Capela de Nossa Senhora dos Milagres

IPA.00015784
Portugal, Viseu, Armamar, São Cosmado
 
Arquitectura religiosa, rococó. Capela de planta longitudinal simples, com nave, capela-mor mais estreita e baixa, sacristia no lado direito e torre sineira no eixo da capela-mor, seguindo os modelos de Braga. Fachada principal em empena recortada, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal em arco abatido, rematado em frontão, e por óculo polilobado. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e remates em friso e cornija, as laterais rasgadas por portas de verga recta e janelas em arco abatido rematado por frontão. Coberturas interiores em falsas abóbadas de berço de madeira, apoiadas em cornijas. Retábulos em talha dourada e policroma, com marmoreados fingidos rococó, os colaterais dispostos em ângulo. Pia baptismal e púlpito no lado do Evangelho. Capela com as fachadas intensamente decoradas nas molduras recortadas dos vãos, frontões, aventais, empenas, capitéis dos cunhais e pináculos com plintos galbados, contrastando com a sobriedade das portas travessas e dos vãos da sacristia, de vergas rectas. A solução da sineira na fachada posterior é pouco comum no distrito, seguindo o modelo bracarense, o que a par da decoração muito volumosa, praticamente semelhante à denominada talha gorda e aos modelos decorativos desenvolvidos pela oficina de André Soares, poderá levar a crer a presença de um artista da região, o que é, aliás, comum na zona. A exuberância da decoração exterior apenas se repercute na talha do púlpito, retábulos colaterais e mor, de intensa decoração rococó, bem como nas pias de água benta decoradas com volutas. As janelas da nave possuem sanefas de talha de estilo rococó, mas efectuadas no séc. 20.
Número IPA Antigo: PT011801140108
 
Registo visualizado 65 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal simples, com nave, capela-mor mais estreita e baixa, sacristia no lado direito e torre sineira no eixo da capela-mor, com coincidência entre o exterior e o interior. De volumes articulados e disposição horizontalista das massas e coberturas de telhados diferenciados de duas águas e em coruchéu bolboso na sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, circunscritas por cunhais apilastrados toscanos, decorados com concheados nos capitéis e firmados por pináculos piramidais com base galbada e decorada com acantos e remates em friso duplo convexo e cornija. Fachada principal orientada com portal em arco abatido e moldura recortada por profusa decoração de volutas, acantos e concheados, rematado por frontão curvo interrompido por espaldar com cornija, sobre o qual se adossa a base do óculo polilobado com moldura recortada e cornija interrompida por concheados em cascata e asas de morcego. Remate em empena recortada com friso e cornija interrompida, decorada com aletas e cruz assente em base no topo. Fachada lateral esquerda virada a S., com porta travessa de verga recta, a que se acede por cinco degraus rectangulares, formando patamar, e ladeada simetricamente, em plano superior, por dois janelões em arco abatido encimados por frontão decorado com enrolamentos e remate em cornija contracurvada de inspiração borromínica. Fachada lateral direita virada a N., semelhante à S. na zona da nave, a que se segue o volume da sacristia, fenestrada por janelão rectangular moldurado. Fachada posterior marcada pela torre sineira, sobre alto embasamento e com dois registos divididos por friso e cornija, cada um com janelão de volta perfeita, tendo moldura recortada e avental, o do piso inferior com orelhas e o superior com medalhão concheado, apoiado em moldura lisa. AS faces laterais da torre são cegas no primeiro registo e sineira no superior. A empena sobre o arco triunfal é elevada e recortada, semelhante À da fachada principal. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por lambril pintado de vermelho, pavimento em lajes de granito e coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira pintada de azul, assentes em frisos e cornijas de cantaria. Os portais são ladeados por pias de água benta, decoradas com volutas e as janelas da nave encimadas por sanefas de talha dourada e policroma, decoradas por volutas, concheados e lambrequins. No lado do Evangelho, pia baptismal de granito com taça hemisférica e púlpito quadrangular com bacia recortada, assente em mísula de acantos e guarda plena em talha. No lado da Epístola, confessionário de madeira. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, encimado por inscrição e ladeado por retábulos em ângulo, de talha dourada e policromada com marmoreados fingidos, dedicados a Santa Ana e São Joaquim. Capela-mor tem, sobre supedâneo, retábulo-mor de talha dourada e policroma com marmoreados fingidos, de planta côncava e um eixo composto por tribuna de volta perfeita e trono, ladeada por pilastras e colunas de fuste liso com concheados, encimados por capitéis coríntios; entablamento e frontão interrompido que acompanha a curvatura da cobertura; altar em forma de urna com frontal decorado por cartela e concheados; sacrário embutido na base da tribuna. No lado da Epístola, porta de verga recta de acesso à sacristia.

Acessos

Ao Km 103,6 da EN 313, sobranceira à estrada, no lugar de Contim

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, a meia encosta, isolado e destacado, insere-se em adro murado, com acesso por escadas laterais que ligam à fachada principal, com guardas em cantaria aparente com pilares equidistantes, encimados por pináculos de bola. No adro, apvimentado com paralelepípedos de granito, surgem algumas árvores de grande porte. No lado direito, surge um segundo adro, em cota inferior. Junto, uma fonte e a primitiva albergaria, que servia para os romeiros no caminho para o Santuário de Nossa Senhora da Lapa.

Descrição Complementar

Sobre o arco triunfal a inscrição, moderna que diz: "RESTAURADA EM / 1977-1955-1973". Retábulos colaterais de planta recta e um eixo de nicho central, ladeado por colunas de fuste liso com concheado e capitéis coríntios e assentes em plintos altos galbados; frontão e espaldar recortado com o Sagrado Coração ao centro, envolvido por resplendor.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 18, 2.ª metade - construção *1; séc. 20 - execução das sanefas das janelas da nave.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito na estrutura, rebocada; embasamento, cunhais, frisos, cornijas, pináculos, cruzes, coruchéu da torre sineira, modinaturas, pavimento, arco triunfal, pias de água benta e base do púlpito em cantaria de granito; portas, coberturas, guarda do púlpito, retábulos e imaginária em madeira; caixilhos das janelas em ferro, com vidro simples; coberturas exteriores com telha de aba e canudo.

Bibliografia

MONTEIRO, J. Gonçalves, Subsídios para a Monografia do Concelho de Armamar, Viseu, 1984; MONTEIRO, J. Gonçalves, Armamar Terra e Gente, Armamar, 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1955 / 1973 / 1977 - recuperação dos telhados, coberturas interiores, rebocos e pinturas.

Observações

*1 - segundo a tradição, o futuro D. José I, filho da rainha D. Maria I, que terá sido amamentado por uma ama natural da Granja do Tedo, estando doente melhorou pela intercessão de Nossa Senhora dos Milagres, e a rainha teria dado esmola para a construção da capela.

Autor e Data

João Carvalho 2002

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login