Teatro Carlos Manuel / Centro Cultural Olga de Cadaval

IPA.00011557
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
 
Arquitectura cultural e recreativa, ecléctica. Rigoroso funcionalismo do espaço interno, transparecendo no tratamento das fachadas; jogos de luz nas duas fachadas (luz directa na fachada principal, indirecta na fachada lateral, sublinhando o embasamento em pedra); ao funcionalismo do projecto de arquitectura associa-se um elaborado projecto de decoração de interiores, ainda visível nos revestimentos do pavimento do átrio e do foyer do balcão do grande Auditório, nos revestimentos das fachadas o jogo da pedra bujardada contrasta com a superfície de reboco pintado e do rasgamento dos vãos.
Número IPA Antigo: PT031111090229
 
Registo visualizado 364 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Teatro  

Descrição

Planta longitudinal, composta por rectângulos desiguais adossados. Volumes prismáticos, escalonados, com coberturas em terraço e telhado, escondidas pelo remate murário. No alçado principal, virado a S. é marcado por duas intervenções: - a recuperação do projecto da arq.º Norte Júnior chegada a Nascente com ligação ao actual Museu de Arte Moderna, composta por três pisos, o térreo demarca-se pelo soco chapeado de cantaria, correspondendo ao embasamento; acima deste uma superfície lisa articulada, por três corpos fenestrados salientes e escalonados, de diferentes dimensões: um corpo central correspondente à entrada principal e aos foyers da plateia e 1º balcão, sobre o qual se lê "CENTRO CULTURAL OLGA CADAVAL" é enquadrado por dois corpos salientes rematados em arcos inflectidos. A área de ampliação conta com uma sequência de três volumes escalonados para poente inteiramente revestidos a pedra de cantaria bujardada, o primeiro volume marca o eixo do alçado e corresponde à caixa de palco do grande auditório, sendo os seguintes de acesso ao pequeno auditório. Estes apresentam fachadas e empenas cegas revestidas a pedra de malha regular com junta demarcando a horizontalidade, intercalando-se os dois registos de janelas no ultimo volume que remata o alçado. O alçado lateral esquerdo é percorrido pelo mesmo revestimento de junta fendida na horizontalidade tornejando para o alçado posterior, correspondendo ás áreas de serviços e caixa de palco do pequeno auditório, adaptado ao declive do terreno; alçado posterior, virado a N., é composto por três corpos de alturas diferentes: um central correspondente à caixa do palco do grande auditório e marca o eixo do alçado, é igualmente sublinhado pela linguagem utilizada no alçado principal excepto o corpo correspondente ao edifício de origem que prima pela ausência de decoração e remates rectilíneos. No alçado lateral direito, correspondente aos foyer térreo e ao "salão de festas", repete-se o embasamento revestido a pedra, destacando-se uma superfície amplamente ritmada por uma sequência de vãos e nembos, com ligação ao Museu de Arte Moderna através de ponte com estrutura metálica e revestimento de vidro. Alçado posterior, virado a N., é composto por três corpos de alturas diferentes: um central correspondente à caixa do palco do grande auditório e marca o eixo do alçado, é igualmente sublinhado pela linguagem utilizada no alçado principal excepto o corpo correspondente ao edifício de origem que prima pela ausência de decoração e remates rectilíneos. No alçado lateral direito, correspondente aos foyer térreo e ao "salão de festas", repete-se o embasamento revestido a pedra, destacando-se uma superfície amplamente ritmada por uma sequência de vãos e nembos, com ligação ao Museu de Arte Moderna através de ponte com estrutura metálica e revestimento de vidro. INTERIOR: do átrio acede-se ao AUDITÓRIO PRINCIPAL, e respectivos foyers, através de uma escada de dois lanços; destaca-se o pavimento original desta e dos foyers, em mármore de cores contrastantes, criando um jogo de quadrados e molduras; o foyer do balcão, sobreposto ao da plateia, tem acesso directo ao Museu de Arte Moderna através da uma estrutura sobrelevada que liga os dois edifícios. O espaço do AUDITÓRIO é constituído por dois espaços independentes, ligados pela boca de cena, sendo a relação do palco com a sala de cena contraposta. A sala, com uma lotação de 1005 lugares, compreende uma ampla plateia, com pendente de 2,5 %, coxias longitudinais central e laterais e transversal de fundo, a que se sobrepõem, escalonados, o balcão e as galerias; cadeiras fixas com forro em tecido cinzento; régies sobre o balcão; destaca-se o jogo bem articulado dos revestimentos em painéis de madeira exótica em toda a sala, sublinhados por linhas incisas perpendiculares, e do tecto escalonado, com luzes encastradas; o fosso de orquestra pode ser tapado criando uma avant-scène e tem capacidade para 70 músicos; a boca de palco é rectangular. O palco, com 14m de largura por 16.5 m de profundidade, com pendente de 2 %, tem coxias direita, esquerda e de fundo e paredes de cor preta; a caixa de palco dispõe de subpalco, duas ordens de varandas laterais e de fundo em ferro, com acesso por escada metálica, e teia e falsa teia. O acesso de carga faz-se através do subpalco. No AUDITÓRIO SECUNDÁRIO, a sala mostra um espaço unificado, actualmente com uma lotação de 270 lugares, compreendendo plateia, com pendente de 2,5 %, coxias longitudinais a terços, e uma de boca, cadeiras fixas com forro em tecido azul; régies sobreposta a plateia; destaca-se o revestimento integral das paredes em tijolo maciço incluindo as paredes do palco e do tecto em painéis de madeira exótica, com iluminação suspensa em calhas; não tem fosso de orquestra. O palco, com 6.98m de largura por 8.90m de profundidade, com pendente de 2 %. Ambos os auditórios são contornados por corredores periféricos que dão acesso aos camarins, salas de ensaio, instalações Sanitárias e zonas técnicas.

Acessos

Avenida Adriano Júlio Coelho, n.º 2.

Protecção

Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264)

Enquadramento

Urbano, implantado na malha urbana do Bairro da Estefânia, no terreno adjacente ao Museu de Arte Moderna, tendo acesso pela Av. Adriano Júlio Coelho (S.). A fachada lateral direita orientada a nascente liga com o Museu de Arte Moderna. A fachada lateral O. remata em gaveto para o arruamento municipal que liga com a zona de moradias pluri e unifamiliáres do bairro.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: teatro

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Norte Júnior (1940-1942).

Cronologia

1940-1942 - o arquitecto Norte Júnior elabora o projecto de um edifício, concebido para funções polivalentes, destinado a espectáculos de cinema, música, teatro, ópera e dança; 1945, cerca de - o teatro foi edificado no terreno adjacente ao antigo Casino de Sintra; 1985 - um incêndio destrói-o parcialmente; 1987 - é adquirido pela Câmara Municipal de Sintra; 1988-1991 - foram efectuados vários estudos de viabilidade de recuperação e ampliação; 2001 - conclusão da obra, resultando desta intervenção a ligação do teatro ao antigo Casino de Sintra, solução prevista no projecto primitivo do arquitecto Norte Júnior; 2001, Outubro - inauguração após as obras de recuperação e ampliação.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes / estrutura autónoma

Materiais

Estrutura em alvenaria mista e blocos de fibrocimento, betão armado. Fachada principal virada a S. apresenta-se na zona de origem com embasamento forrado de cantaria bujardada e paredes rebocadas e pintadas a tinta plástica de cor amarela, lintéis e peitoris de cantaria com paredes pintadas de branco no enquadramento dos vãos com caixilharias de alumínio lacado a branco e vidro simples, toda a área de ampliação correspondente à caixa de palco e entrada do pequeno auditório apresenta-se com as superfícies inteiramente revestidas a pedra de cantaria bujardada, fenestração com caixilharia de alumínio lacado a branco e vidro simples. Alçados laterais, esquerdo e direito orientados a O. e a E. respectivamente, os acabamentos do alçado principal tornejam o edifício e rematam no alçado N. com os mesmos materiais. O INTERIOR, pavimentos e lambrins das circulações e foyer da plateia do grande auditório são revestidos a mármore polido preto e branco recuperado do edifício original, pavimentos e lambrins das circulações e bar do pequeno auditório em pedra de Lioz polida, todas as paredes correspondentes a estas áreas são estucadas e pintadas de branco, os tectos são de estuque, escalonados por varias sancas com iluminação. Sala do grande auditório é inteiramente revestida com painéis de madeira exótica "mucali", tecto da mesma madeira com iluminação embutida, pavimento de alcatifa de cor cinzenta e cadeiras estufadas a tecido de cor cinzenta. O pequeno auditório, as paredes laterais e da caixa de palco são acabadas em tijolo maciço de barro vermelho com tecto e parede das cabines técnicas de madeira exótica, pavimento de alcatifa de cor cinzenta e cadeiras com estrutura de madeira estufadas a tecido azul, sala de ensaio inteiramente revestida a painéis de madeira exótica e tecto falso de painéis de gesso prensado. Camarins colectivos com pavimento de linóleo e paredes estucadas, camarins individuais com pavimento de madeira e paredes estucadas.

Bibliografia

DIONISIO, Sant'ana, Guia de Portugal - Lisboa e Arredores, Lisboa 1979; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário dos Arquitectos Activos em Portugal do sec. I à actualidade, Porto, 1994; Sim Sintra - Revista Trimestral, 3º e 4º trimestre de 1999, 3º e 4º trimestre de 2001; VARIA ESCRITA - Caderno de Estudos Arquivísticos, Histórico e Documentais, nº7, 2000; VI Encontro Nacional de Programadores Culturais (resumo das comunicações de João Aidos "Equipamentos - radiografia do país" e "A Rede Nacional e Municipal de Equipamentos Culturais"), Aveiro, Associação Portuguesa de Programadores Culturais, Março 2003 (policopiado)

Documentação Gráfica

CMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; MC: IPAE

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Cidália Dionísio 2002

Actualização

 
 
 
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