Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, CTT, da Covilhã / Edifício da Portugal Telecom

IPA.00011687
Portugal, Castelo Branco, Covilhã, União das freguesias de Covilhã e Canhoso
 
Estação de correios do tipo n.º 3, de planta rectangular irregular pela existência de alguns ressaltos na fachada lateral direita, de linhas simples, rectilíneas e eminentemente funcionais. Possui fachadas simples, com a inferior revestida a cantaria, tal como o Edifício da Caixa Geral de Depósitos e o Edifício da Câmara Municipal da Covilhã, criando uniformidade na Praça em que se implanta, rasgadas por vãos rectilíneos, os do segundo piso com remate em friso e cornija, e o último com pequenas janelas quadrangulares, separadas por friso, constituindo praticamente um mezzanino. A única nota dissonante é a torre, mais elevada e com alto coruchéu piramidal, rasgada por janelas de sacada no segundo piso, sustentadas por mísulas de cantaria e com guardas em ferro forjado, possuindo, no piso inferior, o acesso ao edifício, através de arco de volta perfeita que acede a escadaria e a um vão rectilíneo. As escadas encontram-se marcadas na fachada lateral direita, pela existência de amplas janelas longilíneas. Edifício muito sóbrio, mas que se impõe pela sua dimensão na rua em que se integra e na praça pela existência de uma torre, com janelas de sacada, coruchéu piramidal e pináculos de feição seiscentista, que domina e esmaga o exterior do edifício, construindo uma simetria na Praça, com a fronteira torre do Teatro Cine. Possui cunhais em cantaria e pilastras a dividir os dois panos da fachada lateral, virada à via pública, também encimados por pináculos de grandes dimensões, que contrastam com a simplicidade dos vãos, cuja única nota relevante consiste nos remates em friso e cornija das janelas do segundo piso, bem como nas jambas oblíquas dos portais e janelas em capialço no piso inferior, protegidos por grades de ferro fundido.
Número IPA Antigo: PT020503200079
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comunicações  Estação de correios (CTT)    

Descrição

Planta rectangular irregular, com vários ressaltos na fachada lateral direita e a esquerda formando uma ligeira curvatura, adaptando-se à via pública, composta pelo edifício e uma torre que se eleva na fachada principal, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas no edifício e em coruchéu piramidal revestido a telha na torre. Fachadas com o primeiro piso revestido a cantaria, com os demais rebocados e pintados de branco, possuindo cunhais e pilastras colossais encimadas por pesados pináculos piramidais, rematadas em cornija e beirada, rasgadas, maioritariamente, por vãos rectilíneos com molduras de cantaria. Fachada principal, virada a N., evolui em quatro pisos, o superior separado por cornija saliente, rasgada, no piso inferior, por três vãos em capialço, protegidos por grades de ferro fundido pintadas de verde, com cornija inferior e superior, esta prolongando-se, dividindo os pisos superiores. No segundo piso, três janelas de peitoril, com molduras emolduradas por friso, rematadas por friso e cornija protegidas por duas folhas e bandeira; está encimado por três janelas com as mesmas características, mas menores, não possuindo bandeiras, surgindo, no último piso, três janelas quadrangulares. No lado esquerdo, a torre quadrangular, por onde se processa o acesso ao interior, através de amplo arco de volta perfeita, emoldurado, que leva a escadas de dez degraus em cantaria, com corrimão central metálico, formando um espaço com as paredes revestidas a calcário polido e tecto plano, rebocado e pintado de branco; no topo do patamar, porta rectilínea e com folhas de vidro, de acesso ao interior. No segundo piso, janela de sacada, com bacia de cantaria assente em quatro mísulas do mesmo material, com guarda em ferro forjado pintado de verde, onde surge o mastro da bandeira e para onde abre porta-janela com remate em friso e cornija; no piso superior, janela de peitoril com friso e cornija e, no topo, janela quadrangular simples. Fachada lateral esquerda, virada a E., formando dois panos e sendo marcada, no extremo direito, pela torre com vãos semelhantes aos da fachada principal. O pano do lado esquerdo, de menores dimensões, possui porta com as jambas oblíquas e duas janelas jacentes e em capialço, protegidas por grades pintadas de verde; está encimado por três janelas de peitoril com remates em friso e cornija, três de peitoril simples e, no topo, sacada corrida, com bacia em cantaria sustentada por nove mísulas, três de menores dimensões, com guarda em ferro fundido, para onde abrem três portas-janelas. O pano maior possui, no piso inferior, três portas, uma com moldura múltipla e a central de maiores dimensões, permitindo a entrada a veículos, nove janelas em capialço, protegidas por grades metálicas. No segundo piso, quatorze janelas de peitoril, rematadas por friso e cornija, encimadas por quatroze de peitoril simples e, no topo, separado por cornija saliente, quatorze janelas quadrangulares. Fachada lateral direita virada a O., possuindo, no extremo esquerdo, um ressalto, rasgado por dois níveis de três janelas de peitoril, a que se sucede um pano com dois níveis de quatro janelas semelhantes às anteriores, sucedendo-se um ressalto, marcado por três janelas longilíneas, que marcam a zona da escadaria, e mais dois panos com dois níveis de janelas de peitoril. Fachada posterior adossada. INTERIOR não observado.

Acessos

Praça do Município

Protecção

Categoria: CIP - Conjunto de Interesse Público, Portaria n.º 448/2014, DR, 2.ª série, n.º 113 de 16 junho 2014 *1

Enquadramento

Urbano, com a fachada posterior adossada a edifício de habitação, abrindo para uma ampla praça, a antiga Praça do Pelourinho, implantada no mesmo local onde se encontrava o primitivo edifício da Câmara, em zona de acentuado declive, surgindo como elemento unificador e destacado na Praça, fazendo a alternância entre a zona mais antiga do núcleo de Santa Maria e a zona moderna, reconstruída em meados do séc. 20. Fronteira, uma Rotunda, cujos elementos escultóricos são da autoria de Irene Buarque e datam da reforma do Programa POLIS, que renovou toda esta zona, no início do séc. 21. No mesmo passeio, ergue-se uma escultura de tamanho natural da figura de Pêro da Covilhã. No passeio oposto, ergue-se a Igreja da Santa Casa Misericórdia da Covilhã (v. Pt020503200013), o edifício mais antigo da Praça, tendo, fronteiro o Teatro Cine da Covilhã (v. PT020503170072) e a Câmara Municipal da Covilhã (v. PT020503170033), surgindo, no lado direito, o Edifício da Caixa Geral de Depósitos (v. PT020503200073), com uma classificação conjunta, criando a zona modernista da Praça, a par do Hotel da Covilhã, um pouco mais distanciado (v. PT020503200244), na zona descendente, onde se situa um edifício de feitura recente, um centro comercial. A fachada posterior encontra-se envolvida por um muro de suporte de terrenos.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comunicações: estação de correios (CTT)

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Adelino Alves Nunes (1944).

Cronologia

1758 - nas Memórias Paroquiais é referido que saía correio semanal para Lisboa e para a Guarda, denotando a importância da povoação; séc. 20 - construção do imóvel conforme projecto de Adelino Alves Nunes (1903-1948); 1931 - solicitada a aprovação da Administração-Geral de um conjunto de seis projectos-tipo, elaborados pela Direcção dos Serviços de Estudos, Construção e Conservação-CTT *2; os projectos foram submetidos à apreciação da DGEMN, que achava que a elaboração dos planos eram da sua competência, encarregando um arquitecto de elaborar três estações-tipo: Tipo I, Tipo III e Tipo 3 - região granítica; durante a elaboração destes projectos não existiram quaisquer contactos entre os CTT e a DGEMN, para avaliar quais as reais necessidades dos técnicos daquela instituição; 1932, 22 Setembro - Duarte Pacheco refere que é necessário e mais vantajoso construir os edifícios dos CTT, em vez de se proceder a arrendamento, ficando a DGEMN encarregue de elaborar os projectos e ver as necessidades de cada região; foi enviado um inquérito aos Chefes das Secções Electrotécnicas, solicitando informações sobre instalações, pessoal, tráfego e cálculo de necessidades relativas às áreas de serviço; 1933 - segundo um relatório de Couto dos Santos, administrador-geral dos CTT, empossado nesse ano, existiam 665 edifícios dos Correios, de que detinham a propriedade de apenas 92, sendo 28 do Estado, 82 cedidos gratuitamente e 463 arrendados, com o que se despendia anualmente 650.000$00; 1933 - 1934 - numa vistoria, concluiu-se que apenas 16 edifícios se encontravam em bom estado; 1934, 03 abril - Couto dos Santos exige um inquérito mais detalhado que o de 1932; 16 novembro - Duarte Pacheco reconhece que os projectos-tipo de 1931 não se coadunavam às necessidades reais e criou uma comissão para estudar os futuros projectos, composta por um delegado da Administração-Geral dos CTT, o engenheiro Duarte Calheiros, um delegado da DGEMN, engenheiro Roberto Espregueira Mendes, e o arquitecto Adelino Nunes, visando a elaboração de novos projectos; 1936, 2 Abril - a Comissão elabora o seu relatório final com seis projectos-tipo, considerando o tráfego e pessoal existentes, bem como o seu aumento a curto prazo; previa que se utilizassem estruturas de alvenaria de tijolo ou metal distendido nas divisórias interiores, pavimentos em betão armado, que poderiam ser deslocados se necessário; nesse mesmo ano, os planos foram aprovados pelo Conselho Superior das Obras Públicas; 9 Agosto - Couto dos Santos refere a necessidade de substituir todo o mobiliário das estações; as Oficinas Gerais foram encarregadas de delinear tipos de mobiliário, optando-se por um de linhas simples, em madeira de macacauba, mogno, nogueira, carvalho e castanho; 1937, 03 agosto - publicação da lei n.º 1959, referente ao programa geral de Remodelação Financeira, do Material e Instalações da Administração Geral dos CTT, baseada em vários estudos iniciados em 1932-33, visando o Plano Geral de Construção de Redes Telefónicas e Telegráficas, a cumprir no prazo de 15 anos, Plano Geral de Edificações, no prazo de 5 anos e o Plano de Aquisição de Material, no prazo de 5 anos, para o que foi criada a Comissão dos Novos Edifícios para os CTT; 27 agosto - a Comissão inicia funções; 1943 - definição da tipologia dos móveis para o interior; 1944 - o plano para os CTT recebeu aprovação do arquitecto Raul Lino, na condição de arquitecto da DGEMN; 1946, Dezembro - reavaliação do projecto do edifício dos CTT da Covilhã, acentuando-se o seu carácter sóbrio; 1950, 12 março - inauguração do edifício, pela Comissão dos Novos Edifícios para os CTT, com a presença do Ministro das Comunicações, um representante do Ministro das Obras Públicas, o Governador Civil de Castelo Branco, o Presidente da Câmara Municipal, Comandante militar da cidade e o Vice-presidente da União Nacional; 1951, 8 Outubro - a Comissão dos Novos Edifícios para os CTT cessa funções; 1996, 28 março - parecer do Conselho Consultivo do IPPAR a classificar o conjunto de edifícios modernistas existentes na Praça; 26 abril - Despacho de abertura do processo de classificação conjunta pelo presidente do IPPAR; ; 2000, 18 maio - proposta da DRCoimbra para classificar o conjunto como Imóvel de Interesse Público e fixação de Zona Especial de Proteção; 2003, 07 maio - parecer favorável à classificação pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 26 maio - Despacho de homologação da classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público, em classificação conjunta com a Câmara Municipal da Covilhã, Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, e a Caixa Geral de Depósitos; 2009 - o edifício encontra-se em processo de venda;

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, tijolo e betão, rebocado e pintado; primeiro piso revestido a cantaria de granito; modinaturas, sacadas, mísulas, frisos, cornijas, pilastras, escadas em cantaria de granito; acesso revestido a cantaria de calcário polido; janelas protegidas por grades de ferro fundido; guardas das sacadas em ferro forjado; corrimão metálico; caixilharias de madeira e metal e vidro simples; portas de madeira e metal; cobertura em telha.

Bibliografia

1937 - 1952 - arquitectura e equipamento do modernismo ao estado novo. Lisboa: 1998; BÁRTOLO, Carlos Humberto Mateus de Sousa - Desenho de Equipamento no Estado novo: As Estações de Correiro do Plano Geral de Edificações. Porto: s.n., 1998. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado em Design Industrial apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; BRITES, Joana - «Um uníssono a quatro vozes: arquitectura(s) do Estado Novo na Praça do Município da Covilhã». Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2009, n.º 23, pp. 126-133; COSTA, Maria Helena - Os Edifícios dos Correios do Estado Novo - Um Compromisso. Coimbra: s.n., 2001. Texto policopiado. Prova final apresentada à Universidade de Coimbra; DIAS, Luiz Fernando de Carvalho - História dos Lanifícios (1750 / 1834) - Documentos. Lisboa: 1958; Guia Oficial dos CTT. Lisboa: CTT, mario 1950, n.º 106, p. II-V; Notícias da Covilhã. Covilhã: 18 março e 19 agosto 1950; Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1950; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1950. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1951; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1952; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1953; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/155641 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN: DREMC; DGEMN/REE - 9915/1; IPPAR: DRC; AMC: Livros de Actas (Liv. 55); FPC: Fundo iconográfico (peças 8810, 9510)

Intervenção Realizada

DGEMN: 1995 - remodelação do sistema de aquecimento central.

Observações

*1 - trata-se da classificação conjunta do Edifício do Teatro Cine (v. IPA.00010538), da Câmara Municipal da Covilhã (v. IPA.000111153), Edifício dos Correios Telégrafos e Telefones, CTT, da Covilhã / Edifício da Portugal Telecom (v. IPA.00011687) e o Edifício da Caixa Geral de Depósitos (v. IPA.00011117). *2 - o Plano de Construções dos Novos Edifícios para os CTT, foi em grande parte, realizado durante o período de subida de preço dos materiais e mão de obra, mercê das circunstâncias devidas à Segunda Guerra Mundial, que veio a prejudicar o andamento previsto do referido plano.

Autor e Data

Patrícia Costa 2002 / Paula Figueiredo 2009

Actualização

 
 
 
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