Câmara Municipal de Albufeira / Museu Municipal de Arqueologia
| IPA.00015576 |
Portugal, Faro, Albufeira, Albufeira e Olhos de Água |
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Casa da câmara de planta retangular simples, estilisticamente situável no ecletismo oitocentista, mas reaproveitando espaços e elementos anteriores. Cantarias dos vãos filiados numa tradição construtiva característica dos edifícios nobres do Sul do país, que recua ao séc. 17, mas que foi indistintamente utilizada até ao séc. 20. Projecto de adaptação a museu conferiu-lhe um carácter contemporâneo, com introdução de materiais inovadores, tanto no exterior, como no interior. |
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Número IPA Antigo: PT050801010015 |
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Registo visualizado 144 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Político e administrativo regional e local Câmara municipal Casa da câmara
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Descrição
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Planta retangular regular, definindo um rectângulo que na zona N. passa a trapézio. Massa simples disposta horizontalmente, adquirindo maior verticalidade no topo S., devido à menor cota do terreno, com cobertura homogénea de telhado a quatro águas sobre estrutura de terraço a toda a volta do edifício. Embasamento homogéneo à mesma altura superior, através de placas de cantaria. Fachada principal orientada, organizada em registo e pano únicos: ao centro, porta de entrada, de arco recto com moldura em cantaria e lintel sublinhado pelo prolongamento da moldura, protótipo de todos os restantes vãos do edifício; a sobrepujar o portal, um brasão de armas, de perfil rectangular disposto verticalmente, figurando a cruz da Ordem de Avis e um bufo em pleno voo *1; a ladear o portal abrem-se três janelas de perfil idêntico ao do portal principal, harmonicamente dispersas pelo alçado, sendo a última janela do lado N. levemente orientada para NO., mercê da inflexão da fachada neste ponto. Ao lado do portal, do lado N. dois estandartes assentes em mísulas e do lado S. um estandarte e uma placa assinalando a função actual do imóvel; entre as duas últimas janelas do lado S. uma placa camarária indicando a "Praça da República". Remate em cornija simples, que antecede o espaço de terraço a toda a volta do edifício; a estrutura de suporte ao telhado desenvolve-se superiormente, e de forma recuada em relação ao prolongamento natural vertical da fachada principal. Fachada lateral S. em ligeiro declive E. - O.; organiza-se em dois panos precisamente por causa dessa diferença do terreno: os panos compõem-se de duas janelas idênticas às da fachada principal, harmonicamente situadas no alçado, mas as do pano O. a uma altura menor; o pano E. possui ainda duas pequenas janelas ao nível dos canteiros, abertas em relação axial com os vãos maiores. Fachada posterior virada a E. disposta em estrutrua tripartida de três panos, sendo o central mais elevado, compondo-se de uma ampla janela vertical numa superfície circular. Fachada lateral N. bastante menor que a sua congénere S., sem qualquer elemento divisor ou de organização de panos. INTERIOR: espaços diferenciados em duas grandes zonas expositivas, hall de entrada, gabinete e sanitários, com tectos homogéneos de placa. A partir da entrada principal, um pequeno lanço de escadas de seis degraus leva ao piso do museu; duas portas fazem a ligação com as duas salas expositivas, para S. a de Pré-história, romano, visigótico e islâmico, para N. a de Idade Moderna. Para E., seguindo o pequeno corredor de acolhimento, uma placa comemorativa da inauguração do museu, na parede a S., seguindo-se o local de acolhimento, transposto o qual se encontra o silo islâmico, delimitado por um pequeno muro; a partir daqui o circuito sofre uma inversão para S., seguindo-se a zona de sanitários. Secção expositiva a S. ocupa toda a metade S. do museu, com a Sala de Pré-História imediatamente confinante com o espaço de acolhimento e as restantes junto à fachada lateral S.. Secção expositiva N., mais pequena, pela redução do programa arquitectónico do museu no topo N., compõe-se de uma sala em "L". Iluminação artificial efectuada através de calhas de candeeiros no tecto. |
Acessos
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Praça da República, n.º 1 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, planalto, isolado. Implantado em pleno centro histórico da cidade, dentro do perímetro muralhado, disfrutando de um impacto urbanístico assinalável: localização na praça principal, sendo o seu principal elemento definidor, fronteiro à antiga porta ocidental do Castelo (v. PT050801010013), o mais importante acesso ao burgo durante as Idades Média e Moderna. Localiza-se muito perto da falésia S. da cidade, que dá directamente para o mar, estando muito perto da Bateria de Albufeira (v. PT050801010014). Para N. a R. Henrique Calado, onde se encontra a Misericórdia de Albufeira (v. PT050801010002). Apesar de nas imediações se terem construído numerosos edifícios de volumetria muito superior à original, o imóvel apresenta ainda grande impacto urbanístico, pelo local mais elevado em que se encontra implantado. Fachada principal orientada, para a Praça e para a antiga porta da cidade, numa zona onde o declive da cidade se começa a fazer sentir, no sentido E. - O., o que contribui para a sua escala mais relevante, actualmente com um pequeno parque de estacionamento perpendicular à fachada do edifício. Fachada lateral S. confronta com a R. da Bateria, actualmente com o Hotel Sol e Mar, elemento dissonante de todo o conjunto intra-muros, abrigando dois canteiros colocados em cunha em relação à fachada, que confrontam mesmo com esta, onde se plantaram duas palmeiras. Fachada posterior virada a E. para uma pequena rua tradicional, de casario branco e a dois registos. A fachada lateral N. abre para a Pr. da República e para a R. Henrique Calado, definindo um amplo espaço urbano sem construções. |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÕES: Placa comemorativa de inauguração do museu, de perfil rectangular disposta verticalmente, contém o logotipo do museu, no topo e ao centro, desenvolvendo-se inferiormente a seguinte inscrição: "ESTE MUSEU FOI INAUGURADO, DIA 20 DE / AGOSTO DE 1999, PELO EXMO SENHOR / GOVERNADOR CIVIL DO DISTRITO DE / FARO, ENG. FIALHO ANASTÁCIO, SENDO / PRESIDENTE DA CÂMARA DE ALBUFEIRA, ARSÉNIO CATUNA". |
Utilização Inicial
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Política e administrativa: câmara municipal |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUEÓLOGO: Mário Varela Gomes (projecto de adaptação a Museu Municipal) |
Cronologia
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Séc. 10 - datação da placa apotropaica islâmica exposta no Museu; Sécs. 11 -12 - datação de vestígios cerâmicos identificados no espaço do museu, aquando das escavações arqueológicas de 2000; Baixa Idade Média - possível construção dos paços do concelho, no mesmo local ( o brasão que encima a entrada do edifício encontrava-se, primitivamente, sobre a porta da Praça de Armas da vila ); Séc. 13 - reutilização cristã de um dos silos identificados nas escavações; 1755 - Grandes danos no edifício; 1833, 24 de Julho - Incêndio provocado pela guerrilha miguelista do Remexido; 1833, 26 de Julho - Tropas miguelistas exigem a capitulação da vila; 1833, 28 de Julho - Miguelistas nomeiam nova Câmara; 1958, 15 de Setembro - Inauguração do primeiro museu de Albufeira, o Museu Arqueológico-Histórico de Albufeira, pelo pároco Padre Semedo Azevedo, sediado na igreja de São Sebastião de Albufeira (v. PT050801010006); 1959, 7 de Junho - Visita pastoral do Bispo do Algarve e inauguração das salas visigótica e romana do Museu; 1963 - Descoberta da placa apotropaica islâmica que se encontrava na Porta O. do castelo, destruída pela construção do Hotel Sol e Mar; 1964 - Padre José Azevedo alerta para a necessidade de ampliação do Museu e de obras na igreja; 1998 - edifício dos antigos Paços do Concelho aguardava as obras de adaptação a Museu; 1999, 20 de Agosto - Inauguração do Museu; 2000 - intervenção arqueológica no espaço do museu, conduzida por Mário Varela Gomes *3; 2001, 9 de Novembro - Apresentação do Museu Virtual de Albufeira. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Cantaria, alvenaria rebocada e caiada, vidro, telha, ferro, madeira, mosaico |
Bibliografia
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AMADO, Adelaide, Roteiros histórico-monumentais da cidade de Albufeira, Albufeira, Câmara Municipal de Albufeira, 1998; AZEVEDO, José manuel Semedo, Museu arqueológico-histórico de Albufeira. História dos seus primeiros anos, Albufeira, 1964; GOMES, Mário Varela, "Castelo de Albufeira: novos contributos para o seu conhecimento", in Mil anos de fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500 - 1500): Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, coord. Isabel Cristina Ferreira Fernandes, Lisboa, Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2001, pp.337-346; NEGREIROS, M. J. P., Memórias dos desastrosos acontecimentos de Albufeira por ocasião da invasão das guerrilhas, Tavira, 1893; NOBRE, Idalina Nunes, Breve história de Albufeira, 2ªed., Albufeira, Câmara Municipal de Albufeira, 2000; www.museu-albufeira.org.. |
Documentação Gráfica
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CMA |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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CMA |
Intervenção Realizada
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CMA: 2000 - obras de adaptação a Museu Municipal. |
Observações
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*1 - As armas representam a família dos Azevedos, Alcaides-mores do Castelo de Albufeira; *2 - Na impossibilidade de descrever a totalidade das peças que se encontram em exposição, destacamos algumas cuja importância nos parece maior para a história da cidade. O museu divide-se em quatro grandes áreas temáticas: Pré-História; Período romano; Período visigótico e islâmico e Idade Moderna; de entre os vários achados arqueológicos salienta-se o silo islâmico de 1,56m de profundidade e 2300 litros de capacidade e a cisterna, que chegou a servir de cadeia da Guarda Fiscal de Albufeira. Foram ainda detectados numerosos fragmentos cerâmicos de época islâmica tardia, assim como um segundo silo, praticamente semelhante ao anterior, com capacidade para 2100 litros (GOMES, 2001). |
Autor e Data
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Paulo Fernandes 2002 |
Actualização
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