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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja
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Descrição
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Planta quadrada, regular e centralizada, com c. de 14 m de lado, resultante da articulação, da nave, transepto e ábside. Tem frontaria modesta em alvenaria, com pórtico em cantaria de granito de vão rectangular e frontão triangular rasgado por luneta circular. Embebida no paramento do lado N. da fachada N., uma capela dos Passos do Senhor, em mármore de Estremoz; tem o pórtico virado para o Largo, ladeando o da Igreja, de vão rectangular e verga profundamente moldurada, sobrepujada de frontão retabular envolvido em volutas e pináculos, com cornija de enrolamentos rematada por cruzeiro. INTERIOR: acanhado salão de três naves de três tramos, de abóbada de berço, descarregando a central em poderosos pilares prismáticos, da ordem dórica, e as laterais sobre o paramento, recebidas por arquitrave de cantaria. No tramo central da nave da Epístola, abre-se, por vão de arco perfeito a continuar em toda a profundidade por abóbada de berço, integralmente revestida de azulejos tipo "tapete", a Capela da Irmandade de Nossa Senhora da Vitória, actualmente dedicada a São Gregório Papa; apresenta retábulo de talha e na parede do lado esquerdo e na zona superior pintura mural, muito delida, com a representação de uma Missa de São Gregório, que porta casula ocre e vestes claras, distinguindo-se mal as outras figuras da composição. A fazer a lanterna do cruzeiro, de tramos embebidos no corpo da nave, cúpula semi-esférica rompente de arcos de volta perfeita, com as trompas ornadas de estuques geométricos. À capela-mor dá acesso arco triunfal realizado pela estrutura cupular do cruzeiro; é profunda e ladeada de dois absidíolos, uma e outros cobertos de abóbada de canhão e de estrutura singela. Da velha ermida gótica quatrocentista, restam dois pórticos embebidos nos paramentos que deitam para a R. de Valdevinos e para as Escadinhas de São Vicente e um tramo da nave que cavalga o muro da cerca romana, com abóbada em ogiva de nervuras duplas fechada com botão granítico de tema vicentino e apoiada em colunas prismáticas de alvenaria, com capitéis graníticos de motivos vegetais estilizados; no paramento fundeiro, fragmento de pintura mural representando São Sebastião, de esboço estilizado e longos caracóis anelares. |
Acessos
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Largo de São Vicente; Rua Miguel Bombarda |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 de setembro 1978 *1 / Incluído no Centro Histórico da cidade de Évora (v. PT040705050070) |
Enquadramento
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Urbano, em meia encosta da escarpa acentuada da colina de Évora, do lado S., a cavaleiro da Cerca Velha da Cidade, imbricada entre o casario, harmonizada com a envolvência |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: galeria de exposições |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1467 - refundação por Luis Lourenço (Prioste do Cabido da Sé de Évora e criado do Infante Dom Henrique), sobre a plataforma onde se haveria de erguer o Mosteiro de Nossa Senhora da Graça (070510028), em casa foreira do Cabido que para aquele efeito a cedeu, da anterior ermida de fundação incerta que cavalgava o paramento O. da cerca romana, dedicada ao mártir São Vicente; 1552 - Depois da publicação do Breviário Eborense, Garcia de Resende conseguiu mobilizar o Senado Municipal para a reedificação do templo gótico, cuja fábrica o próprio Mestre dotou com dez mil réis; 1651 - visitação municipal refere várias pinturas murais na igreja; 1856 - reconstrução da capela do Passo da Via Sacra transferido do primitivo local na R. do Paço; 1965, Verão - durante as obras de restauro, segundo Túlio Espanca foram postas a descoberto pinturas murais quinhentistas na capela-mor *2. |
Dados Técnicos
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Pintura mural a fresco |
Materiais
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Alvenaria, cantaria de granito, mármore em alguns elementos secundários. |
Bibliografia
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ESPANCA, Túlio, Fundação e Evolução Histórica da Igreja dos Mártires de Évora, A Cidade de Évora, nº 29 e 30, 1949; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol. VI, 1966. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMS |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMS; Biblioteca Pública de Évora: Visitação dos Oratórios de Évora em 1597, ms. nº 61, Livraria da Manisola |
Intervenção Realizada
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CME: 1966 - restauro geral, orientado pelo Arqº Raul David. |
Observações
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*1 - DOF... e todo o recheio, nomeadamente as pinturas a fresco e em tábua, o retábulo, o altar de talha e os azulejos; *2 - "... na ousia, formada por um mural do estilo da Renascença, pouco saliente e armado sobre alvenaria estucada. Obra de cerca de 1570, de artista anónimo, mas de afinidades artísticas com Francisco de Campos, autor dos famosos frescos do Paço dos Condes de Basto, é constituído por pórtico apilastrado, de estrias clássicas, dividido em três painéis de secção rectangular. Da representação hagiográfica estão intactos Santas Sabina e Cristeta, ladeando São Vicente, de que existem, apenas, fragmentos do manto e dos pés. Sobrepujante, na empena, de efeito arquitectónico e perspectivado, medalhão figurado pelos três mártires de Évora, no cárcere romano, repousando. A cimafronte é ornada de florão circular, policromo, de grinaldas e filactera clássicas. Na parede fundeira da ousia, no lado oriental, escapou, também, uma interessante e rara pintura mural representando São Sebastião. A figura, mutilada nas pernas e com vestígios de emolduramento, é tratada com delicadeza e a cabeça, de longos e anelados cabelos oferece o ingénuo hieratismo peculiar da Arte Gótica dos fins do Séc. 15. Quatro longos dardos, bem medievais, ferem o corpo do mártir, que se contorce no tronco esgalhado da árvore, suavemente, sem violência ou ar de tragédia". |
Autor e Data
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Manuel Branco 1993 / Joaquim Caetano 2005 |
Actualização
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Maria Fernandes 1997 |
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