Igreja Paroquial de São Dinis

IPA.00014069
Portugal, Vila Real, Vila Real, Vila Real
 
Arquitectura religiosa, românica e barroca. Igreja em românico tardio, de planta longitudinal composta, de uma nave e capela-mor mais baixa e estreita, ampliada no séc. 17, com torre sineira e sacristia, construídas no séc. 18, adossadas à fachada lateral esquerda e fachada principal em empena com vãos formando eixo central. Interior redecorado no séc. 17 e 18, com coro-alto, púlpito em talha barroca no lado do Evangelho, retábulos colaterais maneiristas, laterais barrocos e o mor neoclássico.
Número IPA Antigo: PT011714230112
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta de uma nave e capela-mor rectangular, com sacristia e torre sineira adossadas a N. Disposição horizontal das massas formando 4 volumes com coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas e coruchéu na torre. Fachadas de granito aparente rematadas por cornija e cunhais sobrepujados por pirâmides sobre acrotérios. Fachada principal orientada a O. com remate em empena de cornija coroada por cruz latina. Portal moldurado, de lintel abatido encimado por friso, cornija e frontão de lanços ostentando em cartela central o escudo nacional coroado, sobre o qual se abre um óculo circular moldurado encimado por pequeno frontão sem base, ornamentado com roseta. Na fachada S. abrem-se 5 grandes janelas de vão rectangular em rampa, duas das quais na capela-mor, cuja fachada posterior é rematada em empena coroada por cruz latina. A fachada lateral N. possui duas janelas de vão rectangular em rampa e um portal de verga recta entre pilastras, friso e cornija, moldurados, coroados por pináculos e uma composição de volutas formando frontão, suportando cornija coroada por pináculos de remate esférico e uma Custódia central. No tímpano, em cartela granítica, a epígrafe: "LOVVA / DO SEIA / O SANTIS / SIMO SA / CRAMETO". A sacristia apresenta fachadas revestidas com reboco pintado de branco e remate em cornija moldurada, possuindo uma janela rectangular de vão em rampa do lado E. e a N. uma janela rectangular ao nível do 2 piso e uma porta rectangular sobrepujada por janela de vão rectangular em rampa. Torre em granito irregular aparente, com embasamento moldurado, cunhais sublinhados por pilastras coroadas por plintos, e de três registos separados por cornijas molduradas. No primeiro abre-se uma única janela, em arco pleno, virada a N.; o 2º é cego, e no 3º rasgam-se quatro ventanas de arco pleno com sinos. Coruchéu coroado por cruz metálica. INTERIOR de espaço diferenciado, apresentando a nave pavimento em taburnos, paredes de silhares de granito aparente e tecto de madeira sem forro. Coro-alto em madeira com balaustrada e acesso por escada de granito de um lanço no lado da Epístola. No sub-coro abre-se uma capela em arco pleno do lado do Evangelho. A meio da nave, dois arcosólios confrontantes já sem arcas tumulares. Lateralmente, ao longo da nave, dispõem-se quatro retábulos confrontantes, de talha dourada, dedicados a, os do lado da Epístola, São Braz e a Nossa Senhora de Fátima e, do lado do Evangelho, a Nossa Senhora do Desterro e a Senhora A Branca. Neste mesmo lado, um púlpito de talha dourada e policroma, com base ricamente ornamentada com figuras de anjos, e tendo acesso por porta que se abre para a torre sineira e por uma escada de madeira singela pintada de verde disposta paralela à nave. Retábulos colaterais de talha dourada de composição mais singela do que os laterais. Arco triunfal moldurado e de intradorso profusamente ornamentado com rosetas e enrolamentos de folhagens em relevo. Capela-mor de pavimento lajeado, paredes revestidas com azulejos de padrão, azul e amarelo com cercaduras envolvendo os vãos de portas e janelas e dois pequenos registos centrais, representando a Santa Custódia, do lado do Evangelho e da Virgem do lado da Epístola; tecto de madeira formando abóbada de cruzaria de ogivas, de dois tramos, com fundo branco e nervuras e mísulas pintadas de verde e castanho. Retábulo-mor de talha lacada de branco e ornamentação dourada, assente em supedâneo lajeado com degraus centrais.

Acessos

São Dinis, Rua de São Dinis. WGS84: 41º17'30.51''N., 7º44'47.25''O.

Protecção

Incluído na Zona de Protecção da Capela de São Brás (v. PT011714230002)

Enquadramento

Urbano. Num remate de esporão, sobranceiro à confluência dos rios Corgo e Cabril, na extremidade S. do antigo núcleo medieval de Vila Real. Insere-se no interior dum cemitério de tipo romântico sem qualquer elemento separador, tendo adossada à sua fachada frontal a capela de São Brás (v. PT011714230002). Em redor da igreja dispõe-se 2 cruzeiros, um defronte da fachada N. da torre, apresentando plinto moldurado com cartelas, fuste cilíndrico e capitel com Pietá encimado por pequena cruz, e o outro, junto à fachada S. da capela-mor, formado por base com caixa de esmolas sobre a qual assenta uma Pietá de maiores proporções, e uma cruz latina com imagem escultórica de Cristo, estando o conjunto protegido por uma cobertura metálica.

Descrição Complementar

Sacristia acedida por porta rectangular no lado do Evangelho da capela-mor, com pavimento em cimento, paredes brancas, lambril e molduras dos vãos pintados de azul e tecto plano de madeira pintada de castanho. Na parede N. encontra-se um lavabo de pia rectangular ornamentado numa das faces com um leão, e na parede frontal um arcaz de madeira com oratório em talha policroma albergando imagem de Cristo na cruz. Na parede do lado E. abre-se uma porta rectangular que conduz a uma arrecadação de dois pisos, pavimentos de soalho, escada de madeira, paredes brancas rebocadas e tecto plano de madeira. Em posição frontal, do lado oposto, abre-se porta rectangular de acesso à torre sineira por escada de granito em caracol até ao piso superior da torre em placa de betão. RETÁBULOS: pela semelhança que aparentam os 6 retábulos da nave encontram-se associados aos pares, em posição confrontante. O de Nossa Senhora do Desterro, do lado do Evangelho, tem planta côncava e um só eixo vertical, pilastras laterais, dois pares de colunas espiraladas intensamente relevadas com marcação do terço inferior, arquivoltas coroadas por pomba enquadrada por anjinhos, ornamentos de folhagens e enrolamentos, rosetas, cabeças e representações de anjos. O do lado contrário, de São Brás é semelhante. Ambos os frontais dos altares, também em talha dourada, são ricamente ornamentados com enrolamentos de volutas e rosetas. O retábulo de Nossa Senhora A Branca, do lado do Evangelho, é de planta côncava com um só eixo vertical, apresentando 2 pares de colunas pseudosalomónicas enquadradas por pilastras exteriores e remate em arquivoltas coroadas por cabeça de anjo alado encimado por concheado enquadrado por representações de aves e enrolamentos de folhagens. Ornamentação constituída por rosetas, enrolamentos de folhagens, parras, anjinhos e aves. O retábulo fronteiro, de Nossa Senhora de Fátima, apresenta uma composição semelhante ao anterior, mas com um ático mais volumoso. O fundo da edícula é ainda revestido por um conjunto de painéis relevados com representações figurativas alusivas às Almas. O retábulo colateral do Evangelho apresenta planta recta de um só eixo vertical, enquadrado por 2 colunas espiraladas ornamentadas com rosetas e folhagens, tendo o terço inferior marcado por representações de anjos e enrolamentos vegetais, capitéis compósitos e ático em arquivolta unido no sentido do raio por robustas peças de madeira entalhada. Banco volumoso destacando-se lateralmente as imagens de anjos que suportam as colunas e no centro o embasamento da tribuna com representação de pássaro e cabeças de anjos. O frontal exibe uma composição de painéis com rosetas e enrolamentos vegetais em talha vazada. O retábulo colateral do lado da Epístola, dedicado a Santo António, é semelhante ao anterior, mas o embasamento da tribuna integra um sacrário com painel de ornamentação relevada de folhagens entrelaçadas na cruz. No remate do ático exibe uma cartela com rosetas e enrolamentos vegetais em que se lê: "AMOR / DE DEOS / ME FES / SANTO". Retábulo-mor de talha branca com ornamentação dourada muito singela formada por laçarias pendentes. Possui planta convexa de estrutura vertical tripartida com nicho e tribuna central enquadrada por colunas lisas de capitel compósito e remate em frontão com a representação das armas nacionais. Corpos laterais com mísulas suportando imagens escultóricas. No banco destaca-se a volumetria do sacrário fechado com painel representativo da custódia. O frontal do altar sobressai pelo profusão de ramagens douradas entrelaçadas.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

CARPINTEIRO: José Correia Mourão (1778).

Cronologia

Séc. 14, inícios - provável construção; 1465 - ampliação; séc. 17 - execução dos retábulos de talha dourada e revestimento azulejar; 1747 / 1755 - conclusão da torre e forro da igreja; 1778, 23 maio - obrigação do mestre carpinteiro José Correia Mourão de fazer as armações da igreja e todas as funções do Senado da Câmara e procissões e o andor do Patrocínio por 8$000; séc. 19 - construção do retábulo-mor.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura e pavimentos de granito; cobertura de telha de tipo marselha; tectos, retábulos, púlpito, coro-alto, 2º piso da arrecadação e tampos dos taburnos em madeira; revestimento de azulejo na capela-mor; betão no piso superior da torre sineira.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 580; ALVES, Natália Marinho Ferreira, ALVES, Joaquim J. B. Ferreira, Subsídios para um dicionário de artistas e artífices que trabalharam em Trás-os-Montes nos séculos XVII-XVIII, Sep. Da Revista de História, vol. V, Porto, 1983; ARAÚJO, P. Arnaldo Taveira de, Memórias da paróquia de S. Pedro de Vila Real, Vila Real, 2000 ( trabalho inédito, em vias de edição ); Fundação Calouste Gulbenkian, Guia de Portugal, Lisboa, 1987, vol. 5, Tomo I, p. 183 - 184; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Memórias de Vila Real, Vila Real, 1987, vol. 1, p. 214 - 231; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Vila Real no Século XVIII, Estudos Transmontanos e Durienses, Vila Real, 1997, nº 7, p. 14 - 17.

Documentação Gráfica

DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

C.M. Vila Real: Arquivo de Obras

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Ricardo Teixeira 2000

Actualização

 
 
 
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