Solar e cerca dos Botelhos / Casa dos Botelhos

IPA.00001359
Portugal, Guarda, Seia, União das freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros
 
Casa nobre manuelina, de planta retangular simples, evoluindo em um e dois pisos, compondo um extremo torreado, rasgado por janelas ornamentadas ao gosto manuelino, com arcos de querena, e utilização de várias janelas maineladas na fachada posterior. O manuelino estaria presente nas edificações que preenchiam toda aquela rua e espaço público, talvez o mais importante, pois era onde se realizava a feira, mantendo-se a Capela de São Pedro (v. PT020912200002) e uma casa de habitação com características semelhantes (v. PT020912200214). O edifício foi parcialmente adulterado pela introdução de uma mansarda. A cerca, apesar de amputada, mantém a zona agrícola, com amplos tanques de rega.
Número IPA Antigo: PT020912200019
 
Registo visualizado 543 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Ampla propriedade de perfil irregular, atravessada por curso de água, sendo povoada por oliveiras e possuindo três tanques de rega. Numa das extremidades e dando para a via pública, a casa de planta rectangular simples, de volume paralelepipédico, evoluindo em um e dois pisos, no lado esquerdo, de disposição horizontal e coberturas diferenciadas em duas e quatro águas, com as fachadas laterais adossadas. Fachadas em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, com as juntas salientes, preenchidas a cimento e pintadas de branco, rematadas em cornija e beirada simples. Fachada principal virada a S., dividida em dois panos, o do lado esquerdo de dois pisos, rasgado por duas janelas de peitoril, a inferior situado no lado direito, rectilínea e dintelada, surgindo a superior no lado esqurdo, em arco de querena e com peito contracurvado, tendo as ombreiras biseladas. O corpo do lado direito tem um só piso, com porta de verga recta e moldura biselada, três janelas de peitoril rectilíneas e dinteladas, duas delas com caixilharias de guilhotina. Junto à janela central, pequena fresta em capialço, envolvida por moldura de friso boleado. Sobre o lado direito, surge uma mansarda revestida a folha de Flandres, com remate em empena e rasgada por janela de guilhotina. Fachada posterior rematada por cornija trilobada, sendo rasgada por duas janelas de varandim, uma delas mainelada, duas de peitoril, uma rectilínea e outra mainelada, surgindo, entre ambas, uma pedra de armas e janela em arco trilobado. Pedra de armas formada por "escudo inteiro, de oiro, com sete bandas de vermelho e atravessadas. Timbre: um leão nascente de oiro, armado e lampassado de vermelho, carregado de quatro bandas do mesmo e segurando nas garras um feixe de três setas de vermelho, armadas de oiro".(AZEVEDO, p. 220). Junto à casa, surge um passadiço que liga ao jardim, que possui vários canteiros.

Acessos

Largo da Misericórdia, n.º 14

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 740-EP/2012, DR, 2.ª série, n.º 252, de 31 dezembro 2012

Enquadramento

Urbano, o edifício participa de um conjunto arquitectónico polarizado pelo Lg. da Misericórdia onde se podem observar a Igreja da Misericórdia (v. PT02091220013), a Capela de São Pedro (v. PT02091220002), um fontanário de tanque curvilíneo e, ao centro, um obelisco, a Fonte das Quatro Bicas (v. PT02091220213), bem como a Biblioteca Municipal (v. PT02091220205). Junto ao imóvel, uma estátua com a inscrição: "DR. JOAQUIM GUILHERME / MARTINS CORREIA / DE CARVALHO / NASCEU A 29 DE JANEIRO / DE 1922 FALECEU A 1 DE / MARÇO DE 1988 EM SEIA / HOMENAGEM DOS SEUS / DOENTES E AMIGOS". Corpo adossado ao imóvel com duas janelas de guilhotina e porta dintelada. À fachada lateral esquerda, adossa-se corpo incaracterístico.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 14 / 15 - No Terreiro onde se situava a capela, realizava-se um mercado semanal, o qual terá começado nesta data; séc. 16 - construção da casa, que pertencia ao capitão-mor de Seia, André Botelho de Alarcão, sendo restaurada, mais tarde, por Aires Botelho; séc. 19 - provável remodelação do imóvel, com introdução das janelas de guilhotina e da mansarda; 1995, 2 Agosto - abertura da instrução do processo de classificação do Solar proposta pela proprietária; não foi solicitado à Autarquia a publicação de Edital, conforme o Decreto-Lei 181/70, de 28 de Abril, pelo que o processo administrativo ficou sem efeito; 20 de julho - proposta de abertura da Direcção Regional de Coimbra; 2 de agosto - despacho de abertura do Presidente do IPPAR; 1997, 3 Abril - despacho do Ministro da Cultura classificando o imóvel como de Interesse Público, com a sua respectiva Zona Especial de Protecção, englobando parte da cerca; 2003 - novo despacho de classificação e nova ZEP, de menores dimensões, considerando que parte da cerca já tinha sido ocupada pela construção de um novo bairro.

Dados Técnicos

Estrutura autorportante.

Materiais

Esrutura, cunhais, modinaturas, mainéis, cornijas em cantaria de granito; cimento nas juntas; janelas com caixilhos de madeira e vidro simples; mansarda com folha da Flandres; coberturas exteriores em telha.

Bibliografia

AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, vol. IV - Beiras, Lisboa, Nova Gesta, 1992; Dicionário enciclopédico das freguesias, vol. 2, Matosinhos, 1998.

Documentação Gráfica

IPPAR

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; IPPAR

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - consolidação da estrutura e refechamento de juntas com argamassa de cimento.

Observações

Autor e Data

Filomena Bandeira 1997 / Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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