Casa dos Pinheiros

IPA.00015583
Portugal, Braga, Fafe, Medelo
 
Casa nobre barroca, integrada em quinta. É de planta em L invertido, delimitado por muro, com portal principal, jardim formal e edifícios agrícolas. Fachada principal do solar voltada a terreiro fechado, com acesso por portal principal armoriado, com espaldar recortado de cariz barroco, ritmado por merlões e urnas com fogaréus. Esta fachada apresenta grande varanda corrida, assente em arcaria abatida e acesso por escadaria de pedra, já feita no séc. 20, em substituição de outra primitiva de madeira. Fachadas rasgadas por janelas de guilhotina, com grande chaminé de pano inclinado, num dos topos dos corpos. O corpo que apresenta a varanda corrida apresenta fachadas viradas à rua e ao jardim o que se traduz num tratamento mais elaborado das mesmas em comparação com o outro corpo, mais rústico. Interiormente a função inicial do primeiro piso, que era de lojas foi substituída por zonas residências. O corpo O. apresenta painel relevado com símbolos da Paixão e nicho concheado. O corpo N., mais rústico em relação ao outro é rematado por triplo beiral e possui uma imponente chaminé, de pedra, com pano inclinado, revestido a telha, cobrindo todo a fachada E. do corpo, bastante comum no Baixo Ave mas rara nesta região.
Número IPA Antigo: PT010307160026
 
Registo visualizado 136 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Quinta com solar, delimitado por muro com portal principal, jardim desenvolvido a O. e a N., integrando pequena casa, e edifícios agrícolas. PORTAL rasgado em muro, com três panos rebocados e pintados de branco, definidos por pilastras coroadas por urnas com fogaréus. Os panos laterais são rasgados por janela em arco abatido e rematados por merlões. O central, mais elevado é rasgado por portal de verga recta, encimado por espaldar recortado, com urna com fogaréu, no vértice e pedra de armas no tímpano. SOLAR de planta em L invertido, com volumes articulados de dominante horizontal. Cobertura única em telhado de quatro águas, com duas chaminés em granito, no corpo N., correspondendo, a uma chaminé simples, e a outra, a uma chaminé de grandes dimensões, no topo do referido corpo, com um dos panos inclinados, revestido a telha, rematada por cornija, com gárgulas em dois vértices opostos, encimada por estreita platibanda rebocada e pintada de branco, com chapéu de ferro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, no corpo O., e em alvenaria de granito, no corpo N.. Corpo O.., com panos percorridos por embasamento, com cunhais apilastrados toscanos, vãos com molduras de granito e remates em cornija sob beiral saliente. Corpo N. com panos rematados por triplo beiral. Fachada principal voltada ao terreiro, assimétrica, de dois registos, definindo o ângulo interior da junção dos dois corpos. Pano voltado a E., dividido em dois, o do extremo esquerdo, apenas com painel granítico, relevado com nicho concheado encimado cruz de braços trilobados e símbolos da Paixão. O outro pano corresponde a varanda corrida ritmada por colunelos chanfrados, suportada por cinco arcos abatidos sobre pilares de granito, com impostas salientes, a que se acede por escadaria de dois lanços rectos, com patamar intermédio e guarda de ferro. Galerias cobertas por tectos de madeira, com acesso ao interior da casa por portas de verga recta. Pano voltado a S. rasgado irregularmente por vãos em arco abatido com chanfro, possuindo no primeiro registo, ampla porta com impostas, e fresta e, no segundo, cinco janelas de guilhotina, e uma pequena janela rectangular. Fachada S., correspondendo ao topo do braço do corpo O., virada à rua, de dois registos, rasgada no primeiro por porta em arco abatido, sobrelevada, com acesso por escadaria em leque, ladeada pela esquerda por par de gateiras jacentes. No segundo registo rasgam-se três janelas de guilhotina em arco abatido. Fachada E., correspondendo ao topo do braço do corpo N., semienterrada, devido ao desnível do terreno, com escadaria de pedra adossada, de lanço recto, rasgada por janela de guilhotina rectangular. Fachada N., do mesmo corpo, de um registo, rasgados por portas e janelas, sendo uma delas cruzetada. Fachada O., voltada ao jardim formal, de dois registos rasgada, no primeiro, por porta e janelas, rectangulares em capialço, e no segundo, por janela de sacada com guarda em ferro forjado e janelas de guilhotina rectangulares. INTERIOR *1 correspondendo no primeiro piso, à cozinha, salões, quartos, casas de banho, dispensas e arrumos e, no segundo a salas, oratório, quartos e casas de banho. O JARDIM é composto por duas zonas distintas, um jardim formal, a O., disposto em patamar, organizado em canteiros geométricos de buxo, e uma zona relvada, a N., dividida por sebe topiada, com piscina e tanque rectangular, com bica carranca, precedido por nicho com imagem pétrea, assente em plinto, ladeado por colunas salomónicas, com piscina e fonte de espaldar com tanque rectangular.

Acessos

EM 1656-2, Lugar dos Pinheiros

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Rural, isolada, meia-encosta, em terreno desnivelado, fronteira à EM que conduz a Revelhe, integrado em quinta com mata, lameiros e vinha. A envolvente próxima do solar, é estruturada em dois socalcos, vedada por muros e sebe, agregando o jardim formal e espaços relvados. Pelo lado SE., acompanhando a estrada pública, corre muro em alvenaria de granito, onde se abre o portal principal de acesso ao terreiro fronteiro à fachada principal.

Descrição Complementar

HERÁLDICA: Pedra de armas composta por escudo oval, com as armas dos Ferreira e Vilas-Boas, sobre panóplias militares, encimada por elmo com ave.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 17, meados - Primeiras referências à Quinta dos Pinheiros; séc. 18, finais - são feitas grandes obras de remodelação do solar; séc. 19, inícios - numa escritura há referência às "Salas Novas" indiciando a existência das grandes obras nos finais do século anterior; 1921, 21 Junho - um grande incêndio destruiu quase toda a casa, à excepção da cozinha e ala O.; 1943 - o solar bastante arruinado passa a pertencer ao pai do actual proprietário; 1953 / 1956 - são feitas grandes obras de recuperação; 1988 - adaptação de lojas do primeiro piso a salões e quartos; 1994 - proposto pelo PDM de Fafe, DR 224 de 27 de Outubro.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura, embasamento, cunhais, cornijas de remate, elementos decorativos, muro, portal, varanda corrida, escadarias exteriores, chaminés, tanque e nicho em granito; pavimentos do primeiro piso e da varanda, em mosaico; portas, janelas, pavimentos do segundo piso e tectos, em madeira; guarda das escadas, sacada e chapéu da chaminé, em ferro; cobertura exterior e revestimento do pano da grande chaminé, em telha de canudo.

Bibliografia

OLIVEIRA, A. Lopes de, Fafe e o seu Concelho, Fafe, 1982, pp. 78 - 79; C. M. de Fafe, Brasões do concelho de Fafe, 1ª parte, 1986, pp. 28 - 29; Vv.Aa., Fafe nos Montes Longos do Minho..., Paços de Ferreira, 1998, p. 77.

Documentação Gráfica

DGEMN: DSID

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

Arquivo da Casa dos Pinheiros

Intervenção Realizada

Proprietário: 1953 / 1954 / 1955 / 1956 - Recuperação integral da casa; 1988 - obras de beneficiação e adaptação no primeiro piso; 2001 - obras de remodelação da rede de águas.

Observações

*1 - Não foi autorizado o registo fotográfico do interior da casa.

Autor e Data

António Dinis 2001

Actualização

 
 
 
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