Palacete Alenquer

IPA.00011886
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Palacete de planta em L irregular, com alçados integralmente revestidos a azulejo monócromo (excepto o posterior), marcados pela abertura de vãos, com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular. Em termos planimétricos e de organização da espacialidade interior, o edifício congrega características afins à tipologia do prédio de rendimento com a do palacete oitocentista, patentes respectivamente, no fraccionamento em dois fogos por piso e na valorização do eixo definido pelo vestíbulo e caixa das escadas, ainda de amplas dimensões mas já sem destaque em termos decorativos.
Número IPA Antigo: PT031106220734
 
Registo visualizado 705 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta em L irregular, volumetria paralelepipédica de imposição horizontal, cobertura efectuada por telhados a três águas, perfurados por janelas trapeiras e por clarabóia. De 5 pisos separados por frisos de cantaria (2 parcialmente enterrados sendo um, deles, apenas integralmente visível no alçado lateral E e outro, ao nível da cobertura), com cunhais em cantaria, embasamento revestido, com placagem de cantaria e restante superfície murária, com azulejo monócromo verde. Alçados animados pela abertura de vãos, predominantemente de verga recta com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular. Alçado principal a NO., rasgado a eixo por portal de verga curva ladeado por 6 janelas iluminantes encimadas por igual número de janelas de peito com bandeira rectangular, de cada lado, sendo o conjunto sobrepujado por janelas de sacada de verga recta destacada, servidas por guarda metálica de varas e pinhas nos extremos. O alçado é superiormente rematado por cornija continuada, acima da qual se reconhecem 5 janelas trapeiras. Alçado lateral composto por 2 panos articulados, entre si, em ângulo escalar, com frentes a E. e a NE.: disposto a acompanhar o declive do terreno, apresenta um segundo acesso coincidente com o pano a E., de verga curva, em contraste com os restantes vãos, correspondentes a janelas de peito de verga recta acentuada por bandeira. Alçado posterior com superfície murária em reboco pintado, com o lado E. animado, ao nível do 1º e 2º andares, por janelas de sacada articuladas com varanda comum (*1) e o lado O., por janelas de sacada, ao nível do piso térreo, e janelas de peito, nos pisos superiores. INTERIOR: e na sequência da existência de 2 acessos distintos (*2), regista-se portal do alçado principal directamente comunicante com vestíbulo, de planta rectangular e tecto plano; articula-se, no muro de topo, com lanços rectos de escadas, 2 deles, localizados nos extremos e conducentes às caves e outro, axial, através do qual se acede à caixa da escada, num plano sobrelevado, separada por 3 vãos com bandeira triangular, animados por guarda-vento e iluminada por clarabóia. Pelo lado E., acede-se à cave, do lado esquerdo, caracterizada por um único compartimento de planta rectangular, irregular, ritmado por colunas (*3) e comunicante com sub-cave, com área idêntica e sem qualquer fonte de iluminação natural.

Acessos

Praça do Príncipe Real, n.º 1; Rua do Século, n.º 171

Protecção

Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) e~/ incluído na Zona Especial de Proteção do Bairro Alto e imóveis classificados na área envolvente

Enquadramento

Urbano, em zona de meia-encosta, flanqueado, formando gaveto, com a Praça do Príncipe Real e Rua do Século. Integra o conjunto edificado oitocentista da Praça do Príncipe Real, para a qual apresenta o alçado principal, constituindo-se como edifício extremo do lado E., ao qual adossa o palacete Faria (v. PT031106220736). Na proximidade do Palacete António Ferreira de Carvalho (v. PT031106220735), Palacete Paulo Cordeiro, Palacete do Barão de Santos (v. PT031106220737), Palacete Ribeiro da Cunha (v. PT031106220738) e Palacete Anjos (v. PT031106460742).

Descrição Complementar

A clarabóia apresenta vidros coloridos, à semelhança do verificado na janela aberta no muro N. do vestíbulo.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: edifício residencial e comercial

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1871 - construção do imóvel em terreno que surge ainda vago na planta de Lisboa de Filipe Folque de 1858, sendo logo depois habitado pelo barão de Alenquer (desde 1862), Manuel Joaquim de Almeida falecido pouco depois (1873) e por sua esposa D. Maria José de Nápoles Noronha e Veiga, o qual foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa e administrador do Bairro Alto, passando o palacete a seu filho, 1º visconde de Alenquer, D. Tomás de Nápoles Noronha e Veiga (1840 - 1898); 1873 - por morte do barão de Alenquer, o palacete passa a ser residência de seu filho primogénito e herdeiro, o 1º visconde do mesmo título (nesse mesmo ano e por carta de D. Luís do ano imediato), e de sua esposa D. Júlia de Macedo de Sousa Pereira Coutinho de Meneses (filha do morgado de Verride); 1918 - aplicação do revestimento azulejar exterior, sendo proprietária do edifício Amélia Formigal, viúva e residente na Rua da Bela Vista à Lapa; 1947 - eram proprietárias do imóvel Amélia e Ana Virgínia Formigal de Morais; 1953 - instalação de uma oficina de encadernação e armazém de papel no piso térreo dos n.º 167 a 171 da Rua do Século; 1963 - no n.º 171 da Rua do Século encontrava-se instalado um armazém de livros da Portugália Editora Lda. cujas condições de segurança determinavam a necessidade de obras; 1973 - projecto de alteração de interiores da autoria do arquitecto Francisco Conceição Silva para transformação do r/c do n.º 1 dando para a Praça do Príncipe Real, de que era proprietária a firma SOBIGER (Sociedade de Gestão de Bens Imobiliários Sarl.), com vista à instalação de uma agência de publicidade; 1976 - o edifício passa a regime de propriedade horizontal, sendo único proprietário até esta data o Dr. Pais de Sousa; 1991 - a firma INTÉRIO adquire a cave, do lado direito.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos

Bibliografia

BAIRRADA, Eduardo Martins, A Praça do Príncipe Real e os Vários Prédios que a Circundam, in ICALP - Revista, Nº 1, Mar. 1985 ; FRANÇA, José-Augusto, Monte Olivete Minha Aldeia, Lisboa, 2001

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CML : Arquivo de Obras, Procº nº 17.360

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras, Procº nº 17.360

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1918 - obras de alteração do sotão e cobertura; 1919 - construção de um telheiro e anexo no pátio; 1922 - alteração da morfologia dos vãos do piso térreo do alçado virado à Rua do Século; 1931 - alteração da distribuição interna da cozinha; 1932 - obras de conservação e beneficiação geral; 1939 - obras de conservação e beneficiação geral; 1940 - obras de conservação e beneficiação geral (exterior); 1942 - assentamento de azulejos que haviam caído da fachada; 1944 - obras de conservação e beneficiação geral (interiores); 1947 - reparação do telhado; 1950 - obras de conservação e beneficiação geral; 1959 - assentamento de azulejos que haviam caído da fachada; 1964 - obras de conservação e beneficiação geral; 1984 / 1985 / 1986 - obras estruturais em curso na cave e sub-cave provocam fendas no edifício; 1987 - renovação infarestruturas água e esgotos (no piso térreo); 1989 - obras estruturais, da responsabilidade do arquitecto João Pedro Santos da Conceição Silva; 2002 - as obras iniciadas no R/C esquerdo encontram-se embargadas.

Observações

*1 - parcialmente transformadas em marquises. *2 - na sequência do fraccionamento do imóvel e da sua aquisição por diferentes proprietários. *3 - colocadas aquando das obras de ampliacção da sub-cave, correspondem ao prolongamento daquelas observadas nest último piso. *4 - o preenchimento destes campos baseia-se nas zonas observadas do imóvel, respectivamente, à cave e sub-cave e ao vestíbulo do acesso principal.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 2002

Actualização

 
 
 
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