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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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| Planta longitudinal composta por nave única quadrangular, alpendrada adossada à fachada SO. e corpo saliente da sacristia adossado ao lado NO.; massas dispostas na horizontalidade; cobertura diferenciada em telhado de 3 águas sobre o alpendre, de 2 águas sobre a nave e de aba corrida sobre a sacristia; embasamento proeminente envolve toda a construção, acompanhando o declive do terreno e cujo desnível é vencido na fachada principal por seis degraus que a acompanham em toda a sua largura. Fachadas em alvenaria rebocadas e pintadas de branco com remates em empena e beiral. Frontispício voltado a SO., com embasamento escalonado, sobrepujado por frontão de lanços rematado por cruz em pedra e ladeado por 2 sineiras em arco alteado; no tímpano, nicho com imagem de Santo António. Pórtico rectangular, a cuja altura se eleva a galilé aberta por uma janela gradeada e porta recta de acesso ao templo, tendo à esquerda um painel de azulejos com inscrições em cartela, sobre 2 medalhões (com a imagem de Santo António e o Menino e paisagem marítima local). No interior do alpendre adossam-se às paredes bancos corridos em alvenaria e a parede aberta pelo portal principal encontra-se totalmente revestida de azulejos azuis e brancos; tecto com forro em madeira e pavimento lajeado. Fachada SE. de massa diferenciada da galilé, rasgada por janela recta gradeada, sobre a qual assenta o corpo da sineira, e corpo da nave (mais alto) aberto por 2 pequenas frestas; destaca-se o painel rectangular de azulejos em azul e branco com a LENDA DO LAGO. Fachada posterior a NE. cega, em empena triangular; adossamento do corpo da sacristia no qual se abre pequena fresta. Fachada lateral esquerda, a NO. cega composta pela articulação dos três corpos que a compõem: corpo da sacristia, da nave e galilé. INTERIOR de nave única com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhar de azulejo industrial, azul e branco e pavimento lajeado; cobertura em tecto de madeira em três planos pintado a azul e branco; iluminação feita por 2 frestas a SE.; nas paredes laterais confrontam-se dois registos azulejares e do lado do Evangelho abre-se a porta para a sacristia. Sobre supedâneo de um degrau o altar-mor com revestimento a azulejos policromos de figura avulsa com motivos florais na parede testeira onde se abre um nicho com a imagem do orago da capela; a ladear a mesa do altar duas peanhas onde assentam a imagem da Virgem do lado do Evangelho e do Sagrado Coração de Jesus do lado da Epístola. |
Acessos
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| Lugar de Santo António |
Protecção
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| Inexistente |
Enquadramento
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| Rural. Destacado, isolado. Implantação em meia encosta, sobre maciço rochoso, em plano desnivelado, sobranceira à vertente para o mar, tendo nas imediações algumas construções que descaracterizam a paisagem. No topo do morro abaixo do qual se ergue, destaca-se um Cruzeiro (v. PT031001120179) comemorativo da independência de Portugal. A plataforma onde assenta apresenta pequeno terreiro na fachada posterior em terra batida e do lado da fachada lateral esquerda e principal, voltadas à via pública, é rodeada por muro de sustentação de terras, sendo a acesso ao pequeno adro elevado feito através de lanços de escadas colocados lateralmente. O pavimento do adro é em seixo rolado lateralmente e alcatroado frente à escadaria de acesso à galilé. |
Descrição Complementar
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| INSCRIÇÕES: 1.Inscrição em verso alusiva a Santo António com intenção especifica de protecção dos noivos, pintada sobre painel de azulejo, dentro de uma cartela, embutida na fachada principal. No canto inferior esquerdo possui identificação do fabricante. Dimensões: 152x124,5. Tipo de letra: capital quadrada do século XIX e cursiva do século XX. Leitura modernizada: DO NICHO D'ESTA CAPELA, QUE ESTÁ EM CIMA DO MONTE, PARA PROTEGER TODO O MÁR, O SANTO FICA A REZÁR, SE VÊ SUMIR-SE UMA VELA, NA LINHA AZUL DO HORISONTE! E REZA, REZA... COITADO, PORQUE, EM TERRA HA MAIS D'UMA NOIVA, QUE O SANTO, NÃO QUER QUE TENHA POR MANTO, POR ALVO VÉU DE NOIVADO, UMA MURTALHA D'ESPUMA... FRANCISCO P. DE MAGALHÃES E MENEZES. SÃO MARTINHO 1896. ESMOLAS. FÀBRICA DO CARVALHINHO, PORTO 1921. 2. Inscrição em verso alusiva a uma lenda pintada sobre painel de azulejo, dentro de uma cartela, embutido na fachada S.E. Dimensões: 152x139,5. Tipo de letra: capital do século XX. Leitura modernizada: LENDA DO LAGO. N'AQUELA TARDE DE CALMA FORA A PESCA ABUNDANTE; SANT'ANTÓNIO DO SEU NICHO, ASSISTE VIGILANTE À FAINA. OS PESCADORES LARGAM JÁ D'AMÁRRA/ E COMO O MAR É MANSO, LÁ VÃO DE PRÔA À BARRA/ ALEGREMENTE EM FILA, O PORTO DEMANDADO./ O LEME VAI NA ÓRÇA, VELOZES VÃO PASSANDO/ NA LINHA DA CARREIRA, EM FRENTE DA CAPELA;/ O SANTO VAI CONTANDO, UM POR UM, VELA POR VELA./ O SOL É POSTO JÁ. TRAIÇOEIRO A REFRESCAR/ O VENTO AFLIGE O SANTO E ATORMENTA O MAR./ TOLDOU-SE O CÉU TAMBEM, LOGO A TERRA ESCURECEU / E NO REGAÇO SANTO, JESUS ADORMECEU./ JÁ NAS ONDAS ENVERGAM OS NOVELOS D'ESPUMA / MAS, NA CONTA DAS VELAS, INDA FALTA UMA!/ NOS LÁBIOS D'ANTÓNIO, TRÉMULOS D'AMARGURA/ ALGUMA PRAGA AO MAR, ENTRE AS PRECES SE MISTURA./ UM PONTO BRANCO, AO SUL, LÁ LONGE ENTRE A PROCELA,/ TRÁS RUMO APROADO, À ALVURA DA CAPELA,/ O BOM DO SANTO AO VER, ESSA ASA DE GAIVOTA / QUE, TÃO AUDAZ PROCURA, A LINHA DA DERROTA, / EMPALIDECE E TREME, TEMENDO-LHE O DESTINO,/ NÃO SE ATREVE POREM A ACORDAR O SEU MENINO / E MÚRMURA: JESUS, SENHOR: A VAGA É TÃO ALTA!/ E AQUELA VELA É, A MAIS PEQUENA QUE ME FALTA!/ ENQUANTO DURA A LUTA, ENTRE O MAR E A VELA/ ANTÓNIO NOTA JÁ, NÃO SER DESERTA A CAPELA./ UMA POBRE MULHER, NOS DEGRAUS AJOELHADA/ CINGE CONTRA O SEIO, UMA CABECITA DOURADA;/ NO SEU ARDENTE OLHAR E NOS OLHOS DA CRIANÇA,/ O PONTO BRANCO BRILHA, COMO UM FAROL D' ESPERANÇA/ E O PESCADOR AFOITO, A PROA SEMPRE A VELA/ AO VULTO DA MULHER, À BRANCURA DA CAPELA./ O MAR REDOBRA A FURIA, É UM LEÃO RUGINDO/ E TRANQUILO JESUS NO REGAÇO VAI DORMINDO;/ MAS AVISTANDO O PANO, ROTO JÁ P'LA RAJADA/ A CABECITA D'OURO, EXCLAMA APAVORADA;/ "OH MAE? OH MINHA MAE? "/ "É O MEU PAI, QUE LÁ VEM ?!"/ N'ISTO; O MENINO ACORDA E MUI MAL HUMURADO,/ O AIO SANTO INCREPA, DE SOBRÔLHO CARREGADO;/ "O QUE FOI ISTO ANTÓNIO? - QUEM FOI QUE SE ATREVEU?"/ O SANTO APONTA A MEDO, A VELA, O MAR, O CÉU. / NOS OLHOS DA MULHER, ONDE A VELA É GRAVADA/ UMA LÁGRIMA... UMA PEROLA PENDURADA./ DESVAIRADO AO VÊ-LA, IMPLORA SANT'ANTÓNIO: "SENHOR... FAZEI BONANÇA... O MAR É UM DEMÓNIO..."/ JESUS SERENAMENTE, DO NICHO ENTÃO DESCEU,/ COM A MÃOSITA EM CONCHA, A PÉROLA COLHEU,/ O SEU ROSADO BRAÇO, ENERGICO BALANÇA/ E AS ONDAS INFERNAIS, A HUMILDE JÓIA LANÇA./ DEPOIS... SORRIO AO SANTO, COM DIVINO AFAGO/ E NO MAR, DEFRONTE DA CAPELA, FEZ-SE O LAGO./ UM PESCADOR. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: capela |
Utilização Actual
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| Religiosa: capela |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| AZULEJO:Fábrica do Carvalhinho, Porto. |
Cronologia
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| Séc. 18 - edificação da capela; 1921- Execução do painel de azulejos, embutido na fachada principal, pela Fábrica do Carvalhinho do Porto. |
Dados Técnicos
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| Paredes autoportantes |
Materiais
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| Estruturas de alvenaria e cantaria; coberturas em telha (exterior) e madeira (interior); revestimento em reboco a cal; pavimento lajeado; azulejos |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| Séc. 21: obras gerais de conservação e restauro: substituição das coberturas, rebocos e pinturas. |
Observações
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| As inscrições dos painéis de azulejos fazem referência à vida marítima e seus perigos, preocupação constante de uma vila piscatória. |
Autor e Data
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| Lurdes Perdigão 1996/ Filipa Avellar 2002 / Cecília Matias 2009 |
Actualização
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