Igreja de Nossa Senhora do Rosário / Igreja do Priorado Velho

IPA.00011444
Índia, Goa, Goa Norte, Goa Norte
 
Igreja paroquial construída em meados do séc. 16, pelos portugueses, durante a segunda geração de governadores após a conquista da cidade de Goa, sobre uma capela da mesma centúria, também de feitura portuguesa, conservando grande parte da sua estrutura primitiva. Apresenta planta composta por uma nave, com duas capelas laterais salientes, e capela-mor, mais estreita e contrafortada, interiormente com iluminação axial e bilateral e coberturas em telhado e em abóbada, respetivamente. A fachada principal insere-se na tipologia das denominadas fachada-torre, com a nave precedida por possante torre quadrangular, criando nártex inferior rasgado, em cada uma das faces, por arco e coberto por abóbada estrelada . A torre tem três registos, separados por cornija e, no último, que tem colunas torsas nos cunhais, por cornija e cabo, abrindo-se no registo intermédio janela encimada por verga reta e no último ventana em arco, tendo hoje alguns vãos entaipados. A torre é enquadrada por corpos torreados cilíndricos, correspondendo frontalmente a contrafortes e os posteriores vazados, albergando a escada para o coro e o batistério, esquema semelhante existente em algumas igrejas do Alentejo, nomeadamente na Ermida de São Brás, em Évora (v. IPA.00003854), na Catedral de Elvas (v. IPA.00003731), na Ermida de São Sebastião, em Alvito (v. IPA.00000297), na Igreja de São Vicente, em Viana do Alentejo (v. IPA.00001189) e noutras. Este esquema foi repetido noutras igrejas de Goa e na província do Norte. A igreja é rasgada por portal axial e duas portas travessas, em cantaria, semelhantes entre si e em linguagem renascentista, com arco de volta de volta perfeita sobre pilastras almofadas, entre colunas ou pilastras estriadas, sustentando o remate que, no axial, é sobreposto por mísula para pequena imagem e aletas com inscrição alusiva à Virgem. No interior possui coro-alto em alvenaria, sobre três arcos, comunicando com a torre por um outro arco, púlpito no lado da Epístola, com bacia de cantaria sobre colunelo, acedido por porta, as capelas laterais acedidas por arcos de linguagem clássica, ambas abobadadas, mas de diferentes perfis, e arco triunfal de várias arquivoltas, uma delas em cabo, semelhante às existentes no exterior. Os retábulos são maneiristas, destacando-se o da capela lateral do Evangelho, com cinco eixos, os laterais formados por pequenos nichos em quatro registos, e o retábulo-mor de três eixos e três registos, terminado em tabela com Calvário. Na capela-mor destaca-se ainda a decoração incisa na parede do lado da Epístola e nas molduras da porta para a sacristia e de uma janela, atualmente entaipada, bem como o túmulo de D. Catarina Pires, ambas de influência indiana.
Número IPA Antigo: IN931101000009
 
Registo visualizado 858 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta poligonal composta de nave única retangular, com duas capelas laterais salientes, precedida por torre sineira quadrangular, tendo nos ângulos quatro corpos cilíndricos estreitos, correspondendo os frontais a contrafortes, capela-mor retangular, mais estreita e da mesma altura, tendo adossado à fachada lateral direita sacristia, também retangular. Volumes articulados com coberturas em telhados de duas águas na igreja, de uma nas capelas laterais e na sacristia, esta disposta transversalmente, e de quatro águas na torre. Fachadas rebocadas e caiadas, terminadas em longas abas corridas, na nave sobre cornija de massa. A fachada principal surge virada a poente, com o corpo da torre seccionado em três registos, por cornija ou por cabo e cornija, possuindo nos cunhais do terceiro registo colunas torsas sobre plintos paralelepipédicos almofadados; no primeiro registo abre-se arco de volta perfeita, sobre pilastras almofadadas, de acesso ao nártex, os laterais fechados por balaustrada de alvenaria, no segundo janela de peitoril, encimada por cornija reta, as laterais entaipadas, e no terceiro, por duas janelas de volta perfeita a norte e nascente, e ventana albergando sino, a sul. Os corpos cilíndricos são igualmente seccionados por cornijas ou cabo e cornija, cobertos por domo, os frontais mais estreitos e baixos coroados por cruz e os posteriores rasgados por frestas. Nártex com pavimento cerâmico e coberto por abóbada estrelada, sobre mísulas. Portal axial de cantaria, em arco de volta perfeita sobre pilastras, com fecho volutado, ladeado por colunas estriadas, assentes em plintos e sustentando cornija, encimada por bolas, no alinhamento das colunas, e mísula central entre aletas, inscritas; nos seguintes surgem florões. As fachadas laterais são rasgadas, na nave, por porta travessa, também em cantaria e semelhante ao portal axial, em arco de volta perfeita, sobre pilastras almofadadas; o da fachada esquerda ladeado por pilastras estriadas, de terço inferior marco, sustentando cornija e tendo florões côncavos nos seguintes, e o da fachada lateral direita encimado por cornija sobreposta por aletas e urna central, ladeado por colunas de fuste liso, sobre plintos paralelepipédicos, de capitel coríntio coroadas por urnas. Sobre os portais existem alpendres, sustentados por dois pilares. Superiormente, abrem-se janelas retilíneas, sem moldura, três a norte e quatro a sul. As capelas laterais, de cunhais apilastrados, são rasgadas por vários vãos retilíneos, alguns entaipados, terminando em friso e cornija, a da fachada esquerda alteada. A capela-mor apresenta nos cunhais vários contrafortes, de diferentes configurações, abrindo-se a norte janela retilínea. Na fachada direita, a sacristia, com dois pisos, é rasgada por portal de verga reta, protegida por alpendre assente em duas colunas, e janela de peitoril superior e, no topo, óculo circular. A fachada posterior tem a capela-mor cega, terminada em empena e a sacristia rasgada por três óculos circulares e, no segundo piso, por duas janelas de peitoril. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com faixa a vermelho e pavimento cerâmico. A nave, com cobertura de madeira, tem coro-alto de alvenaria, sobre três arcos de volta perfeita, o central maior, com guarda em balaústres de madeira torneada, sendo acedido por escada de caracol desenvolvida no interior do corpo torreado a sul, que comunica também com a torre. Entre esta e o coro-alto existe arco de volta perfeita sobre pilastras almofadadas. A torre cilíndrica a norte alberga no piso térreo a capela batismal, acedido por arco de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, em cantaria. No lado da Epístola dispõe-se, junto à porta travessa, pia batismal, de taça cilíndrica plana, assente em coluna balaústre, e, a meio da nave, o púlpito, com bacia circular em cantaria, decorada, assente em coluna, com guarda em balaústres de madeira torneados, acedido por porta de verga reta, moldurada, encimado por baldaquino de madeira, com lambrequim. As capelas laterais abrem-se para a nave por arco de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, com decoração vegetalista, sendo o do lado do Evangelho mais alto; a capela deste lado é coberta por abóboda de aresta e tem retábulo de talha a branco, de corpo reto e cinco eixos. A capela do lado da Epístola tem abóbada estrelada e, na parede testeira, pequeno nicho e um altar, de alvenaria. Arco triunfal de volta perfeita, de várias arquivoltas, uma delas em cabo, ladeados por retábulos colaterais. Na capela-mor, sobre supedâneo de seis degraus, dispõe-se o retábulo-mor, em talha policroma, de corpo reto e três eixos, definidos por colunas de fuste estriado e terço inferior marcado, decorado com acantos e querubins, e de capitéis coríntios, sobrepostas. No eixo central, de dois registos, possui, no primeiro, nicho em arco de volta perfeita, de boca rendilhada e interior concheado, albergando imaginária, e, no segundo, um painel com o monograma "M" e uma cruz. Nos eixos laterais, de três registos, separados por friso vegetalista, surgem apainelados com pequenas pinturas de carácter ingénuo. A estrutura remata em tabela, retangular, definida por colunas estriadas, sustentando cornija angular, contendo a representação do Calvário, com as imagens da Virgem e de São João relevadas e a imagem de vulto de Cristo na cruz. A capela-mor é coberta por abóbada estrelada. Altar paralelepipédico, com frontal protegido por pano de altar, encimado por banqueta de dois degraus, com frisos vegetalistas, sobreposta por tocheiros e relicários, dispostos alternadamente. Na parede do lado do Evangelho integra-se o túmulo, em alabastro, de Catarina Pires, com espaldar de dois registos, separados por friso e cornijas, e definido por pilastras decoradas por vários anéis, tendo o registo inferior decorado por elementos torreados interligados, delimitando açafates, e o superior inscrição. É rematado por frontão triangular, com cartela recortada no tímpano, coroado por pináculo. A parede do lado da Epístola, com restos de decoração incisa vegetalista, pintada de vermelho, tem porta de verga reta e moldura ornada com motivos relevados, de acesso à sacristia.

Acessos

Goa Norte, Tiswadi, Bainguinim, Goa

Protecção

Monumento de Importância Nacional / Incluído nas Igrejas e Conventos de Goa *1

Enquadramento

Rural, isolado e destacado, envolvido por denso arvoredo, no lado ocidental de Velha Goa, no topo noroeste da colina designada por Monte Santo *2, sobranceira à margem esquerda do Rio Mandovi, que corre a norte, de nascente para poente, cujo curso domina numa grande extensão, e à Old Goa Road, estrada que da Velha Goa se dirige a Pangim. A igreja é circundada por faixa com pavimento cerâmico, dando a fachada posterior ao arruamento que a serve. Tem nas proximidades, a cerca de 200 m para sudeste o Mosteiro e Igreja de Santa Mónica (v. IPA.00011448) e, para sul-sudeste, a cerca de 140 m a Real Capela de Santo António, a 220 m as ruínas da Igreja e Convento de Nossa Senhora da Graça (v. IPA.00030658), também conhecidas por ruínas da Igreja e Convento dos Agostinhos, e a 350 m a Igreja de São João de Deus.

Descrição Complementar

Numa lápide, de mármore, afixada no contraforte cilíndrico direito da fachada-torre da igreja, existe a inscrição: "DESTE ALTO ASSISTIU / AFONSO DE ALBUQUERQUE / EM 25 - XI - 1510, À / RECONQUISTA DE GOA". O retábulo da capela lateral do Evangelho, em talha a branco, apresenta corpo reto e cinco eixos, os laterais com quatro registos separados por frisos com decoração vegetalista e definidos por colunas estriadas, de terço inferior marcado e decorado, e de capitel coríntio, sobrepostas. O eixo central tem dois registos, separados por friso com decoração vegetalista, possuindo no primeiro dois anjos a enquadrar sacrário facetado, de dois registos, com colunas torsas nos cunhais, sobre plintos, rematadas por pináculos e com as faces decoradas por motivos vegetalistas. No segundo registo do eixo surge um Calvário, com as imagens da Virgem e de São João relevadas ladeando a figura de Cristo na cruz. Nos quatro eixos laterais organizam-se nichos, em arco de volta perfeita, interiormente concheados, albergando imaginária. A estrutura remate em friso decorado com motivos vegetalistas e querubins. No banco tem apainelados com cartela e motivos fitomórficos. O retábulo colateral do Evangelho, dedicado a Santo António, tem corpo reto e três eixos, exteriormente definido por colunas estriadas. No eixo central possui nicho em arco de volta perfeita, sobre pilastras estriadas, albergando imaginária, e nos laterais tem dois painéis sobrepostos de cada lado, representando cenas da vida do orago. O retábulo colateral da Epístola possui corpo reto e um eixo definido por colunas que sustentam o remate em cornija sobreposta por vários elementos decorativos. O painel contém a imagem de Cristo na cruz. Ambos os retábulos têm altar paralelepipédico, em alvenaria rebocada e pintada de branco. Na capela-mor o túmulo de Catarina Pires tem a inscrição: "AQVI JAZ DONA CATARINA MULHER DE / GARCIA DE SÁ A QVAL PEDE A QVEM ISTO LER / QVE PEÇA MISERICORDIA A DEUS PARA SVA ALMA" *3. No pavimento existem várias lápides inscritas e brasonadas, sendo uma delas de Garcia de Sá, marido de D. Catarina.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: Estado Indiano

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1510, 17 fevereiro - conquista Goa por Afonso de Albuquerque; 30 maio - os portugueses, sitiados por numerosas forças muçulmanas, abandonam a cidade; 24 novembro - Afonso de Albuquerque, comandando forças mais poderosas, entram a barra do Rio Mandovi; 25 novembro - após o desembarque, a cidade é atacada e reconquistada; ao tomar conhecimento da entrada das suas forças em Goa, Afonso de Albuquerque faz a promessa de, no local onde estava, ser erigida para além de uma "casa" de Nossa Senhora do Rosário", outra ao bem aventurado Santo António *4; o templo inicial dedicado a Nossa Senhora do Rosário, cuja construção é atribuída a Antão Nogueira de Brito ainda durante o governo de Afonso de Albuquerque, seria uma ermida bastante modesta; 1526 - Pedro de Faria, ex-Capitão de Malaca, adquire uns terrenos do Monte Santo e aí constrói umas casas, doando depois os terrenos necessários à construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e da Capela de Santo António (SOUSA, 1710, p.154); 1543 - 1544, cerca - o Monte Santo tem já uma população numerosa, sendo o templo existente elevado a igreja paroquial e depois a colegiada, com um prior e quatro beneficiados; provavelmente por esta data dá-se a construção da igreja, à custa da Fazenda Real, durante o governo de Martim Afonso de Souza, contribuindo para a sua fundação os frades dominicanos que estavam em Goa antes do estabelecimento oficial da sua comunidade (SALDANHA, 1926, p. 17); 1548, 22 novembro - o vigário, mordomo e fregueses da paróquia enviam carta ao rei de Portugal a informar terem-se iniciado obras de ampliação do templo existente prevendo a conclusão das mesmas no ano seguinte; ou seja, "determinaram acrescentar o corpo da casa e capelas [...] de que já está feita a capela grande do altar-mor, tudo o resto por fazer [...]" (DIAS, 1999, p.75); 1549 - em outra carta, informa-se o rei de Portugal que, afinal, a construção é completamente nova, estando apenas concluídas a capela-mor e uma das capelas-laterais, e pede-se um retábulo novo, porque o velho é agora demasiado pequeno *5; feitura do túmulo de D. Catarina Pires, esposa de Garcia de Sá, governador da Índia; 1720 - a paróquia, uma das mais populosas da cidade, conta apenas com 196 paroquianos; 1775 - o número de paroquianos está reduzido a 182; 1810 - deixa de ser colegiada, mantendo o pároco título de prior, com precedência sobre outros párocos e recebendo côngrua anual de cem rupias; 1827 - a paróquia conta apenas com seis paroquianos; 1869, 18 agosto - na sequência do gradual despovoamento de Velha Goa, a igreja deixa de ser paroquial, passando a capela filial da Sé Catedral e os fundos e os cofres transferidos para a sacristia da Sé; 1870, década - o templo abre apenas às quartas-feiras, quando um padre da Sé vem rezar missa; a festa anual de Nossa Senhora do Rosário realiza-se no primeiro domingo de outubro; 1886, cerca - numa gravura da igreja, publicada por MENDES (1886, p. 88), verifica-se que ela ainda tem a fachada poente da torre sineira com ventana em arco de volta perfeita, os corpos da capela lateral sul e da sacristia não têm o segundo piso e são cobertos por telhado de três águas, e não de uma como atualmente; 1897 - o teto da nave ruiu provocando danos nas abóbodas das capelas; séc. 20, início - os retábulos das capelas laterais estão completamente degradados.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra da região (laterite), argamassas à base de cal e areia; lápides tumulares e molduras dos portais em pedra calcária, possivelmente travertino; porta, caixilharia, aba corrida e estrutura de suporte do telhado em madeira; algerozes metálicos; retábulos de talha a branco ou policromo; decoração incisa; guarda do coro-alto e do púlpito em madeira; túmulo de Catarina Pires em alabastro; lápide em mármore; pavimento cerâmico ou em cantaria; cobertura de telha cerâmica.

Bibliografia

CHICÓ, Mário Tavares - A escultura decorativa e a talha dourada nas igrejas da Índia Portuguesa. Lisboa: 1954; CORREIA, Gaspar - Lendas da Índia, publicadas de ordem da Classe de Sciencias Moraes, Politicas e Bellas Lettras da Academia Real das Sciencias de Lisboa, sob a direcção de Rodrigo José de Lima Felner. Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias, 1860, Livro II, pp. 142-154; DIAS, Pedro - História da Arte Portuguesa no Mundo. O Espaço do Índico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1999, reedição 2008; FONSECA, José Nicolau da - An Historical and Archaeological Sketch of the City of Goa. Bombaim: Thacker & C.º, Limited, 1878, pp. 302-304; GOMES, Paulo Varela - As igrejas dos Católicos de Goa, Ler História, n.º 58, 2010, pp.47-60; ISSAR, T. P. - Goa Dourada - The Indo-Portuguese Bouquet. Bangalore: 1997; MATTOSO, José (dir.) - Ásia, Oceania, Património de origem portuguesa no mundo, arquitectura e urbanismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010, pp. 251-253; PEREIRA, António Nunes - A Arquitectura Religiosa Cristã de Velha Goa. Segunda metade do século XVI - primeiras décadas do século XVII. Lisboa: Fundação Oriente, 2005; PEREIRA, António Nunes - Igreja de Nossa Senhora do Rosário in (http://www.hpip.org/def/pt/Homepage/Obra?a=620), [consultado em 02 agosto 2018]; SALDANHA, Pe. Manuel J. Gabriel de - História de Goa (Política e arqueológica). História Arqueológica. Segunda Edição. Nova Goa: Casa Editora Livraria Coelho, 1926, Volume II, pp. 16-19; SOUSA, Padre Francisco de - ORIENTE Conquistado a Jesu Christo pelos Padres da Companhia de Jesus da Província de Goa, Segunda Parte. Lisboa: Oficina de Valentim da Costa Deslandes, 1710; TERENO, Maria do Céu Simões - Arquitetura Religiosa em Goa - Contributos para a sua investigação. Universidade de Évora, janeiro 2012; "Statewise Alphabetical List of Monuments of Archaeological Survey of India" in (http://asi.nic.in); Velha Goa. Guia Histórico. Goa: 1952.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1897 / 1899 - obras de reparação da igreja tendo sido introduzidas alterações na arquitetura original, quer interior, com a eliminação do teto, quer exterior ; séc. 20, final - séc. 21, primeira década - obras de recuperação e conservação da igreja e envolvente.

Observações

EM ESTUDO. *1 - Conjunto "Churches and Convents of Goa", declarado pela UNESCO, em 1986, como Património da Humanidade (Relatório da 10ª Sessão do Comité - CONF 003 VIII). A inclusão da Igreja de Nossa Senhora do Rosário no conjunto classificado pela UNESCO deve-se, entre outros aspetos , ao facto de ter sido a primeira, ou um dos primeiros templos cristãos construídos em Goa, bem como ao facto de, tal como refere GOMES (2010), foi a única igreja construída no século 16 que "sobreviveu até hoje na sua forma quinhentista". A Igreja de Nossa Senhora do Rosário consta ainda da Lista de National Importance Monuments do Archaeological Survey of India com o identificador N-GA-6. *2 - A colina recebeu a designação de Monte Santo (embora também seja referida como Monte do Rosário, ou de Nossa Senhora do Rosário) devido aos diversos edifícios religiosos que ali foram construídos. Até 1526, quando Pedro de Faria, ex-Capitão de Malaca, adquiriu ali terrenos para construir a sua residência e outros edifícios, seria um local desabitado, estando muito provavelmente já na sua intenção ceder os espaços necessários à construção das igrejas de Nossa Senhora do Rosário e de Santo António. *3 - Catarina Pires era uma rapariga de Miragaia, muito bonita, a que Camilo chamou "a Flor de Miragaia", que à hora da morte foi legitimada como esposa de Garcia de Sá (SALDANHA,1926, p. 18). *4 - Segundo Gaspar Correia, quando Afonso de Albuquerque foi informado, que as suas forças haviam entrado na cidade e os seus defensores, mouros e otomanos, estavam em fuga para a região de Banasterim, Antão Nogueira disse ao Governador "Senhor, a cidade he entrada dos nossos, e ganhada n'este dia, que n'este lugar inda estará casa de Nossa Senhora do Rosário" ao que respondeu Afonso de Albuquerque: "Casa de Nossa Senhora e do bemaventurado Santo António" (CORREIA, pp. 151-152). *5 - Na carta é invocado que devido à necessidade de uma estrutura maior "se derubou toda a dita casa, e temos feyto outra de novo que hão presente [...]". Mais se informa o monarca que a capela- mor está terminada, que o corpo da igreja foi construído até ao madeiramento (da cobertura) e que a igreja tem uma torre "muy forte" sobre a porta principal (PEREIRA, HPIP). A carta refere ainda que o retábulo pretendido deveria ter cinco metros de altura, com guarda-pó e uma largura de cerca de quatro metros (DIAS, 1999, p.75).

Autor e Data

Hugo Sérgio Fernandes (Contribuinte externo) e João Almeida (Contribuinte externo) 2018

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login