Câmara Municipal de Alijó

IPA.00011979
Portugal, Vila Real, Alijó, Alijó
 
Arquitectura político-administrativa, barroca. Edifício dos Paços do Concelho de planta rectangular, com fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas, terminadas em friso e cornija, com pilastras nos cunhais e definindo panos, sobrepujadas por fogaréus, rasgada por vãos rectilíneos regularmente dispostos. Fachada principal rasgada no andar nobre por janelas de sacada e coroada por espaldar recortado com pedra de armas e a lateral direita com portal simples com escada volutada, sendo rematada por sineira também volutada. Fachadas laterais esquerda e posterior, bem com o interior, reformadas.
Número IPA Antigo: PT011701010053
 
Registo visualizado 117 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara, tribunal e cadeia  

Descrição

Planta rectangular, de volume único, horizontalizante, e cobertura homogénea, com telhado de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois pisos, terminadas em friso e cornija encimada por beiral, e com pilastras toscanas nos cunhais e dividindo os panos, sobrepujadas por fogaréus. Fachada principal virada a O., de dois panos, desiguais, e rasgada por vãos rectilíneos, com molduras de cantaria, sobrepostos e interligados, tendo no primeiro piso janelas de peitoril e no segundo janelas de sacada, com guarda de ferro, encimadas por friso moldurado e cornija, que se sobrepõe à que remata a fachada. No pano da esquerda, mais estreito, rasgam-se no primeiro piso portal de verga recta entre dois pequenos janelos quadrangulares, gradeados, e uma janela; no segundo, entre as duas janelas existe cartela oval de cantaria, com moldura boleada, inscrita; no pano da direita, abrem-se três janelas em cada piso. Sobre o beiral, no alinhamento da janela central do pano maior, ergue-se cornija boleada com inscrição alusiva à construção e espaldar recortado, terminado em cornija, de face côncavo sobreposta por cartela recortada envolta por concheados e encimada por coroa, fechada. Fachada lateral esquerda rasgada no primeiro piso por quatro janelas de peitoril e no segundo por três janelas iguais e um óculo oval, todas molduradas. Na fachada lateral direita abre-se no primeiro piso, junto ao pavimento, janela quadrangular, moldurada, e ao nível do segundo piso, duas janelas geminadas estreitas, unidas pela moldura, e porta de verga recta descentrada; esta é precedida por escadaria de alvenaria rebocada e pintada, de dois lanços opostos, tendo no cunhal pilastras de ângulo sobre soco, com guarda exteriormente de alvenaria rebocada e pintada e interiormente em cantaria, delimitada inferiormente por friso de cantaria e com capeamento igualmente de cantaria, possuindo no seu início duas volutas. Junto ao cunhal direito, existe relógio quadrangular, em cantaria, com numeração romana e, sobre o beiral, sineira de arco de volta perfeita, decorado com aletas, assente em pilares e coroado por cruz de cantaria, albergando sino. Fachada posterior de dois pisos e três panos, delimitados por pilastras, rasgada regularmente em ambos os pisos por janelas de peitoril, cujas molduras formam reentrâncias nos topos laterais superiores e inferiores, e por óculos ovais, no extremo esquerdo singelo e no extremo direito do pano maior geminados; no pano intermédio abre-se portal largo de verga recta acedido por passadiço de cantaria que vence o desnível do terreno, com guarda de balaústres quadrangulares; sob a escada, o paramento é em cantaria e tem janelo quadrangular. INTERIOR com paramentos rebocados e pintados, com pavimentos de lajes e em madeira e tectos de estuque. Vestíbulo de entrada com vãos moldurados a cantaria granítica, paredes percorridas por silhar de granito polido e escada para o segundo piso, com guarda em balaustrada de cantaria. Junto à fachada lateral esquerda existe um outro corpo, de planta rectangular, colocado perpendicularmente ao principal, onde foram colocados alguns serviços técnicos da Câmara. Possui fachadas de dois registos e um registo, rebocadas e pintadas de branco, com cunhais de cantaria, terminadas em friso e cornija moldurada sobreposta por beiral, rasgados por vãos rectilíneos. A sua fachada principal vira-se a S. e no cunhal esquerdo, possui a inscrição "C.M.A. / 1878". A fachada lateral esquerda, de dois pisos, tem porta de verga recta no primeiro e duas janelas de peitoril com caixilharia de guilhotina no segundo. No alinhamento deste corpo, desenvolve-se ao longo do jardim da fachada posterior, dois outros, modernos, com fachadas de dois pisos, o primeiro precedido por alpendre assente em colunas, cobertos por telhados de telha de duas e uma água. A sua fachada principal é rasgada no primeiro piso por portas e janelas altas e estreitas e por outras ovais e no segundo piso por janelas em meia luneta, todas sem moldura.

Acessos

Rua General Alves Pedrosa, nº 13. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,276194; long.: -7,475059

Protecção

Incluído na Zona de Protecção do Pelourinho de Alijó (v. PT011701010002)

Enquadramento

Urbano, isolado. Ergue-se no centro da vila, junto à principal estrada que a atravessa, separado dessa por passeio e possuindo frontalmente pátio acompanhando a fachada principal, protegido por balaustrada de cantaria, ritmado por acrotérios, adaptado ao desnível do terreno e sendo precedido ao centro por escada de cantaria, de dois braços, igualmente protegidos por balaustrada, com plintos almofadados. Junto ao muro do pátio, encostam-se dois pequenos bancos de pedra, um de cada lado da escada. Junto à fachada lateral direita e posterior desenvolve-se praça, calcetada a paralelepípedos, com guias de cantaria formando quadrícula larga; na lateral direita, ergue-se o pelourinho e na posterior existe jardim, com canteiros de relva, bancos de jardim e fonte central com repuxo, enquadrada por várias oliveiras.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: A inscrição no espaldar da fachada principal reza: "O DR. FRANCISCO ANTÓNIO GRAVITO, DA CIDadE DE AVEYRO, PRIMEYRO JVIZ DE FORA DeSTA VilA MANDOV FAZER ESTA OBRA NO AnO De 1763". Na cartela oval do pano mais estreita da fachada principal, a inscrição diz: "O DoutoR IOÃO ANTóniO FeRreiRA DE MOURA JUIZ DE ForA DESTA VilA MANDOU FAZER ESTA OBRA NO ANNO DE 1807".

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1226, Abril - Foral de D. Sancho II; 1269, 15 Novembro - foral de D. Afonso III; 1369 - D. Fernando, tendo em consideração que Vila Real não se encontrava suficientemente povoada, integrou no seu termo os lugares e aldeias que lhe pertenciam no tempo de D. Dinis, a saber, os julgados e coutos de Alijó, Favaios, Goivães, Jales, Lamas de Orelhão, Murça e Paredes; 12 Outubro - decreto do monarca, emitido em Coimbra, ordenando que Alijó e outras povoações ficassem proibidas de ter justiça própria e que todos os seus negócios judiciais ficassem adstritos a Vila Real; 1384 - na sequência da crise de 1383 - 1384, e dado que Vila Real apoiara Castela, o Mestre de Aviz integrou Alijó e Favaios, com seus termos e jurisdições, no concelho de Ansiães; 1385 - confirmação desta doação após a proclamação do Mestre de Aviz como rei; D. João I concedeu novamente a Alijó o foro de vila e deu-o de juro e herdade por carta de privilégio a Álvaro Pires de Távora, 3º Senhor de Mogadouro, filho de Pedro Lourenço de Távora, reposteiro-mor; os Marqueses de Távora passaram assim a ser os donatários do concelho; 1514, 10 Julho - Foral novo de D. Manuel; 1640, depois - com a restauração da Independência por D. João IV, a Câmara de Alijó procedeu a algumas reformas institucionais; o juiz ordinário que acumulava as funções de presidente, tinha jurisdição sobre o concelho e ajuramentava todos os ofícios da sua atribuição, sendo mais tarde também juiz dos órfãos; 1759, 13 Janeiro - após a execução dos Marqueses de Távora, por suspeita de envolvimento na tentativa de assassinato de D. José I, Alijó foi incorporado nos bens da coroa; séc. 18 - com a nomeação dos Juízes de Fora, que também exerciam a Presidência da Câmara, houve necessidade de construir uns novos Paços do Concelho; 1763 - data no frontão do novo edifício, mandado construir pelo primeiro Juiz de Fora, o Dr. Francisco António Gravito, da cidade de Aveiro; no frontão colocou-se o brasão real, com as cinco chagas e os sete castelos encimado pela coroa dos Duques de Bragança, e inferiormente inscrição alusiva à sua construção; séc. 19, início - durante as invasões francesas, as tropas comandadas por Junot passaram por Alijó e mandaram picar o brasão nacional e substituí-lo pela águia Napoleónica pintada a preto com o fundo vermelho, hoje quase desaparecido; 1807 - data no pano esquerdo do corpo principal, correspondente a uma ampliação e reforma geral do edifício, ordenada pelo juiz de Fora João António Ferreira de Moura; 1878 - data do corpo junto à fachada lateral esquerda, assinalando a sua construção para acomodação de serviços da Câmara; 1953 - fotografias mostram a fachada principal pintada com embasamento de outra cor e os dois pisos do pano esquerdo separados por friso de cantaria, sendo precedida a todo o seu comprimento por escadaria, que nos ângulos era semicircular; o edifício também da Câmara junto à fachada lateral esquerda ainda não tinha a porta rasgada no primeiro piso, junto à estrada; séc. 20 - reformas no edifício, adaptando-o a novas condições; 1981 - a fachada principal já era precedida por escada com a actual feição e o pano esquerdo já não possuía o friso separando os pisos; a janela do segundo piso da fachada lateral direita era já geminada e não ampla como anos antes; 2002 / 2003 - arranjo da praça junto à fachada posterior e construção dos corpos posteriores perpendiculares.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de cantaria de granito, rebocada e pintada; elementos estruturais, pilastras, frisos e cornijas, fogaréus, sineira, molduras dos vãos, e escada em granito; janelas com vidros simples; guardas das janelas de sacada e grades de alguns vãos em ferro; pavimentos interiores em granito polido e madeira; tectos de estuque; cobertura exterior de telha.

Bibliografia

LEITÃO, Fernando Rodrigues, Monografia do Concelho de Alijó, Lisboa, 1963; s.a., Concelho de Alijó, Alijó, 1995; GONÇALVES, Manuel Silva, Recenseamento dos Arquivos Locais - Câmaras e Misericórdias, vol. 5, s.l., 1997.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Câmara Municipal de Alijó: 2002 / 2003 - obras de ampliação, com construção de dois corpos perpendiculares na fachada posterior; arranjo do adro lateral e posterior.

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2004

Actualização

 
 
 
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