Igreja Paroquial de Lapela / Igreja de São Lourenço

IPA.00015352
Portugal, Viana do Castelo, Monção, União das freguesias de Troporiz e Lapela
 
Arquitectura religiosa. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, interiormente pouco iluminada. Fachada principal terminada em empena, rasgada por portal em arco de volta perfeita.
Número IPA Antigo: PT011604090076
 
Registo visualizado 58 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, mais baixa, tendo adossado à fachada lateral esquerda torre sineira, quadrangular, e sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e sacristia e em quatro na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco e com faixa a cimento encarapinhado pintado de cinzento, com cantaria nos cunhais. Fachada principal virada a E. terminada em empena, com cornija, coroada por plinto paralelepipédico sustentando cruz latina, em ferro; é rasgada por portal em arco de volta perfeita, de moldura simples, encimado por fresta de capialço. No alinhamento da fachada, surge a torre sineira, de dois registos separados por cornija, abrindo-se no primeiro fresta moldurada e no segundo, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita, albergando sino; termina em cornija de betão sobreposta por beirada simples, com pináculos nos cunhais e catavento metálico no topo. Fachadas laterais terminadas igualmente em cornija de betão sobreposta por beirada simples; na torre abre-se, no primeiro registo fresta igual à da frontaria e na sua face posterior surge relógio circular. Fachada posterior com os cunhais coroados por pináculos.

Acessos

WGS84: 42º03'19.54''N., 8º32'19.21''O.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, entre Valença e Monção, a légua e meia daquela vila e a meia légua desta última. Ergue-se isolado, num dos extremos da povoação, inserido em adro, vedado por muro, em alvenaria de pedra, e pavimentado a paralelos de granito. A fachada principal vira-se para os campos envolventes e para o rio Minho. Junto à fachada posterior desenvolve-se o cemitério municipal.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1320 - a igreja de Lapela figura no catálogo das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho do bispado de Tui, que o rei D. Dinis mandou organizar para determinação da taxa a paga, enquadrada no arcediagado de Cerveira; 1444 - D. João I conseguiu do Papa que este território fosse desmembrado do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta; 1512 - D. Diogo de Sousa, arcebispo de Braga, deu a D. Henrique, bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho, onde se incluía Lapela; 1513 - aprovação da permuta pelo Papa Leão X; séc. 16 - época provável da cosntrução da igreja; 1548 - data do tombo da igreja; 1758, 12 Maio - a freguesia era do arcebispado de Braga, comarca secular de Viana e eclesiástica de Valença; a povoação, com uma só rua, ficava próxima do rio, que tinha correntes "humildes" no Verão, mas "soberbas" nas enchentes de Janeiro, obrigando nas maiores, a mudar brevemente o domicílio de quatro a cinco moradores; tinha 37 fogos inteiros ou meios e 104 pessoas maiores e menores; a igreja estava no meio da freguesia, constituindo uma vigairaria anexa ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de Coimbra; o vigário recebia 40$000, tendo os Padres 150$000 de rendimento, fundido com o da Igreja de Santa Maria de Troporiz; a igreja tinha três altares, o da capela-mor dedicado ao padroeiro São Lourenço, e dois colaterais, um dedicado a Nossa Senhora e outro a Santo Cristo; 1759, 3 Setembro - expulsão da Companhia de Jesus, revertendo todos os seus bens para o erário régio; 1774, 4 Julho - provisão de D. José incorporando todos os bens da extinta Companhia de Jesus no património da Universidade de Coimbra, que assumiu a sua administração; pouco depois visitaram-se todas as igrejas da antiga Companhia de Jesus; a igreja de Lapela era a mais pobre e indigna que podia considerar-se, ainda que a capela-mor estivesse decente pela obra que nela mandou fazer o juiz de Fora de Monção por ordem desta Junta; foram levantadas as paredes um covado, madeirada e forrada de novo e branquiada por dentro, achando-se tudo bem executado, ainda que de obra muito ordinária; no altar-mor permanecia então o retábulo antigo, muito pobre, mas não totalmente indecente; não tinha nem nunca teve sacristia e as casas de residência estavam há muitos anos por terra; o Passal era insignificante, podendo render, deduzidas as despesas, entre os mil reis; a freguesia era pequena, compreendendo três lugares: a Quinta de São Lourenço, Quinta d’Agra e Quinta do Verdeal, todos com 49 fogos e 132 almas; a Universidade de Coimbra cobrava os dízimos da freguesia e apresenta o Cura na Igreja; tinha a obrigação de reparar ou reedificar a capela-mor, sacristia e casas de residência e dar todos os paramentos necessários para as mesmas, porque o que pertencia ao corpo da Igreja era da obrigação do povo; devia dar ao pároco côngrua suficiente, então no valor de 8$000, dar cera, vinho e hóstias para a missa conventual, pagar 52 alqueires e 3 quartas de pão meado, 24 cabaços de vinho e $152 em dinheiro ao Arcediago, e, ultimamente, mandar pregar um sermão na Quaresma; relativamente à côngrua do pároco, considerava-se que ela era insuficiente para o sustentar nem que fosse metade do ano, considerando-se, portanto, necessário acrescentar a côngrua com o que parecia justo ou unir esta Igreja à de Torporiz, cuja distância era pequena (não mais de uma quarta légua) e que já noutro tempo estiveram unidas; a Igreja de Torporiz era pouco menos pobre que a da Lapela, mas unindo-se ambas não seria necessário maior acrescentamento de côngrua do que requer cada uma por si; o pároco, que era obrigado a curar esta igreja pelo Prelado Diocesano, confessou ingenuamente que não dizia as missas para o povo e que desonerava a sua consciência com esta confissão, pois lhe parecia que apesar de todos os preceitos que havia sobre este ponto, não estava obrigado a morrer de fome; 1768 - data do registo do requerimento a favor dos eleitos e mais moradores da freguesia, para colocar o Santíssimo Sacramento por modum viático na sua igreja; 1835, 5 Maio - decreto incorporando nos Bens Próprios Nacionais os bens pertencentes à Universidade de Coimbra, que continuava, no entanto, a usufruir dos seus rendimentos; 1848, 21 Novembro - decreto delimitando como bens da Universidade de Coimbra apenas os edifícios estritamente necessários para o seu funcionamento, situados em Coimbra; 1977, 3 Novembro - passou a pertencer à Diocese de Viana do Castelo.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; faixa em cimento encarapinhado, pintado; cunhais, pináculos, plintos e cruz da fachada posterior e molduras dos vãos em cantaria de granito; porta de madeira; cornijas de betão; cruz em ferro; cobertura de telha.

Bibliografia

CAPELA, José Viriato, Monção nas Memórias Paroquiais de 1758, Monção, 2003; www.freguesias de portugal.com, 21 Outubro 2008; www.ttonline.iantt.pt, 20 Outubro 2008.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Universidade de Coimbra: Igrejas da Universidade de Coimbra, Tomo II, Cota - Depósito 14, Secção 8. E, Estante 5, Tabela 9, Nº. 560; Arquivo Distrital de Braga (datas extremas: 1669 - 1904 (não consultada))

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2008

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login