Capela de Nossa Senhora das Brotas

IPA.00012023
Portugal, Vila Real, Chaves, Santa Maria Maior
 
Pequena capela seiscentista, de planta longitudinal simples e espaço interior único coberto com falsa abóbada de estuque e iluminada lateralmente. É construída sobre plataforma tronco-piramidal muito elevada, de planta quadrangular, com portal de aduelas largas. Possui fachada principal terminada em empena truncada por sineira e rasgada por portal em arco de volta perfeita, com chanfro, ladeado por púlpito de pedra. As fachadas laterais têm urnas a coroar os cunhais, que deverão ser posteriores, rasgadas por janelas muito mais largas do que o usual nas capelas maneiristas, a iluminar a zona do altar-mor. O interior é revestido por azulejos policromos maneiristas, de padrão de massaroca com adição de elementos lineares, com cercadura pouco comum e não identificada por Santos Simões. Tem pia de água benta a ladear o portal e retábulo-mor de talha, maneirista, de planta recta e três eixos, tipo edícula, seguindo a tratadistica de Vignola, com painéis laterais pintados e o central com nicho, e ático evidenciando reforma, já que o concheado e cartelas do lado do Evangelho surgem encurtadas. A cartela central pintada no tecto é rococó, ainda que esteja repintada, e envolvida por rosas de carácter popular, mas os motivos fitomórficos laterais são posteriores.
Número IPA Antigo: PT011703500102
 
Registo visualizado 151 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, rectangular, de massa simples com cobertura em telhado de duas águas. Fachadas em cantaria de granito em fiadas de aparelho regular com as juntas tomadas, com urnas a coroar os cunhais, assentes em plintos paralelepipédicos. Fachada principal voltada a N., terminada em empena truncada por sineira de uma ventana, em arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, com base em cornija recta e remate em empena de cornija sobrepujada por cruz de ferro e albergando sino. Portal axial em arco de volta perfeita, com chanfro e aduelas altas, ladeado, à direita, por púlpito de pedra, com pintura de tonalidade vermelha, de base quadrangular sobre pé prismático com as faces molduradas e decoradas com almofadas em losangos, guardas de pedra com decoração semelhante e escada de acesso adossada de O.. Fachadas laterais rasgadas por ampla janela, quadrangular, com chanfro, protegidas por grades de ferro. Fachada posterior cega, terminada em empena coroada por cruz sobre acrotério. INTERIOR de espaço único, revestido a azulejos, tendo na parede 18 1/2 de alto, de padrão P-119 e com cercadura fitomórfica, iluminado pelas janelas confrontantes, com arcazes de castanho a preencher o vão e pia de água benta a ladear a porta,no lado da Epístola. Retábulo-mor de talha dourada, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas de fuste espiralado, de terço inferior decorado com acantos e querubins, assentes em plintos paralelepipédicos, ornados de acantos e de capitel coríntio, flanqueados por orelhas de talha; ao centro abre-se nicho em arco de volta perfeita, sobre pilastras, ambos decorados com friso de escamas, com arcanjo nos seguintes e albergando imaginária; nos eixos laterais surgem painéis rectangulares pintados, sobre tábua, figurando no lado do Evangelho a padroeira e no lado da Epístola São Francisco; sobre o entablamento, com friso decorado com acantos e querubins, desenvolve-se o ático com tabela rectangular, horizontal, pintada com o Crucificado, ladeado de consolas, concheado e fragmentos de frontão, e terminado em frontão interrompido pelas armas nacionais, com coroa; banco formado por apainelados de acantos e anjos. Pavimento em lajes de granito e, sobre cornija de pedra, tecto em falsa abóbada de berço, estucado e pintado, com cercadura vegetalista entrelaçada, suspensa de plintos prismáticos que sustentam albarradas; ao centro, surge cartela recortada circunscrita por flores cor-de-rosa com pétalas e pés em verde, enquadrando paisagem com montes, tendo em primeiro plano torre com amplo portal em arco de volta perfeita, ladeada por muralhas, e com cartela inscrita com TURRIS DA V (...).

Acessos

Forte de São Neutel

Protecção

Incluído no Forte de São Neutel (v. PT011703500116)

Enquadramento

Urbano, isolado, no reduto do Forte de São Neutel, onde se estrutura também um anfiteatro a céu aberto, com arquibancadas dispostas no terrapleno e palco circular. A capela ergue-se no centro de uma plataforma tronco-piramidal, de planta quadrangular, constituída por treze degraus de granito.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: pintada no eixo esquerdo do retábulo - RETRATA DE N. SA DAS BROTAS COPIA DO VERDADEIRAMTE PELA ORIGINAL IMAGE SVA FEITA PELA MAO DOS ANJOS DA CÃNA DE HVÃ VACCA.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1658 - D. Rodrigo de Castro, Conde de Mesquitela, chega a Chaves como Governador das Armas da Província de Trás-os-Montes; 1661 - o Conde de Mesquitela manda edificar no forte de São Neutel uma ermida em honra de Nossa Senhora das Brotas; séc. 18 - pintura do tecto; 1978, 3 Março - o Batalhão de Infantaria de Chaves solicita o apoio técnico da DGEMN para as obras a realizar no Forte de São Neutel e informa que um grupo de flavienses tomou a seu cargo o início de obras de restauro da capela; 1988 - a capela está em estado deplorável, com teto em ruína, podendo desabar a qualquer momento.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura, sineira, púlpito, cruz da empena posterior e urnas que coroam os cunhais, pia de água benta e pavimento de granito; paredes forradas de azulejo tradicional; porta de madeira; retábulo de talha dourada; painéis pintados sobre madeira pintada; tecto de estuque pintado; grades das janelas e cruz da sineira de ferro; cobertura exterior de telha.

Bibliografia

ABREU, Thomé de Távora e, Notícias geographicas e Históricas da província de Tras dos Montes, ms. 221 da BNL, transcrição de Júlio Montalvão Machado, Revista Aquae Flaviae, 2, Chaves, 1989, pp. 24 - 25; SIMÕES, J. M. dos Santos, Corpus da Azulejaria Portuguesa. Azulejaria em Portugal no século XVII, tomo I e II, Lisboa, 1997; MACHADO, Júlio M., Crónica da Vila Velha de Chaves, Chaves, 2000, pp. 232 - 233.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

Grupo de flavienses: 1978 - limpeza da vegetação no Forte de São Neutel e obras de restauro da capela da Senhora das Brotas.

Observações

Autor e Data

António Dinis 2005

Actualização

 
 
 
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