Catedral de Goa / Igreja de Santa Catarina da Alexandria

IPA.00011431
Índia, Goa, Goa Norte, Goa Norte
 
Catedral construída pelos portugueses, na segunda metade do séc. 16, mas com as obras a prolongarem-se até à década de 30 do séc. 17, quando se reformou a capela-mor e o transepto, com linguagem maneirista e seguindo a tratadística de Vinhola. Apresenta planta cruciforme, composta por três naves, transepto saliente e capela-mor profunda, interiormente com coberturas diferenciadas em abóbadas de berço, formando caixotões, e bastante iluminada axial e bilateralmente. Fachada principal harmónica, com o corpo de três panos, definidos por duas ordens de pilastras, e rematada em tabela com frontão, contendo nicho com imagem de Santa Catarina, em cujo templo esteve primeiramente instalada a Sé de Goa, e rasgada por duas ordens de vãos, os únicos moldurados a cantaria, de verga reta com espaldares e frontões sobrepostos, à exceção do portal axial, que é em arco e possui as insígnias papais. A torre sineira sul tem quatro registos e a norte dois, devido à derrocada parcial provocada por um raio, em 1776. As fachadas laterais e posteriores são ritmadas por pilastras, criando panos onde se abrem vãos retilíneos e em arco, entre pilastras que sustentam cornijas retas ou frontões triangulares, respetivamente, esquema que é repetido no interior, onde os vãos recebem guardas, criando tribunas. As naves, de cinco tramos, separam-se por arcos de volta perfeita sobre pilares almofadados , possuindo de cada lado capelas laterais intercomunicantes, formando corpo mais baixo no exterior, albergando retábulos de talha, salientando-se a capela do Santíssimo Sacramento, ampliada em data posterior e com sacristia própria, conservando no interior os paramentos com decoração pintada e apainelados de talha dourada, que existiria em grande parte do templo. Os braços do transepto possuem capelas retabulares nos topos e duas colaterais. Todos os retábulos são maneiristas, de diferentes tipologias, com influência da decoração indiana, destacando-se o retábulo-mor, dedicado a Santa Catarina, em talha dourada e policroma, de três eixos e dois registos, rematado em tabela. O esquema da frontaria da Catedral terá influenciado outros templos em Goa, nomeadamente a Capela de Nossa Senhora do Monte (v. IPA.00011238), ainda que esta seja mais simples.
Número IPA Antigo: IN931101000002
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Catedral  

Descrição

Planta em cruz latina, composta por três naves, com capelas laterais intercomunicantes, transepto saliente, e capela-mor profunda, tendo frontalmente duas torres sineiras quadrangulares e sacristia retangular adossada a norte. Volumes articulados, com coberturas diferenciada em telhados de duas águas na igreja, de uma nos corpos das capelas laterais e de quatro na sacristia de uma das capelas a sul. Fachadas rebocadas e pintadas de branco. A fachada principal surge virada a nascente, com tratamento simétrico, integrando lateralmente duas torres sineiras, a do lado direito incompleta, formando cinco panos. A igreja divide-se em três panos, definidos por duas ordens de pilastras almofadadas, duplas nos panos exteriores, sobre plintos, cada um deles rasgado por duas ordens de vãos. Remata em platibanda plena e tabela retangular horizontal, definida por pilastras almofadas, coroadas por pináculos em bola sobre plintos paralelepipédicos, contendo nicho, de volta perfeita, interiormente com abóbada concheada e albergando a imagem de Santa Catarina de Alexandria, ladeado por pilastras que sustentam frontão triangular. A tabela remata em frontão triangular, com uma pomba, alusiva ao Espírito Santo, em cartela circular no tímpano, coroado por cruz sobre plinto paralelepipédico e está ladeada por aletas. O pano central possui portal em arco de volta perfeita, de duas arquivoltas assentes em pilastras estriadas, flanqueado por quatro colunas coríntias, sobre plintos paralelepipédicos, que sustentam entablamento, rematado em espaldar com cartela contendo as insígnias papais, de moldura recortada entre elementos concheados e plintos, no alinhamento das colunas, também sobre plintos paralelepipédicos; superiormente, abre-se janela de verga reta, com moldura ornada de motivos geométricos, entre pilastras almofadadas suportando frontão triangular interrompido pelas armas reais portuguesas. Nos panos laterais, de dois registos marcados por friso e cornija, abre-se portal de verga reta, entre pilastras caneladas sobre plintos, suportando entablamento, de friso ornado com motivos geométricos, sustentando espaldar recortado, ornado com elementos vegetalistas, entre pináculos piramidais sobre plintos, e janela de verga reta, moldurada, encimada por frontão triangular sobre falsas mísulas. Sobre estas janelas e na platibanda plena do pano central, abrem-se óculos elípticos. No alinhamento da fachada, dispõem-se os panos das torres, a do lado norte com apenas dois registos, e a do lado sul com quatro, separados por friso ou frisos e cornijas, rematando em friso e cornija e balaustrada com acrotérios nos cunhais, os interiores coroados por pináculos em bola. No primeiro registo, parcialmente com aparelho em silharia fendida, abre-se janela retilínea, descentrada, entre pilastras sobre falsas mísulas e encimada por cornija reta, e, no segundo, janela semelhante mas com frontão triangular; o terceiro registo tem, em cada uma das faces, seis pilastras, e apainelados côncavos, rasgado por janela, retangular com frontão cortado para ampliação do vão; no quarto registo, ritmado por quatro pilastras e também com apainelados côncavos, possui, a poente e nascente ventana, em arco de volta perfeita, albergando sino, e a norte e a sul a ventana entre dois vãos mais pequenos. Fachadas laterais rematadas em entablamento e balaustrada ritmada por acrotérios sustentando pináculos em bola; a nave possui contrafortes bastante avançados, que sustentam arcos destacadas da caixa murária, e é rasgada por janelas retilíneas, entre pilastras sustentando frontões triangulares. O corpo das capelas laterais, mais baixo, é rasgado por janelas retangulares e, superiormente, por óculos circulares, a norte interrompendo o que parece ser o antigo remate. O transepto e a capela-mor possuem dois registos, separados por entablamento e vários panos definidos por duas ordens de pilastras toscanas, nos quais se abrem, inferiormente, janelas retangulares entre pilastras sobre falsas mísulas sustentando cornija reta, algumas entaipadas, e, superiormente, janelas em arco de volta perfeita, entre pilastras e frontão triangular. Este ritmo é interrompido nos topos dos braços do transepto, rematados em frontão triangular com óculo circular no tímpano, devido a obras posteriores, mais notórias no braço norte *2; no entanto, no braço sul ainda existe uma janela no primeiro registo, entaipada, e no segundo um grupo de três. A capela-mor termina igualmente em frontão triangular, com óculo no tímpano. INTERIOR de três naves, ligeiramente escalonadas, com cinco tramos, definidos por pilastras almofadas e separadas por arcos de volta perfeita, assentes em pilares almofadados, com cobertura em abóbada de berço, ou de aresta no cruzeiro, formando caixotões, desenvolvida sobre cornija, sobre mísulas. No primeiro tramo possui coro-alto, em alvenaria, na nave central sobre arco em asa de cesto e nas laterais sobre arco de volta perfeita, com guarda em balaústres torneados de madeira. No sub-coro, sob a torre do lado do Evangelho existe grande pia batismal, de pedra preta, octogonal e de bordo inscrito e, sob a torre da Epístola existe capela com cobertura em abóbada ogival. Na nave central, adossado aos últimos pilares do lado da Epístola, existe coreto de talha policroma, com guarda em balaustrada, e púlpito de madeira, de bacia circular, sobre mísula, com guarda em balaústres torneados de madeira. As naves laterais apresentam quatro capelas, acedidas por arcos de volta perfeita, sobre pilastras almofadadas, encimadas por janelas, entre pilastras assentes em mísulas, sustentando frontões triangulares, com guarda em balaustrada; as capelas são dedicadas, no lado do Evangelho, a Nossa Senhora das Virtudes, a São Sebastião, ao Santíssimo Sacramento, esta bastante mais profunda por ter sido ampliada e tendo sacristia própria, formando um volume em L destacado do templo, e a última a Nossa Senhora da Vida; no lado da Epístola, as capelas são dedicadas a Santo António, a São Bernardo, à Cruz dos Milagres e ao Espírito Santo. Cada capela possui um retábulo de talha. Os braços do transepto, também ritmados por duas ordens de pilastras almofadadas, enquadrando os vãos, em arco de volta perfeita sobre pilastras, e decorados com apainelados relevados, apresentam uma capela retabular nos topos e duas colaterais, sendo, as do lado do Evangelho, dedicadas a Nossa Senhora das Angústias, a São Jorge e a Nossa Senhora da Esperança, e, as da Epístola, a São José, a Nossa Senhora das Dores e a São Pedro. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas de ângulo, delimitado por teia de balaústres sobre soco de mármore, com almofadados. Capela-mor muito profunda e de pavimento sobrelevado, com as paredes laterais rasgadas por janelas de verga reta e em arco, sobrepostas, com o mesmo tipo de modinaturas, formando tribunas, com guarda em balaústres torneados de madeira. No lado da Epístola, dois vãos inferiores correspondem a portas de acesso a tribuna, de perfil recortado, assente em mísulas, e com guarda vazada em ferro, com ligação a partir da sacristia. De cada lado surge cadeiral, com espaldar de bancos individualizados, decorados por cartela, separados por pilastras coroadas por pináculos e rematado em espaldar recortado. No início da capela-mor, no lado da Epístola, sobre base quadrangular de alvenaria, existe púlpito, com guarda plena em talha dourada, decorada por acantos enrolados e motivos geométricos, tendo nos ângulos colunas torsas, de terço inferior marcado. A parede testeira é ocupada pelo retábulo-mor, em talha dourada e policroma, de corpo reto com dois registos, separados por entablamento com friso ornado por motivos vegetalistas, e de três eixos, definidos por duas ordens de quatro colunas, de capitéis coríntios, as do primeiro registo ornadas com elementos geométricos, e as do segundo caneladas, de terço inferior marcado, assentes em plintos, contendo bustos de Santos mártires. Em cada um dos registos surgem nichos à face, em arco de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, contendo apainelados, representando no eixo central Santa Catarina e Nossa Senhora da Assunção e, nos eixos laterais, cenas da vida e martírio de Santa Catarina. A estrutura remata em tabela retangular, disposta na vertical, com nicho em arco sobre pilastras, albergando um Calvário; a tabela é definida por figuras híbridas, sobre plintos paralelepipédicos, e remata em frontão semicircular entre pináculos piramidais com bola. Ladeia a tabela dois apainelados, de perfil curvo, rematados em cornija denticulada, decorados com figuras relevadas, representando São Pedro e São Paulo sobre plintos, entre pináculos. Banco decorado por bustos relevados dos Apóstolos, Evangelistas e Doutores da Igreja, tendo ao centro, a figura de Cristo. No lado da Epístola, uma porta de igual modinatura às tribunas, comunica com a sacristia, coberta por abóbada de berço de caixotões.

Acessos

Goa Norte, Tiswadi, Velha Goa (Ella), Old Goa Road; Rua Direita.

Protecção

Monumento Protegido do Estado indiano de Goa / Incluído nas Igrejas e Conventos de Goa *1

Enquadramento

Peri-urbano, fluvial, adossado e destacado. Implanta-se em terreno plano, tendo o adro coincidente com o antigo Terreiro do Sabaio, inserido no conjunto monumental das Igrejas e Conventos de Goa, envolvido por amplo espaço ajardinado. A norte adossa-se o Palácio Episcopal de Goa (v. IPA.00011437). Nas proximidades localizam-se, a nordeste. o Arco dos Vice-Reis (v. IPA.00011558), a cerca de 200 m, e o Convento dos Teatinos / Igreja de São Caetano (v. IPA.0001436) a cerca de 300 m, a sudoeste. a Igreja do Bom Jesus (v. IPA.00011435), a cerca de 300 m e, a cerca de 100 m para poente a Igreja e Convento de São Francisco (v. IPA.00011434), o Museu Arqueológico de Goa e a Capela de Santa Catarina (v. IPA.00011432).

Descrição Complementar

Sob a torre norte, a pia batismal, tem a inscrição "Esta pia mandou faser Jorge Gomez, e a deo a esta Sé, en onra e louuor do Senhor Deos em 1532". Na capela do Santíssimo Sacramento, na terceira capela lateral norte e numa capela do braço norte do transepto ainda se conserva parte da decoração policroma, que originalmente cobria todo o interior da Sé. No cruzeiro, existe sepultura de Júlio Simão, provável mestre-de-obras da Catedral, inscrita, com a leitura atualizada: "Sepultura de Júlio Simão, cavaleiro-fidalgo da casa del-rei nosso Senhor e seu engenheiro-mor deste Estado, mestre arquiteto das obras desta sé, e de sua mulher Catarina de Bustamante, e de seus herdeiros" (Dias, 1998). Também no transepto, próximo do retábulo de São José, uma lápide embebida na parede cobre as ossadas do primeiro arcebispo de Goa, D. Gaspar de Leão Pereira e os de D. Frei André de Santa Maria, bispo de Cochim.

Utilização Inicial

Religiosa: catedral

Utilização Actual

Religiosa: catedral

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE-DE-OBRAS: Inofre de Carvalho (atr., 1551); ARQUITETO: Júlio Simão (1596-1621), Pêro Dias (1597-1600).

Cronologia

1532 - feitura da pia batismal por ordem de Jorge Gomes *3; 1533 - 1534 - Goa, capital do território sob domínio português desde 1530, é elevada a sede de bispado; 1534, 03 novembro - a Igreja de Santa Catarina, reconstruída e ampliada, é elevada à qualidade de Catedral pela bula Aequum Reputamus do Papa Paulo III; 1539 - a Igreja de Santa Catarina é sagrada como Catedral pelo primeiro Bispo de Goa, D. João Afonso de Albuquerque; 1551 - é mestre-de-obras na Índia Inofre de Carvalho, sendo possível que o projeto inicial se deva ao risco do mestre *4; 1557 - Goa é elevada a sede de arquiepiscopado; 1562, novembro - ordem do rei D. Sebastião para se construir uma nova Sé, que substituísse a igreja de Santa Catarina; 1564, 12 dezembro - o vice-rei D. Antão de Noronha elabora a provisão que aplica a ordem de D. Sebastião, sendo estabelecido que o seu financiamento seria feito à custa do produto da venda das propriedades confiscadas pela Coroa aos gentios, ou qualquer outro infiel, falecidos sem testamento e sem herdeiros; uma outra carta régia manda ainda aplicar na construção "a importância das penas, condenações e descaminhos e o produto da renda da viagem para a China" (SALDANHA, 1926, p.4); 1564 - 1567 - dá-se início à construção da nova catedral *5; 1571 - por insuficiência de fundos para a construção são canalizados para as obras os ganhos das vendas dos bens confiscados; 1576 - os meios de financiamento da obra da catedral são canalizados para a construção das novas muralhas; 1587 - D. Filipe I ordena que os bens dos falecidos sem testamento ou herdeiros sejam utilizados nas obras; 1596 - D. Filipe I é informado pelo arcebispo de Goa que a obra custara já muito dinheiro e ainda se encontrava longe de estar concluída; 1596 - 1621 - Júlio Simão, engenheiro-mor da Índia trabalha como "mestre arquitecto das obras desta Sé", conforme inscrição na sua lápide sepulcral, existente no cruzeiro da catedral; 1597 - 1600 - está em construção uma das torres; encontra-se no estaleiro o mestre-de-obras Pêro Dias; 1608 - 1610 - de visita a Goa, Pyrard de Laval elogia a traça e a grandeza da Sé, ao mesmo tempo que refere o atraso nas obras; 1618 - D. Filipe II envia duas cartas para Goa, exigindo que o financiamento das obras da Sé não fosse utilizado para outros fins; 1619, 25 novembro - terminada a cabeceira da igreja , realiza-se a celebração da primeira missa pelo arcebispo D. Cristóvão de Sá; 1620 - D. Filipe II é informado pelo vice-rei Fernão de Albuquerque de que o arcebispo D. Frei Cristóvão de Sá e Lisboa mandara concluir o corpo da igreja no ano anterior; 1625 - 1629 - durante o seu magistério, o arcebispo D. Frei Sebastião de São Pedro manda erguer o transepto e a capela-mor; 1630 - o vice-rei D. Miguel de Noronha, conde de Linhares, ordena a conclusão da fachada, torres e retábulo-mor; 1631, 21 maio - por alvará do vice-rei, Conde de Linhares, informa-se que as obras estão concluídas, faltando-lhe os trabalhos de artesão e os retábulos; 1634 - ainda se realizavam trabalhos numa das torres e no retábulo-mor; 1636 - 1652 - conclusão das obras, incluindo as casas contíguas, durante o magistério do arcebispo D. Frei Francisco dos Mártires *6; 1774 - D. José I ordena a mudança da igreja e residência arquiepiscopais para a antiga igreja e casa professa da Companhia de Jesus; segundo o monarca, as condições em que se encontrava a antiga Sé não dignificavam a sua condição; 1776 - derrocada dos dois últimos pisos da torre norte, devido a um raio, que afetou também a nave lateral e as duas capelas laterais mais próximas; 1778 - a rainha D. Maria I ordena o restauro da Sé, não se tendo, contudo, reconstruído totalmente a torre norte; 1780 - o Cabido retorna à Sé; 1843, 03 maio - transferência da Cruz dos Milagres, em solene procissão, da sua igreja própria, então em ruínas, para a capela de Nossa Senhora das Virtudes, existente na catedral; 1864, 05 outubro - transladação das ossadas de D. Gaspar de Leão Pereira, primeiro arcebispo de Goa, falecido em 1576, e de D. Frei André de Santa Maria, bispo de Cochim, do convento da Madre de Deus, em ruínas, para a catedral, por ordem do arcebispo Amorim Pessoa; 1886, 03 junho - Concordata adiciona à Sé o título de Patriarca ad honorem das Índias Orientais; 1894 - substituição das janelas, com cascas de ostra, por vidraças; 1898 - a Sé volta a ser sagrada pelo bispo de Cochim, D. Mateus de Oliveira Xavier, não existindo memória de uma sagração inicial; séc. 20, 1.ª metade - demolição de vários corpos adossados; 1911 - destruição da cruz da frontaria por um raio; 1932, 31 março - classificação da Sé como Monumento Nacional pelo decreto n.º 1360 de 31 de Março; 1948 - celebração do Jubileu de Ouro da Sagração da Sé Catedral de Goa.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em laterite rebocada e caiada; molduras dos vãos da frontaria e pavimento em cantaria de granito; retábulos e painéis em talha dourada ou policroma; guarda do coro-alto, das tribunas e do púlpito em madeira; soco em mármore; cobertura exterior em telha..

Bibliografia

CATÃO, Francisco Xavier Gomes - «Sé catedral de Goa. Alguns Documentos do Século XVI». In Studia. Lisboa: janeiro / julho 1964, n.º 13-14, pp. 487-545; DIAS, Pedro - História da Arte Portuguesa no Mundo. O Espaço do Índico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1998; FONSECA, José Nicolau da - An Historical and Archaeological Sketch of the City of Goa. Bombaim: Thacker & C.º, Limited, 1878, p. 198-209; ISSAR, T. P. - Goa Dourada - The Indo-Portuguese Bouquet. Bangalore: 1997; MATTOSO, José (dir.) - Ásia, Oceania, Património de origem portuguesa no mundo, arquitectura e urbanismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010, pp. 244-246; PEREIRA, António Nunes - A arquitectura Religiosa Cristã de Velha Goa, Segunda Metade do Século XVI - Primeiras Décadas do Século XVII. Lisboa: Fundação Oriente, 2005, pp. 139-162, 181-189, 398-403, 428-433; PEREIRA, António Nunes - Sé Metropolitana de Goa e Damão (http://www.hpip.org/def/pt/Homepage/Obra?a=610) , [consultado em 20 março 2018]; SALDANHA, Pe. Manuel J. Gabriel de - História de Goa (Política e arqueológica). História Arqueológica. Segunda Edição. Nova Goa: Casa Editora Livraria Coelho, 1926, vol. II, pp. 3-11; SERRÃO, Vitor - «A pintura na antiga Índia Portuguesa nos séculos XVI e XVII». In Oceanos. Lisboa: setembro / dezembro 1994, n.º 19/20, pp. 102-112; TELLES, Ricardo Micael - Igrejas, Capelas e Palácios na Velha Cidade de Goa. Nova Goa: 1931; Velha Goa. Guia Histórico. Goa: 1952; «List of Ancient Monuments and Archaeological Sites and Remains of Goa - Archaeological Survey of India» (), [consultado em 20 março 2018].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1948 / 1949 / 1950 / 1951 / 1952 - obras de reparação e pinturas de cal; ARCHAELOGICAL SURVEY OF INDIA: 1998 - reconstrução do telhado da capela do Santíssimo Sacramento.

Observações

EM ESTUDO. *1 - Conjunto "Churches and Convents of Goa", declarado pela UNESCO, em 1986, como Património da Humanidade (Relatório da 10ª Sessão do Comité - CONF 003 VIII). A Catedral consta da Lista de National Importance Monuments do Archaeological Survey of India com o identificador N-GA-2. *2 - Segundo PEREIRA, o arranque de uma abóbada de berço na fachada norte do corpo das capelas laterais indicia a existência de um pátio, à maneira de claustro, encostado a esse lado da Sé, que ruiu ou não chegou a ser edificado. *3 - Vários indícios, dos quais se destacam a pia batismal de 1532 e a abóbada de nervuras em forma de estrela, sugerem que o compartimento existente no piso térreo da torre sineira norte tem origem medieval (PEREIRA). *4 - Não é conhecido o autor do projeto inicial. Rafael Moreira atribuiu-o ao mestre-de-obras Inofre de Carvalho (ativo entre 1538 e 1568). Pedro Dias, por seu lado, atribui ao engenheiro-mor do reino, Júlio Simão (ativo entre 1596 e 1621), a autoria de um novo projeto, de 1614 (PEREIRA). *5 - José da Fonseca e Manuel Gabriel de Saldanha referem que, segundo constava, e não existindo documentos comprovativos, a construção fez-se sobre as ruínas de um templo hindu ou de uma mesquita. *6 - O grosso das obras teve lugar nas primeiras décadas do século 17, não havendo a certeza se se respeitou o projeto inicial da década anterior, como defende António Nunes Pereira, ou se, pelo contrário, se elaborou um novo projeto, como defende Pedro Dias (PEREIRA).

Autor e Data

Sofia Diniz 2002 / Manuel Apóstolo (Centro de História Além-Mar - CHAM) 2010

Actualização

Hugo Sérgio Fernandes (Contribuinte externo) e João Almeida (Contribuinte externo) 2018
 
 
 
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