Convento de São Francisco de Lamego / Messe de Sargentos em Lamego

IPA.00012943
Portugal, Viseu, Lamego, Lamego (Almacave e Sé)
 
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e tardo-barroca. Convento franciscano claustral, adaptado a capucho, de que subsiste a igreja e uma pequena ala conventual, no lado direito, a primeira de planta maneirista, com nave única, para onde abrem duas capelas laterais, com capela-mor mais estreita e sacristia desenvolvida no lado direito, possuindo coberturas internas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, assentes em cornija de cantaria, iluminada unilateralmente, por quatro janelas rectilíneas que se rasgam na fachada lateral esquerda e pelas janelas da fachada principal. Fachadas com cunhais apilastrados, os da principal com silhares almofadados. Fachada principal com remate em frontão semicircular, com nicho em arco de volta perfeita; ao centro galilé em arco abatido, tendo no interior o portal axial e a porta de acesso à portaria, encimada pelo janelão do coro-alto. No lado direito, campanário de dois registos separados por friso e cornija, o inferior com janelas rectilíneas e o superior com uma sineira em arco de volta perfeita e remate simples em friso, cornija e pináculos, seguindo o esquema dos conventos de Arcos, Melgaço, Monção, Mosteiró, Moncorvo e Vila Real. Interior com pavimento em taburnos de madeira com réguas de cantaria e coro-alto em arco abatido, assente em pilares toscanos, com guarda torneada, onde surge órgão positivo, gémeo do de Santo António de Viana do Castelo (v. PT011609310048), entretanto transferido para o coro-alto da Sé (v. PT011609310013). No mesmo lado, o púlpito setecentista, quadrangular, com guarda vazada torneada e acesso por porta em arco de volta perfeita. As capelas laterais, bastante profundas, possuem arcos de volta perfeita, com coberturas em abóbadas de berço de cantaria, possuindo retábulos do estilo barroco nacional, surgindo, no lado oposto, os confessionários. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeado por nichos retábulos de talha policroma, tardo-barrocos. Capela-mor com supedâneo de cantaria, com degraus centrais, onde surge retábulo-mor de talha dourada do estilo barroco nacional, possuindo, na base, sacrário em forma de templete. O claustro é quadrangular, com dois pisos, cada um deles com seis vãos, definidos por colunas toscanas arquitravadas, à volta do qual se desenvolviam várias dependências, destacando-se os confessionários na ala junto à igreja e a antiga Casa do Capítulo na ala da fachada principal, com acesso por arco de volta perfeita, ostentando vestígios de pinturas murais. No lado oposto à igreja, situar-se-ia o refeitório e dependências ligadas à confecção dos alimentos.
Número IPA Antigo: PT011805010074
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Real Província da Conceição)

Descrição

Convento de planta rectangular irregular, com uma das alas a prolongarem-se para NO., composto por igreja e zona regral no lado direito *1. IGREJA de planta longitudinal composta por nave, com duas capelas laterais salientes e capela-mor mais estreita, com coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas. Fachadas em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, com as juntas preenchidas a argamassa, flanqueadas por cunhais em cantaria com silhares almofadados, firmados por pináculos do tipo balaústre na principal, e rematadas por friso, cornija e beirada dupla. Fachada principal virada a NE., rematada em frontão semicircular, com cruz latina no vértice, assente em plinto paralelepipédico, e tímpano rasgado por pequeno óculo ovalado com moldura simples em cantaria. Divide-se em dois registos, por friso de silhares almofadados, o inferior cego, mas sendo visível o arco abatido de acesso à antiga galilé, encimado por janelão rectangular em capialço e com moldura simples de cantaria, encimado por nicho em arco de volta perfeita, assente em cornija e em impostas saliente, ladeado por enrolamentos, protegido por vidraça e contendo uma imagem em terracota pintada de São Francisco. No lado direito, o campanário com três registos divididos por friso, o inferior rasgado por porta de verga recta e duas folhas de madeira almofadada e bandeira, o segundo cego e o terceiro com sineira em arco de volta perfeita assente em impostas salientes e moldura formada pelas aduelas do arco, contendo sino com cabeção de madeira, rematando em friso, cornija e enrolamentos volutados que sustentam catavento metálico. Fachada lateral esquerda, virada a SE., com dois registos, o inferior em ressalto, rasgado por porta em arco abatido de acesso ao templo e por duas janelas em capialço na zona da nave e uma na capela-mor. Possui duas capelas adossadas, a do lado esquerdo pouco saliente e a do direito bastante saliente, com janela em capialço na face NE.; as cantaria incluem elementos decorativos, formando frisos de acantos e entrelaçados. Fachadas lateral direita e posterior adossadas à zona conventual. INTERIOR com a nave de paredes rebocadas e pintadas de branco, com cobertura em falsa abóbada de berço, rebocada e pintada de branco, assente em cornija de cantaria, e pavimento de madeira, alteado por um degrau na zona do presbitério. Coro-alto assente em arco abatido com pedra de fecho saliente, sustentado por pilares toscanos e guarda de madeira torneada, com acesso por porta de verga recta, situada no lado da Epístola *2; tem pavimento em soalho e vestígios do primitivo cadeiral, com duas fiadas, com assentos movíveis e braços ornados por volutas, encimados por espaldar de madeira, que integram gravuras de uma Via Sacra, emolduradas e protegidas por vidraças. Ao centro, um órgão positivo. O sub-coro encontra-se revestido a silhar de azulejo monocromo, branco, com moldura fitomórfica, formando barra de acantos azuis sobre fundo branco; possui cobertura em abóbada de aresta e pavimento em granito polido. No sub-coro, no lado do Evangelho, porta de verga recta de acesso ao templo, com guarda-vento de madeira e vidros martelados; no lado oposto, porta de verga recta e cornija, de acesso ao claustro. No lado do Evangelho, as capelas de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Conceição, ambas com acesso por arco de volta perfeita em cantaria de granito, a primeira protegida por grades de ferro. Ambas têm coberturas em falsas abóbadas de berço, assentes em cornija de cantaria, a primeira rebocada e pintada de branco e a segunda com pintura de grotescos que envolvem uma cartela com as armas franciscanas, e pavimentos em lajeado de granito. A Capela de Nossa Senhora das Dores encontra-se revestida a azulejo com cenas da Paixão de Cristo, e a imediata com azulejo de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, com silhares inferiores de 4x4, formando o padrão P-467, e, superiormente, um padrão de 2x2, com acantos afrontados, resultando de uma intervenção mal conseguida *3. As duas possuem retábulos de talha dourada. No lado da Epístola, surge nicho em arco abatido com fecho saliente estriado, assente em pilastras de cantaria, com interior rebocado e pintado de branco, possuindo alto altar, com o frontal revestido a azulejos semelhantes aos do sub-coro. No mesmo lado, quatro confessionários embutidos no muro, com acesso por porta de verga recta e moldura simples, surgindo no local da primitiva porta de ligação ao claustro, uma capela dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilares toscanos e com fecho saliente, ladeado por duas estruturas retabulares de talha dourada, dedicadas a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e Santo António (Epístola), encimados por anjos pintados contra a um fundo azul, composição emoldurada, superiormente, por cornija e mísula saliente. A capela-mor, elevada por um degrau, tem as paredes, a cobertura e o pavimento semelhantes ao da nave, possuindo, no lado da Epístola, uma tribuna de verga recta e com guarda em ferro forjado e a porta com o mesmo perfil, de acesso à Via Sacra. Sobre supedâneo de cinco degraus, o retábulo-mor de talha dourada e planta recta, com três eixos definidos por quatro colunas torsas assentes em plintos paralelepipédicos, com a face frontal decorada por acantos e em consolas, as quais se prolongam superiormente, em duas arquivoltas torsas, entre as quais se desenvolve apainelados de acantos, formando o ático. Ao centro, tribuna de volta perfeita assente em pilastras com os fustes ornados por acantos, que enquadram uma tela a representar o Trânsito de São Francisco. Nos eixos laterais, nichos rectilíneos, onde surgem peanha com imaginária. Altar em forma de urna, em talha policroma e dourada, com cartela de concheados central e fundo com marmoreados fingidos brancos e verdes. Sobre o altar, um sacrário em forma de templete facetado, com cobertura em cúpula, dividido por colunas torsas, ornado por querubins e acantos, tendo, na porta, a representação da Cruz da Vida. A proteger alguns vãos da capela-mor, encontram-se as antigas grades da igreja, em madeira de pau-preto, constituídas por colunelos torneados em bolacha, surgindo, alguns painéis correspondentes aos antigos confessionários, compostos por apainelados, circunscritos por pilastras e rematados por frisos, onde são visíveis marchetados de bronze dourado, constituindo uma fina teia de elementos fitomórficos entrelaçados. CONVENTO de planta rectangular irregular, composta por dois corpos distintos, articulados e com coberturas diferenciadas a duas e quatro águas, surgindo, no corpo de maiores dimensões da fachada posterior, uma trapeira de duas águas e com vãos rectilíneos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria de granito, bastante alto na fachada principal, rematadas por cornija e platibanda plena (principal) ou cornija (corpo mais antigo) ou beirada (corpo recente). A fachada principal virada a NE. é simétrica, com a platibanda interrompida por um frontão sem retorno, onde se inscreve cruz grega; é rasgada por porta central de verga recta e moldura recortada, encimada por janela de peitoril em arco abatido, também com moldura recortada; são ladeadas, em cada um dos lados, por três janelas jacentes, encimadas por janelas rectilíneas, todas com molduras recortadas. No lado direito, portão rectilíneo e com moldura de cantaria, protegido por portão metálico, de acesso a pequena rampa que liga à fachada lateral direita e a um logradouro na fachada posterior. Fachada lateral esquerda adossada à igreja e a oposta acompanha o forte declive do terreno, com dois panos virados o NO., o do lado esquerdo mais elevado, rasgado por porta de verga recta e moldura simples; o segundo pano possui três janelas de varandim rectilíneas e guarda metálica pintada de verde, e uma bífora. A face virada a NE. tem, no primeiro piso, porta e janela rectilíneas, encimadas por várias janelas de varandim. Fachada posterior constituída por três panos, todos de três pisos, mas o do lado direito mais elevado, destacando-se o do extremo esquerdo, rasgado por amplos janelões rectilíneos, protegidos por caixilharias de alumínio e vidro fosco. O pano intermédio tem, inferiormente, sete janelas em arco abatido e moldura simples de cantaria, encimadas por 16 janelas de varandim, com guardas metálicas vazadas e moldura na zona superior; sobre estas, 16 janelas rectilíneas. Todas têm caixilharias de madeira e vidro simples. No lado direito, o pano tem o terceiro piso diferenciado por friso de cantaria, sendo rasgado por quatro janelas de peitoril nos dois primeiros pisos, com molduras de cantaria, as inferiores protegidas por grades de ferro e as superiores, encimadas por respiradouros jacentes; o terceiro piso tem seis janelas de peitoril com molduras simples. Possuem caixilhos pintados de branco e vidros simples, os inferiores do tipo guilhotina e os superiores de duas folhas e bandeira. Desenvolve-se em torno de um claustro rectangular, com quadra quadrada, definida por seis vãos arquitravados, assentes em colunas toscanas, sobre murete, com aberturas desalinhadas. No piso superior, varanda de cantaria, estando as alas fechadas por caixilharias de madeira e vidro simples. Terceiro piso rasgado por janelas de peitoril rectangulares, com molduras simples de cantaria, com caixilhos de madeira e portadas internas; tem pavimento em lajeado no piso inferior e cobertura em laje de betão, com cobertura superior de madeira. No piso inferior, na ala NO., surgem quatro vãos com molduras côncavas, acedendo aos antigos confessionários, no topo da qual surge a antiga portaria, marcada pela existência de instalações sanitárias, ao lado da qual surge vão em arco de volta perfeita, percorrida por vestígios de pinturas murais, formando motivos fitomórficos, de acesso à antiga Casa do Capítulo. No lado oposto, desenvolve-se a Via Sacra, com pavimento em lajeado de granito, que dá acesso à sacristia e antiga casa do lavabo, adossadas à fachada posterior da capela-mor. A sacristia tem paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejo de padronagem monocroma, azul sobre fundo branco, de execução recente, com pavimento em lajeado e cobertura em caixotões de madeira e molduras pintadas com motivos fitomórficos e florões nas intercepções, possuindo painéis com motivos decorativos que se repetem de forma alternada, formando cartelas enroladas de acantos ou albarradas, de onde evoluem acantos. No lado esquerdo, o arcaz de madeira de castanho, com quinze gavetas e ferragens metálicas recortadas, encimado por espaldar de talha dourada, composto por oratório central, flanqueado por colunas torsas, ornadas por pâmpanos e putti, que enquadram arco trilobado assente em pilastras, flanqueado por três painéis de cada lado, um deles constituindo a ilharga. Nos topos, dois armários, o dos cálices e o das relíquias *4.

Acessos

Rua de Almacave. WGS84: 41º05'52.47''N., 7º48'34.42''O.

Protecção

Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Castelo de Lamego e cisterna (v. PT011805010003)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado a meia encosta, numa das vias de acesso ao castelo, junto ao edifício da Biblioteca e Arquivo Municipais, a que se sucede a Igreja de Santa Maria de Almacave (v. PT011805010002). Encontra-se junto à via pública, separado dela por passeio público, tendo, no lado direito, um pequeno logradouro e, no lado esquerdo, portão de acesso a uma zona ajardinada, que liga a uma Escola Profissional. A zona ajardinada encontra-se murada a cantaria de granito aparente, encimado por urnas, na zona frontal com grades metálicas lanceoladas, possuindo portal flanqueado por pilares em silharia fendida, com portão de ferro vazado, encimado por falso tímpano contracurvo e vazado, coroado por cruz latina e tendo ao centro, um painel com as armas franciscanas. O jardim possui várias árvores de grande porte e bancos de madeira. O edifício da Escola é de planta em L, com cobertura plana e fachadas pintadas de branco, rasgado por portas e janelas rectilíneas.

Descrição Complementar

Existência de um órgão positivo no coro-alto, tendo a caixa de madeira, sem portas, com as flautas enquadradas por talha policroma, com marmoreados fingidos rosa, verde e bege, possuindo apontamentos dourados; forma três nichos divididos por pilastras com o fuste almofadado e decoração fitomórfica; no nicho central, os flautados surgem, em disposição diatónica em tecto, protegidos por gelosia fitomórfica vazada, enquanto os laterais possuem uma disposição cromática, com as gelosias em harpa. Tem um teclado manual com 30 teclas e é flanqueado pelos botões dos 12 registos: no lado esquerdo, o Fagote, Cheio, Dezanovena, 22ª, quinzena, Flautado de 6 tapado, Flautado de 12 tapado; no lado direito, a Voz humana, Oboé, 15.ª, 19.ª, 22.ª, Corneta, Flautado de 6 tapado e Flautado de 12 tapado. No bisel do tubo 14, surge a inscrição "Lamego 4 deOutubro de 1896 Moreira Galinha e Rosário", surgindo no imediato, "13 de Junho 1937 2 artistas Manuel L José Rebelo". Capela de Santo Cristo possui as ilhargas com azulejo figurativo, monocromo, azul sobre fundo branco, com molduras de acantos, enrolamentos e anjos, a representar, no lado do Evangelho, o Caminho do Calvário e o encontro de Cristo com a Virgem e com Verónica, surgindo, no lado oposto, uma Descida da Cruz; na base, formando um alto rodapé, apainelados com cartela central ostentando símbolos da Paixão de Cristo, flanqueados por anjos. No topo, retábulo de talha dourada, de planta côncava e um eixo definido por quatro colunas torsas e quatro pilastras, com os fustes ornados por acantos, que se prolongam em quatro arquivoltas, unidas por aduelas no sentido do raio, formando o ático; altar paralelepipédico, do tipo expositivo. Capela de Nossa Senhora da Conceição com retábulo de talha dourada, de planta côncava e três eixos definidos por quatro colunas torsas, que se prolongam em duas arquivoltas unidas por aduelas no sentido do raio, circunscrevendo apainelados de acantos volumosos, constituindo o ático; ao centro, ampla tribuna, sem fundo, contendo peanha com a imagem do orago; nos eixos laterais, painéis de acantos, onde se inscrevem mísulas com imaginária, tendo um altar em forma de urna. As estruturas retabulares colaterais são semelhantes, de talha dourada e planta recta, com um eixo definido por duas colunas coríntias com o terço inferior liso e marcado por festões, flanqueadas por painéis, que, no caso da estrutura da Epístola, possui elementos fitomórficos, que suportam friso, cornija e albarradas, de onde arranca o remate em espaldar recortado, com amplo resplendor e ornado, superiormente, por folhagens; ao centro, possui nicho contracurvo, contendo mísula para o orago. O arcaz da sacristia possui representando, da esquerda para a direita, São Boaventura (?), São Francisco tentado pelos diabos, que o açoitam, São Francisco em glória aparece aos Franciscanos e Clarissas, a Virgem doa o Menino a Santo António, Visão do corpo incorrupto de São Francisco pelo Papa Nicolau V e a figura do bispo D. Tomás de Almeida; na base, correm pequenas pinturas, a representar cenas da vida de São Francisco e Santo António.

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

RReligiosa: convento masculino / Comercial: messe

Propriedade

Privada: pessoa colectiva (igreja) / Pública: estatal (zona conventual)

Afectação

Ministério da Defesa Nacional (zona conventual)

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ENSAMBLADOR: Manuel de Sousa (1717). ENTALHADOR: Frei Jorge dos Reis (atr., séc. 17). ORGANEIRO: António José Peres Fontanes (1791). PINTOR: António Sapeiro (atr., séc. 18); Domingos Vieira Serrão (séc. 17); Gonçalo Guedes (atr., séc. 17); Simão Rodrigues (séc. 17). PINTOR de AZULEJO: PMP (1725).

Cronologia

Séc. 13 - construção de um mosteiro de Clarissas no local, fundado por Teresa Gonçalves; 1253, 17 Março - instalação das freiras no local; 1271 - partida das freiras para Santarém, ficando o convento abandonado; D. Dinis doou 50 libras para instalação de uma comunidade no local; 1272 - o bispo D. Domingos Pais deixa em testamento 5 morabitinos para as obras da igreja de uma comunidade franciscana; D. Aldara doa à comunidade quatro anéis, um camafeu, uma cruz de prata embutida em pedras preciosas e um Crucificado; 1280 - está no local uma comunidade de Franciscanos; o reitor de Pendilhe, Martinho Anes, deixou 100 libras para a obra; 1286, 15 Fevereiro - licença para a construção do edifício, sagração de altares; 1298 - Nicolau Pires e os raçoeiros de Almacave doaram um terreno para a construção do convento; 1301 - D. Dinis doa um terreno reguengo para a construção da casa; 1303 - o monarca doou a madeira necessária, a ser cortada no Souto de Moudões, em Souto d'ElRei, 100 carros de lenha anuais e a possibilidade de usarem a fogueira real para a construção de casas onde permanecessem os animais para transporte de materiais; 1305 - os frades abraçam a via dos Franciscanos Conventuais; 1312, 18 Outubro - Domingos Lourenço, de Britiande doa 40 soldos para as obras; 1332, 25 Janeiro - sepultura de João Anes *5, abade de São Pedro das Águias, grande financiadora da construção da igreja, que acabava de ser inaugurada; 1348 - Pedro Anes, a mulher e a sogra, deixam bens em troca de uma sepultura junto à Capela de Santa Catarina, provavelmente situada numa colateral; 1402 - o abade Gonçalo Vasques faz testamento, deixando 3 libras anuais, vinculadas aos Moinhos do Pinto, em troca de sepultura; 1412 - D. João I coloca o Convento sob protecção régia; 6 Maio - o monarca doa 10 cruzados por 6 anos para as obras; 1433, 23 Novembro - D. Duarte confirma as doações do pai; 1439, 10 Abril - D. Afonso IV confirma as doações do avô; 1492, 19 Novembro - D. João II isenta de impostos dois homens que pedissem esmola para a comunidade; séc. 16 - a Confraria de Santo António, situada na igreja, passou para uma capela no claustro, por iniciativa do bispo D. António Teles de Meneses; o Cardeal D. Henrique doou, por 6 anos, 10 cruzados para as obras; possuía, na nave, as capelas de Santa Catarina e de Nossa Senhora do Pranto; 1503 - testamento de Beatriz da Fonseca, deixando 1$000 vinculados à Quinta da Fonseca, para se fazer sepultar junto à Capela da Senhora do Pranto, certamente um altar no lado da Epístola; 1537, 13 Dezembro - o papa Paulo III doa as relíquias de São Brás, São Lourenço, São Tibúrcio e São Zenão a frei Baltasar e frei Tobias; 1540 - fundação da primeira capela lateral, dedicada a Santo Cristo, por João Rodrigues, de Vale de Oleiros; 1550 - sendo um edifício de grandes dimensões, torna-se Casa Capitular; 1568 - extinção dos Conventuais, tendo assumido a via dos Capuchos de Santo António, os quais libertaram o convento de todos os legados pios e missas por sufrágio *6; verificando que o edifício era demasiado grande, decorrem obras de remodelação e adequação à via capucha; criação de um noviciado no local; 1579 - pedido de licença à Câmara de Lamego para se servirem da água da fonte das Fontainhas, que autorizou, mas impunha condições impraticáveis, pelo que desistiram; a Câmara cede a utilização da Fonte de Almedina; 1580, Janeiro - pedido de autorização de D. Henrique para canalizar a água a partir da fonte, o que foi concedido; 7 Maio - privilégio do altar de Santo António por Gregório XIII; 1581 - alvará de D. Filipe I sobre a conservação da fonte e aqueduto que fornecia a água; 1593, 27 Outubro - escritura entre os frades e a Câmara de Lamego para repartirem a água de uma fonte que estava a ser construída; 1599 - estavam concluídas duas alas do claustro, que importaram em 150$000; séc. 17 - a capela de Santo Cristo pertencia a Maria de Magalhães e António Rodrigues; os seus descendentes, Cosme Rodrigues de Carvalho e Bernardo da Silva doaram 4$000, 1 alqueire de azeite e um quarto de vinho; pintura de duas tábuas, atribuídas localmente, mas com contestações, a Gonçalo Guedes; feitura dos retábulos colaterais primitivos, sendo possível a intervenção de frei Jorge dos Reis; pintura da Última Ceia para o refeitório, atribuível a Domingos Vieira Serrão e Simão Rodrigues; 1616, 12 Maio - fundação da Capela do Capítulo por Pedro Vieira de Moura, cónego da Sé; 13 Maio - doação de um Menino Jesus, 2 cálices de prata dourada e várias alfaias, entre as quais um Crucifixo, uma cruz, relíquias e um Agnus Dei, dentro de uma custódia, por Pedro Viera de Moura; o mesmo doou 14 painéis para decorar o espaço; 1619, 15 Julho - Pedro Vieira de Moura faz 1 codicílio, deixando 1 alqueire de azeite para a lâmpada; 10 Setembro - falecimento do cónego e sepultamento do mesmo na Casa do Capítulo, com lápide com inscrição; 1622 - Bula de Gregório XV concedendo indulgência a quem visitasse a igreja nas vésperas da festa da Conceição; 1631, 5 Junho - Breve de Urbano VIII concedendo 100 dias de perdão a quem assistisse às Ladainhas de Nossa Senhora; 1638 - sepultura de António Sousa Cardoso na saída da portaria para o claustro, com lápide armoriada, onde se fez sepultura a sua mulher D. Francisca; 1643 - feitura da Capela de Nossa Senhora da Conceição da cerca; falecimento de D. Joana de Vasconcelos, sepultada no claustro com lápide armoriada, onde se fez sepultar, também Francisco Ribeiro; 1644 - Beatriz Mendes deixa dinheiro para o culto a Nossa Senhora da Conceição, situada na colateral do Evangelho; Leonor Carneiro deixa para a mesma um legado de 1 alqueire de azeite para a lâmpada; 1645 - doação de um terreno por Álvaro de Sequeira Coutinho; 1646 - doação por D. Joana de Vasconcelos e Meneses de uma costela de São Calisto e um osso de São Glorificato e relíquias de Santo Apolónio e Santa Bárbara, que haviam pertencido ao arcebispo de Braga, D. Sebastião de Matos; 1647, 18 Julho - D. João IV doa 26 cântaros de azeite; 1661 - Maria Borges deixou 1 alqueire de azeite para a lâmpada de Santo António, situado na colateral da Epístola; para o mesmo, Maria de Magalhães deixa 1 alqueire de azeite e Maria Rodrigues 1 almude; 1666, 15 Julho - António de Castro Soares torna-se padroeiro do Capítulo, deixando 2$000 anuais e uma lameira, junto à Ponte de Sande, 1 almude de azeite, vinculado ao olival em Figueira, e uma pipa de vinho, legada pela sua prima, Joana da Conceição, imposta às vinhas de Santa Luzia; 25 Novembro - D. Afonso VI doa uma verba anual de 3$000 sobre as sisas da cidade para restauro dos canos; 1667 - doação de um terreno por Cristóvão de Gouveia; séc. 17, final - o síndico achou o convento grande e ordenou a sua reconstrução, tendo vendido parte dos materiais e pedraria; para a obra concorreram os bispos D. Luís da Silva (1677-1685) e D. António de Vasconcelos e Sousa, que doava 100$000 mensais; a igreja foi invertida, ficando com a fachada principal virada para o castelo; 1672 - a Capela de Santo Cristo passa para João da Silveira Pinto, que iniciou a sua reconstrução; 1694, 16 Janeiro - decisão de dividir a Província de Santo António em duas; 1699, 20 Julho - lançamento da primeira pedra do novo convento; séc. 18 - ampliação do refeitório 25 palmos, por ordem de Frei Manuel de São Paulo; feitura de novas estruturas retabulares colaterais, sendo a do Evangelho custeada por frei Lourenço de São Francisco, irmão do padre Bartolomeu de Aguiar Montão; execução do retábulo-mor e respectiva tela, pintada pelo pintor lisboeta António Sapeiro; 1702, 7 Março - doação da segunda capela lateral, dedicada a Santa Isabel, à Ordem Terceira de São Francisco de Lamego, que colocou no local as imagens de São Ivo e São Roque; 1705, 24 Abril - nascimento da Real Província da Conceição, por Breve de Clemente XI; 1706 - continuavam as obras no convento e D. António de Vasconcelos e Sousa doou 2 mil cruzados para a cabeceira; a Província contribuiu com 600$000, a que acresceram 647$730 de particulares; 1709 - D. Tomás de Almeida paga a feitura da sacristia; ofereceu, ainda, uma cruz de ébano com guarnições de prata, tendo uma imagem de Cristo em marfim, e seis castiçaes grandes do mesmo material; 1711, 2 Outubro - benção da nova igreja; 1712 - João da Silveira Pinto desiste do padroado da Capela de Santo Cristo; 1713, 26 Outubro - D. João V isenta os frades do imposto sobre a carne, renovado em 1745; 1714, 17 Setembro - assume a tutela da Capela de Santo Cristo José Teixeira de Carvalho, abade de Britiande, obrigando-se às obras na mesma e a deixar $600 para a sua manutenção, pagamento iniciado em 1717; 1715 - sepultura de Tomé Teixeira Rebelo na Capela de Santo Cristo; 1717 - execução das grades de madeira de pau-santo, pelo ensamblador Manuel de Sousa; 1720 - transferência da Casa do Capítulo para a ala da fachada principal, pela necessidade de ampliar o espaço de reunião; 1725 - provável execução dos azulejos da Capela de Santo Cristo, atribuíveis a PMP; 1729 - certidão a reconhecer a veracidade de um osso de São Sebastião, que se encontrava num relicário de prata junto ao Santo Lenho, no altar-mor; 1732 - extinção do noviciado e construção no local da hospedaria; doação de dinheiro por Gonçalo Vaz Pinto de Sousa, fidalgo da Casa Real, para a feitura da escada regral; o mesmo doou 1:000$000 para a execução de uma enfermaria e respectiva varanda; doação de alfaias para o altar da enfermaria, por Gonçalo Vaz Pinto; 1739, 22 Outubro - Pedro de Távora e Sampaio, presidente da Confraria do Senhor dos Passos, pede autorização para construir uma capela no terreiro *7; 1740, 23 Janeiro - doação de 15 tomos para a livraria, por Frei Manuel Pinto da Fonseca; 1743, 27 Abril - feitura de uma imagem de roca de Nossa Senhora das Dores, por ordem de Frei António de Jesus Maria, para a qual o bispo Frei Feliciano de Nossa Senhora contribuiu com 30$000; a capela foi dotada de paramentaria no valor de 80$000; 1745, 30 Março - D. João V isenta os frades do imposto do real de água; doa 1 arroba de cera e 2$000 anuais; 1748 - feitura de um retábulo de talha para a Capela do Capítulo, por ordem de Frei Paulo da Soledade, mandado dourar por Frei Teotónio de Jesus Maria; feitura de uma imagem da Natividade, que substituiu uma outra com a mesma temática; 1749 - Frei Jacinto de Jesus Maria manda colocar uma imagem do Sagrado Coração de Jesus na Capela de Santo Cristo; 1 Maio - Breve de Bento XIV autorizando a fundação da Irmandade de Nossa Senhora das Dores, na Capela de Santo Cristo, por iniciativa de Frei Jacinto de Jesus Maria; fundação pelo mesmo frade da Confraria dos Servos da Virgem Maria das Sete Dores na Capela de Santa Isabel; 15 Agosto - Breve de Bento XIV privilegiando por 7 anos a Capela da Senhora das Dores; 1751, 1 Fevereiro - Breve papal privilegiando, por 7 anos, o altar de Santo Cristo; nesta capela, foi fundada a Confraria do Sagrado Coração de Jesus, por iniciativa de Frei Jacinto de Jesus Maria; 1755 - feitura das pinturas da Via Sacra por ordem de frei Teotónio de Jesus Maria José; 1760 - na Crónica, é referido que todas as relíquias haviam desaparecido *8; 1791 - execução do órgão por António José Peres Fontanes; 1903 - substituição da teia de madeira da Capela do Santo Cristo por grades de ferro, para colocação do Santíssimo Sacramento naquele espaço; 1834 - extinção das Ordens Religiosas, com a consequente expulsão dos monges e arrolamento dos bens, havendo pequena descrição do imóvel *9; é referenciada a existência de uma maquineta sobre a guarda do coro-alto; a igreja foi doada à Ordem Terceira de São Francisco, que, ainda hoje, ocupa o local e parte da zona conventual, acompanhada por um grupo de Franciscanos; doação do convento ao Ministério da Guerra; no inventário, é referida a existência de 2 dormitórios; 1835 - pedido do edifício para construção de um colégio feminino; 22 Abril - é referido que os militares já ocupavam o quartel, mantendo-se no local, com a presença de uma messe militar; 1869 - reforma da zona conventual pelos militares; séc. 20, 2.ª metade - reforma de toda a fachada posterior; alargamento da via pública e desaparecimento da primitiva galilé e portaria; feitura de duas capelas laterais, no lado da Epístola; 1972 - o órgão ainda funcionava; 1983 - o órgão deixa de funcionar, faltando-lhe 13 tubos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria e cantaria de granito, parcialmente rebocada e pintada; cobertura do claustro em laje de betão; cunhais, pilastras, modinaturas, elementos decorativos, pavimentos, colunas do claustro, muretes, cruz em cantaria de granito; pavimento, cadeiras, retábulos, órgão, guarda do coro-alto, grades, púlpito, portas em madeira; painéis de azulejo monocromo, azul sobre fundo branco; cobertura em telha.

Bibliografia

CONCEIÇÃO, Frei Apolinario, Claustro Franciscano, Lisboa, Officina de Antonio Isidoro da Fonseca, MDCCXL (1740); DEOS, Frei Martinho do Amor de, Escola de Penitencia, caminho de perfeição estrada segura para a vida Eterna Chronica da Santa Provincia de Santo António, Lisboa, António Pedrozo Galram, MDCCXL (1740); JOSÉ, Frei Pedro de Jesus Maria, Chronica da Santa, e Real Provincia da Immaculada Conceição de Portugal da mais estreita e regular Observancia do Serafim Chagado S. Francisco, 2.ª ed., 2 vols., Lisboa, Officina de Miguel Manescal da Costa, MDCCLX (1760); AZEVEDO, Joaquim de (D.), Historia Ecclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego, 2.ª ed., [1.º ed. de 1869], Porto, Typographia do Jornal do Porto 1877: ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, vols. I e II, Porto, Livraria Civilização Editora, 1968; COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, vols. II, IV e V, Lamego, s.n., 1979, 1984 e 1986; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; MECO, José, O Azulejo em Portugal, 2.ª ed., Lisboa, Publicações Alfa, S.A., 1993: LARANJO, F.J. Cordeiro, Cidade de Lamego - Igreja de São Francisco, Lamego, Câmara Municipal de Lamego, 1995; ARAÚJO, António de Sousa (Frei), Antoninhos da Conceição - dicionário de capuchos franciscanos, Braga, Editorial Franciscana, 1996; GARCIA, Ana Paula Braz Abrantes, Domingos Vieira Serrão Pintor da Contra-Maniera em Portugal. Entre decoro e conformismo, [dissertação de Mestrado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra], Coimbra, Universidade de Coimbra, 1996; SIMÕES, J.M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no século XVII, 2.ª ed., 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1997; AAVV, Dicionário de História Religiosa de Portugal, 4 vols., Lisboa, Círculo de Leitores, 2001; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, 3 vols., Viseu, Governo Civil de Viseu, 2001; QUEIRÓS, Carla Sofia Ferreira, Os retábulos da cidade de Lamego e o seu contributo para a formação de uma escola regional. 1680-1780, [dissertação de mestrado no Departamento de Ciências e Técnicas do Património], 3 vols., Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2001; FIGUEIREDO, Ana Paula, Os órgãos da Sé” in Monumentos, n.º 22, Lisboa, Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Março de 2005, pp. 106-115; FIGUEIREDO, Ana Paula Valente, Os Conventos Franciscanos da Real Província da Conceição - análise histórica, tipológica, artística e iconográfica, [tese de doutoramento], 3 vols., Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Arquivo do Ministério das Finanças (Conventos extintos, caixa 2221); GEAEM: DOMINGUES, João Lourenço, Planta do extinto Convento de São Francisco, hoje Hospital Militar d'Infantaria n.º 9, 20862-17-24, 1869; AML: Livro de Actas da Câmara Municipal de Lamego, 1834-1835, n.º 29, fl. 44v., Registo da correspondencia da Câmara Municipal de Lamego com as diferentes auctoridades e dos Editaes, 1834-1836, Liv. 8

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1726 - reforma da Capela de Nossa Senhora da Conceição da cerca com 150$000 doados por Bartolomeu de Aguiar Montão, abade de Penude; 2000 - restauro de algumas telas da nave.

Observações

1 - a cerca, cujo perímetro desapareceu, era composta por uma horta e pomar, encontrando-se dividida em ruas, com acesso a partir do terreiro do dormitório, com os muros orlados de alegretes e assentos; pequeno bosque com árvores de espinho. Várias capelas, como a de Nossa Senhora da Conceição, com o interior decorado de embrechados; no lado oposto, a Capela de São Francisco a receber os estigmas; na horta, a Capela de São João Evangelista; junto ao pomar, uma pequena capela com Cristo atado à coluna, mandada fazer por Frei Teotónio de Jesus Maria. Junto ao convento, uma estrutura de dois pisos, a inferior para os animais e a superior para os moços. Na cerca, uma fonte que vertia para um tanque de pedra, onde se depositavam as águas da Almedina e, junto à Capela de São Francisco, outra fonte. *2 - junto ao coro-alto, a Capela de Nossa Senhora da Assunção, com uma imagem do orago, de madeira, com quatro palmos de altura, mandada fazer por frei Francisco de Santa Ana. *3 - a Capela de Nossa Senhora das Dores tinha a cobertura com pinturas murais, desaparecidas, e pavimento em xadrez, onde surgia uma sepultura de Tomé Teixeira Rebelo, transferida, no séc. 20, para o Museu de Lamego.*4 - neste, existiam dois santos, ou imagens de gosto antigo, cinco mãos ou braços piramidais e uma imagem do menino Jesus pequeno. *5 - a sepultura de João Anes, na capela-mor, tinha uma lápide epigrafada, em latim. *6 - os legados pios ascendiam a 25 alqueires de trigo, 84 de vinho 3,5 de azeite e 1$980 em dinheiro, que passaram para o Cabido da Sé de Lamego, com as respectivas obrigações de missas por sufrágio. *7 - o acesso ao Convento era feita por um arco de volta perfeita, junto ao qual se situava uma pequena capela com a imagem do Senhor dos Passos, sendo o único convento da Província da Conceição com este tipo de solução, tendo a Capela do Senhor dos Passos no terreiro e não na galilé. *8 - a tribuna da capela-mor contém um trono, onde se expunham, em épocas festivas, os vários relicários da casa; as relíquias pertenciam a São Veriano, São Tranquilo e Santa Ampliata Mártires, e Santa Veneranda, em meios-corpos, surgindo, nos braços, São Victor, São Leopardo, Santo Adaústo, São Bonifácio, São Deodato, todos Mártires. *9 - igreja com retábulo-mor tendo a tribuna coberta com pano, surgindo as imagens de São Francisco, no lado direito, e São Pedro de Alcântara, no lado esquerdo, surgindo, ao centro, São Sebastião e São Pedro Regalado, sacrário, seis castiçais e cruz dourada; nas ilhargas da capela-mor, as pinturas da "Assunção de Nossa Senhora" e "São Francisco aos pés do Senhor", de que não restam vestígios; no cruzeiro, dois altares à moderna, o da Epístola com Santo António e nicho com a Sagrada Família e, no oposto, Nossa Senhora da Conceição e oratório de Nossa Senhora da Boa Morte; sobre o arco triunfal, o Crucificado, ladeado por Nossa Senhora e São João Evangelista; a nave possui, no retábulo do Evangelho, uma Nossa Senhora das Dores, ladeada por Santa Ana e São Joaquim; as capelas eram iluminadas por lâmpadas de latão, de tamanho mediano; no coro-alto, o Crucificado, uma estante, três estampas pintadas, três pinturas sobre telas e 2 quadros pequenos em madeira, que teria servido de relicário e estava em mau estado; sacristia com arcaz e oratório ao centro, com a representação do Calvário, tendo quadro pequeno, cinco quadros e um armário; no mesmo local, o espelho para os celebrantes, com moldura de pau-preto e dourada; na ante-sacristia, surgia um lavabo e um oratório com crucifixo e seis quadros; a zona conventual tem dois dormitórios, claustros, portaria, com a imagem de vulto de São Francisco a receber as chagas de um Crucificado pintado na cobertura, casa do Capítulo, refeitório, cozinha, adega, hospedaria, enfermaria, barbearia e, sobre o dormitório, casa de hóspedes e capela com retábulo, de orago desconhecido; existia, ainda, uma Capela onde se devocionava Cristo atado à coluna.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2002 / 2009

Actualização

 
 
 
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