Santuário do Senhor Jesus dos Milagres / Igreja Paroquial de Milagres / Igreja do Senhor Jesus dos Milagres

IPA.00001547
Portugal, Leiria, Leiria, Milagres
 
Arquitetura religiosa, barroca. Santuário cingido por duas robustas torres, corpo central com frontão de lanços, com galilé alpendrada que se abre na frontaria e percorrendo os flancos. Interior de nave única e capela-mor.
Número IPA Antigo: PT021009150028
 
Registo visualizado 288 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Santuário  

Descrição

Planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor; torres sineiras e galilé; volumes dispostos na horizontalidade; cobertura exterior em telhado diferenciado de 2 águas, a domo nas torres e terraço nas galerias; Frontespício orientado a S. com embasamento escalonado cujo patamar forma o adro; longa fachada ladeada por 2 torres sineiras rematadas em coruchéus pinaculados e coroada por alto frontão torrejado e recortado, abre para o adro por uma galilé de cinco arcos com portas para o interior da igreja; 2º piso aberto por janelões de peito de moldura e frontão recortado separados por pilastras que delimitam os arcos do piso inferior e terminam em acrotérios de balaustrada. Fachadas E. e O. ressalto das torres sineiras, flancos do templo percorridos por 2 galerias (no 1º e 2º pisos) abertas por 7 vãos e encimadas por 7 janelas, com portas para o interior da igreja; remate em balaustrada dividido por acrotérios com pináculos; dependências paroquiais de planta quadrada adossadas ao gaveto formado pela galilé e corpo da capela-mor. Fachada N. cega, em empena triangular ladeada por cunhais de cantaria e rematada em pináculos e cruz; ressalto em altura crescente do frontão curvo da capela-mor, de remate em empena triangular coroada por urnas da nave e do frontão de lanços do frontespício. INTERIOR: duas balaustradas de colunelos com a pia baptismal e o coreto dão acesso à nave única de pavimento lageado e cobertura em abóbada de lunetas, profusamente iluminado por janelões ao nível do 2º piso delimitado por entablamento; de ambos os lados da nave 2 púlpitos de balaústres e baldaquinados; revestimento azulejar de padrão e decoração com tabelas em mármore preto e rosa. Sobre o arco triunfal pleno abre-se um nicho, com imagem de vulto, idêntico e simétricamente oposto ao do frontespício. Capela-mor abobadada com camarim e trono.

Acessos

Largo do Santuário

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano; isolado; implantação destacada e imponente em amplo adro calcetado e murado, com larga escadaria de um lanço de acesso, envolvência do templo por espaçosos terreiros.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: santuário / Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: santuário / Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Leiria - Fátima)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Ernesto Korrodi (séc. 20). MESTRES-DE-OBRAS: André Coelho (1736); Joaquim da Silva Coelho (1747); José da Silva Coelho (1736); José Ribeiro (1736).

Cronologia

1728 - milagre da cura de Manuel Francisco Maio; 1730 - colocação de um ex-voto no sítio onde sucedera o prodígio; 1732 - há já uma ermida no local; 1733 - 1735 - regista-se um período de grandes despesas com pagamentos de matéria-prima e respectivo transporte para a edificação do santuário; 1736 - a igreja diocesana recorre ao estaleiro de Mafra, de onde saem o mestre arquitecto José da Silva Coelho e outros oficiais como José Ribeiro e André Coelho; 1747 - substituição do Mestre José da Silva Coelho por seu filho Joaquim da Silva Coelho; 1750 - a freguesia é desanexada da de Regueira pelo Bispo D. Frei João de Nossa Senhora da Porta; 1795 - azulejos das oficinas do Juncal com extensa legenda do milagre que deu origem ao monumento; séc. 20 - as torres sineiras são terminadas com risco de Ernesto Korrodi.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes, estrutura mista.

Materiais

Mármore, lioz, telha, azulejos, rebocos.

Bibliografia

GOMES, Saúl António, José da Silva Coelho, Mestre de Obras da Igreja dos Milagres, Elementos inéditos, o Mensageiro, 6/10/1994; LEAL, Augusto Soares d`Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. IV, Lisboa, 1876; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artistico de Portugal, Vol. V, Lisboa, 1955.

Documentação Gráfica

CMLeiria: planta cartográfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMLeiria: Arquivo Histórico

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1999 - obras de conservação geral e limpeza; consolidação estrutural; recuperação de rebocos; 2000 - recuperação do interior.

Observações

Uma lenda atribui a fundação da localidade a um milagre realizado pelo Senhor Jesus de Aveiro um paralítico que se arrastava numa cortiça, tendo invocado o auxílio divino, teria adormecido, e ao acordar estava curado. O paralítico ofereceu ao Senhor Jesus um painel que foi colocado no local do milagre, e logo muitos devotos acorreram e novos milagres se verificaram. Com o produto das esmolas foi construída uma igreja (a actual matriz) e à sua volta cresceu a povoação que se chamou Milagres. A devoção pelo Senhor Jesus dos milagres, fenómeno muito frequente na Europa de Setecentos, tem em Portugal como exemplos desta instituição a igreja do senhor Jesus da Cruz, em Barcelos (1705-1728), o templo do Senhor Jesus dos Milagres das Barrocas, em Aveiro (1722), o Senhor Jesus da Pobreza, em Évora (1729), o Senhor Jesus da Pedra, em óbidos, o Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada e o Senhor Jesus do Monte, em Braga. (José da Silva Coelho).

Autor e Data

Lurdes Perdigão 1998

Actualização

 
 
 
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