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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Santuário
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Descrição
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Planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor; torres sineiras e galilé; volumes dispostos na horizontalidade; cobertura exterior em telhado diferenciado de 2 águas, a domo nas torres e terraço nas galerias; Frontespício orientado a S. com embasamento escalonado cujo patamar forma o adro; longa fachada ladeada por 2 torres sineiras rematadas em coruchéus pinaculados e coroada por alto frontão torrejado e recortado, abre para o adro por uma galilé de cinco arcos com portas para o interior da igreja; 2º piso aberto por janelões de peito de moldura e frontão recortado separados por pilastras que delimitam os arcos do piso inferior e terminam em acrotérios de balaustrada. Fachadas E. e O. ressalto das torres sineiras, flancos do templo percorridos por 2 galerias (no 1º e 2º pisos) abertas por 7 vãos e encimadas por 7 janelas, com portas para o interior da igreja; remate em balaustrada dividido por acrotérios com pináculos; dependências paroquiais de planta quadrada adossadas ao gaveto formado pela galilé e corpo da capela-mor. Fachada N. cega, em empena triangular ladeada por cunhais de cantaria e rematada em pináculos e cruz; ressalto em altura crescente do frontão curvo da capela-mor, de remate em empena triangular coroada por urnas da nave e do frontão de lanços do frontespício. INTERIOR: duas balaustradas de colunelos com a pia baptismal e o coreto dão acesso à nave única de pavimento lageado e cobertura em abóbada de lunetas, profusamente iluminado por janelões ao nível do 2º piso delimitado por entablamento; de ambos os lados da nave 2 púlpitos de balaústres e baldaquinados; revestimento azulejar de padrão e decoração com tabelas em mármore preto e rosa. Sobre o arco triunfal pleno abre-se um nicho, com imagem de vulto, idêntico e simétricamente oposto ao do frontespício. Capela-mor abobadada com camarim e trono. |
Acessos
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Largo do Santuário |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano; isolado; implantação destacada e imponente em amplo adro calcetado e murado, com larga escadaria de um lanço de acesso, envolvência do templo por espaçosos terreiros. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: santuário / Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: santuário / Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Leiria - Fátima) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Ernesto Korrodi (séc. 20). MESTRES-DE-OBRAS: André Coelho (1736); Joaquim da Silva Coelho (1747); José da Silva Coelho (1736); José Ribeiro (1736). |
Cronologia
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1728 - milagre da cura de Manuel Francisco Maio; 1730 - colocação de um ex-voto no sítio onde sucedera o prodígio; 1732 - há já uma ermida no local; 1733 - 1735 - regista-se um período de grandes despesas com pagamentos de matéria-prima e respectivo transporte para a edificação do santuário; 1736 - a igreja diocesana recorre ao estaleiro de Mafra, de onde saem o mestre arquitecto José da Silva Coelho e outros oficiais como José Ribeiro e André Coelho; 1747 - substituição do Mestre José da Silva Coelho por seu filho Joaquim da Silva Coelho; 1750 - a freguesia é desanexada da de Regueira pelo Bispo D. Frei João de Nossa Senhora da Porta; 1795 - azulejos das oficinas do Juncal com extensa legenda do milagre que deu origem ao monumento; séc. 20 - as torres sineiras são terminadas com risco de Ernesto Korrodi. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes, estrutura mista. |
Materiais
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Mármore, lioz, telha, azulejos, rebocos. |
Bibliografia
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GOMES, Saúl António, José da Silva Coelho, Mestre de Obras da Igreja dos Milagres, Elementos inéditos, o Mensageiro, 6/10/1994; LEAL, Augusto Soares d`Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. IV, Lisboa, 1876; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artistico de Portugal, Vol. V, Lisboa, 1955. |
Documentação Gráfica
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CMLeiria: planta cartográfica |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CMLeiria: Arquivo Histórico |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1999 - obras de conservação geral e limpeza; consolidação estrutural; recuperação de rebocos; 2000 - recuperação do interior. |
Observações
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Uma lenda atribui a fundação da localidade a um milagre realizado pelo Senhor Jesus de Aveiro um paralítico que se arrastava numa cortiça, tendo invocado o auxílio divino, teria adormecido, e ao acordar estava curado. O paralítico ofereceu ao Senhor Jesus um painel que foi colocado no local do milagre, e logo muitos devotos acorreram e novos milagres se verificaram. Com o produto das esmolas foi construída uma igreja (a actual matriz) e à sua volta cresceu a povoação que se chamou Milagres. A devoção pelo Senhor Jesus dos milagres, fenómeno muito frequente na Europa de Setecentos, tem em Portugal como exemplos desta instituição a igreja do senhor Jesus da Cruz, em Barcelos (1705-1728), o templo do Senhor Jesus dos Milagres das Barrocas, em Aveiro (1722), o Senhor Jesus da Pobreza, em Évora (1729), o Senhor Jesus da Pedra, em óbidos, o Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada e o Senhor Jesus do Monte, em Braga. (José da Silva Coelho). |
Autor e Data
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Lurdes Perdigão 1998 |
Actualização
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