Paço Real do Alfeite / Palácio do Alfeite / Sede do Comando da Base Naval de Lisboa

IPA.00011764
Portugal, Setúbal, Almada, União das freguesias de Laranjeiro e Feijó
 
Paço real maneirista, utilizado sazonalmente, para veraneio.
Número IPA Antigo: PT031503100067
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial      

Descrição

Planta longitudinal , corpos adossados, cobertura diferenciada em telhados. Fachada principal de 2 pisos, com varanda sustentada por 2 pilares , remate em frontão triangular com brasão real no tímpano. Corpos laterais de 2 pisos, remate em platibanda. Fenestrações regulares de molduras rectas.

Acessos

Laranjeiro

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Inserido no conjunto da Base Naval de Lisboa, complexo militar da Marinha Portuguesa (v. PT031503100080). Isolado, na margem sul do rio Tejo, destacado no meio de um denso bosque, rodeado por jardim onde se encontra um conjunto de árvores centenárias oriundas dos mais diversos pontos do mundo, bem como uma das poucas árvores de borracha (Ficus Elastica), que terá sido trazida da Índia por Vasco da Gama.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: paço real

Utilização Actual

Militar: base naval

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Defesa Nacional

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Joaquim Possidónio da Silva (1849), Samuel Quininha (1969).

Cronologia

A história da quinta do Alfeite está intimamente ligada à história de Portugal. Quando em 1371 D. Fernando casa com D. Leonor Teles, oferece-lhe, entre outras vilas, a vila de Almada. Passados alguns anos D. Leonor doa o sítio do Alfeite a David Negro, almoxarife da "alfândega". Em 1384 os bens pertencentes a David Negro são doados a D. Nuno Álvares Pereira, nomeadamente a vila e o termo de Almada. Depois da revolução de 1383 - 1385 os familiares de David Negro contestam esta doação, processo que só terminou em 1393 tendo ficado a quinta do Alfeite na posse da família Negro. Só em 1403 D. Nuno Álvares Pereira voltou a tomar posse destas terras, que doa à Ordem do Carmo em 1404, que por sua vez alienou este património, estando a quinta do Alfeite na posse dos marqueses de Vila Real no início do séc. XVI, passando depois para o morgado dos Caminhas, estando na posse de João Álvares Caminha em finais do séc. XVI. No reinado de Filipe I, Francisco Pires Cotão adquiria os pinhais do Alfeite. Em 1640 o Marquês de Vila Real e o seu filho duque de Caminha foram considerados cúmplice na conspiração contra o rei D. João IV e decapitado em 1641, passando os bens dos Caminhas a ser incorporados na Casa do Infantado em 1654. Em 1690 a Casa do Infantado adquire a Quinta da Praia do Alfeite a D. João Gomes da Silva. 1758 - construção do palácio, sobre pré-existência do séc. 16, por ordem de D. Pedro, filho de D. João V, para servir de residência de veraneio da família real; 1799 - é efectuado o tombo da Quinta do Alfeite; 1834 - a Casa do Infantado foi extinta e os seus bens integrados na Fazenda Real, excepto o Real Paço do Alfeite destinado a usufruto régio; 1844 - é feito um tombo da Real Quinta do Alfeite, onde é feita a descrição dos bens que constituíam a "Quinta do Alfeite - constituída por um prédio urbano (palácio arruinado e várias casas de acomodações) e prédio rústico (jardim, pomar de espinho, vinhas, olival, algumas árvores de pevide e caroço, horta, três tanques, dois poços com engenhos, duas minas de água, pinheiros mansos e bravos e cabeceiras de mato); 1849 - D. Pedro V manda efectuar remodelações e restauro, da responsabilidade do arquitecto Possidónio da Silva; 1851 - Costa Cabral, conde de Tomar, arrenda a quinta do Alfeite pela importância de dois contos e quinhentos mil reis anuais, por um período de 90 anos; 1910 - com a implantação da República foram arrolados os bens da Casa Real e da Casa de Bragança, tendo sido o palácio do Alfeite entregue ao Ministério das Finanças e a quinta com as suas dependências, oficinas e gados ao Ministério do Fomento, através da Direcção Geral da Agricultura; 1918 - o palácio e terrenos anexos foram entregues, pela Direcção Geral da Fazenda Pública, à Junta Autónoma para construção do Arsenal do Alfeite. Esta Junta autónoma foi substituída pela Intendência do Arsenal do Alfeite, extinto em 1938 e substituída pala Intendência da Marinha do Alfeite; 1939 - inauguração do Arsenal do Alfeite; 1948, 23 Março - criação da Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha por Decreto-lei n.º 36 805, ficando a obra a seu cargo; 1949 - são entregues ao Ministério da Marinha os edifícios da Casa do Guarda, Casa dos Oficiais, Habitação de Sargentos e Aquartelamento para Praças, o edifício da Direcção dos Serviços de Submersíveis e o Tanque Davis, e edifício da Direcção dos Serviços Marítimos, cantina do pessoal civil e dormitórios, o edifício da Direcção dos Serviços de Abastecimento e Depósitos de Fardamento e Mantimentos, e edifícios do laboratório de explosivos; 1950 - existia a Direcção dos Serviços de Material de Guerra e Tiro Naval (vários edifícios), Direcção dos Serviços de Submersíveis, Direcção dos Serviços Marítimos, Direcção dos Serviços de Abastecimento, Casa de Sargentos e refeitório para praças, Central Eléctrica, Rede de Abastecimento de água, Dispensário de Higiene; 1956, 18 Junho - inauguração do Quartel de Marinheiros do Alfeite - Enfermaria e duas casernas - com a presença do Ministro da Marinha; 1957, 18 Maio - inauguração das obras de melhoramentos na Base Naval do Alfeite; 1957 / 1958 - prosseguimento do vasto plano de obras do núcleo do Alfeite; 1958, 25 Novembro - inauguração das instalações da Base de Submersíveis; 1959 - existe a necessidade de serem realizadas obras de protecção da bacia de flutuação do Alfeite, da Base Naval de Lisboa / Estação Naval do Alfeite, por forma a garantir o estacionamento em boas conduções dos navios amarrados; 1969 - o palácio sofreu obras de restauro dirigidas pelo arquitecto Samuel Quininha.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Bibliografia

FLORES, Alexandre M., POLICARPO, António Neves, Arsenal do Alfeite: contribuição para a história da industria naval em Portugal, Junta de Freguesia do Laranjeiro, s.d.; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949, Lisboa, 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1950, Lisboa, 1951; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º e 2º Volumes, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º e 2º Volumes, Lisboa, 1960; VAZ, Artur, Quinta do Alfeite, in "Jornal da Região - Almada", de 12.7.2000; PEDRO, Fernanda, Palácio do Alfeite Revisitado / A casa de férias da realeza, in "Expresso" de 25.05.2002.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1947 / 1949 - Remodelação completa do refeitório e cozinha do Corpo de Marinheiros; arranjo da entrada da escola naval e outras obras diversas; construção do desembarcadouro de betão armado; construção dos edifícios destinados a Casa de Oficiais, Dispensário de Higiene e Centro Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada; ampliação, adaptação ou apetrechamento da Casa do Guarda, Casa dos Oficiais, Habitação de Sargentos e Aquartelamento para Praças; Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha: 1950 - apetrechamento, mobiliário e equipamento, de vários serviços e diversas obras: da Direcção dos Serviços de Submersíveis foi iniciada a ampliação dos edifícios destinados a depósitos, escola de mergulho e salvamento; da Direcção dos Serviços Marítimos foram substituídos os pavimentos de madeira dos passadiços dos Duques d'Alba por pavimentos de betão armado; da Direcção dos Serviços de Abastecimento foi demolido um barracão existente junto à Avenida das naus; da Casa de Sargentos e refeitório para praças foi remodelada e ampliada a cozinha e das habitações e messe para sargentos; DGEMN: 1954 - Escola Naval de Lisboa: obras de conservação, pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1955 - execução de obras de conservação no edifício do Laboratório de Explosivos da Armada, pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha: 1955 - Núcleo Naval do Alfeite: realização de 5 captações de água; 1956 - Núcleo Naval do Alfeite: remodelação total e ampliação do abastecimento de água a todas as instalações do Alfeite, incluindo a montagem de grupos elevatórios, construção de reservatórios e montagem da rede de distribuição; remodelação geral e ampliação das redes de distribuição de energia eléctrica, aos edifícios existentes e aos novos grupos de amarração da Estação Naval, aquisição de um grupo conversor e início da construção da rede de cabos de distribuição de energia, destinada a abastecer as instalações em terra e as novas unidades; trabalhos de urbanização e obras diversas na Estação Naval e outros estabelecimentos da Marinha na zona do Alfeite; Estação Naval: conclusão da construção e apetrechamento da caserna para 650 praças; ampliação de uma ponte-cais; continuação dos trabalhos de remodelação e ampliação do edifício da direcção dos serviços de submersíveis; construção dos edifícios destinados a escotaria e à lavandaria e paióis da Escola Naval; conclusão dos campos de jogos e construção do balneário e vestiário anexo; início da construção das instalações do Centro de Instrução e Treino, na Escola de Artilharia Naval; DGEMN: 1956 - Corpo de Marinheiros do Alfeite: obras de conservação periódica e reparação do colector geral, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1957 / 1958 - Escola Naval do Alfeite: Obras de conservação pelos Serviços de Construção e Conservação; Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha: 1957 / 1958 - Estação Naval do Alfeite / Base Naval de Lisboa: conclusão da ampliação e remodelação total do edifício da Direcção dos Serviços de Submersíveis, incluindo o fornecimento e montagem de todo o apetrechamento; ampliação do Depósito de Sobressalentes de Máquina, da Direcção do Serviço de Máquinas; início dos trabalhos de ampliação dos órgãos de amarração; construção da torre de sinais, anexa ao edifício da Direcção dos Serviços Marítimos; início dos trabalhos de adaptação da piscina existente, tendo em vista dotá-la com instalações suficientes e capazes destinadas aos vestiários e balneários e com a instalação de depuração de água em circuito fechado; grande reparação dos taludes empedrados tendo em vista evitar a sua ruína; construção de arruamentos de acesso ao Palácio do Alfeite, Escola Naval e Arsenal; início da construção (terraplanagens) da carreira de tiro; conclusão do apetrechamento das oficinas da Direcção de Serviços de Electricidade e Comunicações; prosseguimento dos trabalhos de ampliação e de remodelação das instalações de produção e transformação, e da rede de distribuição de energia eléctrica a toda a zona do Alfeite; conclusão do fornecimento e montagem do apetrechamento de uma caserna para 650 praças; conclusão do apetrechamento das instalações de ensino; com a construção das instalações anexas destinadas aos desportistas e assistentes prosseguiu a construção do campo de jogos e desportos; Escola Naval do Alfeite: conclusão do apetrechamento dos edifícios construídos em 1956 (lavandaria e paióis, escotaria); conclusão da remodelação e ampliação do edifício das oficinas e realização do seu apetrechamento; início da construção do campo de jogos e treino; Corpo de Marinheiros do Alfeite / Quartel do Corpo de Marinheiros da Armada do Alfeite: no prosseguimento do plano de recuperação dos velhos edifícios existentes, foi iniciada em 1958 a adaptação de mais uma das casernas para praças; Escola de Artilharia Naval do Alfeite: pequenos trabalhos complementares, tais como montagem de peças para instrução, instalação eléctrica de comando; continuação da construção dos edifícios e instalações especiais, destinadas ao "Centro de Instrução e Treino "ABCD" - limitação de avarias; 1957 / 1958 / 1959 - Arsenal do Alfeite: continuação e conclusão da construção do edifício destinado à Ferramentaria e Oficina de Ferramentas, faltando a realização de pequenos acabamentos; 1959 - Base Naval de Lisboa / Estação Naval do Alfeite: ampliação dos órgãos de amarração, pela construção de duques d'Alba e prolongamento dos passadiços de serviço dispondo de redes de abastecimento de água, de energia eléctrica com as diversas intensidades e características indispensáveis às unidades amarradas e rede de comunicações; remodelação dos taludes empedrados de protecção da margem; pavimentação e iluminação das estradas de acesso e arruamentos; ampliação dos depósitos dos serviços de abastecimentos; remodelação e ampliação do Comando das Carreiras de Desmagnetização, no Ginjal, e construção dos postos ao longo da margem, de Cacilhas até à base; construção dos vestiários e balneários da piscina, remodelação da cuva, montagem do equipamento de tratamento de água em circuito fechado, e arranjo urbanístico da zona circundante; continuação da construção dos depósitos de material de rádio e electricidade da Direcção dos Serviços de Electricidade e Comunicações; continuação dos trabalhos de ampliação e remodelação das instalações de produção e transformação de energia eléctrica e da rede de distribuição a toda a zona militar do Alfeite, nomeadamente aos navios amarrados; continuação da construção do campo de jogos e anexos; Corpo de Marinheiros do Alfeite / Quartel do Corpo de Marinheiros da Armada no Alfeite: continuação da recuperação dos arruinados edifícios existentes com a total remodelação (só se aproveitaram as fundações) e apetrechamento de mais duas casernas para praças; Escola de Artilharia Naval do Alfeite: realização de pequenos trabalhos: montagem de peças de artilharia, dos comandos e de apetrechamento diverso; continuação da construção das instalações especiais do Centro de Instrução e Treino ABCD - Limitação de Avarias; Escola Naval do Alfeite: continuação da construção do campo de jogos e treino militar; conclusão de terraplanagem da carreira de tiro de arma de guerra (300m); adaptação de um edifício existente e apetrechamento para aumento da capacidade dos dormitórios; apetrechamento das oficinas escolares; DGEMN: 1959 - Escola Naval do Alfeite: obras de beneficiações, reparações e instalações eléctricas, pelos Serviços de Construção e Conservação; Corpo de Marinheiros do Alfeite / Quartel do Corpo de Marinheiros da Armada no Alfeite: obras de conservação e beneficiação pelos Serviços de Construção e Conservação; Escola de Artilharia Naval do Alfeite: obras de conservação e beneficiação, pelos Serviços de Construção e Conservação; Comissão Administrativa das Novas Instalações para a Marinha: 1960 - Escola de Artilharia Naval do Alfeite: construção das instalações especiais destinadas à instrução de combate a incêndios - Unidade Vulcano; 1969 - obras de restauro no Palácio.

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Cecília Matias 2002 / Sofia Diniz 2007

Actualização

 
 
 
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