Edifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Esposende
| IPA.00014119 |
| Portugal, Braga, Esposende, União das freguesias de Esposende, Marinhas e Gandra |
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| Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e neoclássica. Igreja de Misericórdia de planta igreja longitudinal, de nave única e capela-mor, rectangulares, em eixo, capela lateral profunda do Senhor dos Mareantes, integrada no corpo rectangular da Casa do Despacho, adossada lateralmente a O., onde se integra igualmente a sacristia e a torre sineira. Fachadas da igreja simples, quebradas pelo remate barroco da cornija de lanços da fachada principal e pelos portais maneiristas, enquadrados por colunelos. Interior da nave e capela-mor decorado por silhar de azulejos seiscentistas de padrão, com cobertura da nave em abóbada de berço estucada e da capela-mor em abóbada de berço com caixotões. Capela do Senhor dos mareantes revestida a talha maneirista, com decoração de grotescos, fechada por balaustrada torneada barroca. Interiormente apresenta iconografia alusiva à Paixão de Cristo e a personagens bíblicas. Púlpito com guarda de balaustrada de bolachas. Retábulo-mor ainda com elementos de barroco nacional, nomeadamente as colunas pseudosalomónicas e a arquivolta do remate, misturados com elementos neoclássicos intruzidos provalvelmente com modificações feitas no séc. 19. O portal principal e lateral são iguais, repetindo a decoração de dentículos usada na cornija de remate da fachada principal e no remate dos janelões do pano da nave da fachada lateral. A torre sineira não se destaca em altura, sendo apenas coroada por estreita sineira com ventana em arco pleno. A Capela do Senhor dos Mareantes apresenta um excelente trabalho de talha, enriquecido com a vasta iconografia representada. Esta capela, assim como a capela-mor apresentam pavimento em mármore policromo, de modo a criar padrões geométricos. |
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| Número IPA Antigo: PT010306050003 |
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| Registo visualizado 578 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital Misericórdia
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Descrição
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| Planta composta por igreja longitudinal, de nave única e capela-mor, rectangulares, em eixo, capela lateral profunda, conhecida como do Senhor dos Mareantes, integrada no corpo rectangular da Casa do Despacho, adossada lateralmente a O., onde se integra igualmente a sacristia e a torre sineira, junto à fachada posterior. Volumes articulados e escalonados, de dominante horizontal. Coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas. IGREJA com fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, com cunhais apilastrados coroados por pináculos e remates em cornija sob beiral na fachada lateral E., em cornija nas empenas dos corpos, com cruzes sobre acrotério e em beiral na fachada lateral O. Fachada principal virada a S. rematada por cornija de lanços, com dentículos e grandes pináculos nos extremos, assentes em esfera. É rasgada por portal principal em arco abatido, assente em colunelos toscanos, demarcados no terço inferior por estrias, rematado por cornija ondulada, decorada por dentículos, encimada por espaldar de cantaria, ladeado por volutas, ligando-se a rosácea moldurada, encimada pelas armas reais. Fachada lateral O., oculta pela Casa do Despacho, sendo apenas visível o remate, devido ao escalonamento dos corpos. Fachada lateral E., virada à Praça do Munícipio, com pano da nave rasgado por portal semelhante ao principal, só que encimado por nicho, com volutras na base a pousar na cornija do portal, rematado por frontão triangular, albergando a imagem da Virgem. É ladeado superiormente por dois janelões gradeados rematdos por cornija igual à dos portais. Pano da capela-mor rasgado por dois janelões em capialço, encimados por painel de azulejos. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, decoradas por silhar de azulejo seiscentistas de padrão. Nave coberta por abóbada de berço estucada e pintada de branco, com pavimento em tijoleira. Coro-alto de madeira, protegido por balaustrada, com acesso através da Casa do Despacho. Sub-coro, com porta de acesso à Casa do Despacho, do lado do Evangelho. Na nave, também do lado do Evangelho, abre-se a Capela do Senhor dos Mareantes, em arco pleno integralmente revestido a talha policroma a branco, com marmoreados azuis e decoração pontuada a dourado, de decoração fitomórfica, com cartela com imagem de Cristo no fecho, ladeado por grandes querubins e encimado por sanefa de talha. A capela é protegida por grade de comunhão, com balaustrada torneada. O interior é coberto por abóbada de berço de talha policromada a branco, vermelho, dourado, azul, verde e amarelo, decorada por caixotões com profetas do Antigo Testamento, com cartelas identificando-as, nomeadamente Amós, Miqueias, Ezequiel, Jeremias, Zacarias, Joel, Lucas, Naum, Ageu, etc, e treixos bíblicos em latim. Pavimento em mármore branco e preto, formando losangos. Paredes laterais, com silhar de azulejos monócromos a azul, com padrão de losangos, encimados por seis pinturas sobre tábua figurando cenas da Paixão de Cristo, nomeadamente a Coroação, Ecce Homo, Jesus no horto, etc, com molduras de talha de motivos fitomórficos. Confrontantes, portas de comunicação com a Casa do Despacho e sacristia e nichos com representações de talha em alto relevos, noemadamente Jesus falando à Samaritana. Parede testeira com altar de talha policroma, em forma de urna, incrito em arco pleno, encimado pelo Crucificado, ladeado pela Virgem e São João Baptista, enquadrado por glórias de querubins, com símbolos da paixão e ladeados por par de nichos, dispostos verticalmente, com figuras bíblicas, nomeadamente David. Parede da nave, do lado do Evangelho, com púlpito de base pétrea, rectangular, assente em modilhão, com guarda vazada, com balaustrada de bolachas, com incrustações de metal. Do lado oposto, confrantante, encontra-se o portal lateral. Junto ao arco trinfal, encontra-se capelas retabulares laterais, com retábulos de talha policroma. Arco triunfal pleno, assente em pilastras toscanas, moldurado superiormente por sanefa de talha policroma a branco, vermelho e dourado, com decoração de festões, possuindo nos extremos urnas e no topo as armas reais. Capela-mor fechada por guarda de comunhão em ferro, coberta por abóbada de berço com caixotões. Pavimento em mármore branco e preto, formando losangos. Parede do lado do Evangelho com porta de acesso à sacristia, ladeada por nicho moldurado por talha. Retábulo-mor sobrelevado, de talha policroma a branco e dourado, de planta recta, um só eixo, rematado por arquivolta. Tribuna recortada superiormente, com tela representando a Mater Omnium, enquadrada por par de pseudosalomónicas, sendo as localizadas junto à tribuna, encimadas por urnas, e as do extremo prolongando-se para a arquivolta do remate. Sacrário sobre a banqueta. Altar em forma de urna. Sacristia com paredes rebocadas e pintadas de branco, decoradas por silhar de azulejos seiscentistas de padrão, com tecto de madeira e pavimento de lajes de pedra. Possui um arcaz de castanho, e um lavabo com espaldar rectangular, disposto horizontalmente, moldurado, com duas bicas carrancas, rematado por duas volutas, formando ao centro, pequeno frontão. Pia rectangular. A sacristia comunica com a Capela do senhor dos Mareantes e com o vestíbulo da CASA DO DESPACHO. Esta apresenta fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois registos, rematadas por beiral. Fachada S., na continuidade da fachada principal da igreja, marcada por corpo mais elevado, adossado à igreja, de acesso ao coro-alto, e lateralmente revestido a telha de canudo. O pano do outro corpo, mis baixo, é rasgado por porta de verga recta, ladeado pela direita, por fresta em capialço, encimada por janela quadrangular. Fachada O., rasgada por vãos de verga recta, com janelas gradeadas, porta principal de acesso à Casa do Despacho e duas janelas de sacada à face, no registo superior. Fachada N. cega, com cunhal de cantaria entre esta e a fachada O. Torre sineira, com panos rebocados e pintados de branco, enquadrados por cunhais toscanos, de um registo, rematada por cornija, encimada por estreita sineira de cantaria, com ventana em arco pleno, rematada por cornija curva, com urna num dos extremos. Pano voltado a N., com janela em capialço. INTERIOR possuindo no primeiro piso, vestíbulo, com acesso junto à fachada principal da igreja, de comunicação com a Capela do Senhor dos Mareantes e com o coro-alto. No extremo do corpo, com acesso pela fachada O., um outro vestíbulo, rebocado e pintado de branco, com pavimento de mosaico e tecto de madeira, e lápide com inscrição. Possui porta frontal para escadaria de três lanços que conduz ao salão nobre e à sineira. O salão nobre, rebocado e pintado de branco, possui pavimento em soalho e tecto de masseira de madeira, pontuado por decoração fitomórfica dourada. Possui porta de comunicação a zona de arrumos e acesso ao púlpito. |
Acessos
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| Praça do Município; Largo Fonseca Lima; Rua Rodrigues de Faria |
Protecção
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| Categoria: IIP - Imóvel Interesse Público, Decreto nº 735/74, DG, 1ª Série, nº 297 de 21 dezembro 1974; Desp. Maio 1977 *1 |
Enquadramento
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| Urbano, no centro histórico da cidade, adossada lateralmente a E. e posteriormente ao edifício da Câmara Municipal de Esposende (v. PT010306050037). Na proximidade, o Teatro Clube de Esposende (v. PT010306050022), onde actualmente está instalado o Museu Municipal. A igreja e a Casa do Despacho ocupam um pequeno espaço contíguo, e são enquadradas por dois largos, calcetados e de circulação pedonal. |
Descrição Complementar
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| INSCRIÇÕES: Inscrição comemorativa gravada numa lápide colocada no vestíbulo da Casa do Despacho; mámore; leitura: AS OBRAS DE BENEFICIAÇÃO REALIZADAS NESTE EDIFÍCIO SEDE DA MISERICÓRDIA, FORAM INAUGURADAS POR SUA EXCELÊNCIA O SENHOR MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES, ENG. JOÃO MARIA LEITÃO DE OLIVEIRA MARTINS ESPOSENDE, 4 DE FEVEREIRO DE 1990. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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| Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Propriedade
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| Privada: Misericórdia |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Desconhecido. |
Cronologia
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| 1572 - O rei D. Sebastião achou por bem "fazer vila o dito lugar de Esposende"; 1579 - data do alvará régio autorizando a construção da Casa e Igreja da Misericórdia de Esposende; 1650 - reconstrução da Capela do Senhor dos Mareantes; séc. 17, finais / 18, inícios - obras de remodelação na igreja; 1892 / 1893 - obras de restauro na igreja; 1973, 20 Outubro - carta do Provedor Dr. José Bernardino Amândio, ao Ministro das Obras Públicas, dando conta do mau estado de conservação da Capela do Senhor dos Mareantes e da necessidade urgente de restauro; 1974, 14 Março - nova carta do Provedor ao Ministro das Obras Públicas dando conta da necessidade urgente do restauro da capela; 1979 - estimativa dos trabalhos urgentes a realizar, para os quais a Misericórdia não possuía verbas e em que se destacava a necessidade de restaurar os seis painéis de pintura sobre tábua no Instituto José de Figueiredo; 1990 - uma equipa de técnicos da Divisão de Escultura do Instituto José de Figueiredo visitou a Capela do Senhor dos Mareantes e redigiu um relatório sobre o estado de conservação do altar em talha dourada e policromada, baixos-relevos do tecto e molduras nas paredes laterais, apresentando uma proposta de intervenção; 4 Fevereiro - inauguração das obras da Casa do Despacho pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Eng. João Maria Leitão Oliveira Martins. |
Dados Técnicos
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| Paredes autoportantes. |
Materiais
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| Estrutura, elementos decorativos, cunhais, cornijas de remate, portais, molduras dos vãos, pavimento e lavabo da sacristia e escadaria para o salão nobre em granito; pavimento da nave em tijoleira; pavimento da capela do Senhor dos Mareantes e capela-mor em mármore; silhar de azulejos tradicionais, na nave, capela do Senhor dos Mareantes, capela-mor e sacristia; portas, janelas, balaustrada do coro-alto, grades de comunhão da Capela do Senhor dos Mareantes, guarda do púlpito, retábulos, sanefas, pavimento do salão nobre, tectos e escada para a sineira, em madeira; grades das janelas, grade de comunhão da capela-mor e corrimão de escadas em ferro; cobertura exterior em telha de canudo. |
Bibliografia
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| FONSECA, Teotónio da, Espozende e o seu Concelho, Esposende, 1936; MACHADO, Manuel Aires Falcão, Esposende, Monografia do Concelho, Esposende, 1951, p. 21; Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 237; COSTA, M. M. da Silva, A Misericórdia de Esposende e a Semana Santa, Esposende, 1988; ABREU, Alberto Antunes de, O Arquivo e as origens da Santa Casa da Misericórdia de Fão, Esposende, 1988; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 40; Vv.Aa., Esposende. A Terra e o Homem, Paços de Ferreira, 1998, pp. 70 - 71. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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| SCME: 1892 / 1893 - obras de restauro na igreja; DGEMN: 1988 - obras de conservação; desinfecção das madeiras do tecto da abóbada da capela do Senhor dos Mareantes; obras de conservação e trabalhos complementares; instalação eléctrica; 1989 - renovação dos rebocos e da estrutura do pavimento da sacristia; obras de conservação e trabalhos complementares (2ª fase); 1990 - restauro das talhas e pinturas dos tecto da Capela do Senhor dos Mareantes; SCME: 1990 - obras de beneficiação da Casa do Despacho. |
Observações
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| *1 - O decreto de 1974 classificou a Igreja da Misericórdia e todo o seu recheio, vindo depois o Despacho de 1977 a alargar a mesma classificação à Capela do Senhor dos Mareantes. Dando-se conta, no entanto, da incongruência, o Presidente do ex-IPPC envia, em 1980, um ofício ao Director Geral da DGEMN opinando que, dado a Capela do Senhor dos Mareantes ser parte integrante da Igreja da Misericórdia e esta estar já classificada como imóvel de Interesse Público, deveria ser dada sem efeito a classificação ainda não efectivada da capela. |
Autor e Data
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| Isabel Sereno e Paulo Dórdio 1995 / António Dinis 2000 |
Actualização
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