Convento de Santo António dos Capuchos / Igreja dos Capuchos
| IPA.00015599 |
| Portugal, Porto, Penafiel, Penafiel |
| |
| Arquitectura religiosa, naneirista, barroca e rococó. Convento masculino da Franciscano Capucho de que subsiste apenas a igreja, de planta retangular composta de nave única, precedida de nártex, e capela-mor, tendo torre sineira e sacristia adossada à esquerda fachada principal, onde se desenvolvia a zona regral. Fachadas com cunhais de pilastras rusticadas, a principal terminada em frontão triangular, recortado inferiormente, tendo ao centro nártex rasgada por três arcos de volta perfeita, interiormente com lambril de cantaria ornado de desenhos geométricos gravados e tendo portal axial de verga reta, encimado por pequeno nicho com imagem do orago e janelão retangular do coro-alto. No lado esquerdo, dispõe-se torre sineira com elementos tipicamente barrocos, nomeadamente o óculo quadrilobado e as volutas do remate. Na fachada lateral esquerda conserva corpo adossado com tripla arcada em arcos de volta perfeita, vestígio do antigo claustro conventual. Interior com cobertura em falsa abóbada de berço, assente em cornija de cantaria e segmentada por arcos em cantaria formando quatro tramos na nave e três na capela-mor, com decoração em estuque. Coro-alto de cantaria, sobre arco abatido, com cadeiral disposto em U. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, com capitéis decorados com motivos vegetalistas, ladeado por dois retábulos colaterais, de talha pintada de branco e dourado, inseridos em meios arcos embebidos na parede, sendo o arco moldurado a talha pintada de branco e dourado, rococó, com grande unidade compositiva e decorativa. A capela-mor possui silhar de azulejos de padrão setecentistas e arcosólio, de moldura maneirista, com túmulo de jazente, quinhentista. Retábulo-mor rococó, de talha pintada de branco e dourado, de planta côncava e três eixos. |
|
| Número IPA Antigo: PT011311240074 |
| |
| Registo visualizado 592 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
| |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Província da Soledade)
|
Descrição
|
| Planta composta por igreja de planta retangular, com nártex, nave única, capela-mor mais estreita, torre sineira retangular, devido ao acrescento que sofreu, adossada à esquerda da fachada principal, prolongando-se pela nave, corpo estreito, que por sua vez se adossa ao corpo correspondente à sacristia, na capela-mor. Volumes escalonados de dominante horizontal, quebrado pelo verticalismo da torre sineira, com capela-mor mais baixa que a nave. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água no corpo do alpendre, duas águas na nave, capela-mor e sacristia, e três águas na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematas por beiral no acrescento da torre sineira, por cornija sob beiral na torre sineira e nas fachadas laterais da nave, por cornija, placa e beiral no corpo anexo à nave e no corpo correspondente à sacristia e em placa sob beiral no corpo anexo à nave. Vãos com moldura em cantaria. Fachada principal virada a SO., de dois registos, separados por friso de cantaria, enquadrados por pilastras encimadas por pináculos. Remate em frontão triangular, recortado inferiormente, coroado por cruz latina sobre acrotério. No primeiro registo, abrem-se três arcos de volta perfeita, de acesso ao nártex, sobre pilares, e no segundo, janelão retangular com moldura em cantaria sobre pequeno nicho com a imagem do orago. Nártex com silhar de granito com decoração geométrica, cobertura em abóbada de arestas, cortada junto à fachada, e assente em mísulas junto à fachada exterior, e pavimento em lajes de granito. Na face principal e face NO. rasgam-se dois portais de verga reta. Torre sineira, de dois registos, enquadrados por cunhais apilastrados nas quatro faces, com remate em frontão de volutas, com pináculos nas extermidades e no vértice catavento de ferro sobre pináculo. No primeiro registo, rasga-se a nível da face principal janela retangular sob óculo quabrilobado e restantes faces cegas. Segundo registo, rasgado em três faces por ventanas de arco em volta perfeita. Fachada lateral esquerda com corpo estreito anexo de três panos, sendo o central de dois registos enquadrados por pilastras e separados por friso de cantaria. No primeiro registo, possui três arcos de volta perfeita, correspondendo ao claustro do convento, com paredes rebocadas e pintadas de branco com silhar de azulejos de padrão policromos, azuis, brancos e amarelos, pavimento em lajeado de granito e porta de verga reta de acesso ao interior. No segundo registo, abre-se janela de sacada contracurva, com guarda de ferro, ladeada por duas janelas de peitoril retangulares, com caixilharia guilhotina. Corpo da sacristia rasgado por porta e janelas de verga reta. Fachada lateral direita rasgada, na nave, por porta de verga reta e janela retangular em capialço e, na capela-mor, por janelão também retangular em capialço. Fachada posterior com pilastras nos cunhais coroadas por pináculos e remate em empena, com cruz latina no vértice. É rasgada por fresta jacente e janela quadrangular. No INTERIOR, as paredes são rebocadas e pintadas de branco, tendo na nave silhar de cantaria, e a cobertura é em falsa abóbada de berço, assente em cornija de cantaria e segmentada por arcos em cantaria formando quatro tramos, estucados, decorados com medalhões com motivos vegetalistas, e pavimento em soalho. Coro com guarda vazada de madeira, assente em arco abatido, com cadeiral disposto em U. No sub-coro, guarda-vento em madeira, rasgado por postigos quadrangulares. No lado do Evangelho, surge púlpito com guarda de madeira, com elementos decorativos marcados a dourado, assente em mísula de granito, no lado da Epístola porta em arco de volta perfeita, e confrontantes dois confissionários de madeira. Na articulação das paredes laterais com o arco triunfal, dois meios arcos embebidos na parede, utilizados para encaixe dos retábulos colaterais, o do Evangelho dedicado a Nossa Senhora das Dores e o da Epístola a Nossa Senhora da Conceição. De talha policroma a branco com marcação de elementos decorativos a dourado, de planta côncava, um eixo limitado por colunas espiraladas com grinaldas, e remate em cornija recortada, encimada por composição de concheados. Ao centro, nicho com imaginária sobre pedestal e lateralmente imaginária sobre peanhas. No sotabanco, ao centro, sacrário e sob este altar em forma de urna com frontal ressaltado ao centro. A decoração é vegetalista, com composição de volutas e concheados. Sobre estes retábulos e a moldurar o arco triunfal em volta perfeita, composição monumental em talha, com semelhante esquema decorativo, e remate em cornija recortada, tendo ao centro o brasão dos Azevedo e Brito. Capela-mor com paredes laterais percorridas por lambril de azulejos de padrão setecentistas azuis e brancos, cobertura idêntica à da nave, mas formando três tramos e pavimento de madeira, com um alçapão de acesso a um espaço em cave. Nas paredes laterais rasgam-se dois janelões rectangulares encimados por sanefas de talha com decoração semelhante aos retábulos. No lado do Evangelho, porta de acesso à Sacristia e no lado da Epístola, rasga-se arcosólio de D. Francisco de Azevedo Ataíde e Brito, benfeitor da Irmandade, Senhor da Honra de Barbosa, e padroeiro da Igreja. De volta perfeita, moldurado, enquadrado por pilastras que suportam entablamento encimado por frontão interrompido pela pedra de armas dos Azevedo e Brito. Interiormente, é revestido a azulejos de padrão semelhantes ao lambril, tendo ao centro placa com inscrição epigrafada. Arca tumular assente em dois leões arcaizantes, com tampa ornada com o jazente que se apresenta envergando as vestes militares. A delimitar o presbitério grade com balaustrada de madeira aberta ao centro. Revestindo a parede testeira, retábulo-mor de talha policroma a branco com marcação de elementos decorativos a dourado, de planta côncava e um eixo limitado por colunas espiraladas com concheados. Remate em cornija recortada, encimada por composição de concheados. Ao centro, tribuna com a boca ligeiramente recortada, albergando trono, enquadrado por resplendor de talha. Frente à boca da tribuna o Crucificado. A ladear a tribuna, imaginária sobre peanhas. No sotabanco, ao centro, sacrário e sob este altar em forma de urna com frontal ressaltado ao centro. Apresenta decoração vegetalista e composições de volutas e concheados. No corpo anexo, funciona no piso superior, um arrumo do hospital e o corpo da sacristia adossado a um hall com uma escadaria de dois lanços intercalada por patamar dá acesso a um outro arrumo de apoio à igreja no segundo piso. Neste arrumo, existe uma porta que estabelece ligação a um espaço, chamado de cubículo de penitência, integrado na parede da capela lateral, com uma pequena e estreita fresta orientada para a imagem de Cristo Crucificado do retábulo-mor. |
Acessos
|
| Largo Santo António dos Capuchos; Rua Dr. Joaquim Rocha Reis; Avenida Araújo da Silva |
Protecção
|
| Inexistente |
Enquadramento
|
| Urbano, isolado, emerge a N. da cidade, sobranceiro à EN 106 (antiga Estrada Real n.º 36), no enfiamento da R. Mário de Oliveira. Insere-se recuado relativamente às fachadas principais do Hospital da Misericórdia de Penafiel (v. PT011311240073) a NO. e do conjunto da Farmácia e Lar de Santo António dos Capuchos (v. PT011311240025) a SE. A Igreja, entre estes dois edifícios, confronta com um adro empedrado e arborizado, em cota inferior à do Lg. de Santo António dos Capuchos. Acede-se ao adro através de uma larga escadaria. |
Descrição Complementar
|
| INSCRICÕES: Inscrição comemorativa da construção da Igreja; moldura dupla filetada; xisto; Tipo de letra: capital quadrada; Leitura: ECCLESIE GVBERNTE ALEXANDRE VII IN LVSITANIAE REGNANTE ALFONSUS VI PROVINCIAE REGENTE FREI FRANCISCO [...] ANNO DOMINI IDCLXIIII HAEC DOMUS ERECTA FVIT; Tradução: Governando a Igreja Alexandre VII, o reino da Lusitana Afonso VI e regendo esta província Frei Francisco [...] no ano do Senhor de 1664 foi eregida esta casa. |
Utilização Inicial
|
| Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
|
| Religiosa: igreja |
Propriedade
|
| Privada: Misericórdia |
Afectação
|
| Sem afectação |
Época Construção
|
| Séc. 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
| Desconhecido |
Cronologia
|
| Séc. 16 - data provável da tampa do túmulo; séc. 17 - data provável do arcosólio; 1664 - construção da Igreja, conforme atesta a data na inscrição do túmulo da capela-mor; 1666 - fundação do Cenóbio dos Capuchos de Santo António em Penafiel; 1695 - construção de um dormitório para noviços, com hospedaria por baixo; 1756 - construção da sacristia com capela e transferência da sala do capítulo para junto da portaria para sepulcro de leigos; 1758, 22 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo coadjutor José Carneiro Soares, é referido o convento da Soledade de Santo António, fundado por D. Francisco de Azevedo e Ataíde, senhor da Honra de Barbosa, mestre de campo e general da Província; 1801 - o convento pede à Câmara para modificar a fachada principal, a torre, as escadas de acesso e largo de acesso, visto ter sido aberta a R. Nova do Almeida, ganhando a fachada um novo impacto; 1832 - o convento dos Capuchos é destruído por um incêndio do qual escapou apenas a igreja, construindo-se sobre as ruínas os edifícios hospitalares. |
Dados Técnicos
|
| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
| Estrutura, molduras dos vãos, elementos decorativos, pavimento do endonártex e galilé, lambril do endonártex, cornijas das coberturas interiores, lambril da nave, coro-alto e arcosólio, em granito; coberturas dos anexos em betão; galilé e capela-mor com azulejos tradicionais; estrutura dos telhados, portas, caixilharias, guarda e cadeiral do coro-alto, guarda-vento, pavimento interior e retábulos, em madeira; estuque na cobertura interior; guarda de varanda em ferro fundido; telha marselha na cobertura. |
Bibliografia
|
| ALMEIDA, José António Ferreira de - Tesouros Artísticos de Portugal. Lisboa: 1993; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério - As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património. Braga: Universidade do Minho, 2000; Guia de Portugal. Coimbra: 1994, vol. IV; SOEIRO, Teresa - Penafiel. Lisboa: Editorial Presença, 1994. |
Documentação Gráfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
| SCMP: AHP |
Intervenção Realizada
|
| SCMP: 1995 - Remodelação das coberturas, paredes e tectos; 1996 - Restauro do altar-mor. |
Observações
|
| *1 - Festeja-se nesta Igreja na sexta-feira antes da Semana Santa a Festa da Senhora das Dores. |
Autor e Data
|
| Isabel Sereno 2000 / Patrícia Costa 2004 |
Actualização
|
| |
| |
| |
|
|
| |