvolvida no âmbito da acção reformadora instaurada pelo ministro da Justiça Manuel Rodrigues Júnior desde 1926, este documento legislativo dedica um capítulo à "Instalação dos tribunais, suas sessões e audiências" (Cap. VI), a partir do qual se fixaram novos pressupostos com tradução directa na forma de articulação espacial das futuras estruturas judiciais, como sejam: a centralização física e administrativa dos serviços judiciais; a concepção funcionalista e hierarquizada do espaço; a introdução de novas entidades entretanto formadas como a Câmara dos Solicitadores, a Ordem dos Advogados e as Secretarias Judiciais; a organização da Sala de Audiências, recinto nuclear em torno do qual gravita todo o espaço judiciário; ficava, igualmente, estabelecido que caberia às câmaras municipais a responsabilidade do financiamento e fornecimento de edifícios apropriados e de todo o mobiliário essencial ao funcionamento dos tribunais judiciais de 1ª instância [artº 164º], bem como o fornecimento, mediante o pagamento de renda, de residências devidamente mobiladas para instalação dos magistrados judiciais e delegados do Procurador da República. [artº 165º]. Estas residências obedeciam a critérios de normalização, entre os quais era sublinhado o despojamento e a ausência de ostentação sem, no entanto, deixar de oferecer as comodidades correspondentes ao estatuto dos magistrados; 1944, 23 Fevereiro - novo Estatuto Judiciário, pelo Decreto-lei nº 33.547 publicado durante o ministério de Adriano Vaz Serra, através do qual foram instaurados mecanismos de inspecção judicial, de forma a permitir um maior controle quer ao nível do funcionamento administrativo e jurisdicional, quer no que concerne à conservação e manutenção das instalações dos tribunais; no ano seguinte era reforçado o regime de inspecções, através do Decreto-Lei nº 35.388, de 22 de Dezembro, criando-se um modelo de inquérito uniformizado, cujos resultados deram uma imagem geral das dificuldades manifestadas no parque judiciário nacional. Uma vez diagnosticadas as deficiências logísticas tornava-se evidente a incapacidade dos erários municipais na manutenção dos edifícios da justiça, o que implicou o empenhamento dos Ministérios da Justiça e das Obras Públicas na renovação do parque judiciário, para o qual foi estabelecido um plano de prioridades; 1952 - destruição do edifício do Paço do Concelho na sequência de um incêndio e aprovação pelo presidente em exercício, Álvaro Folhadela Marques, do projeto actual; 1954, 14 Agosto - João de Matos Antunes Varela assume a Pasta da Justiça, cargo que manteve até 1967; o ministro centrou grande parte da sua actuação nas questões inerentes à logística dos Tribunais, Casas de Magistrados, Conservatórias e Notariados, dilatando o plano de renovação do parque judiciário e pugnando pelo envolvimento e promoção de uma nova geração de arquitectos e artistas nas obras subsidiadas pelo Estado. O Ministério da Justiça torna-se um dos maiores encomendadores de obras de arte, investindo nela valores de carácter pedagógico e ideológico; 1956 - homologação pelo ministro das obras públicas, Arantes e Oliveira do projeto da obra dos Paços do Concelho e do Tribunal; 1961, 11 Junho - inauguração do edifício dos paços do concelho e tribunal, com a presença do Ministro da Justiça; 2000, Setembro - o tribunal passa a distribuir as suas funções entre dois edifícios, ficando o Ministério Público e os Juízos Criminais instalados no edifício da Câmara Municipal e os Juízos Cíveis albergados num novo edifício, provisório, situado em Santo Adrião.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Paredes em alvenaria; pavimentos, escadas, pilares, tectos do último piso, armação do telhado, guarda-pó, terraços e parque de estacionamento em betão; modinaturas; guardas das sacadas e portas em ferro forjado; vãos de vidro simples; portas e pavimentos em madeira; cobertura em telha.

Bibliografia

VARELA, João de Matos Antunes, "Discurso proferido na inauguração do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão", in Separata do Boletim do Ministério da Justiça, nº 108, 1961; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º Vol., Lisboa, 1962; SANTOS, A. Furtado dos, "A Administração da justiça", Celebrar o Passado. Construir o Futuro: ciclo de conferências promovido pela Comissão Executiva do 40º aniversário da Revolução Nacional, Lisboa: Edições Panorama, 1966; MARTINS, Soveral, A organização dos tribunais judiciais portugueses, Coimbra, Fora do Texto, 1990; Procuradoria-Geral da República, Relatórios dos serviços do Ministério Público [1992-1997], [Lisboa], [Procuradoria-Geral da República], 1992-1997; TOSTÔES, Ana Cristina, Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50, Porto, FAUP, 1997; PAIO, João Palma, Arquitectura Portuguesa de Justiça. Os Palácios de Justiça no Período do Estado Novo, dissertação de mestrado em Reabilitação da Arquitectura e Núcleos Urbanos, FA-UTL, 1996; NUNES, António Manuel, Espaços e Imagens da Justiça no Estado Novo. Templos da Justiça e Arte Judiciária, Coimbra, 2003; SANTOS, Dora M. dos, Museu Domus Ivstitiae - Casa da Justiça. Proposta de uma Rede de Museus para a Justiça, dissertação de mestrado em Museologia e Museografia, Lisboa, Universidade de Lisboa - Faculdade de Belas Artes, 2005 (texto policopiado); http://www.dgsj.pt; http://www.dgaj.mj.pt

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial do Ministério da Justiça

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial do Ministério da Justiça

Intervenção Realizada

CMVNF: 2007 - obras de requalificação para adaptação dos espaços e serviços camarários.

Observações

EM ESTUDO.

Autor e Data

Rute Figueiredo 2003 (projecto "Arquitectura Judicial e Prisional Portuguesa") / Sónia Pinto Basto 2011

Actualização

 
 
 
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