Hospital Termal Rainha D. Leonor

IPA.00014153
Portugal, Leiria, Caldas da Rainha, União das freguesias de Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
 
Edifício termal, construído na transição do barroco para o neoclássico, transparecendo ainda uma linguagem maneirista no tratamento dos cunhais; cornija formando ressalto conferindo um singular movimento à fachada, cujo corpo central obedece aos cânones clássicos. O hospital está subordinado a um rigor planimétrico com um eixo principal central a partir do qual se organizam os espaços interiores que respeitam as suas exigências funcionais. A construção do hospital deu origem ao desenvolvimento de um núcleo habitacional em seu redor. No edifício actual existe uma piscina que se encontra em diagonal, deixando adivinhar uma pré-existência dos primórdios do hospital.
Número IPA Antigo: PT031006030039
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Saúde  Termas    

Descrição

Planta composta quadrangular, irregular, estruturada à volta vários pátios, volumes articulados de 3 pisos elevados e um parcialmente inferior à cota do piso térreo, designado por piso ao nível das piscinas. Cobertura diferenciada em telhados de 2, 3, 4 águas, terraços e clarabóias; fachadas com embasamento em cantaria. Fachada principal, orientada, delimitada por cunhais, organizada em 3 panos de 3 pisos. O pano central, avançado, demarcado por duas pilastras adossadas que suportam o frontão triangular com tímpano decorado por medalhão representando o Mistério da Anunciação, é aberto por portal principal de moldura recta truncada nos ângulos por semi-círculo, encimado por cornija contracurvada e ladeado por duas janelas de moldura igual com cornija curvilínea; 2º e 3º pisos ritmados pela abertura de 3 janelas em cada piso, sendo 2 de verga curva situadas a eixo do portal; todas as fenestrações são sobrepostas por cornija. Os dois panos laterais são animados, cada um, por 9 janelas rectangulares, com bandeira, truncadas nos ângulos em semi-círculo; remate em cornija sob ático. Fachada lateral direita, a N., composta por 4 panos e delimitada por cunhais; 1º pano: 1º piso com plataforma saliente coberta por terraço e provida de escada, rasgada por uma porta; 2º piso aberto por uma porta ladeada por janelas; 3º piso com 3 janelas; remate em cornija com platibanda; 2º pano: saliente, demarcado por 2 pilastras onde assenta frontão triangular aberto no tímpano por fenestração quadrangular chanfrada; 1º piso abre para túnel que liga o hospital ao Pavilhão Novo; 2º e 3º pisos abertos por uma janela ladeadas por falsas janelas; 3º pano: ritmado pela abertura de portas e janelas no 1º piso e por 5 janelas no 2º e 5 no 3º; remate em cornija; 4º pano: saliente, repete a composição do 2º, à excepção do 1º piso que é aberto por uma porta; todas as fenestrações têm molduras chanfradas. Fachada E. de 3 panos, sendo o central ocupado pelo corpo da igreja matriz; pano do lado esquerdo no 1º piso abre por uma porta e 2 janelas falsas com moldura chanfrada, 2º e 3º pisos por 2 janelas de sacada com bandeira e guarda em ferro, moldura rectangular, ladeadas por janelas de moldura chanfrada. Fachada S. repetindo a composição da fachada N., está adossada ao corpo pertencente à Casa das Máquinas, interligados por túnel (2), que funciona como passagem para a igreja, em abóbada de berço tendo ao meio 2 pilastras encimadas por mísulas volutadas, de linguagem maneirista, suportando trave. INTERIOR: através de um guarda-vento acede-se ao vestíbulo coberto com abóbada de aresta, que nos conduz aos diferentes espaços hospitalares, nomeadamente a escadaria para o piso superior, situada do lado esquerdo e à direita um corredor com rodapé de azulejo monócromo azul sobre fundo branco e um elevador, ocupando o espaço da Capela de Nossa Senhora da Graça. Fronteiro situa-se um corredor que funciona como eixo estruturante, apresentando compartimentação à esquerda e à direita, tendo ao centro a Casa da Copa com buvete e na parede lateral direita um painel emoldurado por cartela de cantaria com inscrição evocativa a D. João V e respectivo brasão encimado por coroa fechada; tectos com cercadura de estuque. Depois da Casa da Copa novo corredor de acesso às diferentes secções, tendo do lado esquerdo um pátio e sector de banheiras e duches e do lado direito acesso ao banho subaquático, um sector de caldeiras e um sector de piscinas. No topo deste corredor uma porta, ocupando toda a facha murária de acesso a um saguão que ligava a igreja ao hospital. Do lado esquerdo uma porta de moldura rectangular dá acesso ao piso inferior, cota original do antigo hospital, através de escadaria, com lambril de azulejos "esponjados", onde se situam duas piscinas: PISCINA DAS MULHERES, actualmente transformada em sala de inalações, de planta rectangular, com guarda-vento e cobertura em abóbada de berço assente sobre cornija, com uma clarabóia rectangular dividida ao meio por arco; corrimão embebido na caixa murária; a piscina no centro da sala é circundada por balaustrada de protecção; as paredes são abertas por portas, duas no topo e uma lateral que dá acesso às galerias da estrutura inicial e onde estão instaladas as infra-estruturas actuais; PISCINA DA RAINHA de planta rectangular com cobertura em abóbada de berço aberta por duas clarabóias circulares; o acesso à piscina é feito por 2 lances de escadas colocados nos topos; paredes rasgadas por portas com acesso às galerias e uma lateral que liga ao vestiário com janela de esbarro no topo esquerdo e cobertura em abóbada de berço. Ao mesmo nível, mas do lado direito, 3 outras piscinas - Banho dos Homens - sala quadrangular com cobertura em abóbada, pano murário lateral com duas portas pelas quais se acede, uma à - Piscina das Mulheres - e outra dá para um pequeno vão que foi de acesso a escadaria, e ainda - o Banho da Rainha -, de planta rectangular com uma porta em cada topo uma com acesso a escadas, com lambril de azulejos, que conduzem ao 1º piso; o acesso ao 2º piso é feito através de um arco polilobado rematado por cornija curva que liga a escadaria de três lanços com corrimão em pedra embebido na parede, no topo do 2º lanço uma janela de esbarro; cobertura em abóbada rebaixada; no topo da escadaria um arco rebaixado encimado por espelho pétreo conduz-nos a um corredor abobadado, com portas de distribuição das diferentes áreas em arco em asa de cesto, situando-se ao centro o salão nobre, (antiga sala de descanso dos aquistas), sendo as restantes salas ocupadas pelos serviços administrativos, consultório médico, vários páteos de luz, salas de tratamento e ginásio; no 3º piso distribuem-se as enfermarias, - de Santa Isabel, Santo António, São Francisco, Santa Maria e São João.

Acessos

Largo Rainha D. Leonor; Largo D. Manuel I

Protecção

Em vias de classificação / Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo (v. PT031006030001)

Enquadramento

Urbano, implantação destacada na malha urbana do Centro Histórico das Caldas da Rainha, isolado nas fachadas laterais e posterior por muro de sustentação de terras, com gradeamento, formando uma espécie de fosso, adossado à fachada posterior da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo (v. PT031006030001). Em plano sobrelevado às traseiras do Hospital, salienta-se o antigo Paço Real, actual Museu do Hospital e das Caldas (v. PT031006030017) e o edifício da Administração do Hospital. Fachada N. voltada para o lg. D. Manuel I, com calçada portuguesa, tendo ao centro uma fonte e a NE. adossado ao muro o Chafariz da Rua Nova (v. PT031006030006). A fachada principal é voltada para amplo largo, antigo Largo da Copa, que dá acesso ao Parque das Termas, confrontando com o devoluto e em ruína Clube de Recreio, cuja fachada principal forma uma meia laranja, e o Balneário Novo ou Casa da Convalescença, edifício neoclássico de planta quadrangular, de 2 pisos. (1). Atravessando a passagem de acesso à Igreja temos uma Fonte de grande efeito cenográfico, onde a água é o actor principal, do escultor José Aurélio.

Descrição Complementar

Restos de painéis azulejares do séc. 16 e 18 de grande criatividade pelo equilíbrio da composição, pelo emolduramento e qualidade estética. O estabelecimento termal é composto por 6 enfermarias para homens: São Francisco, São Camilo, São João de Deus, São Pedro, Santo Amaro, Nossa Senhora do Pópulo; e de 2 para mulheres: Santa Isabel e Santa Clara. INSCRIÇÕES: Inscrição gravada numa lápide Leitura: JOANNES QUINTUS LUSITANIAE REX VIGESIMUS QUARTUS BENEVOLENTIA ET, CHARITATE MOTUS HANC THERMARUM HOSPITALISSIMAM DOMUM INSTAURARE À FUNDAMENTIS, ET DECENTIUS AUGERE JUSSIT AD MAIUS AEGROTANTIUM COMMODUM ANNO REDEMPTIONIS M.DCC.XL.VII. ET IN TRIENNIO ABSOLUTA CONSPICITUR LEONORA REGINA REGIS JOANNIS II DILECTISSIMA CONJUX CONSTRUXERAT, ET ORDINAVERAT, SOLICITÉ LIBERALITER, ET RELIGIOSE ANNO DOMINI M. CCCC. LXXX. VIII. AMBO MISERICORDES, AMBOBUS DEUS RETRIBUET FRUERE HOSPES, IMITARE QUE QUENTUM POT ET NON TE PRAENITEBIT.

Utilização Inicial

Saúde: termas

Utilização Actual

Saúde: termas

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 15 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: João Antunes (1658); Lucas José dos Santos Pereira (1853); Manuel Caetano de Sousa (1780-1783); Pedro Gualter da Fonseca (séc. 18). CARPINTEIROS: João da Costa Ribeiro (1631); João de Faria (1663); José Abreu (1680); Lourenço Rodrigues (1675); Manuel Martins (1747). DESENHADOR: Eugénio dos Santos (3) (1747-1750). ENGENHEIROS: Manuel da Maia (1748); Parreiras (1842). ESCULTOR: Duarte Mendes (1533). FERREIRO: Francisco Antunes (1663). LADRILHADORES: António Rodrigues (1747); Gaspar Marques (séc. 16). PEDREIROS: Afonso Pires (1522); Aleixo Henriques (1521); António Pires (1522); Custodio Milheiro (1662-1663); Diogo Fernandez (1522); Fernão Anes (1522); Francisco Ferreira (1707); Gaspar Alves (1618); João de Lisboa (1522); José Gomes (1707); Lourenço Dias (1656): Manuel Correia (1663, 1669-1670, 1675); Mateus Fernandes (1521); Mestre Álvares (1603). PINTORES: António Machado Sapeiro (1708); Belchior de Matos (1607); Domingos Lopes (1634-1639, 1655); Roque de Figueiredo (1659).

Cronologia

1222 - referência dos banhos das caldas de Óbidos no testamento de D. Zoudo, proprietário da aldeia da Cornaga (atual Tornada); 1336 - Carta de Alvaro Pais, bispo de Silves, a D. Afonso IV, datada de Alcobaça, informando que seguia para as caldas de Óbidos para completar restabelecimento de doença de pele; 1474 - D. Afonso V concede privilégios a quem se fixar nas caldas de Óbidos; 1482 - D. Leonor é nomeada donatária do concelho de Óbidos; 1484 - devido à peste, D. João sai de Lisboa e ordena à Rainha que proceda do mesmo modo, a qual parte para as suas casas em Óbidos. Deslocando-se de Óbidos a caminho da Batalha, D. Leonor encontra os banhos das caldas e decide melhorar as respetivas condições; 1485 - consulta a mestre António, físico régio, sobre a escolha da localização do estabelecimento; início das obras do balneário; nomeação de Alvaro Dias Borges "provedor das ditas caldas"; 1488 - carta de privilégios e liberdades a 10 moradores, dada por D. João II, que estabelece, também, um couto de 20 homiziados; novo balneário recebe os primeiros doentes, sendo provavelmente desta data o plano de construção de um Hospital consagrado a Nossa Senhora do Pópulo; 1491 - carta régia de D. João II atribuindo às Caldas privilégio de possuir Juiz de Sisas, tendo sido nomeado para o cargo o provedor Dias Borges 1495 - Álvaro Dias Borges termina as funções de provedor das caldas; 1496 - súplica enviada pela Rainha ao Papa Alexandre VI, pedindo indulgências para os visitantes da capela de Nossa Senhora do Pópulo; 1496 - 1497 - conclusão provável das obras do Hospital; 1497 - D. Manuel confirma carta de privilégios concedidos aos moradores das Caldas; Bula do Papa Alexandre VI concedendo indulgência plenária em artigo de morte a quem falecesse no Hospital; 1498 - D. Manuel beneficia o Hospital das Caldas com a possibilidade de "possuir até 300 reais de renda"; 1500 - Bula do Papa Alexandre VI concedendo à rainha D. Leonor que o capelão do hospital das termas de Óbidos possa receber certa pensão do hospital; 1501 - D. Manuel torna extensivos os privilégios concedidos aos primeiros caldenses a mais 30 moradores e 10 homiziados; 1502 - D. Manuel eleva o quantitativo de renda que o hospital pode possuir anualmente para 400 reais; 1503 - morte de Gomes da Fonseca, segundo provedor do hospital; 1507 - Jerónimo Aires nomeado provedor do Hospital; 1507 - D. Leonor envia a Roma o seu capelão Diogo Dias, com instruções para consultar o cardeal de Alpedrinha, D. Jorge da Costa sobre o compromisso do Hospital das Caldas; 1508 - Papa Júlio II aprova o Compromisso do Hospital das Caldas; 1508 - D. Leonor doa ao hospital os direitos das jugadas e oitavas de Óbidos e Aldeia Galega; 1510 - D. Manuel concede ao hospital isenção de sizas; 1511 - carta régia de D. Manuel instituindo a vila das Caldas e demarcando o respetivo termo; 1512 - data da assinatura do Compromisso de D. Leonor; confirmação do Compromisso da Rainha por D. Manuel I; 1518 - D. Leonor vem para o Hospital, fugindo da peste em Lisboa; 1521 - construção das varandas do hospital pelos mestres pedreiros Mateus Fernandes II (sucessor de seu pai na edificação do hospital) e Aleixo Henriques; 1522 - construção do portal principal pelos mestres pedreiros Fernão Anes, João de Lisboa, Diogo Fernandez, António Pires e Afonso Pires; 1525 - morte da Rainha D. Leonor; 1528 - construção de novas enfermarias, uma para doentes febris e outra para religiosas; 1531 - primeira inspeção ao hospital por mandado régio; D. João III visita o hospital; 1532 - D. João III entrega a administração do Hospital à Congregação de São João Evangelista; criação do Tribunal da Mesa da Consciência e Ordens; obras no portal do hospital; 1533 - Duarte Mendes, pedreiro da Batalha, recebe 3 mil reais pela empreitada das esculturas do grupo da Anunciação para o portal do hospital das Caldas; 1546 - conclusão do novo andar sob a copa dos enfermos; 1550 - o hospital principia a receber doentes que pagam; 1572 - inspeção ao hospital ordenada pela Mesa da Consciência e Ordens; 1575 - início da construção de uma nova enfermaria para religiosos; nova visitação ao hospital; 1577 - confirmação do Compromisso de D. Leonor por D. Sebastião; obras nas varandas do hospital; 1581 - confirmação do Compromisso por D. Filipe; 1583 - construção da nova enfermaria dos clérigos e colocação de cortinas e leitos de ferro na enfermaria de São Silvestre; 1586 - construção da enfermaria de São Pedro; conclusão das obras de nova enfermaria das mulheres; 1598 - Filipe I extingue couto de homiziados caldenses, mantendo os privilégios a moradores, em número de 30; 1607 - trabalhos diversos de pintura nas enfermarias, pelo pintor Belchior de Matos; 1608 - na sequência de uma inspeção da Mesa de Consciência, a administração é tirada aos cónegos de São João Evangelista; 1616 - pinturas diversas; 1618 - colocação do retábulo de Nossa Senhora do Pópulo no oratório dos padres provedores; construção de umas escadas de ligação entre a Igreja e o edifício da Contadoria, pelo mestre pedreiro Gaspar Alves; 1626 - a Misericórdia de Lisboa passa a enviar os seus doentes ao Hospital das Caldas; o hospital encomenda 23 telas com retratos dos monarcas para a Sala dos Reis; 1628 - 1640 - Francisco Antunes, nomeado médico do Hospital; sob a sua direção foi ampliado o leque de utilizações dos banhos; 1634 - inspeção ao Hospital; 1637 - o pintor Domingos Lopes é designado privilegiado do Hospital; 1639 - pintura de um novo painel da Rainha D. Leonor pelo pintor Domingos Lopes; 1645 - D. João IV faz tratamento no Hospital; 1647 - nova inspeção ao Hospital; 1653 - nomeado Provedor Jorge de São Paulo; 1656 - Jorge de São Paulo escreve a História da Fundação do Hospital; 1658 - construção de uma nova enfermaria, de São João, e de um novo altar, obra do mestre João Antunes; 1659 - empreendida vasta reforma da igreja e do hospital com a colocação dos oratórios das enfermarias; pintura dos painéis das enfermarias de São Pedro e São João por Roque de Figueiredo; 1662 - nova nomeação de Jorge de São Paulo para Provedor do Hospital; construção da escada de ligação entre o refeitório dos religiosos e a piscina termal, pelo mestre pedreiro Custodio Milheiro; 1663 - construção de uma escada de serviço ligando o interior do hospital ao pátio interior, formando um pequeno claustro, pelo mestre pedreiro Custódio Milheiros; construção de um lavatório de mármore para o refeitório; construção de novas grades de ferro para as janelas da "Caza das Religiosos", obras nos camarotes e armários nos aposentos dos frades, conservação das portas de ligação entre as enfermarias dos doentes acamados e a Igreja, realizadas pelo pedreiro Manuel Correia, carpinteiro João de Faria e o ferreiro Francisco Antunes: 1664 - morte de Jorge de São Paulo, Provedor do Hospital; 1668 - despesas com azulejos dos alisares, do painel da copa, da enfermaria das mulheres no 1.º andar e de toda a casa da copa; 1669 - 1670 - revestimento em ladrilho das varandas do hospital, obra efetuada pelo pedreiro Manuel Correia; 1672 - 1673 - nova encadernação do livro do "Compromisso" em veludo azul com broxas de prata, pela quantia de 4$600; obras na varanda da enfermaria dos frades; 1675 - inspeção ao Hospital; visita da Infanta D. Maria ao Hospital; obras nos camarotes da enfermaria dos homens feitas pelo mestre pedreiro Manuel Correia e pelo carpinteiro Lourenço Rodrigues; 1679 - despesas com os azulejos para a enfermaria das mulheres, a escada, enfermaria dos religiosos, enfermaria dos homens e para os alisares do hospital; 1680 - é paga a importância de 64$000 ao carpinteiro José Abreu, por forrar e ladrilhar a casa dos provedores e os quatro camarotes da enfermaria das mulheres; 1693 - colocação de uma fonte no pátio exterior do hospital; 1700 - 1701 - construção de três casas de madeira junto ao hospital para receber a aristocracia que ocorria em grande número aos banhos das caldas; desmoronamento da enfermaria de São Pedro, sobre a casa da botica e consequente restauro; 1706 - em resultado duma inspeção mandada efetuar pela Mesa da Consciência e Ordens, são apontados diversos erros e deficiências na gestão hospitalar, quer a nível clínico, quer a nível administrativo; provisão régia ordenando que o hospital assistisse com remédios e enfermeiro ao convento de São Miguel das Gaeiras; doação destinada a custear a construção da Convalescença; 1708 - colocação na sala da galeria dos reis o retrato de D. João V, do pintor António Machado Sapeiro; 1709 - inspeção ao hospital; 1711 - construção da cocheira real, frente à fachada principal do hospital; séc. 18 - afastamento dos cónegos regrantes da administração do Hospital Termal; 1721 - a vistoria realizada neste ano ao hospital dá conta do avançado estado de degradação devido às infiltrações nos seus alicerces e à ameaça de ruína, que grassava em todo o edifício, sugerindo obras gerais de recuperação que orçavam num total de 3:247$000; 1724 - a Administração do Hospital foi entregue a um leigo - José da Cunha Cardoso; a Mesa da Consciência e Ordens, face à ameaça de desmoronamento e incapacidade técnica de resolver os problemas existentes, envia João Baptista Barros - arquiteto das Obras das Três Ordens Militares -, para fazer o "levantamento das necessidades e deficiências estruturais das fundações do hospital, o qual constata que os alicerces do edifício do hospital já não aguentavam o seu peso, devido às permanentes campanhas de obras de ampliação do hospital, feitas sem nenhuma preocupação de carácter técnico, baseando-se apenas no improviso arquitectónico (...) que iam agravando cada vez mais a situação dos suportes estruturais do edifício(...)" (BORGES, 1998:77); 1730 - 1739 - durante este período foram executadas obras de recuperação e restauro, tendo o provedor na altura, José da Cunha Cardoso, mandado demolir a fachada principal do edifício, o que levou à sua suspensão pela MCO, e posteriormente a retirada da administração do hospital aos cónegos Lóios; da fachada do hospital demolida conservaram-se as duas esculturas da Anunciação, posteriormente colocadas na torre sineira da igreja; abate da varanda do lado N. devido ao peso excessivo, e consequente restauro; pedido ao arquitecto João Baptista de Barros de um projeto para a Convalescença, projeto de voltou a ser pedido, desta vez ao arquitecto Carlos Mardel; 1735 - o médico Jacob de Castro Sarmento publica "Materia Medica Físico-Histórica-Mecânica", com referências às águas das Caldas; 1740 - o Rei concede aos habitantes das Caldas isenção de direitos de portagem; 1742 - D. João V vem às Caldas em tratamento; Manuel da Maia escreve "Memorias para o sistema das agoas dos banhos das Caldas da Rainha, principiadas no anno de 1742, tempo que El Rey N.S. foi tomar o remedio dos banhos"; João Pedro Ludovice fez o levantamento topográfico da vila das Caldas e, simultaneamente, o diagnóstico de necessidades das obras para o hospital; 1743 - D. João V recebe a visita nas Caldas de Sebastião José de Carvalho e Melo, então embaixador em Londres; 1747 - 1750 - sob a ação mecenática de D. João V, inicia-se o período de renovação e construção do novo hospital das Caldas, sendo que do antigo apenas restam alguns pormenores (piscina da rainha); encomenda do medalhão colocado no tímpano da fachada principal, representando o mistério da Anunciação, executado conforme desenho de Eugénio dos Santos (5); 1747 - o carpinteiro Manuel Martins assina contrato para a execução da obra do novo Hospital; indicação do nome do Mestre António Rodrigues, ladrilhador de Lisboa, na obra do hospital; 01 abril - ordem para abrir o Hospital; 1747 - 1748 - assento de azulejos nas enfermarias; 1748 - Manuel da Maia é encarregado da construção de um aqueduto de abastecimento de água potável às Caldas da Rainha; 1750 - conclusão das obras tendo sido gastos 132 contos de reis, passando o Hospital a dispor de 143 camas e 44 camarotes; 1753 - Jacob de Castro Sarmento publica livro sobre as águas termais caldenses; 1760 - D. José I frequenta as Caldas da Rainha; 1772 - morte do Provedor Padre José de Santa Úrsula, último provedor Lóio do Hospital, cargo ocupado provisoriamente pelo Juiz de Fora das vilas de Caldas e Óbidos; 1775 - a Mesa da Consciência e Ordens envia o arquiteto Domingos da Silva Raposo às Caldas para fazer a planta das duas novas enfermarias destinadas ao edifício da Convalescença; promulgado o Alvará de Novo Regimento do Hospital Real das Caldas, que revoga o Compromisso em vigor desde 1512; o Hospital passa a ser tutelado pelo Rei através da Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, a quem compete nomear e demitir a direção; 1780 - 1783 - obras diversas realizadas sob a orientação do arquiteto Manuel Caetano de Sousa; 1781 - a rainha D. Maria I frequenta as Caldas; 1786 - Laureano Joaquim de Sousa desenhou o "Mappa Geral das acomodaçoens que se fiserão na Villa das Caldas para sua Mag. e e AA.e mais familias da cometiva"; 1791- Francisco Tavares, professor da Universidade de Coimbra, publica "advertencias sobre os abusos, e legitimo uso das Aguas Mineraes (...), para servir de regulamento aos enfermos que dellas tem precisão real"; 1799 - António Gomes da Silva Pinheiro é Administrador do Hospital (6); 1805 - construção de um cemitério; 1825 - D. João VI manda construir uma nova enfermaria; 1837 - criação do Clube de Recreio; 1853 - o hospital sofre grande incêndio, sendo os trabalhos de restauro e remodelação da responsabilidade do arquiteto Lucas José dos Santos Pereira; 1855 - inauguração da convalescença; 1860 - separação entre enfermarias e piscinas; 1880 - introdução do vaporário; 1884, 23 agosto - foi decidido oficialmente a reforma do hospital (4); 1888 - Berquó solicita ao Diretor das Obras Públicas do Distrito de Leiria o levantamento da planta do edifício hospitalar e balnear e o apoio de um topógrafo para fazer o levantamento do passeio da Copa e terrenos anexos (vinhas); 1889 - nomeação de Rodrigo Cantagalo Berquó para diretor do Hospital Real das Caldas, feita por D. Luís I; 1894 - início da ampliação do edifício balnear setecentista para um piso mais com a demolição da igreja de Nossa Senhora. da Graça; novo hospital termal para o internamento, com a construção dos Pavilhões do Parque; 1896 - morre Berquó, sucedendo-lhe o médico José Filipe de Andrade Rebelo; Os pavilhões nunca foram terminados e jamais foram utilizados com as funções que o seu autor lhes destinara; 1897 - conclusão das obras no Hospital; 1937 - 1839 - obras e abertura do Balneário da Convalescença (7); 1962 - o Hospital Termal é elevado a Hospital Central da Zona Sul; 1971 - criado o Centro Hospitalar das Caldas da Rainha; 1997 - o hospital termal é encerrado devido ao aparecimento de uma bactéria "pseudomona aeruginosa"; 2001, 21 agosto - é reaberto o Hospital; 2002 - envio de processo de pedido de classificação ao IPPAR pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha; 2012, 19 setembro - publicação da abertura do procedimento do processo de classificação do Hospital e Parque Termal das Caldas da Rainha, Anúncio n.º 13439/2012, DR, 2.ª série, n.º 182.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Pedra, telha, vidro, madeira do Brasil, calcário, azulejo industrial, pedra de Lioz; axulejo pigmentado com azul manganês.

Bibliografia

À Volta das Termas, 2002; AAVV, Terra de Águas, CMCR, Caldas da Rainha,1993; BORGES, Nicolau João Gonçalves, O Hospital Termal das Caldas da Rainha: Arte e Património, Lisboa ( texto policopiado - tese de mestrado História da Arte, Património e Restauro, Univ. de Lisboa), 1998; Caldas da Rainha: Património das Águas - Projecto de Candidatura a Património da Humanidade, CMCR, Caldas da Rainha, 2004; Compromisso do Hospital das Caldas pela Rainha D. Leonor, Imp. da Universidade, Coimbra, 1930; GOMES, Saúl António, As Cidades Têm uma História História. Caldas da Rainha, das origens ao Século XVIII, P.H., Caldas da Rainha, 1994; CORREIA, Fernando da Silva, Pergaminhos das Caldas, P.H., Caldas da Rainha, 1995; MACHADO, João Saavedra, Azulejos do Hospital Termal das Caldas da Rainha (séc. XVI - XVIII), Caldas da Rainha, 1987; MANGORRINHA, Jorge (coord.), Rodrigo Berquó Cantagalo: arquitecto das termas; Centro Hospitalar, Caldas da Rainha, 1996; MANGORRINHA, Jorge, Pavilhões do Parque: Património e Termalismo nas Caldas da Rainha, CHCR, Caldas da Rainha, 1999; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; O Compromisso da Rainha - exposição realizada na capela de S. Sebastião - Maio / Junho, Caldas da Rainha, 1992; O Lugar das Termas, 2000; PAULO, Jorge de São, História da Rainha D. Leonor e da Fundação do Hospital das Caldas (original de 1656), Lisboa, 1928; PEREIRA, Carlos Maria, FERREIRA, António Aurélio da Costa, O hospital de Dona Leonor das Caldas da Rainha : relatório da commissão nomeada por portaria de 4 de Fevereiro de 1911, para syndicar dos actos da Administração do referido hospital, Coimbra, 1913; PINTO, Helena Gonçalves, Do Passeio da Copa ao Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha, (texto policopiado), s.d.; Regulamento do hospital real das Caldas da Rainha e seus annexos, Lisboa, Hospital Real das Caldas da Rainha, 1893; SERRA, João, TRANCOSO, Vasco, Sobre as Águas: Hospital Termal Rainha D. Leonor, Torres Vedras, 1991; SILVA, José Custódio Vieira da, A Igreja de Nossa Senhora do Pópulo das Caldas da Rainha, Caldas da Rainha, 1985.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREL, Arquivo Pessoal de Francisco Caldeira Cabral; CHCR

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CHCR

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Arquivo Pessoal de Francisco Caldeira Cabral; DGARQ/TT: ADLeiria; AHHTCR; CMCaldas da Rainha

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1537 - reforma dos camarotes dos religiosos; 1603 - obras no oratório dos padres provedores, pelo mestre pedreiro Alvares; 1617 - restauro do retábulo do oratório da enfermaria dos homens; 1631 - obras diversas de carpintaria feitas pelo mestre imaginário João da Costa Ribeiro; 1639 - restauro do retábulo do altar de São Pedro na enfermaria do mesmo nome; 1655 - restauro da pintura da parede e a pintura do retábulo de Nossa Senhora do Pópulo, do oratório dos padres provedores, tendo-lhe sido colocados dois novos painéis de autoria do pintor Domingos Lopes; 1656 - reparações diversas nos banhos termais: revestimento das paredes, lajeamento, canalizações; substituição dos telhados das enfermarias; reconstrução do muro da cerca, trabalhos realizados pelo mestre Lourenço Dias; 1669 / 1670 - reparação dos camarotes das enfermarias das mulheres e da enfermaria de São Pedro, obras efetuadas pelo pedreiro Manuel Correia; 1688 - obras de restauro nos banhos das mulheres; restauro do camarote das religiosas; 1692 - substituição de caixilharias de portas e janelas, pinturas dos paramentos de todo o edifício hospitalar; 1700 / 1701 - caiação de todas as divisões do hospital; 1707 - substituição dos telhados do hospital, obra a cargo dos pedreiros Joseph Gomes e Francisco Ferreira; 1711 - renovação dos tanques dos banhos; 1710 / 1711 / 1712 / 1713 / 1714 / 1715 / 1716 / 1717 / 1718 / 1719 - obras na copa real; 1774 - obras de conservação no telhado do hospital; 1842 - obras de restauro e melhoramento, por ordem de D. Pedro IV, supervisionadas pelo oficial engenheiro Parreiras; DGEMN: 1937 - obras de remodelação, instalação de sanitários; 1959 - obras urgentes de reparação das coberturas e tetos do balneário, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1961 - remodelação da instalação elétrica no 2º andar; 1964 - remodelação da instalação elétrica nos sanitários; CHCR: 1981 - fachadas picadas, rebocadas e pintadas de amarelo; 1982 - pavimento do túnel que dá passagem para a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e arranjo exterior em pedra de Lioz; colocação de um guarda-vento da entrada principal; obras gerais no interior do 1º piso com alteração dos espaços funcionais; instalação de aquecimento - 1ª fase; 1990 / 1992 - recuperação da secção de balneoterapia; 1991 - remodelação das piscinas; instalação de novo sistema elétrico; 1992 - iluminação da fachada principal; reforço de fundações dos pilares dos edifícios; 1993 - remodelação da sala de convívio; 1994 - construção do túnel que liga o hospital ao parque, com circuito de doentes entre o Balneário Novo e o hospital; criado um acesso a S. para a entrada da comida cortando o muro existente; remodelação de instalações sanitárias; adaptação de uma sala do 3º piso a sala de reuniões; substituição do chão do Bar; 1995 - arranjo e colocação de uma fonte no largo D. Manuel I; obras de manutenção na piscina Bolha de Ar; 1996 - pavimentação do refeitório; aberturas de portas para acesso às piscinas de Inalações; 1997 - restauro e modernização das enfermarias; 2001 - instalações sanitárias na ala das consultas externas e sala de espera.

Observações

(1) O Hospital faz parte do complexo termal das Caldas da Rainha, juntamente com a Mata e o Parque D. Carlos I, projectado por Rodrigo Berquó em 1889, no espaço do antigo "Passeio da Copa", aberto em 1799, que integra, actualmente, um conjunto de edifícios como o Museu José Malhoa (v.PT031006030012), com a distribuição escultórica por todo o espaço, transformando-o num museu ao ar livre, o Bar, coreto, diverso mobiliário urbano, e um lago artificial. Dentro da área do parque foram construídos os Pavilhões do Parque. Projectados para receberem as áreas de internamento do Hospital Termal, representam um forte testemunho da reforma termal executada no séc. 19. Nunca cumpriram a sua função hospitalar, tendo tido ao longo de mais de um século as mais diversas funções de âmbito social, militar, cultural e educativo. Passeio da Copa apareceu no séc. 18 - 1799, associado à construção da casa da Convalescença, que permitia aos doentes cumprirem fora do ambiente sulfuroso a fase final da cura. O passeio permitia aos doentes em fase de convalescença passearem e recrearem-se. Foi uma obra concretizada sob a administração de António Gomes da Silva Pinheiro. (existe um trabalho publicado que nos dá a conhecer este desenho do passeio público, ao estilo dos jardins barrocos) Existiam várias construções- moinho, banho dos cavalos. (2) segundo os investigadores esta entrada pertence à construção do séc. 15. (3) autor do medalhão do tímpano, executado na "escola de Mafra". (Tendo sido retirado o grupo escultórico, tenta-se respeitar o programa iconográfico com a colocação do medalhão). (4) A Campanha de obras do séc. 18 demoliram o complexo termal do séc. 16, dando origem a um novo espaço arquitectónico, mais "disciplinado e esteticamente mais coerente". Reforçaram-se as fundações que devido ao excesso de construções que lhe tinham sido acrescentadas ao longo dos 2 séculos de existência, não suportaram o seu peso tendo tendo ficado soterradas em mais de 8 metros. Descrição feita pelo Padre Luís Cardoso quando da conclusão das obras do séc. 18: "(...) começou-se no mez de Maio de 1747 a demolir a obra antiga; a qual se encontrava já muito enterrada a respeito das aguas das partes circunvizinhas que iam penetrando o edifício, para que foi preciso levantar-lhe os pavimentos e pô-los quasi no da igreja da Vila, para onde se subia por muitos degraus e agora se sobe só por um; para qual há uma tribuna de homens e duas de mulheres, e ficam para o Nascente, para os quais é pricisa mais distinção, além da tribuna Real. Não somente se levantaram os pavimentos para buscar mais comodidade e desafogo na altura, mas se tomou mais extensão de terrenos para a parte da Praça Velha e para a parte do sul, derrubando-se várias moradas de casas que se compraram, não só para ficar todo o hospital insulado e livre de edifícios, mas também a fim de aumentar e melhorar as enfermarias dos homens (...) A frontaria principal fica olhando directamente ao poente, e nela se formaram muitos e bons camarotes para pessoas particulares que, sem dependencia da caridade do hospital, quizerem assistir neles. No tímpano desta frontaria, que vai sobre a cimalha real que cerca todo o edifício, se vê colocada uma medalha de marmore, com o Mistério da Anunciação da Senhora, que ocupa todo o plano do mesmo tímpano(...)". (5) Da acta da reunião resultou :"necessidade de reforma do Hospital, estabelecimento balnear e suas dependências (...) necessidade (...) a favor da qual encontrava (o governador Civil ) pronunciada a opinião pública. Essa necessidade surge justificada, no parecer dos médicos presentes, nestes termos: (...) que estes melhoramentos, sendo circunscritos aos recursos de que dispõe anualmente a administração do hospital, não satisfazem completamente as últimas indicações da ciência; que as nascentes das águas termais que se encontram nesta localidade são por tal forma abundantes e ricas de mineral e está tão conhe4cida a eficácia da sua aplicação terapêutica, comprovada por alguns séculos de existência, que se afoitam a asseverar que o estabelecimento balnear das Caldas da Rainha pode vir a ser considerado, se não o primeiro, como um dos primeiros da Europa; que é, portanto, uma necessidade a reforma do estabelecimento, mas que julgam também indispensável embelezar as suas dependências e melhorar as condições higiénicas da localidade, de forma a torná-la atraente e agradável, satisfazendo assim, ao mesmo tempo as reclamações da ciência e as exigências da sociedade moderna. Que sendo já elevado o número de pessoas que procuram as águas termais desta localidade, a concorrência deve multiplicar com o advento do caminho de ferro que muito em breve há-de atravessar esta região e que, por isso, a reforma além de necessária é urgente, para que o crédito destas águas continue a transpor a fronteira e a difundir-se mais largamente pelos países estrangeiros". Os painéis azulejares que se encontravam nas diferentes salas do hospital, estão, actualmente, no Museu do Hospital e das Caldas da Rainha.(6) Mandou construir nos terrenos da antiga Quinta do Hospital, o "Passeio da Copa", destinado á convalescência dos doentes, cuja estrutura obedecia à composição axial e eixos de simetria, característicos do Jardim Barroco. (7) - Executada uma planta do parque intitulada "Parque Hospitalar Raínha D. Leonor", assinada por Marcelino Augusto de Sousa (desenhador), sendo um levantamento das árvores existentes na zona compreendida entre o casino, lago e casa dos barcos. Este foi um documento que serviu de base ao Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral para a caracterização do elenco floristico do parque, necessário à elaboração do ante-projecto de remodelação do parque em finais da década de 40.

Autor e Data

Cecília Matias e Filipa Avellar 2002

Actualização

 
 
 
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